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OS 50 ANOS DA COPA QUE TEVE TUDO

20 / março / 2024

por Claudio Lovato Filho

Teve Johan Cruyff.

Teve Rinus Michels.

Teve a Holanda encantando o mundo.

Teve aquele gol do Rivelino contra a Alemanha Oriental, com o Jairzinho se abaixando na barreira e a bola passando bem onde ele estava.

Teve aquele nossa vitória contra o Zaire por 3 x 0, exatamente a diferença de gols que precisávamos para avançar, como segundo colocados do nosso grupo. (E exatamente o limite de gols estipulado pelo ditador Mobutu Seko para que os jogadores do Zaire, hoje República Democrática do Congo, não fossem mortos assim que voltassem para casa.)

Teve aquele jogo entre as duas Alemanhas, a Ocidental e a Oriental, 1 x 0 para a República Democrática sobre a República Federal, gol de Jürgen Sparwasser. (Sim, a Guerra Fria em campo.)

Teve o 9 x 0 da Iugoslávia em cima do Zaire e o 7 x 0 da Polônia sobre o Haiti.

Teve gol do Haiti contra a Itália e a Argentina. (O que não impediu que o tirano “Baby Doc” Duvalier punisse brutalmente o zagueiro Ernst Jean-Joseph, expulso do torneio, sob acusação de doping – sempre negada pelo jogador, que sofria de asma –, e depois preso e torturado em seu país.)

Teve o artilheiro Grzegorz Lato.

Teve Franz Beckenbauer.

Teve Gerd Müller.

Teve o primeiro jogador expulso de campo com o uso do cartão vermelho em Copas do Mundo: o centroavante Carlos Caszely, do Chile, que por causa da expulsão foi proibido de jogar em seu país, então governado por Pinochet. (Por causa do cartão e, principalmente, é claro, em razão da aberta oposição que fazia ao regime sanguinário do ditador.)

Teve uma tremenda, imensa decepção: o Brasil eliminado pela Holanda, gols de Cruyff e do outro Johan, o Neeskens.

Teve a briga de Leão e Marinho Chagas no intervalo do jogo contra a Polônia, na decisão do terceiro lugar, 1x 0 para a Polônia, gol de Lato.

Teve o gol de Neeskens, de pênalti, cometido no primeiro lance da final, no qual nenhum jogador da Alemanha Ocidental conseguiu tocar na bola.

Teve uma outra tremenda, imensa decepção: a derrota da Holanda na final para a grande Alemanha Ocidental de Maier, Vogts, Schwarzenbeck, Beckenbauer, Breitner, Bonhof, Hoeness, Overath, Grabowski, Müller e Hölzenbein. (O futebol, assim como a vida, é coisa muito linda e muito impiedosa.)

Teve meio século se passando. (Caramba, meio século!)

Foi a primeira Copa do Mundo que acompanhei de verdade. Eu tinha 9 anos de idade. Foi incrível.

E teve Johan Cruyff.

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3 Comentários

  1. Tadeu cunha

    Sim um gênio chamado Cruyff,jogador do mesmo nível de Garrincha,Pelé, Maradona,Puskas, Di Stefano e muitos do mesmo naipe.

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  2. Pedro Mayall

    Eu também tinha 9 anos e foi a minha primeira Copa de verdade. A seleção brasileira com que eu sonhava, a de 70, não apareceu na Alemanha em 74. Até nossas vitórias eram sofridas e angustiantes. Em compensação, vi uma outra seleção tão boa ou até melhor que a nossa de 70: a da Holanda. As camisas laranja brilhosas, aqueles jogadores cabeludos com pinta de astros de rock, as jogadas coletivas que pareciam coreografias de balé, aquele futebol desabridamente agressivo, os muitos craques de nomes estranhos, comandados por um supercraque: Johan Cruyff. E por um técnico genial: Rinus Michels. Depois de 50 anos, a Holanda de 74 ainda é o meu time de futebol favorito de todos os tempos. E sempre será.

    Responder
  3. Luiz

    Ate hoje, passado meio século, não vi no futebol algo mais revolucionário que a Holanda de 1974.
    A Alemanha tinha um timaço, mas os deuses do futebol certamente lamentaram a derrota da Holanda na final daquela Copa!

    Responder

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