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O CRAQUE QUE NÃO JOGOU COPA

6 / fevereiro / 2023

por Elso Venâncio

Dirceu Lopes foi um dos maiores craques da sua geração. Nasceu em Pedro Leopoldo, região metropolitana de Belo Horizonte, terra de outro mineiro inesquecível, o imortal médium Chico Xavier.

O esquadrão do Cruzeiro que surgiu na metade da década de 60 é, até hoje, o maior time da História do clube. Destaque para uma dupla genial, que dava espetáculos com futebol-arte e conquistava títulos em série.

Tostão era o ‘Rei Branco’, apelido dado pelos ingleses após a Copa de 70. ‘O Príncipe’ chamava-se Dirceu Lopes. Baixo – media 1,62 m –, o meia tinha dribles curtos, era rápido no toque de bola e ainda armava e chegava com tudo para concluir de forma letal.

A equipe celeste entrou para a História ao vencer o Santos de Pelé por duas vezes consecutivas. No Mineirão, goleada: 6 a 2. No Pacaembu, em São Paulo, 3 a 2 de virada, para conquistar a Copa Brasil de 1966, o Campeonato Brasileiro da época. Foi o primeiro título nacional do futebol mineiro.

Raul, Pedro Paulo, Willian, Procópio e Neco; Piazza e Dirceu Lopes; Natal, Evaldo, Tostão e Hilton Oliveira. Que timaço!

Esta conquista foi um marco. Antes dela, as joias que surgiam seguiam direto para o futebol carioca ou paulista. Além disso, eram convocados para a seleção somente quem jogava no eixo Rio-São Paulo. Tostão foi o primeiro chamado que atuava em seu estado natal. Disputou a Copa de 1966 e ainda marcou um gol, contra a Hungria, na derrota por 3 a 1, jogo que marcou a despedida de Mané Garrincha da seleção brasileira em partidas oficiais.

Dirceu Lopes, mesmo sendo meia, é o segundo maior artilheiro da Raposa, com 223 gols. Só é superado por Tostão, autor de 245.

No dia em que João Saldanha teve seu primeiro contato com a imprensa na antiga CBD, localizada na Rua da Alfândega, no Rio de Janeiro, perguntaram se ele, como novo técnico da seleção, já tinha em mente quem convocaria.

– Como? – retrucou, sério, o João ‘Sem Medo’.

Calmamente, tirou um papel do bolso e anunciou os titulares.

– São 11 feras!

Dirceu Lopes foi uma dessas feras nas Eliminatórias. O Brasil não empatou um jogo sequer em 1969.

Saldanha anunciou o time que mandaria a campo: Félix, Carlos Alberto Torres, Brito, Djalma Dias e Rildo; Piazza, Gerson e Dirceu Lopes; Jairzinho, Pelé e Tostão. Rivellino, o ídolo de Diego Maradona, era reserva.

Dirceu Lopes seguramente seria uma das atrações na Copa do México. Porém, o comunista Saldanha acabou sendo demitido após tanto criticar os generais em tempos de ditadura militar. Zagallo assumiu e surpreendeu ao cortar de cara o ídolo do Cruzeiro.

Definitivamente, Dirceu Lopes não ter jogado uma Copa é uma das maiores injustiças da História do futebol.

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2 Comentários

  1. Tadeu cunha

    Sim um craque e injustiçado, nos tempos áureos do Inter,no beira-rio lotado,assisti Dirceu Lopes desmachar o time colorado, 3×2 pro Cruzeiro,um jogo a nivel de futebol Europeu de hj.

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  2. Rider Gonçalves

    O texto é omisso e não explica porque Zagallo cortou Dirceu Lopes. Se preocupa em lembrar que Saldanha era comunista, mas não esclarece que na verdade Zagallo cedeu à vontade do Presidente Médici e convocou o Dario. A dúvida do corte pairava sobre Edu, Paulo César e Dirceu Lopes. Infelizmente sobrou para o Príncipe. Mas ele poderia ter sido convocado em 1974 e não me lembro porque não foi. Foram Rivelino, Ademir da Guia, Leivinha e Carpegiani. Não foram Pelé, Tostão,Dario e Dirceu Lopes.

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