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EVARISTO DE MACEDO – 90 ANOS – MESTRE NO FUTEBOL E NA VIDA

22 / junho / 2023

Rio de Janeiro, 22 de junho de 2023.

Em 22 de junho de 1933, na casa 57 da rua ABATIRÁ, Engenho Novo, Rio de Janeiro, nas mãos de uma parteira, nascia EVARISTO DE MACEDO, hoje fazendo 90 anos de idade.

O velho é um cara de hábitos simples, muito discreto e nunca foi chegado a holofotes. Por isso, as comemorações serão em casa, com a família, pensando em Chamaco, seu amado filho falecido em março. Mas pra falar de Evaristo, nada melhor do que relembrarmos a sua intensa, bonita e emocionante história, facilmente encontrada no Google:

Bom aluno, estudou nos colégios Felisberto de Menezes e Granbery, sempre se destacando nas competições de futebol. Nas peladas de rua, nem se fala. Como jogador, muito cedo, aos 16 anos, iniciou no Madureira, o famoso tricolor do subúrbio carioca, onde um dia foi apenas acompanhar o teste de um amigo. Faltou gente no treino e ele completou o time reserva. Resultado: o amigo voltou e ele ficou. Foi convocado às Olimpíadas de Helsinki–Finlândia (1952) e logo depois foi contratado pelo Flamengo onde se transformou em um de seus maiores ídolos até hoje. Na época, era aspirante a Tenente do exército (CPOR). Na Gávea, primeira passagem, ficou de 1953 a 1957, sagrando-se tricampeão carioca. Na Seleção Brasileira principal, juntamente com seu Mestre Zizinho e outros craques, jogou as eliminatórias de 1957 classificando o Brasil para a copa de 1958 no Chile. Há mais de 60 anos mantém o recorde de gols (5) em um único jogo oficial da Seleção Brasileira contra a Colômbia. Com o passe livre nas mãos, e em grande transação para a época, foi para o Barcelona logo após as eliminatórias, o que inviabilizou a sua permanência na Seleção Brasileira e a participação no grupo que conquistou a Copa do Mundo de 1958. O Barcelona não o liberou, uma vez que a Espanha não se classificou para a Copa, dando-se sequência ao campeonato espanhol. Das terras espanholas torcia por seus ex-companheiros. No Barcelona foi astro, craque e sempre artilheiro, dividindo prestígio com nada mais nada menos que Ladislau Kubala, a seu ver o maior ídolo de todos os tempos do time catalão. Jogou e fez gol na inauguração do Camp Nou, um dos estádios de futebol mais importantes e famosos do mundo. Ao fim de 5 temporadas, e de muitas conquistas e glórias, se transferiu para o poderoso Real Madrid. Agora, ao lado de Di Stefano, Puskas e Cia, ajudou o clube merengue a conquistar títulos importantes. Na Espanha foi tetra campeão espanhol e conquistou duas Copas da UEFA, hoje a famosa Champions League. No modelo atual da competição foi duas vezes vice (61 Barça e 63 Real), conquistas que bateram na trave. Em 1963 queriam que se naturalizasse espanhol, mas essa não foi a sua vontade o que antecipou a sua volta ao Brasil, recusando propostas de clubes europeus. No retorno ao Brasil, veio para o Flamengo onde jogou até 1966, pendurando as chuteiras naquele ano. Jogador disciplinado, ganhou o prêmio Belfort Duarte. Como Professor de Educação Física pela UFRJ e com grande experiência nos campos de futebol, pôde exercer com maestria a carreira de treinador de 1967 a 2005, aprendendo com os grandes treinadores que teve. Iniciou no América/RJ, ficando quase 40 anos à beira dos gramados, tomando sol, chuva, gritando e se esgoelando! Mas fazia o que mais amava. Passou por diversos clubes do Brasil (em alguns por mais de uma vez). Trabalhou no Nordeste nos queridos Bahia e Santa Cruz, tendo salários iguais aos dos treinadores de grandes centros e conquistando muitos títulos que se orgulha em falar, em especial o Brasileiro de 88 pelo ECBahia e o Fita Azul pelo Santa Cruz. Dirigiu seleções nacionais (Brasil, Qatar e Iraque). Foi às Olimpíadas, a Torneios Internacionais e a Copas do Mundo. Recusou alguns convites de grandes clubes e de seleções do exterior. Chegou à Seleção Brasileira em 1985, mas não se dobrou a interesses empresariais e publicitários. Onde não foi bem semeou o terreno para conquistas futuras. Ajudou muitos profissionais, alguns hoje bem famosos. Costuma dizer que não se arrepende de nada, nada mesmo, pois nunca violou ou contrariou seus princípios, caráter, ideias e temperamento. De forte personalidade, algumas vezes teve que “sair no braço” para se impor. Sempre foi autoritário e exigente com a disciplina e o respeito. Apesar disso, manteve seu espírito boleiro, gozador e brincalhão que até hoje rende boas gargalhadas e histórias e “causos” narrados por ex-jogadores e jornalistas. Foi o mesmo por onde passou e ao longo da extensa carreira sempre esteve trabalhando, sinal de que o caminho percorrido foi certo, apesar de alguns obstáculos. Costumava dizer que “se tivesse o dom de ensinar futebol faria isso para meus filhos”. Mas orientava seus jogadores, às vezes demonstrando e fazendo com perfeição. Dizia também que “não mais vivo do futebol e sim para o futebol” e que “somente vou parar quando ninguém mais me quiser”. Isso não aconteceu. Parou apenas porque seus joelhos já não mais aguentavam o sacrifício. Insistia em participar das atividades com seus jogadores nos famosos rachões. Teimoso como sempre! Aposentou-se em 2006, ainda com propostas de trabalho, inclusive de fora do país! Faltou-lhe conquistar um grande título como técnico do Flamengo, mas se conforma: “sempre fui chamado para resolver crises e apagar incêndios”. Assim, entre a carreira de jogador e a de treinador foram 60 anos de dedicação ao futebol! Muitas conquistas e vitórias, e muitas derrotas, também! Muitos acertos e muitos erros, também! Muitas alegrias e muitas decepções, também! Muitas amizades e poucas inimizades, também! É claro que ao longo de 60 anos na mesma profissão muita coisa aconteceu. Mas o saldo é extremamente positivo e isso se constata facilmente quando se vê que até hoje é respeitado e reverenciado por onde quer que passe. Não há qualquer dúvida de que dignificou a classe de jogadores e de treinadores. Dentro e fora do Brasil. Na Espanha, como jogador, abriu portas. No Oriente Médio, como treinador, também o fez. A sua passagem pelo Qatar foi uma marca para aquele país, mas sempre diz que “sem a colaboração de outros brasileiros nada teria conseguido”. A pedido do Emir do Qatar, Sheik Hamad, até com o famigerado “Sadam Hussem” e filhos, no Iraque, trabalhou e foi respeitado. Isso na Copa do Mundo de 1986, no México. Dizia: “Nunca achei que seria o melhor, mas sempre lutei e me dediquei para estar entre os melhores, e isso consegui em toda a minha vida no futebol.”

Esse é Mestre Evaristo, o Eva, que fez gols em Conselheiro Galvão, Maracanã, Camp Nou e Santiago Bernabeu e no Confiança e Curupaiti, pelo clube dos 18, seu time de peladas do Grajaú!

Mas isso tudo é conhecido do mundo do futebol. Basta fazer uma breve pesquisa na internet e saberemos quem foi Evaristo de Macedo, filho de Evaristo e Luiza (saudosos), irmão de Naísa (saudosa), casado há 66 anos com sua amada Norma, pai de Chamaco (saudoso), Pepe e Pitusa, avô de Luizinho, Anninha, Dudu e Rennan, bisavô de Maria Augusta, Gabriel e Maria Izabel que vem aí. Sem esquecer de Terezinha, Renato, Carlos, Fernanda, Marcela, Bruna e Sushi, o fiel cãozinho.

Como chefe de sua família, EVA continua em campo, sendo um GRANDE CAMPEÃO!

AGORA O NOSSO NONAGENÁRIO CAMPEÃO!
Parabéns MESTRE, somos o seu time da vida!

Sua Família!

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3 Comentários

  1. Jeronimo Jordão de Andrade

    Parabéns e felicidades, mestre Evaristo de Macedo.

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  2. Antonio Pelosi

    Evaristo, meu adversário nos Juvenís, meu companheiro na Seleção carioca de Juvenís, seleção Pré-olímpica e quando nos reencontramos no Flamengo como seu médico. Ainda estou vivo aos 91 anos e tentando escrever ” Da Gávea ao Ninho do urubú” Parabéns, saúde.

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  3. Tadeu cunha

    Ótimo artigo sobre um dos pilares de nosso futebol,mestre Evaristo exemplo a essas novas gerações.

    Responder

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