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EU, O CRUZEIRO VELHO, O FUTEBOL E A SAUDADE

20 / fevereiro / 2017

por Claudio Lovato


Estou morando no Cruzeiro Velho, depois de dois meses e meio alojado na Asa Norte. O Cruzeiro Velho é o “bairro dos cariocas” aqui em Brasília. É onde se instalaram quando vieram participar da construção da nova capital federal.

Para mim, gaúcho morador do Rio durante 20 anos, esse será um fator de peso para que eu logo passe a me sentir em casa.   

Eu chamo o Cruzeiro Velho de “bairro”, e ainda vou chamar assim por algum tempo, por mais que o pessoal que está aqui de longa data insista em me dizer que o Cruzeiro é a “cidade-satélite mais próxima do Plano Piloto”, e não um bairro.  

O Cruzeiro Velho é uma mistura de Copacabana sem praia com a Tijuca sem a Praça Saenz Peña e sem o Curso Oxford. Digo isso para os amigos do Rio. Para os amigos de Porto Alegre digo que é um mistura do Bom Fim com a Cidade Baixa, o que dá quase no mesmo.


No domingão, meu segundo dia oficialmente instalado na casa do Cruzeiro Velho, fui ao quiosque “De bobeira”. Vi Fluminense 4 x 0 Bangu. Vi o começo do clássico Flamengo x Botafogo, no Engenhão. A galera foi chegando devagarzinho, e o assunto era um só.

Estou sozinho em Brasília. A família chegará em breve. Que assim seja. Ô!

Na TV do quiosque, o canal Premiere seguia emitindo doses maciças de emoção. Meu irmão Rogério Nunes me dizia pelo WhatsApp que o tiro estava comendo do lado de fora do Engenhão. Falei para ele ficar esperto, se cuidar e mandar a garotada do FutRio ficar esperta.

Terminei minha última cerveja vendo o Flamengo em cima e o Botafogo acuado. Fui.

Minha casa fica perto do quiosque. Cheguei e me recostei numa das duas únicas cadeiras de plástico disponíveis, compradas no Walmart, e puxei o pôster do “Correio Braziliense”, edição de 8 de dezembro, com a foto de página dupla do meu Grêmio pentacampeão da Copa do Brasil. A final contra o Galo foi o primeiro jogo do meu tricolor que assisti na condição de morador do DF.


Mandei mensagem para a patroa. Ela me diz que está tudo bem na nossa casa (praticamente ex-casa), lá em Floripa; tudo bem com ela e com os nossos filhotes, confirmando a informação que ela já havia me dado algumas poucas horas antes, por telefone…  

A saudade é uma faca cega que insiste em te cortar em fatias finas.

Floripa, Cruzeiro Velho, Engenhão, todo mundo tocando a bola pra frente.

Fui me deitar agradecendo ao futebol, que vai dando o seu jeito de contribuir para a minha salvação, mais uma vez. 

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