:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::
A demissão do técnico Rogério Micale, do Paraná, lanterna do Brasileiro, só mostra como os professores conseguem enganar tanta gente, principalmente a imprensa, que vive passando a mão na cabeça de todos eles. Micale foi campeão olímpico em 2016, mas ainda não disse a que veio. Ou seja, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Aliás, o Micale chupou laranja com quem? Kkkkkkkk!
A saída de Jorginho do Vasco foi mais um desses casos. Reclamou do clube, mas não pensou duas vezes antes de abandonar o Ceará quando foi chamado pelo time da Colina. Vale lembrar que ele ficou apenas duas semanas no Vozão.
A verdade é que eles não se preocupam muito, porque no fundo continuam ganhando o salário deles. Saem de um clube e na semana seguinte estão em outro. E alguns clubes os demitem e os chamam de volta como um alternativa de sanar antigas dívidas.
Prestem atenção nessa lista das danças das cadeiras para vocês verem se o ranzinza aqui está errado: para assumir a vaga de Micale no Paraná, o mais cotado é Claudinei Oliveira, que pediu demissão do Sport no último domingo. O rubro-negro, por sua vez, anunciou Eduardo Baptista, demitido do Coritiba há quatro dias e que já passou por Sport, Palmeiras etc. Fernando Diniz durou 21 jogos no Atlético-PR, com sete empates e nove derrotas. Adilson Baptista foi anunciado como novo técnico do América-MG após a saída de Ricardo Drubscky. Cuca foi o escolhido do Santos para assumir o lugar de Jair Ventura. Demitido pelo Palmeiras no fim de julho, Roger Machado deu lugar a Felipão. Gilson Kleina foi chutado da Chapecoense e já escolheram Guto Ferreira, ex-técnico do Bahia. Marcos Paquetá durou apenas cinco jogos no Botafogo e já foi substituído por Zé Ricardo.
Por falar no Botafogo, já esqueceram que o Alberto Valentim estava no clube e não pensou duas vezes antes de deixar os jogadores na mão quando surgiu uma proposta da Arábia? O mesmo caminho foi trilhado por Fábio Carille, que levou o Corinthians ao título brasileiro do ano passado e agora comanda o Al Wehda, enquanto a equipe paulista ocupa atualmente a sétima posição do Brasileiro.
É mais do mesmo, por isso nosso futebol vive esse marasmo. A verdade é que, assim como os jogadores, os técnicos não têm mais compromisso e identificação nenhuma com os clubes. Grande parte deles não está nem aí porque sabem que, se foram mandados embora hoje, amanhã estarão empregados.
Não temos que ficar com pena deles porque foram eles que criaram esse círculo vicioso, então eles que se virem para sair dessa teia. Mas o que mais me irrita nessa história é olhar todos os programas esportivos e ver que os jornalistas não culpam os técnicos e vivem passando a mão na cabeça do Tite, como se fosse o último biscoito do pacote.
Para mim, me perdoem, mas a data de validade desse biscoito já venceu faz tempo.