Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Israel Cayo Campos

A IRRITANTE OBRIGAÇÃO DE DIZER O ÓBVIO

por Israel Cayo Campos


“Se a raça humana sobreviveu até hoje, foi graças a sua ineficiência.” Bertrand Russell. 

É complicado construir um texto sobre algo que me parece óbvio condenar, e se para mim parece óbvio, consequentemente presumo que para todas as sociedades humanas! Entretanto, o racismo e a xenofobia são temas que cada vez mais crescem no mundo inteiro. E consequentemente no futebol! Afinal, jogadores, torcedores e dirigentes não vieram da Lua (frase usada pelo mestre Saldanha) e por isso mesmo são uma parte dessa sociedade cada vez mais corrompida e doentia em que vivemos! 

O caso mais recente ocorreu na rodada do final de semana (dias 09 e 10 de novembro) do possante campeonato ucraniano. Os brasileiros Taison e Dentinho, jogadores do Shakhtar Donetsk sofreram ofensas racistas por parte da torcida do seu arquirrival, o Dynamo de Kiev no clássico disputado entre as duas equipes na casa do Dynamo. 

Taison, já no limite do que um ser humano pode aguentar, chutou a bola contra a torcida do Dynamo e estirou o dedo do meio em riste para a mesma. Acabou sendo expulso de campo! Os dois brasileiros deixaram o estádio em prantos. Na Ucrânia, ninguém parece ter achado nada demais. Afinal, as vítimas foram punidas! 

Franklin Foer em seu famoso livro “Como o futebol explica o mundo” de 2005, conta em seu capítulo intitulado “Os negros dos Cárpatos”, o como incomodam jogadores de pele negra não só os torcedores adversários na Ucrânia. Como também os jogadores dos próprios clubes que contratam esses jogadores! 

Ou seja, não há nada de novo! Talvez o que ocorra é uma potencialização de tais situações devido ao avanço das comunicações e das redes sociais! O que é um papel importante delas. 

Situações como essas vamos cansar de contar na história do futebol brasileiro e mundial: Dos uruguaios bicampeões olímpicos, Do pó de arroz do Fluminense, da luta do Vasco da Gama contra a federação carioca que não queria inserir negros no futebol, passando pela história de Barbosa e os goleiros negros, dos argentinos e uruguaios e suas piadas sobre os brasileiros serem “macaquitos”, do regime nazista e fascista no futebol, dos torcedores europeus imitando som de macacos, de torcedores brasileiros também tendo a mesma atitude para jogadores negros de nosso país… São tantas histórias que simplesmente se cada uma fosse narrada em detalhes dariam um livro de crônicas sobre o racismo no esporte. 

Vale lembrar, que associado ao racismo, as últimas décadas trazem um fenômeno intitulado xenofobia, que nada mais é do que a aversão de um povo nativo, a aquele que passa a conviver consigo em seu território! 

A França multiétnica do “Branco, Negro e Árabe”, que todos aplaudem na vitória, é o maior exemplo desse processo! Principalmente quando o país não vai bem em Copas do Mundo! Os ataques sempre sobram para a parte negra e árabe desse conceito multiétnico! Infelizmente só vemos as notícias boas de determinados locais! E nos alienamos achando que esses são os locais mais democráticos e respeitosos do planeta! 

Aqui já tivemos situações similares, nos anos 1990, vimos um ídolo de um clube ofender os nordestinos com alegações jocosas como “Um paraíba veio nos prejudicar na Paraíba”, sendo que o jogo nem era apitado por um paraibano, nem disputado no estado da Paraíba. Acho que todos sabem de quem estou falando! 

Um dos maiores gênios da humanidade, o renomado físico e astrônomo Carl Sagan entendia que a territorialidade existente nos esportes, era um mecanismo do homem primitivo. Que assim como seus primos genéticos, os chimpanzés, os seres humanos eram dotados de um forte senso territorial, e o esporte era uma forma de extravasar esse senso diante das “tribos inimigas”. 

Com certeza, uma explicação de caráter científico respeitável, mas que descarta o fato que mesmo dotados de tamanha “animalidade”, ainda possuímos a capacidade de refletir sobre nossas atitudes! 

Mas se formos enunciar cada um dos casos de racismo e xenofobia referentes apenas aos últimos 20 anos, dá para fazer um livro, ou até uma coletânea de crônicas. Vamos nos ater a um recorte menor, o ano de 2019! Que ainda não acabou, mas que já passou dos limites no tocante a racismo e xenofobia nos gramados mundiais! 

Separamos cinco casos importantes no Brasil e no exterior:

01 – Balotelli: O maior exemplo de quando racismo e xenofobia se unem! 


Balotelli é um atacante que dispensa apresentações. Quase veio atuar com a camisa do Flamengo este ano. Já figurou pelos grandes clubes da Itália, foi artilheiro, já defendeu a Seleção de seu país, mas parece nunca ter entrado na “goela” dos torcedores italianos. Principalmente aqueles conhecidos como ultras! 

Vale lembrar, que desde os anos 1990, ouvíamos jogadores como Cafú, Marcos Assunção, Aldair e Emerson da Roma, sofrerem injurias raciais na Itália! Principalmente dos torcedores da Lazio. Time que talvez tenha dentre as grandes ligas do planeta, a torcida mais racista! Mas voltemos ao Balotelli. 

Em jogo disputado contra o Verona, pelo campeonato italiano, já no limite de ouvir insultos racistas do adversário, o jogador do Bréscia pegou a bola em campo e chutou contra a torcida, ameaçando sair de campo caso aqueles xingamentos não fossem encerrados! 

Convencido a ficar em campo pelos jogadores aliados e adversários, ainda marcou um gol no jogo. Mas a federação italiana sequer se pronunciou sobre o fato! 

Filho adotivo de italianos, mas com raízes ganesas, Balotelli representa o racismo que a sua pele demonstra aos olhos de qualquer um, mas também a não aceitação por parte dos torcedores de que um estrangeiro possa ser bem-sucedido no país da Bota! Inclusive sendo a esperança de gols daqueles torcedores quando vestia a camisa da Esquadra Azzurra!

Como a fase já não é a do grande centroavante que fora há alguns anos, todos os ataques xenófobos a origem do jogador passa a surgir. Como se o mesmo fosse responsável pelo péssimo momento que a seleção italiana vem tendo! Seja com jogadores nativos, ou naturalizados! 

02 – Malcom e o Zenit:


Ex-jogador do Corinthians, com boa passagem por Bordeaux da França o brasileiro que estava no time do Barcelona, mas não foi muito aproveitado na temporada passada, foi vendido ao Zenit São Petersburgo da Rússia. 

Vale lembrar que o clube situado em uma das mais belas cidades russas não aceitava jogadores negros em seu esquete até o início desse século! Tendo que engolir jogadores estrangeiros, principalmente os de origens africanas, após perder a hegemonia de títulos para times que não tinham essa política! 

Vindo por 40 milhões de euros, em seu primeiro jogo já sofreu ataques por alas mais radicais da torcida do Zenit. Até um manifesto foi assinado para que ele deixasse o clube. Para que as tradições do time de São Petersburgo fossem mantidas! E por incrível que pareça, os diretores do time resolveram minimizar tais declarações da torcida! Como se elas não fossem nada demais! É bem provável que já em janeiro, com apenas seis meses de clube, e vindo a um preço tão alto, Malcom já seja negociado! 

03 – Bulgária e Inglaterra: As lamentáveis cenas dos torcedores.


Jogo em Sófia, os Ingleses golearam a fraca seleção búlgara por seis a zero em jogo válido pelas eliminatórias da Euro 2020! Mas o que chamou atenção foram os torcedores búlgaros, que além de xingarem jogadores negros ingleses de “macacos”, também passaram a fazer gestos nazistas em ataque aos ingleses! Vale lembrar que durante a Segunda Grande Guerra, os búlgaros foram aliados da Alemanha hitlerista, e consequentemente inimigos dos ingleses! 

O jogo foi interrompido duas vezes, e o juiz ameaçou encerrar a partida faltando quatro minutos para o fim do jogo! O zagueiro inglês Mings, foi o mais atacado! Mas os próprios jogadores ingleses decidiram permanecer até o final, mostrando dentro de campo, assim como seus compatriotas mostraram durante o maior conflito armado da história, quem eram os melhores e quem estavam com a razão! 

A Inglaterra se classificou, a Bulgária está praticamente fora, e a discussão foi parar entre os primeiros ministros de ambos os países tendo a UEFA como intermediadora, e lavando as mãos sobre o caso.

Apenas a cabeça do presidente da federação búlgara rolou…, mas nada mais aconteceu no tocante a medidas severas! 

04 – De volta a Itália, quando o seu próprio torcedor justifica o racismo do adversário! 

O jogo é entre Cagliari e Internazionale pelo campeonato italiano. Os torcedores do clube da Sardenha passam a ofender com cânticos racistas, o jogador da Inter, o Belga com raízes congolesas, Lukaku! A Itália está um caso sério! Mas isso não foi o pior! 

O pior foi os torcedores organizados da Inter, defenderem os torcedores do Cagliari em detrimento de seu próprio jogador! Sim, os torcedores da Inter defenderam o racismo contra seu próprio jogador alegando que na Itália atitudes racistas eram apenas para desestabilizar o adversário!

Seria patético se não fosse trágico!

Mas como tudo tem uma intenção, é óbvio que um torcedor que justifica uma atitude desse nível contra seu próprio clube, é porque quer ter o direito a agir da mesma forma com jogadores de outros clubes adversários! 

É a deturpação das palavras de Voltaire. Para esses ultras, eu defendo o direito de meu adversário ser racista com os jogadores do meu time, porque eu quero ter o direito de ser racista com os jogadores de outrem! 

E enquanto isso, a federação italiana de futebol, quando muito, aplica multas irrisórias para esses torcedores! 

05 – Também há no Brasil… 


Se formos citar casos recentes de racismo ocorridos no Brasil, fora os lembrados na introdução, ainda teríamos vários: O caso da torcida do Grêmio contra o então goleiro do Santos Aranha. “O planeta dos macacos”, forma pejorativa e racista com a qual a torcida do Grêmio se referia a torcida do Inter. O caso Grafite x Desabato. Danilo do Palmeiras que xingou Manoel, a época no Atlético Paranaense de Macaco e ainda cuspiu nele! O falecido capitão do tri Carlos Alberto Torres que também chamou em alto e bom som o juiz Paulo César de Oliveira de macaco. O caso Tinga e tantos outros… 

Mas como o recorte é o ano de 2019, vamos a uma bem recente, um dito torcedor do Atlético Mineiro contra os seguranças do estádio Mineirão. No último dia 10 de novembro. 

Revoltado com a atuação dos seguranças, um torcedor do clube Atlético Mineiro xinga o trabalhador de todos palavrões e em seguida dispara para o mesmo: Olha a sua cor? O segurança não se acovardou e começou a chamar o torcedor do Galo de racista. O mínimo, mas que não adiantou nada em mais uma injúria racial em nosso país.

Vale ao menos salientar a bela postura do Clube Atlético Mineiro em condenar a atitude de seu torcedor, e oferecer a justiça qualquer prova que seja necessária para que ele responda pelo crime cometido. 

O guerreiro de fim de semana (música da banda Iron Maiden que fala dos valentões dos estádios de futebol, mas que durante a semana se comportam como cidadãos de bem),  agora vai dizer que estava com a cabeça quente, que não é racista, que não queria ofender ninguém com uma injúria racial! Vai chorar, pedir perdão, é sempre assim… 

Conclusão:

O racismo no mundo todo, associado a xenofobia encontrou nos estádios de futebol uns de seus últimos redutos. Um local onde por trás de outras pessoas escondidas atrás de coros enormes, podem manifestar todo o atraso intelectual que possuem! 

E por mais que seja uma atitude condenável em qualquer cultura, enquanto os nacionalismos existirem, o racismo e ataques xenofóbicos serão justificados por idealismos de um mundo que já não existe mais, a não ser nesses redutos de incoerência. 

Ou seja, esperar que a federação ucraniana vá fazer algo realmente grave ao Dynamo de Kiev pelos torcedores que possui é puro devaneio! Assim como esperar que a Federação Russa puna o Zenit por seus torcedores aceitarem jogadores negros! Ou que a federação italiana puna os clubes do próprio torneio que montou é puro conto de fadas! Essas federações não vão estragar seus próprios campeonatos!  

Os principais responsáveis por atitudes que vão acabar com o racismo nos gramados são as grandes instituições continentais, tais como a UEFA e CONMEBOL, que pouco parecem querer resolver algo, e a FIFA.

Essa última que adora fazer vídeos, e programas contra o racismo no mundo, mas que na hora que encara o problema de frente, simplesmente ignora os fatos! Multinhas e perca de mando de um ou dois jogos de nada adiantam! 

É só lembrar o que a UEFA fez a alguns anos com o Hooliganismo inglês. Tirou todos os clubes de suas competições internacionais até que o problema foi resolvido. E foi! Tirar pontos dos clubes! Eliminá-los de competições de projeção mundial, multas severas aos clubes. Tais atitudes podem ser bem mais úteis do que um vídeo onde um jogador branco dá a mão a um jogador negro! 

Chega de racismo e xenofobia, sejam elas dentro ou fora de campo! Que o futebol pare de ser estragado por esse tipo de pessoas. Que elas voltam a idade média, cronologia que vos pertencem. Infelizmente, sendo realista, essa batalha ainda está muito longe de chegar ao seu final! Mas havemos de vencer!  

 

 

O REI DE TURIM

por Israel Cayo Campos


O dia 9 de novembro é mais do que especial para os torcedores da Juventus de Turim. É o aniversário daquele que eles mesmos dizem ser o maior jogador da história da Velha Senhora, Alessandro Del Piero. 

O garoto técnico, rápido e goleador começou sua carreira pelo pequeno Padova, mas chamou atenção do técnico Giovanni Trapattoni. E logo em seu terceiro ano como profissional, chegou ao maior time da Itália como uma promessa, que iria se cumprir! 

Ótimo cobrador de faltas (foram 53 gols oficiais na carreira), “Ale” já era titular da Juventus em 1994 sob o comando de Marcelo Lippi. Tão jovem e já um dos principais nomes do maior time do país, Del Piero chamou atenção do técnico da Esquadra Azzurra Cesare Maldini. Já em 1995 ele era jogador frequente nas convocações da seleção de seu país. 

Com a saída de Roberto Baggio para o Milan na janela de transferências de 1995, outro sonho de Del Piero se realizava, vestir a camisa 10 da Juventus. A mesma camisa que antes fora usada por Roberto e pelo ídolo francês Michel Platini. E parece que o número deu sorte. Logo na temporada 95/96, Del Piero foi o principal nome da Juventus que conquistou em cima do Ajax o título da Champions League. Ale foi eleito o melhor jogador da competição! 

Contudo, se sua carreira estava em ascensão na Juve, que ainda em 1996 ganhara a Supercopa da UEFA e o Mundial de Clubes sobre o River Plate, ambos os títulos com gols decisivos de Del Piero, a seleção italiana que defendeu na Eurocopa de 1996 fora um fiasco, sequer passando da primeira fase da competição. 

Em 1997, “Ale” teve uma ótima temporada, conquistando seu segundo scudetto com a Juventus, além de levar o time a final da Champions League pelo segundo ano consecutivo. Só que dessa vez vindo de lesão, mesmo marcando um gol na final, Del Piero não conseguiu levar a Juventus ao título, ficando com o vice-campeonato para o Borussia Dortmund, que jogaria o Mundial Interclubes daquele ano contra o Cruzeiro de Minas Gerais. Mas no final, o saldo era mais uma vez positivo. Del Piero aquela altura já fizera os torcedores da Juventus esquecerem Robbie Baggio, e muitos até de Michel Platini. Que para muitos era o maior jogador da Juve em todos os tempos! 


No ano seguinte, Del Piero, também notabilizado por ser um ótimo assistente recebeu a companhia de Zinedine Zidane. Com isso passou a jogar com menos obrigações táticas, como um segundo atacante, e com isso sua média de gols cresceu ainda mais, sendo artilheiro do time e campeão do campeonato italiano e artilheiro máximo da Champions de 1998 com 11 gols. Mas infelizmente, mais uma vez a Juventus ficaria com o vice do torneio continental, dessa vez perdendo a final pelo placar mínimo para o Real Madrid, que enfrentaria o Vasco no Mundial Interclubes daquele ano! 

Além da derrota, a final contra o Real Madrid lhe trouxe uma contusão que o fez ir a Copa do Mundo da França fora de suas condições técnicas ideais. Com isso passou a maior parte do tempo no banco de Roberto Baggio, e quando entrou, mesmo sendo uma das principais expectativas do torneio, não correspondeu. 

Os anos seguintes foram de poucos gols, muitas lesões e muitas críticas por parte da imprensa ao seu futebol. Dada as duas derrotas em finais de Champions seguidas, e a péssima atuação com a Seleção Italiana no Mundial de 1998, “Delpi” começou a ser visto como um jogador pipoqueiro em jogos grandes, principalmente finais! Não é só a imprensa brasileira que gosta de rotular seus atletas! 

Em 2000, Del Piero tinha uma nova chance de calar seus críticos. Recuperado das lesões e cada vez mais livre de obrigações táticas, ele fora convocado para a Euro daquele ano, compondo uma das mais fortes seleções italianas dos últimos 20 anos. 

A Itália fez uma boa campanha chegando até a final, mas o estigma do vice novamente pegou Del Piero e os demais, perdendo o título para os franceses (que eram atuais campeões do mundo!) de virada, com direito a “gol de ouro” de David Trezeguét. Apesar do bom futebol desempenhado no torneio, “Delpi” continuou sendo a “bola da vez” para seus críticos. 

Em 2002, já com Trezeguét ao seu lado, Del Piero recuperou seu bom futebol e conquistou mais um título italiano. Dessa vez um ponto a frente da Roma de Francesco Totti. Sempre com muitas assistências, dribles desconcertantes e belos gols. Quando chegara a hora da Seleção italiana disputar o mundial de 2002, no Japão e na Coréia do Sul, havia um clamor popular para que Totti e Del Piero jogassem juntos no time titular da Azzurra. 

Todavia, o técnico Trapattoni, aquele mesmo que trouxe Del Piero para a Juventus do Padova, acreditava que ambos ocupavam o mesmo espaço no campo, e só um dos dois jogadores poderia ser titular. 

Sua escolha foi por Totti, que assim como o restante de sua equipe, acabou fazendo uma Copa do Mundo irregular. Sendo a Itália eliminada nas oitavas de final para os anfitriões Sul-coreanos! Com direito a expulsão de Totti e erros de arbitragem esdrúxulos!  


Del Piero teve apenas uma participação importante naquela Copa do Mundo, o gol sofrido de cabeça, que deu o empate contra o México e acabou por evitar um vexame ainda maior, a eliminação italiana na fase de grupos daquela Copa! 

No ano seguinte, mais um Scudetto para a Juventus tendo Del Piero como protagonista, mas novamente o time chegava a uma final de Liga dos Campeões e perdia! Dessa vez para o arquirrival Milan. Numa disputa de pênaltis onde se destacou o goleiro brasileiro Dida, que defendia o time vermelho e preto! 

Se a Juventus e Del Piero eram soberanos dentro da Itália, quando o assunto eram torneios continentais, apesar de “Delpi” ter conquistado um, a partida final virou um fantasma em sua carreira, e imprensa se aproveitava desses insucessos para usar o atacante como bode expiatório! 

Após um 2004 ruim, Fábio Capello assumiu a Juventus, trouxe o sueco Ibrahimovic, e passou a colocar Del Piero como um jogador de Segundo tempo. A tática deu certo, com Del Piero fazendo grandes atuações mesmo com menos minutos de partidas, e conquistando os campeonatos italianos de 2005 e 2006. Quando novamente, Del Piero era chamado para uma Copa do Mundo, sua terceira na carreira, que dessa vez seria disputada na Alemanha! 

Lippi, que havia sido seu técnico anterior na Juventus acabou fazendo igual a Capello, e utilizando Del Piero como um décimo segundo jogador. Graças ao forte sistema defensivo da Esquadra Azzurra, aquela Itália chegou as semifinais contra os alemães, onde em um dos jogos mais emocionantes daquele torneio, Fábio Grosso e Del Piero marcaram na prorrogação, o gol de “Ale” foi um dos mais belos do torneio. 


Na final contra a França, que fora algoz dos italianos no fim do século XX, a Itália teve um jogo tenso, empatado em um a um, e enfim vencido em uma disputa de pênaltis por 5 a 3. Com direito a Del Piero convertendo uma das cobranças. A Itália conquistava o tetracampeonato mundial depois de 24 anos e a sombra do vice para Del Piero em competições eliminatórias enfim desaparecia! Mesmo não sendo titular absoluto, o agora camisa 7 da Itália entrava para o panteão dos maiores jogadores italianos de todos os tempos! 

2006 ainda trouxe a Del Piero o gol 185 com a camisa da Juve, superando Boniperti, e se tornando o maior artilheiro da história do clube! Mas nem tudo foram flores naquele ano. Com escândalos de manipulação de resultados, a Juventus, mesmo campeã foi rebaixada a segunda divisão do Calcio. Com isso, a maioria das estrelas do clube saíram. Alguns para rivais diretos! Mas Del Piero resolveu ficar. E no ano seguinte, mesmo começando o torneio com nove pontos a menos, comandou a “Velha Senhora” ao acesso. Sendo o artilheiro da série B com 20 gols. Uma prova de amor ao clube que os torcedores de Turim jamais esquecerão! 

Os anos seguintes foram de vacas magras para a Juventus no tocante a títulos, a hegemonia agora era da Internazionale. Mas Del Piero, bem mais velho continuava a fazer grandes apresentações! 

Em 2012, a Juventus anunciava que seria a última temporada de Del Piero com a camisa do clube. Que já não vencia nada desde 2006. Mas naquela temporada de despedida Del Piero fez seu máximo e a Juventus quebrou o tabu vencendo após um jejum de seis anos mais um campeonato italiano. Em seu último jogo, a faixa de capitão, o erguimento da taça, e a sugestão de aposentadoria da camisa 10. Que o próprio Del Piero recusou que ocorresse! 


Era o coroamento do maior jogador da história da Juventus! O reconhecimento a um jogador que esteve com seu clube do coração, seguindo à risca as falas de um sacerdote no casamento: Na saúde e na doença! Realmente, a simbiose entre Del Piero e Juventus foi um casamento! 

Após sua saída da Juve, Alessandro Del Piero ainda passou, e bem! Em clubes da Austrália e Índia. Fora especulado em clubes brasileiros como Palmeiras e Flamengo, mas não há como dissociar a figura do camisa 10 com a Velha Senhora de Turim. 

Foram 705 jogos, 290 gols, e cerca de duzentas assistências com a camisa do clube de coração! Recordes difíceis de serem batidos! 

Em questão de títulos, foram oito campeonatos italianos, fora uma série B. Uma Copa da Itália, uma Liga dos Campeões, um mundial de Clubes e várias Supercopas… Além é claro da Copa do Mundo da FIFA de 2006 pela seleção italiana! 

Del Piero defendeu a Juventus por 19 anos. Feliz aniversário, REI DE TURIM! 

 

“EU SOU O ETERNO VICE CAMPEÃO”

por Israel Cayo Campos


 A frase do título é uma citação feita por Ademir Menezes em uma entrevista onde desabafa sua frustração por só ser lembrado pela derrota na Copa do Mundo de 1950.

Obviamente, uma grande mágoa assolava o coração do pernambucano que fora ídolo do Sport Clube do Recife e do Vasco da Gama. Onde várias vezes se sagrou campeão.

Na Seleção brasileira também fora vencedor… Da Copa Roca em 1945, do Sulamericano, atual Copa América de 1949, e dos jogos Pan-americanos de 1952.

Mas não adianta, mesmo com um curriculum invejável a qualquer camisa nove, o “Queixada” acabou ficando marcado a ferro e fogo pelo fatídico Maracanazzo.

Mas se a história de Ademir “Queixada” se mistura com o vice-campeonato do Brasil em 1950. Que ao menos fique a homenagem ao grande mundial feito por esse matador!

Até hoje, nenhum jogador brasileiro conseguiu marcar nove gols em apenas uma Copa do Mundo! E como forma de homenageá-lo no dia de seu aniversário (08 de novembro de 1922), vamos destrinchar seus belos gols no torneio que para o bem ou para o mal, o colocou no hall dos maiores atacantes brasileiros de todos os tempos.

Com certeza se tivesse vencido aquela Copa, Ademir hoje seria comparado a Vavá, Romário e Ronaldo. Infelizmente a história é contada pelos vencedores, mas o interlocutor que vos escreve entra em contradição, pois para mim Ademir Menezes sempre deve ser lembrado como um vencedor!

Dois primeiros gols:

No dia 24 de junho, estreia brasileira contra o México, Ademir marcou um belo gol de cabeça aos 30 minutos de jogo que abriu a contagem para os brasileiros, e jogando com a camisa oito, ainda fechou o caixão mexicano aos 34 do segundo tempo com outro belo gol. O Brasil estreava com um imponente quatro a zero no ainda Estádio Municipal do Rio de Janeiro.

Terceiro gol:

Após passar em branco contra a Suíça no empate por dois tentos a dois no dia 28 de junho. Ademir volta a marcar contra os Iugoslavos no Maracanã. Não eram nem quatro minutos de jogo quando o atacante da Seleção que ainda se vestia de branco com detalhes azuis deixou a sua marca como um autêntico camisa nove. Praticamente dentro da pequena área recebendo um belo passe de Zizinho.

O “mestre Ziza”, que estreava naquele mundial no jogo contra a Iugoslávia por estar se recuperando de uma lesão, acabou dando números finais a partida! Com essa vitória sobre a seleção dos Balcãs, o Brasil se classificava rumo a fase final do torneio!

Do gol quatro ao número sete:  


Dia nove de julho de 1950, o Brasil iria enfrentar a Suécia. Que apesar de ser nossa freguesa histórica em Copas do Mundo, a época havia eliminado na fase de grupos a então atual bicampeã mundial Itália.

Mas isso parece não ter intimidado Ademir, que novamente no Maracanã desfilou seu talento…

Logo aos 17, já vestindo a camisa nove, o nosso homenageado recebe passe de Jair e da entrada da área e manda um “petardo” seco e rasteiro no canto direito do goleiro, era o início do show.

Aos 36, o segundo gol da Seleção brasileira e de Ademir na partida. Mais uma vez com um belo passe de Jair, dessa vez um “balãozinho” sobre o defensor sueco Nordahl, o Queixada recebeu a bola na marca do pênalti e com um toquinho tirou qualquer chance de defesa do goleiro. Belíssimo tento.

Um minuto depois, Ademir deu o passe para que Chico marcasse o terceiro gol brasileiro!

Aos sete da segunda etapa, o quarto gol do Brasil. Terceiro de Ademir. Mais uma vez, como um Romário dos anos 1940/50, dentro da grande área o nosso atacante chuta de maneira “despretensiosa” e acaba contando com uma falha do arqueiro sueco. A bola morre lentamente no canto esquerdo do mesmo. A torcida em polvorosa delira no Maracanã!

Mas cinco minutos após o quarto gol do Brasil, um endiabrado Ademir anota também seu quarto gol na partida! Em mais um passe na medida de Jair Rosa Pinto, O “Queixada” entra na pequena área pelas costas do zagueiro Nordahl (como sofreu o Nordahl nesse dia!), driblou o goleiro e ao estilo Ronaldo fenômeno em seu auge entrou com bola e tudo! Era o quinto gol brasileiro!

Andersson diminuiria para os suecos, Maneca e Chico (pela segunda vez), ampliariam para o Brasil. Era o fim de uma goleada histórica. Um chocolate brasileiro por sete a um. Um chocolate de Ademir Menezes!

Gol oito (polêmico) e gol nove:

No dia 13 de julho o Brasil se preparava para enfrentar a Espanha pela segunda rodada do quadrangular final do quarto mundial da FIFA.

Logo aos 15, assim como algo supersticioso, Ademir marcava o primeiro gol do jogo, seu oitavo no torneio! O curioso é que sempre que Ademir marcou o primeiro gol do jogo, o Brasil saiu com a vitória naquela Copa do Mundo!

Contudo, há uma polemica nesse gol. Ademir entrou pela esquerda da grande área e chutou forte. A bola desviou no zagueiro espanhol Parra, e entrou! Os narradores de rádio da época informavam que havia sido um gol contra espanhol, mas na súmula, o tento foi dado ao nosso artilheiro. Que na modesta opinião do interlocutor, realmente mereceu que o gol lhe pertencesse! Sendo o desvio de Parra insuficiente para que se fosse considerado um gol contra! A polêmica ficou, mas para a história do futebol, era mais um gol de Ademir Menezes na Copa de 1950.


Quando o jogo já estava quatro a zero para os brasileiros, Ademir deixou sua marca novamente. Aos doze da etapa final, Zizinho dá um belo lançamento para nosso homenageado, que marca mais um belo gol na pequena área. Era o nono gol de Ademir no torneio! Ao som de um Maracanã com mais de cem mil pessoas a entoar “Touradas de Madri”. Marchinha carnavalesca de Braguinha e Alberto Ribeiro…

“Eu fui às touradas em Madri/ E quase não volto mais aqui/ Pra ver Peri beijar Ceci. / Eu conheci uma espanhola /Natural da Catalunha; /Queria que eu tocasse castanhola /E pegasse touro à unha. /Caramba! Caracoles! Sou do samba, /Não me amoles. /Pro Brasil eu vou fugir! /Isto é conversa mole para boi dormir!” entoavam em coro uníssono os torcedores brasileiros.

O jogo terminou seis a um para os brasileiros. Ademir era ovacionado em campo! E preferimos parar por aqui! Até porque a história do nosso Ademir Queixada, o artilheiro máximo da Copa de 1950, com gols que deixariam os grandes centroavantes da época da TV em cores com inveja, merece um desfecho positivo.

Obrigado Ademir Menezes pelas alegrias proporcionadas ao povo brasileiro em 1950. Pois se em qualquer esporte só um vence, devem ser valorizadas as alegrias que cada partida proporciona. E como o “Queixada” as proporcionou naquele ano ao povo brasileiro no ainda Estádio Municipal do Rio de Janeiro! O primeiro goleador do Maracanã!

BEM MAIS DO QUE TRÊS PÊNALTIS PERDIDOS EM UM JOGO SÓ

por Israel Cayo Campos


“O que finalmente eu mais sei sobre a moral e as obrigações do homem devo ao futebol…” 

A frase, embora nunca comprovada, é atribuída ao Prêmio Nobel de literatura franco-argelino Albert Camus. O que se sabe é que Camus era fã de futebol, e que a frase, seja dele ou não, se encaixa perfeitamente com Martin Palermo, que hoje completa 46 anos. 

Palermo ficou famoso aqui no Brasil na Copa América do Paraguai, em 1999, após um jogo contra a Colômbia onde o argentino conseguiu a façanha, até onde sei inédita, de perder três penalidades máximas em tempo normal. 

Curiosamente, com um chute para fora, um na trave e outro defendido pelo goleiro colombiano. 

Mas o garoto nascido em La Plata, e que teve o início de sua carreira no possante Estudiantes, de sua cidade natal, foi muito mais do que essa fatídica partida, pelo Boca Juniors, clube pelo qual se destacou, é o maior artilheiro da história do clube. São 235 gols com a camisa do time de Buenos Aires, superando a lenda dos anos 1930, Roberto Cherro. 

Palermo chegou ao Boca Juniors em 1997, a pedido de nada mais nada menos que Dom Diego Armando Maradona. E não decepcionou com a camisa gigante de “La Bombonera”, conquistando dois títulos argentinos em três anos, e sendo artilheiro da equipe nessas conquistas, em 1997 e 1999. 

Em 2000, o auge. Dois gols na final do Mundial contra o poderoso Real Madrid, eleito o melhor jogador em campo, e o título do campeonato mundial de clubes daquele ano. Eu sei, os corintianos vão discordar! 

Longe de ser um primor técnico, a raça e o faro de gol o tornaram ídolo da torcida, o que em um futebol já globalizado, fez com que clubes da Europa logo se interessassem por seu futebol. Entre 2001 e 2004, perambulou por clubes espanhóis como Villarreal, Real Bétis e Alavés sem muito destaque. Era hora de voltar ao seu grande amor, em 2004 estava de volta ao Boca Juniors. 


Em sua volta, fez times brasileiros sofrerem. O Internacional na Sulamericana de 2004, O São Paulo na Recopa Sul-americana de 2006, e o Grêmio na final da Copa Libertadores de 2007. Ao lado da lenda Riquelme, esteve na fase mais vencedora do Boca Juniors. 

Em 2010, teve uma nova chance na seleção albiceleste. Maradona, então técnico da Argentina o convocou para a Copa do Mundo, onde marcou até um gol contra a Grécia, mas teve uma atuação discreta na Copa do Mundo da África do Sul. Um ano depois, em 2011, encerrava a carreira no seu “Boca” de coração. 

Apesar das chacotas que viveu pelo jogo já citado contra a Colômbia, Palermo teve uma carreira de muitos gols e títulos.

Se ele não entra como um dos maiores camisas nove da seleção argentina, marcou apenas nove gols pelo seu país, ser o maior artilheiro da história do maior time da América do Sul o coloca em um patamar de jogador respeitado. Sem contar os títulos: Seis campeonatos argentinos, duas Copas Libertadores (2000 e 2007), duas Copas Sulamericanas, três Recopas e um Mundial de Clubes em 2000.

Martin é o exemplo vivo da frase de Camus. A moral o tornou um jogador caneludo, principalmente para os brasileiros, mas as obrigações o tornaram um goleador respeitado e multicampeão, apesar das limitações técnicas que de fato possuía! Palermo é a metáfora perfeita de como o futebol imita a vida, ou seria o contrário?

De qualquer forma, parabéns, Palermo, pela sua vitoriosa carreira em mais uma primavera completa. Por mais que para o mundo você seja o homem dos três penais perdidos em um jogo, para torcida Boca, você sempre terá um espaço reservado no coração xeneize como um dos maiores ídolos do clube! E ser ídolo de um clube como o Boca Juniors, uma das mais apaixonadas do mundo, é um motivo para se orgulhar, com toda certeza!

NATURALIZAÇÃO OU ESCULHAMBAÇÃO?

por Israel Cayo Campos


Para o futebol, esse negócio de naturalização virou uma esculhambação! 

Daqui a pouco teremos Brasil Verde Amarelo x Brasil naturalizado chinês. 

A FIFA tem que impor uma regra nisso. Mas se omite!

Pelo menos se até os seus avós nasceram em um país, faz sentido! Agora, só porque o cara passou cinco anos em uma determinada nação já pode ser chamado a defendê-la? Aí perdeu a lógica! 

Perde-se também o total sentido do duelo entre países. Afinal, algumas seleções só tem os torcedores como nascidos naquele solo? 

Acabem logo com a Copa do Mundo. Que sentido há em uma competições entre nações se as seleções são transnacionais?

Tem jogador que nem o idioma do país sabe, mas joga pela Seleção. Duvido que Elkeson e Ricardo Goulart falem chinês fluente… Pera lá…

Aí o pessoal vai falar da França em 2018. Que ganhou com muitos africanos.

Primeiro que a França não é exemplo de nada em questões sociais! Vide o que anda fazendo com seus imigrantes!

Segundo que todos os 23 jogadores que ganharam a Copa do Mundo ou nasceram ou tem pais ou avós que lá viveram. O que faz sentido! Há uma raíz que liga determinado jogador ao território. Ligação essa que não custou um contrato caro das federações com seus jogadores naturalizados!

Se pensarmos dessa forma Pelé não poderia jogar pelo Brasil, mas por algum país de matriz africana, por exemplo. O que discuto não é poder se naturalizar. Mas que tal situação tenha um sentido, que não seja o financeiro! 

O que não dá é um cara que joga 3, 4 ou 5 anos num país, mesmo sem ter nem um tataravô nascido lá, defender as cores de um povo que não é o dele! Até porque nas primeiras férias 99.9% desses naturalizados vão a suas terras matrizes! 

Ou alguém acha que o maranhense Elkeson tem raízes chinesas? Isso é transformar as seleções nacionais em clubes, que contratam quem “lhes dão” na telha! Tudo isso virou um grande balcão de negócios! 

Que façamos seleções continentais então! Pois as multinacionais já disputam torneios e jogos eliminatórios a todo tempo! 

Do jeito que o futebol brasileiro anda mal das pernas, vamos ter um campeão nascido no Brasil antes que o próprio Brasil seja campeão do mundo novamente! 

Como ocorreu nos anos 1930, com o ex-corintiano Anfilogino Guarisi, o “Filó”, campeão do mundo com a Itália em 1934. 24 anos antes do Brasil conquistar seu primeiro título mundial em 1958! 

Naquele período, o jogador podia defender até três países em jogos oficiais, como o caso de Di Stéfano! Ou seja, o cara se naturalizava por ser muito bom de bola!

Hoje, o “cara” e seus empresários percebem que a concorrência em uma posição é muito alta e aí procuram naturalizar seus atletas em outros países que possuem carências nesse mesmo espaço do campo. Claro, por uma boa verba! Ou seja. Inverteu o papel. O cara é ruim de bola para sua seleção e aí se naturaliza! 

Virou um comércio que faz não existir o menor sentido a existência de jogos entre países. Pois o senso de nacionalidade já não existe mais!