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Goleiro

MINHA PASSAGEM PELO VASCO

por Nielsen Elias (@nielsen_elias)


Muitos não sabem, mas eu vesti a camisa do Vasco e a história bem curiosa da minha passagem pelo clube vocês vão saber agora! 

Depois de deixar o Fluminense, assinei com o Flamengo por dois anos e tudo ia muito bem até a chegada de um supervisor que eu havia me desentendido alguns anos antes no tricolor. Novamente tive problemas com ele, dessa vez no rubro-negro, meu contrato acabou e o passe ficou preso no clube.

Foi aí que veio o convite do Botafogo para treinar em General Severiano. Comandado por Paulo Amaral, o alvinegro contava com três goleiros, mas Zé Carlos sofreu um acidente e teve que abreviar a carreira, Luiz Carlos havia acabado de subir da base e Paulo Sérgio era o titular.

Por conta da minha experiência, fui contratado para ser sombra do Paulo por seis meses. Apesar de estar há quase dois anos sem jogar, estava treinando forte até que a oportunidade surgiu. Um dia antes do clássico contra o Vasco, Paulo Sérgio sofreu uma lesão e eu fui escalado às pressas.

O cenário era o pior possível: longo tempo sem atuar, um adversário fortíssimo com Dinamite, Pintinho, PC Caju e cia. e, para completar, uma forte chuva castigava o gramado do Maracanã. Mesmo com tanta adversidade, tive uma atuação de gala, com destaque nos principais jornais no dia seguinte, apesar da derrota.


Nielsen e Schumacher

Logo depois disso, meu contrato acabou e fiquei com meu passe na mão. Para manter a forma, costumava correr com meu amigo Doval nas Paineiras. Em uma dessas atividades, encontrei o time do Vasco treinando por lá também e, durante aquele papo de boleiro, o saudoso prepador Hélio Vigio me perguntou qual era a minha situação.

Expliquei cada detalhe e ele levantou a possibilidade da minha participação em uma excursão que o clube estava prestes a iniciar na Europa. A brecha se deu porque Mazzaropi teria que cumprir suspensão e não poderia viajar por conta de uma confusão que ocorreu na excursão anterior.

Iniciei os treinos no Vasco, fiz alguns amistosos e acabei ganhando a confiança do clube. O curioso é que abri a cabeça às vésperas da viagem ao me chocar com a trave, mas peguei o avião no sacrifício mesmo. Fomos disputar o Troféu Joan Gamper, em Barcelona, e enfrentamos os timaços do Barcelona e do Colônia, que era a base da seleção alemã. Tive a oportunidade de conhecer o goleiro Schumacher e, além de tirar uma foto com ele, ainda fui presenteado com seu par de luvas.

Durante quase 30 dias de viagem, passamos ainda por Iugoslávia e Portugal, acumulando muitas histórias. Dividi o quarto da concentração com o lendário locutor Cezar Rizzo, algo impossível de se imaginar nos tempos atuais, sentei na poltrona cativa do Dinamite no ônibus sem saber e muito mais!

Foi uma passagem curta, mas inesquecível!

Quem se lembrava dessa?

Instagram: @nielsen_elias

A APOSTA

por Valdir Appel


O campeonato paranaense de 1978 poderia ser decidido nos pênaltis e Manga apostou com Evangelino da Costa Neves, presidente do Coritiba, seu clube, 100 dólares para cada pênalti que ele defendesse contra o arqui-rival Atlético Paranaense. E, realmente, a decisão foi para as cobranças de penalidades.

Enquanto os técnicos decidiam quem iria bater os pênaltis, Manga sentou-se ao lado da baliza e pediu ao massagista aplicação de gelo num dos joelhos, que aparentemente estava machucado. Após enfaixá-lo, foi para o gol. Talvez, seduzidos pelo joelho envolto num pano, os jogadores do Furacão insistiram em cobrar daquele lado e erraram três cobranças. Duas, Manga defendeu; e uma foi para fora.

No dia seguinte, o presidente entregou 200 dólares ao goleiro, que reclamou:


– Son trecentos, pressidente!

– Como trezentos, se você defendeu dois?!

– Pressidente, mira acá! Manguita non defendió porque la pelota se fue para fuera. Son trecentas platitas!

O TESOURO DO MAIOR ÍDOLO TRICOLOR

Como bons museólogos, adoramos acervos. Fotos antigas, jornais amarelados, faixas, bolas, camisas, tudo isso nos fascina. Sendo material de um personagem lendário do futebol brasileiro então, o encanto se multiplica. Foi com toda essa expectativa e emoção que Carlos Roberto e Shirley, filhos do goleiro Castilho, nos mostraram o acervo precioso de um dos maiores ídolos do Fluminense e permitiram que a equipe do Museu desse um trato no material.

Apesar de já termos feito alguns, bate sempre aquele frio na barriga como se fosse a primeira vez. Imediatamente ligamos para Chris Lee, da Loja Manufatura, que topou mais uma vez o desafio e, como de costume, fez milagre com o acervo, com digitalização, restauração, higienização e encadernamento em tempo recorde! Feito isso, o lugar e a ocasião para a entrega não poderiam ser mais nobres. Marcamos presença no dia em que o Fluminense inaugurou a placa com o novo nome do seu CT, Centro de Treinamento Carlos José Castilho, uma homenagem mais do que justa a quem abriu mão de um dedo para continuar defendendo as cores do clube.

– Tínhamos a obrigação de fazer isso. Não tem nenhum cunho política, é respeito à memória. É o maior jogador da história do Flu! – disse o presidente Mário Bittencourt.

Visivelmente emocionados, os filhos agradeceram o carinho do clube:

– Passado tanto tempo, ele continua sendo referência para todos dentro do clube. Um grande profissional que tomou atitudes radicais! – lembrou Carlos Roberto.

Para fechar o encontro com chave de ouro, devolvemos o acervo em perfeito estado à dupla, que já reservou um cantinho especial para guardá-lo com carinho!

Viva o Castilho! Viva a memória do fuebol!!

BEM DITO SEJA O GOLEIRO (VAL ZECA)


Dizia o poeta maldito 

É o goleiro onde pisa 

nem grama nasce 

por mais que o gol 

ele fechasse

Seu time é derrotado 

Haveria sempre alguém 

Que o culpasse

Haja vista nosso Barbosa 

Debaixo do três paus 

O negão não era prosa 

Defensor nato 

Ganhou muitos 

Campeonatos

Numa única derrota 

Que causa estranheza 

Sem a proteção de sua defesa 

Num tiro cara cara 

De frente com a nobreza

Morreu como culpado 

Levando contigo sua tristeza

Mas sua vingança veio a tona 

Taffarel pegando pênalti na final

Dá pra ver nosso Barbosa 

Pular de felicidade do Céu

Marcos que virou santo 

Com belas defesas para 

Nosso encanto 

Dida mandava o batedor 

Até escolher o canto 

Quando abria sua asas 

Parecia um gavião 

Estes e tantos outros 

Que fecharam o gol 

Da nossa gloriosa seleção 

Eis aqui a minha singela 

Homenagem aos grandes 

Guerreiros que nos trouxeram 

Muitas felicidades 

Por isso grito em verso 

E prosa em forma de 

Agradecimento e gratidão 

Estes grandes campeões

O GOLEIRO DO CENTENÁRIO

Ser goleiro do Flamengo já é uma pressão imensurável, mas defender a meta rubro-negra no centenário do clube é uma responsabilidade e tanta! Por isso, a equipe do Museu quis saber mais sobre a história de Emerson, o camisa 1 daquela equipe que teve o ataque dos sonhos, mas não deslanchou.

Para quem não se lembra, a diretoria conseguiu reunir Sávio, Romário e Edmundo e a expectativa era gigantesca no ano em que o clube completava 100 anos!

– Os olhos do Brasil inteiro estavam voltados para cá! Apesar de não conquistar grandes resultados, foi uma grande experiência atuar naquele time! A pressão era muito grande!

Cria do Grêmio, Emerson atuou no Tricolor dos 8 aos 23 anos até ser negociado com o Flamengo em uma troca que envolveu também Paulo Nunes, Magno e o zagueiro Agnaldo. No Rubro-Negro, logo assumiu a titularidade e foi campeão da Taça Guanabara. Contudo, perdeu espaço e pouco atuou nos dois anos em que defendeu o clube.

À procura de novos desafios, rodou por América-RJ, Ituano e Bragantino até voltar ao Sul. Dessa vez, para vestir a camisa do Juventude e entrar para a história do clube.

– Vencemos a Copa do Brasil de 99 contra o Botafogo no Maracanã. É, até hoje, o maior título da história do Juventude e o último grande público do Maracanã! – orgulha-se o goleiro.

Se fazer parte da história da Juventude já não era o bastante, o arqueiro foi contratado pelo Bahia e não demorou para cair nas graças da torcida. Permaneceu no clube de 2000 a 2005 e é, até hoje, o goleiro que mais vestiu a camisa do Tricolor!

Ao ser perguntado sobre seu maior momento no Nordeste, Emerson não teve dúvidas:

– Em 2001, fui Bola de Prata e foi o último grande ano do Bahia. Fomos campeões baianos, do nordeste e terminamos em oitavo lugar no Campeonato Brasileiro!

Vale lembrar que, na época, o futebol nacional contava com grandes goleiros, como Júlio César, Rogério Ceni, Dida e Marcos! É ou não é para se orgulhar do feito?

Após pendurar as luvas, Emerson já realizou diversas atividades, mas todas elas relacionadas ao futebol:

– Minha vida é o esporte! – confessou.

Assista ao vídeo acima e confira a resenha completa!