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RESENHA NO VILA


Ernesto Paulo na seleção principal (Foto: Celso Unzelte)

Durante a festa do Vila Isabel, encontramos Ernesto Paulo e Ney Pereira, grandes amigos e lendas do futebol de salão, que relembraram histórias bacanas dos áureos tempos do esporte!

Vale destacar que Ney Pereira e Ernesto Paulo são multicampeões no esporte. Enquanto o primeiro já foi treinador da seleção brasileira de futsal, o segundo teve a oportunidade de treinar a seleção brasileira de futebol em 1991, quando assumiu o comando de forma interina.

Além disso, Ernesto foi o treinador que comandou o Flamengo na primeira conquista da Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 1990, no time liderado por Djalminha, Júnior Baiano, Marcelinho Carioca e Paulo Nunes.


Ney Pereira na seleção brasileira de futsal (Foto: Luciano Bergamaschi/CBFS)

PARABÉNS, REAL!

No dia do aniversário de 115 anos do Real Madrid, o Museu da Pelada presenteia os amantes do bom futebol com 100 pinturas de uma das maiores equipes do mundo! Zinedine Zidane, David Beckham, Luís Figo, Raúl González, Ronaldo Fenômeno, Seedorf, Roberto Carlos, Cristiano Ronaldo são apenas alguns dos craques que fizeram bonito ao balançar a rede dos adversários.

OS ASTROS DE EVARISTO

por Sergio Pugliese


Bandeiras do Grajaú Tênis Clube

Em respeito à morte de Dauquir Assunção Nunes Gomes, o Dr. Dauquir, craque do 18, as bandeiras do Grajaú Tênis Clube estão a meio-pau. Relembramos, então, um texto bacana sobre o timaço do 18, fundado por Evaristo de Macedo, Dr. Alfredo Bocão e Nilton Parafita em 1966.

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Na resenha, o genial Evaristo de Macedo foi devastador.

– Joguei no Barcelona com Ladislau Kubala, no Real Madrid com Alfredo Di Stéfano e Puskás, e na seleção brasileira com Garrincha e Nilton Santos. Encerrei no 18, do Curupaiti, com Zeca Diabo e Tião Búfalo. Ninguém merece!

A galera desabou de rir! Evaristo de Macedo é assim, ácido e divertido, ranzinza e amável. Mas ele pode tudo! Levou o nome do Brasil aos cinco cantos do mundo, barbarizou em gramados europeus e conseguiu o improvável: ser endeusado pelos fanáticos torcedores dos maiores rivais da Espanha. Nesse quesito, zero briga, catalães e merengues assumiam-se Evaristo F.C.!

– Vou falar o quê? O homem jogava muito mesmo – resignou-se Zeca Diabo, no encontro organizado pelos antigos parceiros de pelada em homenagem ao mestre.

Criado no Grajaú, Evaristo participava de rachas no Grajaú Tênis Clube e no Confiança, em Vila Isabel. Carreira meteórica, em 1950 começou no Madureira, dois anos depois transferiu-se para o Flamengo e de cara conquistou o tricampeonato carioca 53/54/55.

– Ele ganhou uma infinidade de títulos, tabelou com grandes craques mas sabe que no 18 só tinha fera – defendeu-se Tião Búfalo, consagrado técnico de futebol de salão e comentarista esportivo.

Evaristo concordou, mas não perdeu a chance de provocar o amigo, lateral direito ofensivo, e lembrou quando ele avançou até a linha de fundo, cruzou mas a zaga rebateu. Evaristo irritou-se e gritou “errou, agora volta!”. E o fôlego? Campo de onze, Tiãozinho já passava dos 40, a solução foi pegar emprestada a bicicleta de um torcedor e “voar” atrás do pontinha. A galera esbaldou-se. São centenas de histórias! O 18, em homenagem a Seu João 18, garçom do Grajaú Tênis, foi fundado em 1966 por Dr. Alfredo Bocão, Nilton Parafita e Evaristo, um ano após ter encerrado a carreira no exterior e papado mais um tricampeonato, 63/64/65, esse pelo Real Madrid.

– O Evaristo inaugurou o Camp Nou, em Barcelona, mas divertia-se da mesma forma jogando no Confiança e depois no Curupaiti, em Jacarepaguá – garantiu Betinho Carqueija, estrela da companhia.

Sem dúvida, ele divertia-se, mas aborrecia-se também. Betinho contou que numa partida contra o Americano, do Méier, Evaristo, cansado de apanhar do zagueiro Pelé, levou o brucutu ao chão após uma disputa pelo alto e enquanto aplicava-lhe uma gravata desafiava: “Se quer me bater, aproveita agora”. O árbitro, Seu Leleu, fez vista grossa. Parar Evaristo, mesmo veterano, não era tarefa das mais fáceis. Marinho Picorelli, centroavante arisco do 18, confirmou a valentia do craque e divertiu-se ao lembrar uma frase repetida por ele nas resenhas: “Depois que consigo entrar na área com a bola não saio de lá de jeito nenhum”. Na rodinha de amigos e familiares, Picorelli também recordou a bronca que levou de Evaristo após errar um passe: “Tem que chegar no pé, craque não corre”.

– Esse conselho, o Marinho, por se achar craque, levou ao pé da letra e até hoje joga paradão – provocou Sergio Sapo, outro craque do 18 junto com os goleiros Nivaldo e Reginaldo, Ivo, Valdir, Edson, da seleção olímpica, Jadson, Jairzinho da Rosa Pinto, Ercílio, Zulmar, Doutor Dauquir, Tarcis, Iran, Luís Antônio e Ney Pereira, atual técnico da seleção brasileira de futsal.

Na beirinha dos 80 anos, Evaristo estava cercado de carinho! Os filhos Pepe e Chamaco, os netos Luisinho e Dudu, a mulher Norma e bons amigos, boleiros do Grajaú e da cervejada no Bar do Fernando! Ê tempo bom!!! Feliz da vida, ouviu sobre os golaços de Picorelli e as antecipações precisas de Betinho Carqueija. Ali, seus 103 gols pelo Flamengo misturavam-se aos outros tantos marcados no Confiança. Se participou da inauguração do Camp Nou, fundou o 18!!! Se conquistou pelo Barcelona dois campeonatos espanhóis e três UEFAS, que nos perdoem Di Stéfano e Puskás, mas ele também registrou seu nome no mural da fama do Curupaiti, ao lado de Zeca Diabo e Tião Búfalo.


Betinho Carqueija, Tião Búfalo, o saudoso Zeca Diabo, Evaristo de Macedo e Marinho Picorelli.

Texto publicado originalmente na coluna A Pelada Como Ela É, no dia 7 de agosto de 2015.

ZICO, A ‘FLOR COM CHEIRO DE GOL’

por André Felipe de Lima


Nesta sexta-feira, dia 3, é aniversário do Zico, o maior dentre todos os grandes ídolos do Olimpo Rubro-negro. Zico era a magia, a arte que tanto amamos no futebol. Zico era capaz de fazer da bola uma “flor com cheiro de gol”, como escreveu o cronista e botafoguense Armando Nogueira.

Zico foi mesmo um craque capaz de despertar a admiração e o respeito de torcedores de clubes rivais. “(…) quando você fazia uma das suas e chutava aquelas bolas que tocavam na rede e batiam em cheio em nossos corações. Em compensação, nós, que tanto amamos nossos clubes quanto o futebol, estaremos com as nossas tardes de domingo mais pobres. E, aí, veja que ironia, teremos saudades de você”, escreveu o vascaíno Sérgio Cabral, jornalista e escritor, quando Zico abandonou o futebol.


E o que dizer sobre o tricolor Nelson Rodrigues, para quem Zico “Foi o maior jogador do mundo”? Zico é um herói do futebol brasileiro acima de qualquer paixão clubística.

Parabéns, Galinho, pelo seu aniversário e obrigado por ter tornado mais alegre o nosso futebol e, especialmente para a torcida do Flamengo. Com os gols do Zico, mais felizes eram as tardes de domingo no Maracanã.

ASSISTA ALGUNS VÍDEOS SOBRE O ZICO:

OUÇA A NARRAÇÃO DE GOLS HISTÓRICOS DO ZICO, NAS VOZES DE WALDIR AMARAL, JORGE CURI E JOSÉ CARLOS ARAÚJO: http://migre.me/oQpvN

 

 

ENTORTADOR DE CORPOS

por Serginho 5Bocas


Na minha época de menino, quis ser goleiro e ponta esquerda, posições logo abandonadas, a primeira por uma bolada que literalmente amassou e inchou meu dedo dentro da luva e a segunda por influência decisiva de meu pai, que dizia que jogar de ponta esquerda era furada, pois ficava perto da linha lateral e do treinador e na hora de substituir era sempre o sacrificado. Sábio seu Domingos, meu pai, que Deus o tenha em ótimo lugar.

Lenda ou verdade, naquele tempo ainda havia a figura do ponta esquerda e entre os melhores que vi jogar se destacam: Joãozinho, do Cruzeiro, João Paulo, do Santos, Zé Sergio, do São Paulo, Edér, do Atletico Mineiro e o Júlio César (Julinho) “Uri Geller”, o entortador de corpos do Flamengo.

Julinho era o ponta nato, partia para dentro e queria o drible em todas, fez muito sucesso no Flamengo de 1979 e 80. Era uma verdadeira atração nas excursões a Europa, os gringos ficavam doidos, pena não ter vídeos para comprovar, eu só tenho a narração do Garotinho da Rádio Nacional para testemunhar suas peripécias e o Jornal dos Sports para ampliar as diabruras.


Em 79 estava escangalhando os beques e a sua convocação através de Coutinho não demorou. Lembro que a manchete do Jornal dos Sports dizia que seria Julinho e mais 10, sem nenhum exagero, tal era a sua boa fase. No Rio, a torcida do Mengão mal podia esperar para vê-lo em ação com a amarelinha, mas veio uma contusão que não sarava e Julinho perdeu a sorte e o bonde da felicidade.

Perdeu o bonde da seleção, pois Coutinho foi substituído por Telê, que não era muito fã de dribladores, mas ainda deu tempo do craque ser campeão brasileiro de 1980 pelo Mengão. Depois foi negociado ao Talheres da Argentina.


Zico e Uri Geller aniversariam juntos

Na Argentina arrebentou. Foi considerado o melhor jogador do campeonato argentino naquele ano, superando inclusive o astro Maradona, e chegou a ser convidado a se naturalizar por Menoti, mas não aconteceu.

Carreira “curta” e de muitas porradas duras no campo e fora dele, mas prefiro ficar com as lembranças dos jogos nos torneios europeus de verão que curtia em meu inseparável radinho de pilha, dos jogos do Brasileiro de 80, dos dribles no lateral Márcio, do Atlético-MG, no amistoso das chuvas em 79 com a companhia real do Pelé, do drible de cinema em Uchoa, do América-RJ, dos inúmeros dribles em Orlando Lélé, entre outras lembranças maravilhosas.

O cara era a alegria do povo, foi uma das minhas maiores alegrias e inspirações de moleque e pena que vi pouco, deixou saudade boa.

Cansei de rezar literalmente para a bola ir para o lado dele no campo, só para ver o que ele faria com o lateral (qualquer um) do outro time. Sinceramente, não me lembro de nenhum lateral que tenha tido vida boa naqueles curtos dois anos de alegria.

Julinho pode não ter sido tudo que eu acreditava que ele era naquela época, não sei se foi uma “Chuva de verão”, um erro de julgamento de uma criança em seus 10, 11 anos, mas sei que fez parte decisivamente do meu imaginário, e das minha melhores lembranças de futebol arte. Foi meu herói e minha alegria nos campos de pelada, foi botão preferido (ao lado do Zico) na mesa verde e inspiração para partir pra dentro dos adversários nas peladas. Pena que foi tão efêmero…

PARABÉNS, JULINHO!