Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Geral

TIME GRANDE OUTRA VEZ

por Zé Roberto Padilha

Existem coisas no futebol que estão acima de uma vaga na Taça Libertadores da América. E você só percebe quando tem um filho botafoguense dentro de casa. Nenhum título ou classificação, para qualquer competição, foi mais importante do que o Guilherme descobrir este ano, não através da história, da memória, que o Botafogo é, de fato, um grande time do futebol brasileiro.


Não é fácil para um torcedor do presente, como ele, ficar sabendo pelo Baú do Esporte quem foi Garrincha. Que Gerson, então, foi uma covardia. Jairzinho parecia, com seus gols e velocidade, não sair da boca do túnel do Maracanã. Mas de um filme de ficção científica. E ele ter que pagar o ingresso para assistir seu time com Bill, com todo o respeito, no comando do ataque. Com a camisa do Roberto. E que foi do Quarentinha.

Seus irmãos são Flamengo. O pai tricolor. Só a mãe, por solidariedade, lhe acompanhava em seguidos martírios. E em cada título da dupla Fla x Flu, que não foram poucos nos últimos anos, saía alguém aqui de casa para as concorridas carreatas. Em 2010, quando venceu o carioca, saiu pelas ruas querendo a sua também. E cadê aquela gente? Desmobilizados, talvez céticos, não se organizaram. Daí liguei para o Emerson, o Décio, o Armindinho, quem mais conhecia. E ela saiu tarde. E vazia.


Este ano foi diferente. Guilherme, com orgulho, deixou a cidade para ver seu time brilhar na Taça Libertadores da América. E fez mais do que bonito. Foi bem no Estadual e no Brasileirão, mas foi vencido apenas pelo cansaço de disputar quatro difíceis competições. Com um elenco de qualidade, porém reduzido, não tinha peças à altura de reposições. Só ele mesmo, o cansaço, foi capaz de deter a trajetória da bela equipe comandada por Jair Ventura.

Saber escalar seu time de cor e salteado, meu filho nunca soube. Trocava-se de técnico e jogadores como trocavam de posição no fim da tabela para não serem rebaixados. Hoje, qualquer torcedor brasileiro sabe o nome destes heróis que fizeram Guilherme abrir um sorriso que, pensei um dia, o futebol nunca lhe concederia no tempo presente. Seja bem-vindo, Botafogo, ao lugar que você sempre ocupou na história do futebol brasileiro. E no coração do meu filho.

ANDRÉ DE NASSAU

por Zé Roberto Padilha


Aprendeu-se a liberdade, combatendo em Guararapes, entre flechas e tacapes facas, fuzis e canhões, brasileiros irmanados…..

Era assim que eu e meu irmão, Flávio, devolvíamos, com um samba de Martinho da Vila, as boas vindas que os meninos guias de Olinda nos davam por suas ladeiras. Assim recebiam todos os turistas. E jogadores de futebol.

Sem senhores, sem senzalas, e a Senhora dos Prazeres transformando pedra em bala, bom Nassau já foi embora, fez-se a revolução…..

O Santa Cruz Futebol Clube fez uma revolução em nossas vidas fluminenses e cariocas. O peixe vinha encomendado cedo aos jangadeiros. E a água de coco era paga por mês, fresquinha no quiosque da orla em frente ao nosso prédio. E o ar puro de Boa Viagem inflava nossos pulmões. E o carinho da torcida coral inflava nossos corações.

E a festa da Pitomba é a reconstituição, jangadas ao mar, pra buscar lagosta e levar pra festa em Jaboatão….

E a cada festa domingo no Arruda tinha o Nunes. Apelidado de “João Danado”, invadia áreas, derrubava retrancas com tiros certeiros e cabeçadas precisas. Era um fenômeno que surgia dentro de campo. E fora dele tinha a aura do nosso zagueiro Lula Pereira. A cara e a alma daquela gente querida e pernambucana.


Vamos preparar, lindos mamulengos, para comemorar a libertação…

As bolinhas iam surgindo na tela. Náutico e o Santa Cruz já haviam sido abatidos. Rebaixados para a terceira divisão. Só restava o Sport a impedir que toda aquela bonita história não desaparecesse como os holandeses. A esperança do futebol brasileiro de não perder uma das suas maiores referências culturais, artísticas e desportivas. O Frevo de Givanildo. O Maracatu de Ramon. E o carisma do Biro-Biro.

Cirandeiro, cirandeiro ó a pedra do seu anel brilha mais do que o sol…

Daí Diego Souza ganha a jogada e alça a bola sobre a área. E André de Nassau a transforma em bala. E afunda a nau campeã. A história do futebol brasileiro não permitiria a ausência daquele povo guerreiro na sua principal competição. E ao apagar das luzes fez-se a libertação. Seja bem-vindo Sport. Sejam bem-vindos nossos torcedores de uma Recife amada e querida.

DEZESSEIS NO CINEFOOT

Temos muito orgulho da parceria que formamos com o CINEfoot. Nesses dois anos de Museu, tivemos, por duas vezes, a honra de participar ativamente do festival de cinema de futebol liderado pela fera Antonio Leal.

Se no ano passado recebemos a “Honraria Futebol Arte” como a mais brilhante iniciativa no campo cultural em defesa da identidade e promoção dos valores mais preciosos do futebol genuinamente praticados nos campos e fora das quatro linhas, em 2017, na oitava edição do CINEfoot, tivemos a oportunidade de apresentar o “Dezesseis”, um vídeo sobre Adílio e Mendonça.

Vale destacar que é o número da edição do festival que determina os homenageados e, por isso, a oitava edição relembrou os grandes camisas 8 do futebol brasileiro. Presente no evento, o craque Adílio subiu ao palco para agradecer a homenagem e, logo em seguida, assistiu ao vídeo emocionante.

Além de travarem grandes duelos por Flamengo e Botafogo, respectivamente, Adílio e Mendonça honraram a camisa 8 e comandavam o meio-campo, sempre de cabeça erguida, como manda o figurino.

Todo e qualquer tipo de homenagem a essas feras continua sendo pouco por todas as alegrias que eles nos proporcionaram!

Viva o CINEfoot e viva os donos do meio-campo!

O TEMPO, O ÍDOLO E O ESCUDO

por Claudio Lovato


Em 1983 eu estava no Olímpico com o meu velho e um dos meus irmãos mais novos. Um baita frio. Julho em Porto Alegre, quinta-feira à noite. Um a um com o Peñarol, jogo encardido, peleado, até que o nosso louco genial, o cara da camisa 7, deu o balão mais improvável de todos os tempos para dentro da área dos uruguaios, César voou, meteu a cabeça na bola e então estava decretado o nosso primeiro título da Libertadores. Em 1983 eu tinha 18 anos.

Neste 29 de novembro de 2017, dia em que conquistamos a nossa terceira Libertadores, lá estava ele de novo, o louco genial, o rebelde nascido em Guaporé. Em Lanús, na Argentina. Agora na beira do campo, como técnico.

O primeiro brasileiro a conquistar a Libertadores como jogador e como treinador – e pelo mesmo clube.

Marcelo Bielsa disse que o futebol pode prescindir de tudo, menos do escudo. Porque o escudo é o que emociona.

O escudo é o que nos identifica entre os nossos. O escudo é aquilo que somos.

Caras como Renato ajudam a tornar o escudo indestrutível.

Na quarta-feira, assisti à final com amigos e com os Borrachos de Brasília, no CTG Estância Gaúcha do Planalto, que virou uma extensão da nossa Arena aqui no Distrito Federal.

Crianças, jovens, gente de meia-idade, idosos. Todos por um escudo. Nossa identidade.

O tempo passou para Renato, passou para mim, passou para todos nós. Ou talvez seja mesmo como alguém já escreveu: “Não é o tempo que passa, somos nós que passamos por ele”.O jeito que passamos é o que conta.

Valeu, Portaluppi.


Obrigado pelo que fizeste pelo nosso escudo. Obrigado pelo que fizeste por todos nós, portanto. Tu e essa gurizada que está sob o teu comando – do garoto Arthur, craque pronto aos 21 anos, ao garoto-vovô Léo Moura, quase quarentão. 

Mas vamos em frente, que a vida segue. Na semana que vem já tem Emirados Árabes e lá enfrentarás aquele que provavelmente será o desafio mais extraordinário da tua vitoriosa carreira. E tu sabes bem o que significará para nós a superação dele.

LEILÃO SOLIDÁRIO


Localizado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o projeto Faixa Preta de Jesus assiste 400 jovens e mostra, através da luta, a capacidade da criança em se opor ao adversário, combatendo as adversidade com determinação e fazendo florescer uma força interior.

Comovido com a causa, o craque Neymar doou duas camisas e um par de chuteiras autografados para serem leiloados. Vale destacar que o valor arrecadado será revertido para o projeto que, no total, já atendeu cerca de 25 mil jovens nesses dez anos de existência.

O “Leilão Solidário” em prol da instituição vai até o dia 15 de dezembro e, para participar, os interessados deverão se cadastrar no site (https://leiloar.net/cadast), se habilitar para o leilão e inserir seus lances. Visto pelos colecionadores e amantes do futebol como verdadeiras relíquias, as camisas e a chuteira são do tempo que o atleta jogava no Barcelona. Toda a ação será realizada com apoio da Piraquê, do Museu da Pelada e da Leiloar.net.

Além do leilão, você pode ajudar de diversas maneiras, basta entrar em contato e começar a fazer a diferença. 

     Nova Iguaçu
     Instituto Brasil
     Avenida Roberto Silveira 1050
     Centro – Nova Iguaçu
     Rio de Janeiro
     Telefone: (021) 3488-5928