Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Geral

O DIA EM QUE ROBERTO DINAMITE PROVOCOU A MAIOR EXPLOSÃO DE SUA VIDA

por Luis Filipe Chateaubriand 


Depois de curta e fracassada passagem pelo Barcelona, Carlos Roberto de Oliveira, o Roberto Dinamite, voltava ao seu amado Vasco da Gama. 

O reencontro entre ídolo e clube quase não aconteceu, pois o rival Flamengo queria o artilheiro. 

Tornou-se célebre o diálogo entre o presidente rubro-negro e um repórter: 

– Quanto o Flamengo pagará ao Barcelona? – pergunta o repórter. 

– O Flamengo pagará ao Barcelona o mesmo valor que o Barcelona pagou ao Vasco da Gama! – responde Márcio. 

– Mas o Barcelona ainda não pagou nada ao Vasco! – diz o repórter. 

– Então, não será necessário o Flamengo pagar nada ao Barcelona! – responde Márcio, aos risos. 

O fato objetivo é que, se o Bob Dinamite fosse para o Flamengo, formaria com Zico uma dupla das melhores de todos os tempos. 

Mas, como o bom filho à casa torna, acabou voltando mesmo para o Vasco da Gama, nos idos de 1980. 

A reestreia do ídolo foi em Recife, contra o Náutico, em um meio de semana, vitória cruz maltina por 1 x 0, gol de Guina. 

Mas o melhor da festa estava reservado para o domingo seguinte… Em um Maracanã abarrotado de gente, com direito a Flamengo x Bangu na preliminar, o clube da cruz de malta sapecou cinco gols no Corinthians, com cinco gols do artilheiro de São Januário, um 5 x 2 que deixou o Timão na lona! 


Dinamite fez gol de tudo quanto é jeito: gol da pequena área, gol com ajuda do “montinho artilheiro”, gol em passe magistral de Guina, gol em rebote do goleiro Jairo, gol lá do meio da rua! 

Um, dois, três, quatro, cinco… Não contra um timinho mequetrefe, mas contra o timão de Sócrates!

A torcida vascaína, extasiada, comemorava o feito nas dependências do então Maior do Mundo. E, justamente no dia da sua volta, o artilheiro do sorriso largo e fácil tinha o seu dia de Pelé.

Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há 40 anos e é autor da obra “O Calendário dos 256 Principais Clubes do Futebol Brasileiro”. Email:luisfilipechateaubriand@gmail.com.

CRICIÚMA 1991

por Marcelo Mendez


Era uma época confusa no Brasil.

Chegada nos anos 90, Plano Collor, economia no chão, salário mínimo sem nenhum valor, inflação a galope, desemprego nas picas, a gente sem perspectiva de porra nenhuma. Pior:

Antes havia o futebol, mas na época, nem isso.

O futebol Brasileiro amargava um jejum de títulos internacionais que aumentava ainda mais, por conta de uma campanha vexatória na Itália, com a Seleção saindo nas oitavas de final após perder pra uma perna do Maradona. Já ia nisso, mais de 20 anos sem um caneco.

Dentro desse panorama, nossas alegrias ludopédicas eram poucas. Mas eis que, no sul do Brasil, surge uma gauchão bigodudo que se juntou com uns catarinenses para formar um grande time de futebol. Falaremos deles aqui.

Senhoras e Senhores, o ESQUADRÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO tem a honra de trazer o Criciuma de 1991 para a resenha.

O Tigre era campeão local com sobras. Havia vindo de um tri (1986, 87, 88), tinha feito boa campanha na segundona, mas a coisa em questão ia além disso em 1991. Sob o comando de Lori Sandro, o time havia conquistado o Campeonato Catarinense e agora surgia uma oportunidade única para o time se firmar no cenário nacional:

A Copa do Brasil.


Para isso, era necessário um técnico copeiro. O Tigre num pensou duas vezes e trouxe da Arábia, Luis Felipe Scolari, o Felipão. Com ele, o time fecha-se tendo o ótimo goleiro Alexandre, o zagueirão firme, Sarandi, um lateral muito rápido de nome Itá, um meio campo vigoroso com Gelson, Grizzo e cerebral Roberto Cavalo e no ataque, além do matador Soares, o craque do time, o ponta Jairo Lenzi.

Com esses caras, Felipão convenceu a todo mundo que era possível vencer a Copa do Brasil e assim se enfiou na competição. Nela passou por cima de todo mundo e na semifinal, com um 3×0 no Goiás, credenciou-se para o maior momento da história do clube…

O Brasil em Criciúma

São corriqueiras as nuances envolvidas na final da Copa do Brasil e 1991, quando o contexto é esse que era apresentado, então. O todo poderoso Grêmio, voltaria a decidir a Copa contra o Tigre. E como de costume as falácias se repetiram.

A imprensa gaúcha em uníssono já considerava o tricolor gaúcho campeão. Afirmaram que o Criciúma ao entrar no Olímpico se assustaria com a frase ali escrita “Campeão Mundial de 1983”. Tá, mas num foi isso que aconteceu não.

Em um jogo duríssimo, o Criciúma conseguiu sair na frente do placar com gol de Vilmar. Se segurou bem e mesmo com o empate sofrido, o 1×1 foi muito comemorado e isso era compreensível; O Criciúma era imbatível no seu estádio o Heriberto Hulsse. E assim foi.


Em casa, com o regulamento debaixo do braço, o Tigre segurou o Grêmio e um 0x0 sem sustos. Com o gol marcado fora de casa, e com essa vantagem assegurada, o Criciúma sagra-se Campeão da Copa do Brasil de 1991. O título capacitou o time para jogar a Libertadores de 1992, onde conseguiu um honradíssimo quinto lugar. Mas isso é outra história…

Alexandre, Sarandi, Vilmar, Altair, Ita, Gelson Roberto Cavalo, Zé Roberto, Grizzo, Soares e Jairo Lenzi formam o time que hoje figura aqui, no Esquadrões do Futebol Brasileiro

A ORIGEM DO NOME BOTAFOGO

por Leandro Costa


Galeão São João Batista – o “Botafogo” / Foto: site Mundo Botafogo

No dia 12 de agosto de 1904, jovens estudantes do colégio Alfredo Gomes, liderados por Flávio Ramos, se reuniram com o objetivo de formar um time de futebol. Incialmente resolveram batizar o referido time de Electro Club, aproveitando o nome de um extinto clube do bairro de Botafogo encontrado em um velho talão de recebidos. Pouco mais de um mês depois da fundação, em uma nova reunião no dia 18 de setembro de 1904, por sugestão de Francisca Teixeira de Oliveira, avó de Flávio Ramos e conhecida como dona Chiquitota, os jovens estudantes decidiram rebatizar o time com o nome de Botafogo em homenagem ao bairro no qual realizou-se a fundação. Essa parte da história é bem conhecida e difundida entre os apaixonados botafoguenses, porém o que muita gente não sabe é como o bairro que inspirou os meninos recebeu o nome de Botafogo e é sobre isso que vamos falar a seguir.

No século XVI; os portugueses lançaram ao mar um poderoso barco de guerra chamado São João Batista em homenagem ao homem que batizou Jesus Cristo. Tal galeão ficou popularmente conhecido com O Botafogo. A embarcação ganhou esse apelido por ser tão poderosa que parecia botar fogo pelas ventas. Originalmente bota-fogoera era o apelido que se dava ao artilheiro que ateava fogo às peças de canhão das fortalezas terrestres e dos barcos de guerra. João Pereira de Sousa, um dos membros da tripulação do galeão, era o responsável pela artilharia do navio, o que lhe rendeu também a alcunha de Botafogo. João incluiu o apelido em seu sobrenome e veio se estabelecer no Brasil. 


Em 1573 foi nomeado como encarregado da defesa da recém fundada cidade do Rio de Janeiro. Teve uma destacada atuação no cargo combatendo a tentativa de invasão do franceses. Como recompensa ganhou da Coroa de Portugal uma sesmaria junto à baía de Guanabara. Essa área passou a ser conhecida por Botafogo em referência ao proprietário das terras. Tais terras vieram a formar o tradicional bairro do Rio de Janeiro que serviu de inspiração para o nome do nosso amado e Glorioso BOTAFOGO.

 

Fontes de pesquisa:  

“ Botafogo – 101 anos de histórias, mitos e superstições.”Porto, Roberto

Wikipedia

 

 

O ÓBVIO ULULANTE

por Cláudio Vieira


Comenta-se de tudo neste País. Numa República de especialistas temos comentaristas até para opinar sobre o cerimonial da posse do Presidente! Se falar de futebol, então…

Agora, vejo comentários fantásticos sobre cruzamentos e possíveis emparcelamentos na Libertadores e na Sul-Americana.

Nossos comentaristas são soberbos!

Muito antes de a bola rolar, já sabem quais serão os vencedores e apontam os seus motivos. Falam da altitude, do nevoeiro, das variações climáticas, do ar rarefeito, das organizações terroristas, do doping camuflado, da aparição de Ovnis, da sorte que as lhamas costumam dar, das sessões de vudu, das folhas de coca… Sabem tudo!

Depois, quando o resultado dentro das quatro linhas mostra uma realidade totalmente diferente das previsões, eles se saem mais soberbos ainda. E explicam o imprevisível com a velha máxima:

– Realmente, o futebol é uma caixinha de surpresas!

O PERIGO DAS ENQUETES

por Idel halfen


Nos jogos transmitidos pela Globo foi instituída uma “votação” online para se eleger o craque do jogo.

 No último domingo foi eleito o goleiro Sidão, cuja atuação não foi boa naquela partida, o que denotou claramente que o resultado era fruto de uma ironia orquestrada, na qual as redes sociais também tiveram sua dose de contribuição, fato que causou uma situação bastante constrangedora tanto para o jogador como para a jornalista que entregou o prêmio ainda no campo de jogo. 

Lendo e ouvindo os comentários sobre o assunto foi possível até identificar que uma gama considerável de pessoas se posicionou contra a Globo, alegando que ela, ao perceber o deboche, deveria ter abortado a iniciativa e não premiado o goleiro. 

Posição que discordo, pois a mudança de critério no meio da votação caracterizaria uma situação de casuísmo nociva à credibilidade da instituição, que se utiliza da votação popular como um componente de conteúdo em  vários de seus programas.

O erro da Globo, na minha opinião, foi considerar esse tipo de votação como uma plataforma válida para avaliação de performance. 

Erro, inclusive, que é cometido em vários setores da atividade econômica em ações ditas promocionais. Adianto que não tenho nada contra sua utilização, desde que as expectativas estejam ajustadas e que se deixe clara a fragilidade estatística da ferramenta. 

Vale também esclarecer que, apesar das críticas aqui serem direcionadas às enquetes, as mesmas podem ser aplicadas às pesquisas com amostras mal dimensionadas e metodologias pouco confiáveis, visto que mesmo possuindo, em tese, maior significância, a avaliação quanto à fidedignidade é bem mais difícil, pois, além da grande incidência de institutos pouco “corretos”, há também a possibilidade do contratante não saber o que quer nem tampouco ser capacitado para avaliar os questionários elaborados e os resultados apurados. 

Registre-se que os problemas mencionados sobre as pesquisas não se restringem ao esporte e/ou à política. Infelizmente é muito mais comum do que se imagina a incidência de pesquisas contratadas por quem não domina o assunto e, pior, que pouco efeito prático trazem para a instituição contratante.

Quanto à “ação” da Globo, a emissora divulgou um comunicado reconhecendo o problema e alterando a forma da promoção. Agora incluirão a avaliação dos comentaristas na escolha, uma medida inteligente que não inibe o engajamento almejado, mas acrescenta um “filtro” para evitar problemas causados por enquetes.