Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Futebol

A BASE DE TUDO É A … BASE

por Brenno Carnevale


O futebol não existe à toa, nem se contenta em fazer papel de tio divertido nos almoços de domingo, dando um pouco de sentido (ou falta dele) ao final do final de semana.

O futebol é profético, simbólico, assertivo. É contundente.

Não fosse o futebol, muitas lágrimas ainda seriam secas, inúmeros abraços amarrados nos antebraços e diversos gritos retraídos nas goelas.

Mas ele existe. Ele nos serve. Ele nos sinaliza.

Porém, todavia, contudo, no que se sustenta nosso futebol ? Ou melhor: qual sua base?

Silêncio mortal, literalmente.

A base do futebol é sucateada, trancafiada em contêineres, espremida em uma Copa São Paulo em plena primeira semana de janeiro (alguém sabe a escalação do time campeão?), escondida em escritórios de empresários gulosos e enlameada nas centenas de milhares de favelas Brasil afora e adentro.

Curiosamente, nem só de futebol vive (ou morre) a base.

Aqui se tem base de lama (quanto Vale uma vida?).

Aqui se tem base de corrupção, que intoxica as relações humanas.

Aqui se tem base de encostas e lixos, sem o nosso saneamento, adivinhem…básico!

Não nos esqueçamos!

Aqui sobra base de cálculo…imposto, taxa, contribuição, multa!

Basicamente, nossa sociedade é sem base.

Quisera eu que minhas palavras fossem meros devaneios, sem base alguma para existirem no mundo real, tal como aquele gol de virada de nosso time de coração que sempre imaginamos, mas que nem sempre é baseada em fatos reais…

Pelas categorias de base, por saneamento básico e pela humanidade básica de cada dia!

Luto, mas nunca sem luta!

FRANCISCO E O FUTEBOL

por Rubens Lemos


Gosto do Papa Francisco. Aquela simpatia genuína. De supetão.

José Mário Bergoglio escolheu o santo que respeito. São Francisco badala o som da minha infância em sua oração de renúncia. Se despe da vaidade, cilada sorridente, da riqueza e prega o amor ao outro mais que a si mesmo. Por enquanto, só é prática a canção.

Francisco, o Papa, sorri o sorriso fraternal. Papa é pai. Eu não tenho o meu. Quem sabe, esteja aí o gatilho de rompante admiração.

Danem-se polêmicas sobre a postura política do jovem Bergoglio. Ele é fuçado por extremistas. De qualquer tendência, são equilibrados e coerentes como talibãs explodindo crianças. Concentro-me na figura humana. E o Papa é gente. Deus nele parece real.

Gosta de futebol – terá sido por aí? – torce pelo San Lorenzo de Almagro e reconhece craques brasileiros que vestiram a camisa do seu time: Waldemar de Brito (descobridor de Pelé), Petronilo e Silas, o refinado, campeão em 1995.

Além de um brasileiro típico nascido portenho: o loiro Narciso Doval, atacante arrasador do Flamengo e Fluminense nos anos 1970, morto precocemente de overdose aos 45 anos.

O Papa me dá esperança. Suas palavras são bálsamos e mobilizações. Francisco me lembra vovó falando de outro carismático: João 23. Vovó.

É Vovó. Ela tinha o olhar agasalhador, triste, sedutor e terno do Papa Francisco. Sempre Maria. Maria do Carmo da Minha Saudade.

E a ele – só a Francisco de batina – confessaria minhas dores. A maior, Maria

O MANTO

por Serginho 5Bocas


Desde os tempos mais primórdios do futebol que os uniformes, as camisas de jogo ou mantos sagrados, como os torcedores gostam de denominá-las, são objeto de desejo. Culpa de Charles Miller, um jovem brasileiro que trouxe da Inglaterra, aquelas duas bolas, um conjunto de regras e alguns jogos de camisas, o cara não tinha a menor ideia do que iria despertar neste povo.

Pra começar a falar sobre camisas de futebol, não poderia ser de outra forma senão com aquela que carrega nosso escudo e as estrelas de penta campeão. A derrota do Brasil na final da Copa de 50 foi determinante para iniciar uma mudança radical na nossa camisa, entenderam que aquela cor dava azar e passamos da antiga camisa branca com detalhes em azul, para a nossa camisa atual camisa “canarinho”, na cor amarela que é mundialmente conhecida.

A troca de camisas de futebol mais famosa de todos os tempos foi entre Pelé e o zagueiro inglês Bobby Moore no jogo fantástico entre Brasil e Inglaterra na Copa de 1970. Por falar em camisas, o rei do futebol usou três na final do mundial daquele ano, criando muita polêmica em um famoso leilão na Inglaterra muitos anos depois, quanto a veracidade de uma peça que foi leiloada e que teria, ou não, sido usada por ele..


Pelé foi um caso à parte na sua relação com a camisa do Brasil. Uma delas, de tão emocionada em vestir o rei do futebol, se declarou sem nenhum pudor para todos verem, e deixou que o suor da realeza se agrupasse no dorso da majestade, formando o desenho de um coração, uma verdadeira declaração de amor ao futebol de ambos.

Teve a tala aplicada na camisa e no ombro de Franz Beckembauer, para sustentar a clavícula da fera, na inesquecível semifinal da Copa de 1970, que não alterou a beleza da camisa e nem a postura elegante de “Kaiser”, do gênio do futebol alemão em campo. Também teve a cena infame do pedaço de camisa rasgada nas mãos de Gentile, após arranca-la do corpo de Zico, dentro da área, no famoso Brasil e Itália de 1982, que o juiz assistiu passivamente, ou ainda, a hilária cena do jogador Edmilson, tentando vestir uma moderna camisa de futebol da seleção brasileira na Copa de 2002, que durou aproximadamente uns quatro minutos de tão difícil que foi a operação.

Lembro com saudade que na infância, eu e meu amigos gostávamos muito de ver e de sonhar, usar um jogo de camisas de time de futebol, para disputarmos nossos inesquecíveis ”times contras”, nas peladas das ruas de nossas vidas, aquilo sim é que era vida.

Sonhávamos jogar com as camisas dos grandes craques que víamos raramente jogando na televisão e muito mais na imaginação trazida pelos trepidantes dos rádios e quando possível, nos estádios, ou ainda nos “posters” dos times campeões que eram publicados nos jornais e nas revistas de esportes, aquele universo era fantástico para a cabeça de um menino nos seus dez ou onze anos.

A primeira camisa de clube que me recordo com uma baita saudade, era na verdade um tipo de malha e não a marca do fabricante, a gente chamava ela carinhosamente de “furadinha”. Todos os grandes clubes do Rio de Janeiro usavam aquele tipo de malha, que era fabricado pela Adidas. Um objeto de desejo inatingível pela molecada.


Depois, a camisa que mais marcou minha infância, foi aquela usada pela Seleção Brasileira na Copa de 1978 e depois no ano de 1979, uma que tinha a gola redonda com um amarelo “brilhante” e um lindo calção azul. Eu achava o máximo, quem dera usar uma. Zico, Falcão, Nilton Batata, Edinho, Carpegiani, Roberto Dinamite, Toninho Baiano e muitos outros que venceram de goleada as partidas amistosas contra o Uruguai e o Paraguai, naquele longínquo 1979, brilharam com aquela camisa sagrada naquela temporada.

Depois, veio a Copa de 1982, pra mim, a mais espetacular de todos os tempos, só comparável a de 1970 que meu pai me contava, cheia de craques e de seleções campeãs do mundo, e da camisa e do short da seleção francesa, com aquelas listrinhas fininhas, uma combinação elegante e de rara beleza, alinhada com a qualidade do futebol da equipe de Platini, Tigana, Giresse, Tresór, Six e Genghini. Equipe elegante em todos os sentidos e que foi meu segundo time após a eliminação do Brasil, Pena que também foi eliminada, pelos alemães, numa partida que se mostrou de uma injustiça profunda, na Copa das injustiças e das bruxas espanholas.

Na Copa seguinte, a de 1986, conheci a linda camisa número 2 da Alemanha, aquela camisa verde, que apesar de muito bonita, nunca entendi o porquê daquela cor, já que não fazia parte das cores da bandeira alemã. Alemanha que, por sinal, apresentou uma nova e linda camisa branca com detalhes em preto, vermelho e amarelo na Eurocopa de 1988, diferente de tudo que já tinha visto. E aquele manto estava no corpo de uma turma de responsa, composta por: Klismman, Littibarski, Matthaus, Brehmmee Voller, que seriam os futuros campeões mundiais em 1990.


Voltando um pouco no passado, a seleção da Holanda, a famosa laranja mecânica de 1974, que na época apresentou para o mundo aquele futebol de outro planeta e aquela camisa laranja com calções pretos em uma combinação espetacular, voltaria a surpreender em 1988 com a camisa composta de degradês nas cores laranja e branco, um tipo de losangos inovadores. Nova camisa e nova geração de craques que foram de Cruyff, Neskens, Rep e Krola, Van Basten, Koeman, Rijkaard e Gullit, sem perder o rumo e principalmente a qualidade, dois timaços, duas camisa sob a mesma batuta, do velho mestre Rinus Mitchel.

Viajando um pouco mais no passado, gosto muito da camisa vermelha da Inglaterra de 1966, que vestiu sir Bobby Charlton e o capitão da rainha Bobby Moore, da camisa azul marinho da seleção da FIFA de 1963, que caiu como uma luva em Djalma Santos e, é claro, a da camisa canarinho da Seleção Brasileira da Copa de 1970, uma camisa fantástica e mítica, que vestiu os corpos de um time extraterrestre: Pelé, Gerson, Carlos Alberto, Tostão, Jairzinho, Rivelino e companhia, futebol e elegância acima da média histórica.


Agora de volta para o futuro, show de verdade, foi a camisa da Dinamarca ou “dinamáquica”, da Copa de 1986. Elkjaer, Michael Laudrup e Morten Olsen comandavam uma inovação, um cometa harley, um time que nos tirou o fôlego por alguns poucos jogos, mas de forma inesquecível.  Aquelas listras brancas e vermelhas e números diagonais nunca mais seriam repetidos em nossas retinas e vidas.

Diferente com certeza foi a bela camisa da Croácia da Copa de 1998, que além de ter um belo time, em que figuravam Suker, Boban e Prosinecki, apresentou um visual pra lá de diferente e inovador. Pena que o lateral francês Thuram tenha feito dois gols naquela partida semifinal e eliminado aqueles que jogavam um futebol leve e belo de se ver naquela Copa. Fariam uma bela final com o Brasil, mas não aconteceu.

Em relação ás camisas de seleções, também houve uma fase de “pasteurização” das camisas, ou seja, os fabricantes determinavam um desenho e todos os patrocinados, copiavam o modelo, feitos cães adestrados, o ápice foi na Copa de 2002, quando o Brasil passou por esse constrangimento. Uma mesmice horrorosa que doía aos olhos, mas graças a Deus já passou e de passagem, eu acho…

Hoje em dia, os uniformes são para rapazes fortes de academias, camisas de malha coladinha ao corpo, com shorts também bem agarradinhos, delineando e mostrando as formas dos atletas, num visual de gosto pra lá de duvidoso, mas é o que o que temos na vanguarda, o torcedor mais fanático que se vire para se vestir com aquela barriguinha saliente e não aderente a estes modelitos. Fico incomodado só de pensar em usar uma, me incluam fora dessa.

Fazendo uma rápida comparação, olho para trás e vejo o passado dos meninos das famílias de poucos recursos e a utilização de shorts de marcas “piratas” das feiras livres do Rio de Janeiro, quando marcas famosas eram copiadas e passavam a se chamar: ABIDAS (adidas), SULZE (Silze) e LE KOKI (Le coqsportif). Era assim a única forma encontrada pelos meninos pobres, para tentar imitar os craques dos gramados. Hoje vejo que a economia melhorou de um modo geral, permitindo as famílias comprarem as roupas para os seus filhos em “n” prestações no crediário, permitindo a eles usarem as marcas tão sonhadas pelos meninos de minha época.

Lembro que joguei no “Ameriquinha” das 5bocas e tinha um orgulho danado de colocar o uniforme rubro na minha pelada. Usava a mesma camisa de Uchoa, Léo Oliveira, Cesar e Reinaldo. Não sei se os meninos de hoje sentem a mesma emoção que sentíamos de vestir aqueles verdadeiros mantos, eles não me parecem ter o mesmo desejo, tesão e nem a ansiedade que sentíamos, uma pena.


As camisas de hoje são muito bonitas e tecnológicas, com tecidos leves e antitranspirantes, mas continuam caras e carregam muita propaganda, às vezes tem tantos patrocinadores estampados que ficamos na dúvida qual é o escudo do time, reduzindo um pouco aquela relação sanguínea e histórica entre a camisa do clube e o torcedor.

Apesar de todas as mudanças ocorridas nas camisas, elas ainda ocupam um lugar especial no coração do verdadeiro torcedor, diminuiu um pouco é verdade, saindo lentamente das arquibancadas dos estádios e sendo vista muito mais nas redes sociais, mas mesmo assim, são elas que me fazem viajar nos meus pensamentos e escrever esta crônica, pensando com meus botões…“ai que saudade das camisas de futebol do nosso passado”.

E você, lembra de alguma camisa que esqueci?

CABRA MENTIROSO

por Victor Kingma


Charge: Eklisleno Ximenes.

Chico Cabra foi um folclórico goleiro do interior nordestino. Depois que pendurou as chuteiras vivia de bar em bar contando as façanhas do seu tempo de jogador. 

Certa vez, entre uma cerveja e outra paga pelos amigos, que sempre colocavam pilha para vê-lo exagerar nas lembranças de suas proezas, Chico Cabra recordava a maior atuação de sua carreira.

Segundo ele, foi numa decisão do campeonato local, contra o grande rival da época. Seu time jogava pelo empate para ser campeão.

–  O time deles era um timaço e atacava o tempo todo, mas eu, numa tarde de gala, fechava o gol. Já havia defendido três pênaltis na partida. Vangloriava- se o ex- goleiro, incentivado pelas cervas geladas. E prosseguia:

–  O jogo estava 0 x 0 até o último minuto, e a torcida do meu time já comemorava o título, quando o juiz marcou a quarta penalidade contra nós. Por azar, agora o cobrador era Quarenta, o maior chutador de todos os tempos no Agreste. E descreve o lance:

–  Quarenta tomou longa distância e disparou um torpedo no ângulo.

–  E aí você pegou o quarto pênalti? – provoca um dos presentes, em meio às gargalhadas da turma, já prevendo outra bravata do bravo Chico.

–  Quase! Voei como um gato e cheguei a tocar na bola, mas o cara chutava demais. Não teve jeito, foi gol. Se eu dissesse que peguei o pênalti os amigos até podiam pensar que sou de contar vantagem.

–  Que pena! Então apesar da sua grande atuação seu time acabou perdendo o título? – indaga, decepcionado, um dos amigos.

–  Por pouco! Só não perdemos porque na saída de bola teve um escanteio a nosso favor.  Fui à área, subi mais que todos os grandalhões da defesa deles e, de cabeça, consegui fazer o gol do título.

Vixe! Goleiro pegar três pênaltis numa decisão e ainda fazer o gol do título…

Êta Cabra mentiroso!

Leia mais histórias em www.causosdabola.com.br

 

 

CANTO DO RIO HOMENAGEIA ATLETAS DO PASSADO

Fotos: Sérgio Bastos


Marquinhos Pereira, presidente Rodney Melo e Hipólito Chillinque

Dono de uma linda história com o esporte, o Canto do Rio homenageou no último domingo (25), 19 craques do passado que fazem parte da história de ouro do clube. O evento foi alusivo aos festejos de 105 anos do Cantusca e fechou em grande estilo o mês de aniversário do clube.

No futebol foram homenageados os craques Hipólito, Nélio, Nogueira, Waltinho, Clóvis, Waldyr e Mauro Bittencourt (in memórian), o grande Maurão, pai da nossa parceira Andreia Bittencourt! As feras jogaram na época de ouro do Cantusca e o destaque era o craque Hipólito, conhecido como lança dourada, que jogou entre 1962 e 1963. Em 1964, o goleador foi para o Flamengo em uma negociação dos clubes juntamente com os jogadores Fefeu e Franz. Parte do valor da venda dos atletas foi usada para dar início a construção da atual sede social do Canto do Rio.


Homenagem a Mauro Bittencourt

O técnico Marquinhos Pereira, que defendeu o clube como jogador na década de 90, também foi lembrado no evento. No futsal foram homenageados o goleiro tetracampeão Tissa e o ex-jogador bicampeão adulto João Teixeira. No basquete foram homenageadas as campeãs cariocas Vanda Sampaio, Cyntia Maria e Kátia Regina (in memorian).

Os campeões sul-americanos Robert Voss e Marcus Vinícius Magalhães também não foram esquecidos. Marcus coleciona inúmeros títulos entre 1973 e 1980, período em que defendeu o Canto do Rio nas piscinas do estado. Robert começou muito jovem no clube, na década de 70, e além de títulos Sul-americano e Brasileiro, joga até hoje no máster da Seleção Brasileira.


Presidente Rodney Melo e vice de esportes Alexandre Sampaio

Ainda dentro dos esportes aquáticos o clube homenageou os campeões brasileiros Maurício Ennes e Luis Carlos Campos Pedrosa. Maurício nadou pelo Canto do Rio de 1970 a 1980. O craque reúne ao todo 383 medalhas de natação, incluindo a mais importante conquistada no revezamento sul-americano de nado livre.

Já no voleibol foram condecorados o pentacampeão estadual José Maurício Sarmento e a campeão brasileira e sul-americana Renata Palmier. Renata foi campeã carioca mirim em 1978 pelo Cantusca. A atleta tem no currículo títulos importantes como o Brasileiro, o Carioca e o Sul-americano de Vôlei. Atualmente, compõe a equipe feminina Master do Canto do Rio que foi ouro no Brasileiro em 2016 e prata em 2017 e 2018.