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Barcelona

UM REI PRESTES A PERDER A MAJESTADE

por Luan Toja


Apresentação de Neymar no Barcelona

Quando Neymar resolveu deixar o Santos para seguir rumo à Barcelona, sua escolha foi criticada por aqueles que previam que o menino da Vila seria ofuscado por Messi, em terras catalães. O que, na verdade, era realmente previsível. “Ainda vai levar um tempo para Neymar assumir o protagonismo de uma das maiores potências futebolísticas do mundo”, dizia o senso comum.

Mas parece que esse tempo chegou e é agora!

Já na temporada passada, houve uma espécie de prelúdio dessa provável transferência de responsabilidade. Pelo Barcelona, eles juntos conquistaram a tríplice coroa espanhola, mas por suas respectivas seleções, a performance de ambos foi bem antagônica.


Messi lamenta pênalti desperdiçado

O argentino fracassou em sua missão de conduzir a Albiceleste à quebra do jejum de 23 anos sem títulos profissionais, ao perder a decisão da Copa América para o Chile. No principal desafio de Messi no ano, o craque desperdiçou, inclusive, sua cobrança na disputa de pênaltis.

Por sua vez, o brasileiro conseguiu atingir seu principal objetivo, liderando a conquista do inédito ouro olímpico da seleção pentacampeã mundial, na Rio-2016. O fato curioso que exacerba o antagonismo do desempenho “patriótico” dos craques, ficou por conta do destino que reservou à Neymar a definição da vitória tupiniquim na decisão por pênaltis da grande final contra a Alemanha, no Maracanã. Final esta pra lá de especial devido a seu ares de revanche do fatídico e inesquecível 7 a 1 da Copa de 2014, também disputada em terras tupiniquins.

O ano de 2016 ainda guardava um confronto direto entre os dois. E mais uma vez o sucesso foi brasileiro. Em novembro, Neymar comandou o Brasil e ainda marcou um dos gols do atropelo por 3 a 0 sobre a Argentina de Messi, em partida válida pelas Eliminatórias da Copa de 2018.


Neymar venceu o duelo contra Messi pelas Eliminatórias

Diante desses fatos, arrisco-me a dizer que a vaga de Messi, entre os três melhores do mundo da FIFA do ano passado, era de Neymar ao lado de Cristiano Ronaldo, em primeiro, e Griezmann, em segundo.

E a partida de ontem só confirmou o presságio da temporada passada. Com Messi apagado, Neymar assumiu o papel principal de uma virada heróica, a maior da história da Liga dos Campeões da Europa.


O Barcelona havia perdido o primeiro jogo do confronto com o Paris Saint-German por 4 a 0. Na partida de volta no Camp Nou, o time catalão abriu 3 a 0, mas aos 17 minutos do segundo tempo, Cavani diminuiu para o time francês, o que obrigava os catalães a vencerem por cinco gols de diferença. Foi aí que Neymar chamou a responsabilidade e operou o impossível. Aos 43, em linda cobrança de falta fez 4 a 1. Três minutos depois, quando o árbitro marcou pênalti de Marquinhos em Suárez, o camisa 11 “tomou o lugar de Messi”, que já havia marcado em penalidade máxima no jogo, e voltoubalançar as redes ao converter a cobrança. E concretizando o milagre, aos 50, após jogada individual, Neymar colocou Sergi Roberto na cara do gol para fazer o tento da classificação histórica.

É amigos… Pelo visto, parece estar chegando ao fim o despotismo argentino na Catalunha.

INICIATIVA LOUVÁVEL

por Marcelo Rodrigues, de Barcelona


Uma das mais inteligentes iniciativas que vi no mundo. A Federação da Catalunha promove e executa o Projeto “Zero Insults a la grada” ou “Zero insultos na platéia”. Pensando no grande desenvolvimento de entretenimento do jogo, bem como na educação esportiva sadia de seu povo, esse projeto visa interromper partidas por um minuto quando há xingamentos de pais e torcedores aos árbitros. Na segunda vez há mais um minuto de paralisação. Na terceira vez a partida é suspensa e o comitê de disciplina julga o mérito do jogo.

No Barcelona os pais dos atletas são terminantemente impedidos de assistir a qualquer treino de qualquer categoria e assinam termo de responsabilidade em caso de indisciplina em jogos da equipe, podendo ter seu filho posto fora de qualquer das equipes.

Isso seria um belo exemplo para alguns pais no Brasil que querem que seus filhos sejam aquilo que jamais foram. Com isso, xingam, fazem vexame, promovem o caos e até sabotam o treinador em muitos casos. A base é pra primeiro formar caráter e depois pra formar atletas. 

Como seria bom ver algo parecido no nosso país. Não quero que o jogo seja de padre e nem de santo mas de gente que vença pelo trabalho e pela luta, jamais por atitudes equivocadas, violência ou na força do medo.

 Aqui não é só campanha, aqui é lei. Educação!

PEIXE NA FOLIA


Ontem, dia 29 de janeiro, foi aniversário de Romário e, por uma falha imperdoável, não homenageamos o craque! Por isso, relembramos hoje o dia em que o artilheiro acabou com o Real Madrid e ganhou uns dias de folga para curtir o Carnaval no Rio de Janeiro. 

De acordo com o saudoso Johan Cruyff, treinador do Barcelona na época, foi feita uma aposta e se Romário marcasse três gols contra o maior rival ele ganharia os dias de folga. Após marcar o terceiro gol, imediatamente o Baixinho pediu substituição:

– Treinador, meu avião sai em menos de uma hora! – e saiu às pressas para o aeroporto.

Até hoje a história não foi confirmada, mas alguém duvida do gênio da grande área?

CRAQUE EM EXTINÇÃO

por Mateus Ribeiro


O futebol precisa de mais um Suárez. Ou não.


Suárez, ainda no Groningen.

Luis Suárez está prestes a completar 30 anos. Quase metade dessas três décadas dedicadas ao futebol profissional. Hoje, pode se considerar um vitorioso, afinal, está no topo. Joga em um dos clubes mais vitoriosos dos últimos anos, ganha um salário astronômico, se ficar desempregado amanhã, terá os maiores times do mundo o disputando na base da foice e do facão.

O atacante uruguaio não chegou onde chegou por sorte, ou por qualquer outra coisa que não seus esforços. Desde o começo de sua carreira, fez gols por onde passou, seja pelo Campeonato Uruguaio, seja pelo Campeonato Holandês, ou pela Liga de Campeões da Europa.

Feitas as devidas apresentações, vamos nos aprofundar um pouco mais, e dissertar um pouco sobre as peculiaridades que tornam o atacante uruguaio um jogador único. E uma personalidade única, também.


O rosto continua praticamente o mesmo.

Qualquer pessoa que não tenha passado os últimos anos fora do Planeta Terra sabe que Suárez é um dos maiores jogadores da sua geração. E aqui vai uma opinião um pouco polêmica: pode não ser o maior, mas é de longe, o jogador que mais agrada um torcedor que preza valores tão esquecidos, como a raça, a entrega e a determinação.

Explica se: Luis, ou Luisito, como queiram, encara cada partida como se fosse sua primeira (ou a última). Corre feito um animal ensandecido atrás de sua presa durante o jogo todo, disputa todas as bolas, e nunca se dá por vencido. Claro que existem alguns outros jogadores assim, mas no mainstream da bola fica difícil imaginar alguém com tamanha paixão e sangue no olho. Vale lembrar o chilique protagonizado pelo atacante na enfadonha Copa América 2016, quando ao saber que não entraria na partida contra a Venezuela, mostrou um pouco da sua fúria ao mundo. Bom, se vocês não se recordam…

Acontece que esse não foi o primeiro ataque de Suárez. Podemos lembrar facilmente das suas mancadas do passado. Desde as mordidas até o lamentável episódio racista contra o francês Evra. Acontece que até mesmo esse lado obscuro, curioso e de certa forma maluco de Suárez chamam a atenção, ainda mais nessa época de vacas magras, com jogadores plastificados, fabricados para não sentir ou representar emoção alguma. Podemos nos lembrar do jogo conta o Crystal Palace, onde o Livepool deixou escapar a chance do título Inglês, que não vinha (e não veio ainda) desde o início da década de 1990. Caso essa imagem não seja suficiente, voltemos mais ainda no tempo. Mais precisamente, 2010. Quartas de final da Copa do Mundo. Último lance da prorrogação. Tanto o time de Gana quanto do Uruguai estavam praticamente inteiros dentro da área Uruguaia. Um gol ganês naquela altura levaria os africanos pela primeira vez na historia do continente a uma semifinal de Copa. Levaria. Se não fosse a atitude de Suárez, que enfiou a mão na bola para salvar o tento que eliminaria sua Seleção. Expulsão, e penalidade máxima. Choro, desespero, agonia. Todos esses sentimentos foram para o espaço quando Gyan mandou a bola no travessão.

O lance mostrou o garoto Uruguaio para o mundo. Mostrou também como sua gangorra de sentimentos é parte da sua personalidade, quando trocou as lágrimas pelas comemorações insanas após a cobrança de pênalti desperdiçada.

Mesmo com todas essas características, Suárez raramente figura na lista de melhores do Mundo. Talvez por não ter o perfil de integrante de boy band que tanto agrada quem vota e quem apoia a realização desse verdadeiro concurso de marketing, que deveria ser abolido, aliás.

É óbvio que enquanto existirem os outros dois jogadores que se revezam a posição de “melhor do mundo”, nenhum outro jogador vai concorrer seriamente ao prêmio. Muito menos alguém que pouco liga para recordes, que quer apenas e puramente jogar bola.

Suárez possui uma quantidade imensa de sangue no olho e em suas veias, coisa que falta, e muito, para muita gente que é chamada de craque por aí. Pode se dizer que é uma versão melhorada de Carlos Tevez, com pitadas dos momentos do grande Wayne Rooney da década passada. Porém, para a Fifa, a France Football e demais subordinadas de patrocinadores, agrada mais a ideia de jogar holofotes em nomes que soam melhor para a publicidade do futebol do que em quem realmente pensa no coletivo, e não apenas em si mesmo e em números.

Ao contrário de muitos companheiros (de clube e de profissão), Luisito está pouco ligando para sua imagem. Não esquenta a cabeça por ter dentes avantajados, uma aparência que está longe de ser a mais apresentável do mundo, tampouco faz coisas do naipe de pintar cabelo, barba e demais atitudes que são a regra na atualidade.

Não os faz por ser a exceção. Não os faz por não ser midiático. Não os faz por ser um dos últimos dos moicanos. Talvez o último.

O último que trata a bola como seu prato de comida.

O último que encara o futebol como ele deve ser encarado.

O último que mesmo no topo, sempre quer melhorar. Em nome do seu time. Em nome de sua Seleção. Em nome do futebol.

Obrigado por jogar um pouco de sal nessa salada sem gosto chamada futebol.

Que apareça ao menos mais um Suárez por década. Ou não.

CRAQUE DA SEMANA

De lavada!! No duelo de laterais, Roberto Carlos superou Marcelo com facilidade e foi eleito o craque da semana!! Além da força física e a facilidade para cobrar faltas, pesou o fato do ex-jogador ter disputado três Copas do Mundo, tendo vencido uma!