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UMA GLÓRIA ENTRE BALAS E GOLS PERDIDOS

29 / julho / 2025

por Zé Roberto Padilha

Todas as vezes, e não são poucas, que eu lembro do América FC, um dos clubes mais queridos do país, me dá um nó na garganta. Clube do meu pai, dos meu tios Miguel e Diogenes, e não poderia ser outro porque minha vó se chamava América Fernandes Padilha, era o segundo time de todo mundo. Todos amavam o América.

O tom rubro das suas camisas ao entrar em campo, contrastando com o verde do gramado, causava um impacto visual que seria potencializado pela arte e magia do Eduzinho. Esse pode falar ao contrário de todos nós, coadjuvantes:

– Zico jogou comigo!

Hoje, fico pensando nos esquadrões rubros, craques com Alex, Badeco, Flecha, Braulio, Tadeu e Gilson Nunes que encantaram gerações. Em meio ao ostracismo em que o futebol é emérito produtor, pois um time vem substituindo o outro nas lembranças do torcedor, como devem estar apresentando aos netos suas camisas, faixas e troféus?

América?

De uns tempos para cá essa perigosa trilha rumo ao esquecimento tem rondado São Januário. Já são décadas sem um título brasileiro, do estadual e da Copa do Brasil. E o que faz a nova geração que cresceu com o Almirante colado na porta da geladeira?

Pedem desculpas à saga da família cruzmaltina e revelam:

– Todos os meus amigos já participaram de uma carreata. Ganharam Libertadores e disputaram o Mundial de Clubes. A partir de hoje, não sou mais vascaíno!

E sai a procura de uma outra camisa que vai lhe fazer feliz.

Algo precisa ser feito além de erguer uma estátua do Romário. E uma outra para Roberto Dinamite. A primeira é vencer a Barreira do próprio Vasco, que vive, como em uma faixa de Gaza, a dividir centros culturais, ponto de encontro das tradições nordestinas, com o tráfico de drogas.

Em um lugar tão bonito da Cidade Maravilhosa, os gols perdidos tem andado de mãos dadas com as balas perdidas. E ambos são implacáveis para afastar títulos e torcedores.

Abreviar o legado, deixar um bairro e dois patrimônios nacionais esquecidos, tanto de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, como de Zanata, Ademir, Andrada, Brito, Fontana e Juninho.

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