por Marcos Vinicius Cabral

A primeira vez que vi Junior em campo, foi com a camisa da seleção brasileira. Não recordo-me em que jogo foi e em qual estádio, pois ainda era criança. Mas suponho que tenha sido um amistoso preparativo para a Copa do Mundo na Espanha, em 1982.
No entanto, até hoje lembro do lance. Foi um cruzamento na área do Brasil e naquela bola perigosa, no meio de tantos jogadores adversários, Junior sobe e com a categoria que Deus lhe deu, mata a bola no peito e recua para as mãos de Waldir Peres. Vibrei como se fosse um gol dele.
Anos depois, já como fã do jogador, passei a acompanhar a carreira do senhor Leovegildo Lins Gama Junior, tanto no Flamengo e na seleção brasileira.
Recordista de partidas com o Manto Rubro-Negro, Junior — sem acento, é bom que se diga — teve uma carreira privilegiada e sem contusões graves. O fato em si, já o torna vitorioso pela própria natureza, já que contou com as areias das praias cariocas na prevenção de lesões podendo manter o equilíbrio e a coordenação, o que fortaleceu os músculos e articulações, tornando-os mais resistentes.
E convenhamos, ninguém melhor definiu a palavra resistência como Junior. Tanto que foi campeão carioca e brasileiro em um time de garotos e ele, merecidamente, recebeu os apelidos de Maestro e Vovô. Isso em 1992, no pentacampeão, competição que comeu a bola.
Mas Junior tornou-se um querido amigo. Um ser humano incrível e apreciador do meu trabalho de artista plástico. Já ilustrei um livro do Maurício Neves de Jesus que foi lançado na Gávea, na pandemia. Agora, o mesmo Maurício, me pediu autorização para publicar na biografia do Maestro o The Last Dance, nome sugerido pelo autor da obra literária.
Muito honrado em poder contribuir com a minha arte e aguardo ansiosamente a oportunidade de entregar ao Junior.
O desejo do meu coração é dar o quadro, um forte abraço e dizer para um dos meus ídolos no futebol: “Junior, obrigado por forjar o meu caráter rubro-negro!”.
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