por Zé Roberto Padilha

Seja bem-vindo ao futebol, Fernando Diniz. Um técnico além do seu tempo, que, como todos que inovaram, pagaram caro sua ousadia e vão ter que esperar a História.
Esta sim, justa, implacável, com pergaminhos e desenhos nas cavernas, a deixar rastros, fazer justiça aos seus experimentos sempre tardiamente reconhecidos.
Em meio a uma mesmice tática, de um zagueiro tocar para o outro, e voltar a bola, e depois atrasar para o goleiro, Fernando Diniz procurou atrair seus adversários, destreinados, a marcar sua saída de bola, mais do que treinada. E aí saía em contra-ataque diante dos espaços que criou perante à desarrumação que provocou.
Precisava de tempo. E do André, que escondia a bola, e do Nino, que tinha coragem de conduzi-la a abrir caminhos.
Depois de ganhar tudo, o Fluminense vendeu os dois. E todos os Limas e Martinellis ali experimentados não foram capazes de manter o padrão. Entrosamento não vem com compras, vem com treinos.
Os resultados desapareceram, e mesmo ganhando a Libertadores, foi demitido. E a inovação deu lugar ao conservadorismo, de Mano Menezes, do alto-astral que Renato transmiste ao elenco, mas…, se fosse depender deles, os conservadores, a roda nunca seria inventada.
Mesmo punido por sua ousadia, pela falta de tempo que precisa para afixar a roda no lugar, já dá para ver o Rossi brilhantemente ter o passe que tanto sonhou para o Fábio .
A Liberdade que concedeu ao Ganso nunca mais foi perdida. Fora a briga para manter o Samuel Xavier como titular.
Enfim, boa sorte na carreira. Como Santos Dumont, você deu a partida. E os céus, e os gramados, daqui a pouco vão ser alcançados pelos asas que você concedeu aos John Arias.
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