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PONTE PRETA 1977

2 / abril / 2019

por Marcelo Mendez


Havia muita coisa acontecendo no Brasil de 1977 e decerto em todas elas não estava incluída nossa bucólica vida na periferia de Santo André no ABC Paulista. Mas fato é que tínhamos nossa bucólica vida periférica naquele ano. 

E essa vida muda consideravelmente quando do lado de nossa casa, muda o seu Montalvão. Um português gente ótima, que tinha uns comércios no Abc, uma Belina lindona, vermelha e toda chavosa e que gostava de bola tanto quanto a gente. Problema é que ele era Corinthiano e não demorou muito a fazer amizade e nos convidar para ir ao Pacaembu com ele ver o time dele jogar. 

No meu caso, menino de 7 anos, fui feliz da vida com o passeio de carro até o Pacaembu com a festa toda envolvida. Meu pai foi porque o Portuga era gente ótima demais. Mas para nossa surpresa, o time de Preto e Branco vindo do interior do estado era um timaço. 

Venceu o Corinthians por 2×1, deu um baile de bola nos caras e com a camisa 10 do time tinha um cidadão de nome Dicá, que me encheu os olhos com o tanto de bola que jogou naquele e em todos os outros dias em que jogou na vida. Mal sabia que um outro 2×1 faria parte da vida desse time. Hoje vamos contar a história dessa esquadra.

O ESQUADRÕES DO FUTEBOL BRASILEIRO chega para falar da Ponte Preta de 1977/1982.


A ESQUADRA

Nos anos 70, a Ponte Preta já dava indícios de que boas coisas viriam direto de Moisés Lucarelli.

Em 1970, após conseguir o acesso, a Ponte Preta fez um grande Campeonato Paulista dando trabalho para um gigante de então, o São Paulo, de Pedro Rocha, que acabou ficando com o título, mas o time do interior mostrou uma fornada de ótimos jogadores, dentre os quais, o maior deles, Dicá.

Mestre Dicá, o Maestro. Vi Dicá jogando na seleção de masters do Luciano do Vale nos anos 80 e ali, deu pra sacar o gigante que foi aquele camisa 10 no auge de sua carreira. Pela Ponte Preta, o Mestre jogou por música, sonho e verso. Sua classe, inteligência, categoria e elegância marcaram a história do futebol Paulista e após saídas para Santos e Portuguesa, foi o Mestre que conduziu a Ponte para fazer história.

Atrás dele, uma defesa poderosa com Oscar e Polozzi, dois ótimos laterais como Jair Picerni e Odirlei, mais o seguro goleiro Carlos. A seu lado no meio campo, um jogadoraço na volância, Vanderlei Paiva, acompanhado de Marco Aurélio na meia, responsáveis pela criação do time. No ataque, o rápido ponta Lúcio, os espertos Parraga e Rui Rei, se revezando com a 9 e com Tuta na ponta esquerda.


Esse esquadrão bateu na trave em 1977, perdendo a final para Corinthians de maneira épica. 0x1 no primeiro jogo, 2×1 no segundo e o gol de Basílio no 1×0 para marcar o final de um sofrimento enorme para o povo Corinthiano. Os dois times se enfrentariam de novo em 1979, com o Corinthians sendo campeão novamente. Em 1981, a Ponte perde a decisão para o São Paulo e daí sei que quem chegou até aqui, há de perguntar:

“Mas só perdeu! De onde vem essa grandeza toda?”

Explico de novo:

A real grandeza dessa coluna é dar luz a times que marcaram na mente de milhões de torcedores jogando o fino da bola, despertando paixões, formando legiões de torcedores e encantando quem gosta de bola.

Não precisa necessariamente de um troféu para conseguir isso.

Parabéns, Ponte.

2 Comentários

  1. Luis Alberto Piasson

    Escrevo agora, após ter estado no jogo do “meu” Grêmio Porto Alegrense
    e a Ponte, ambos, atualmente na Série B.
    Todavia as lembranças e imagens que teimavam em disputar espaço na minha mente foram de um jogo acontecido no distante 1977, no Olímpico. Em ambas as disputas a torcida lotou os estádios (hoje é a Arena), e foram grandes jogos.
    Aquele de 77 vencemos por 1 a O. Mas lembro de ter ficado impressionado com a Ponte daquele tempo. Estava com meus 14, então, e agora levo minha filha menor, 12, para sua primeira vez num estádio de futebol. Para ver se ela se solta de vez a passa a torcer pelo time do meu coração.
    E qual é o adversário que temos pela frente?
    A Ponte!
    Dois momentos, dois jogos, dois times no coração, duas histórias para levarmos.
    Do Grêmio. Da Ponte Preta.

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  2. Joevan Santos Gonçalves

    Naquela final épica de 1977, eu contava com meus 14 anos, há 04 já sendo torcedor do Timão. Foi uma disputa digna de musear aquelas partidas. Mesmo sendo corinthiano, reconheço a grandeza daquele time da Ponte Preta. Tornou mais gigante a nossa conquista do campeonato paulista.

    Responder

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