A HORA DA VERDADE
por Marcelo Rodrigues
Pois é… um ano inteiro, avaliações, exames, treinos físicos, técnicos, táticos, amistosos, quadrangulares, torneios, pequenas lesões, alguns com sérias lesões, discussões, pilhas, torcedores, mudanças, saídas, chegadas, corneteiros, maldades, bondades, e no fim, DOIS JOGOS definirão o CAMPEÃO da Liga Nacional de Futsal. Chegou a hora da verdade. É decisão na CORTE!!!
Orlândia/Intelli x Carlos Barbosa, hoje, às 19h, em Uberaba (MG), farão a primeira partida da final do “Reino da Bola Pesada”, em que mais os estilos se parecem.
Nobreza, clero, burguesia e súditos, enlouquecidos, aguardam o melhor espetáculo possível, e os Bobos da Corte, junto aos corneteiros de plantão, tentam inutilmente aparecer de alguma forma.
Foquemos, SEMPRE, nos artistas e no espetáculo.
As duas equipes marcam muito bem, pressionam e buscam a roubada de bola, passam para frente a bola, jogam para atacar.
Orlândia chega à sua quarta final consecutiva, tem jogadores mais experientes e acostumados a decidir. Carlos Barbosa tem a melhor campanha da competição, grandes jogadores, e embora com média de idade mais baixa, tem um poder de marcação, transição e ataque espetaculares. Tudo muito equilibrado.
O confronto nos trará o jogo de ataque de busca pelo ataque, de intensidade, de 1×1 quando necessário, de pivôs (Pito e Dieguinho principalmente), mas veremos Zico, Murilo, Gadeia, Jackson, Grillo, Ciço, Canabarro, Cabreúva e uma aula de estratégia dos dois treinadores.
A hora é de brilhar. A hora é de buscar as vitórias, o título e, sobretudo, de todos nós envolvidos de alguma forma nessa final, demonstrarmos grandeza e mostrarmos ao mundo o máximo de espetáculo possível.
O Salão é Nobre, a história do nosso jogo é linda e hoje o Futsal é muito mais que realidade: é audiência, é marca, é produto.
É Futsal na veia!!!
Sorte demais a todos e grandes jogos.
SERVIÇO:
1º. Jogo: Hoje, dia 23, às 19h – Orlândia/Intelli x Carlos Barbosa
2º. Jogo: Dia 29/11, às 13h- Carlos Barbosa x Orlândia/Intelli
Carlos Barbosa e Orlândia/Intelli jogam por uma vitória e um empate.
Se cada equipe vencer um jogo, ou os dois jogos terminarem empatados, imediatamente após a segunda partida haverá prorrogação. Carlos Barbosa, nesse caso, jogará pelo empate na prorrogação.
O RENASCIMENTO DO CANTUSCA
por Henrique Maranhão
Toca o telefone. Do outro lado, um amigo do Pugliese (chefe que me ensinou muito do que sei hoje, he, he, he) me convidando para uma reunião. Pergunto qual seria a pauta. A resposta: queremos resgatar o futebol do Canto do Rio e pensamos em você para o projeto. Na mesma hora passou um filme em minha mente. O Canto do Rio, Cantusca para os íntimos? Aquele clube que sempre esteve nas histórias contadas pelos meus avós, depois pelos meus pais? Aquele clube onde disputei vários Jogos Estudantis de Niterói? Aquele clube que revelou Gérson, o Canhotinha de Ouro, e tantos outros craques? Topei na hora! Todo niteroiense se orgulha do Canto do Rio e acho que qualquer um adoraria estar em meu lugar. No sábado, dia 14, o Canto do Rio Foot-Ball Club completou 102 anos. Foram programados vários eventos comemorativos, entre eles torneio de futebol de salão entre os sócios, feijoada e um baile de gala. Mas o mais importante aconteceu nesse último domingo, dia 22, com homenagens à várias celebridades esportivas niteroienses, entre elas, Roberto Miranda, campeão da copa de 70, Marcelo Ferreira, bicampeão olímpico de vela, e Bruno Souza, número 1 de nosso handebol e secretário municipal de esporte e lazer. Até o prefeito Rodrigo Neves apareceu para distribuir as camisas retrô, que foram lançadas, na lojinha nova! Ficaram lindas e vão virar moda! Custam R$ 89,90. Claro, já comprei a minha! Nesse trabalho de recuperação, vasculhamos o acervo e, por isso, pensamos em procurar o Museu da Pelada. Queríamos contar nossa descoberta! Achamos, em frangalhos _ mas já mandamos restaurar _ o troféu do Torneio Início de 1953, título mais importante do clube. Desculpa Pugliese, mas o Canto do Rio venceu o Vasco por 3 x 0 na final, há! há! há! Também achamos uma cruz de Malta dada pelo mesmo Vasco ao Canto do Rio em homenagem à inauguração do Caio Martins, estádio criado para o Canto do Rio, em 1941, que hoje voltou a treinar lá. Isso! Vale lembrar que o Cantusca está com um projeto de reestruturação do futebol e deve retornar ao Campeonato Carioca Série C, em 2017!!!! O objetivo é ano que vem começarmos a disputar os estaduais pelas categorias de base. Essa era a notícia que nós, amantes do futebol, gostaríamos de dividir com o Museu da Pelada!
Our Team
a gente adora contar histórias.
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PLANETA DO BEM
texto: Sergio Pugliese | foto e vídeo: Daniel Perpétuo
Se tem uma rapaziada que eu adoro é a do Planet Globe, capitaneada por Guaraci Valente, o Gaúcho, Cláudio Cunha, Paulinho “Meu Filho”, Heitor Martinez e Nicola Siri. Por que eu gosto deles? Por que é fácil gostar deles!!! Tudo bem que Nicola e Heitor quando entram em campo, se transformam, odeiam perder, viram outras pessoas. Mas atores vivem de se transformar em outras pessoas e nunca saberemos se aqueles semblantes de poucos amigos, dentro das quatro linhas, é real ou apenas a criação de mais um personagem. Já estive com eles em várias situações porque os atletas, além de bons de bola, praticam o futebol solidário, não nos moldes do tic tac barceloniano, com a bola passando de pé em pé, mas no sentido de amplificar campanhas do bem, arrecadar dinheiro, alimentos e roupas para salvar instituições e ajudar vítimas de violência ou catástrofes, como a de Mariana, em Minas.
– Esse time é 100% coração – resumiu Gaúcho, o presidente.
O Planet Globe se transformou num case de sucesso na área de eventos porque não dá espaço para rivalidades e reúne no grupo atores do Globo, Record e SBT, e cantores de sertanejo, samba, rap, MPB e funk. E, juntos, todos fazem o que mais gostam: jogam bola e ajudam o próximo!!!! No aniversário de 120 anos do Flamengo, domingo passado, o Planet Globe foi desafiado para um amistoso, no Maracanã contra o máster rubro-negro, com Adílio, Andrade, Júlio César Uri Geller, Cláudio Adão & cia. Seria a preliminar do Mengão principal contra o americano Orlando, de Kaká. O Museu da Pelada foi convidado e chegou cedo para não perder nenhum detalhe, da chegada ao estádio, vestiário e entrada no, ainda, monumental Maracanã!!!
– Olha ali o Nunes e o Rondinelli – vibrou o tricolor Daniel Oliveira, videomaker de nossa equipe.
Ele tricolor e eu vascaíno. Não sei se por pegadinha, Gaúcho avisou que teríamos que vestir o manto sagrado do Mengão se quiséssemos prosseguir na cobertura. Topei porque ele é mais vascaíno do que eu e a causa era nobre. O Daniel também não correu. De cara encontrei Frederico Luz e Marcio Mac Culloch, o primeiro diretor e o segundo gerente de Comunicação do Flamengo. Ambos sabiam meu time de coração e, claro, gargalharam.
– Fotografa ele – sugeriu Marcio.
– Isso é que é vestir a camisa pelo trabalho – brincou Fred.
Em seguida, apareceu o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, e antes de ouvirmos mais alguma gracinha emendamos numa entrevista. Humilde, o cartola disse que não jogaria para não ofuscar nenhum jogador do time principal. Ainda bem que Nélio, Beto, Marquinhos e Djalminha não ouviram. Se bem que Djalminha reforçou o time do Planet, com Gasparetti, Diogo Nogueira, que tinha até torcida organizada, o galã Felipe Simas, Nicola Siri, Bochecha, Thiago Rodrigues, Leandrinho, do Bonde do Tigrão, o parceirão Rogê, entre outros.
– Quem se garante em jogar na lateral e marcar o Júlio César Uri Geller? – perguntou Gaúcho, pelo megafone.
Silêncio absoluto. Após repetir algumas vezes, sem sucesso, o técnico exerceu o poder do cargo.
– Gasparetti, você!!!!!
– Uiiiiii!!!!! A santa pirou???
O vestiário foi abaixo!!!! No fim das contas, escalaram o astro do funk, Nego do Borel, moleque arisco, velocista e gingado contagiante. Julio Cesar Uri Geller olhou para ele e preferiu nem calcular a diferença de idade entre os dois. Mas, peraí, o Maracanã é o palco de Julinho, onde ele entortou laterais consagrados e fez a torcida do Mengão muitas vezes reverenciá-lo. Resultado do desafio: Em menos de 10 minutos, Julinho aplicou um elástico em Nego, que o fez quase criar um novo passo de dança. Final, máster do Mengão 13 x 1 nos artistas, gol de Diogo Nogueira. Mas que fique claro. Não era o time titular do Planet Globe, bicampeão mundial e campeão sul americano de artistas. Mas a missão era exatamente a mesma: integrar, divertir, inserir e semear alegria e paz. Salve, Gaúcho!!!!
Meninos do Rio
:::: PÉ NA AREIA, por Sergio Pugliese
Se algum pesquisador recorrer ao Google para conhecer a Ipanema dos anos dourados encontrará referências a Tom Jobim, Vinicius de Mores, Helô Pinheiro, Bar Veloso, Píer e Nascimento Silva. Também descobrirá que o bairro, conhecido mundialmente por ditar as tendências da cidade, lançou o Cinema Novo, a Bossa Nova e o fio-dental. Tudo muito bem, tudo muito bom, mas cadê Gugu, Paulinho, Jonas, Dadica, Marcelo e Fernando citados entre os maiores garotos-propaganda de Ipanema, de todos os tempos? Os seis irmãos boleiros, campeões de futebol de praia, em 1964, pelo Lagoa, e em 1975, pelo Montenegro, continuam na ativa, agora no futevôlei, e ainda atraem olhares admirados dos fãs e provocam aglomerações para vê-los em ação.
– Essa família é a história do futebol de praia da cidade – atestou Nielsen, ex-goleiro do Fluminense e da seleção brasileira olímpica, que acompanhava os amigos, na rede do Tio Marcelo, no Posto 9, quando nossa equipe chegou.
Gugu, de 72 anos, o irmão mais velho, nos recebeu no calçadão. Sol de quarenta graus!!! Guillermo Planel, nosso fotógrafo, tostava, pedia cerveja e logo abrigou-se na barraca, onde a família Carvalho nos aguardava. Estavam lá, além dos seis peladeiros, as irmãs Tereza Cristina e Margarida “Caipivodka” Maria, e Ângela e Cristina, esposas de Paulinho e Marcelo, e torcedoras fanáticas. Faltaram os irmãos Rogério, que, jovem, optou pela carreira de seminarista, e Ana Josefina.
– Já fiquei muito rouca gritando por esses irmãos – garantiu Cristina.
Muita gente ficou! Os irmãos arrastavam multidões e transformaram o Lagoa, fundado por Théo Sodré, em atração turística. Na época, década de 60 e 70, os campeonatos lotavam as praias, reuniam cerca de 20 timaços, como Copaleme, Maravilha, do Armando Monteiro, Juventus e Guaíra, e durava um ano. Em 64, o Lagoa papou o título: 1 x 0 sobre o Lá Vai Bola, do goleiro Renato, gol de Gugu. O técnico era Armando Marques, que consagrou-se como árbitro profissional.
– Era um timaço! Tinha Capelli, Paulo Cesar, Kolynos, Tatinha, Zé Luiz, Canário, Sérgio Corrente, Lula e Ronaldo – escalou Gugu, considerado um dos melhores jogadores de praia e futevôlei de todos os tempos, com Dadica, Marcelo e Jonas.
Fernando pediu licença e fez questão de escalar o time do Montenegro, campeão de 75.
– Celso, Boreu, Jorge Barros, Marcelo Dentista, Anchieta, Marcelo, Dadica, eu, Niemeyer e Betinho. Imbatível!!!
E Paulinho? Hoje com 71 anos, o cracaço começou a trabalhar cedo e as viagens o impediam de jogar tanto. Fernando, o poeta da família, conseguiu dividir o prazer da bola com a música e ajudou a criar a lendária banda Terra Molhada. Música, sol e futebol!!!
– Sempre fui o mais talentoso, alto, novo e bonito! – gabou-se, no alto de seus 1,70m e 62 anos.
Os irmãos, um centímetro a menos, riram acostumados com a irreverência do consagrado violonista e emendaram em saborosas lembranças, como o golaço de Dadica após tabela de cabeça com Marcelo, o petardo no ângulo de Fernando, que lhe rendeu o apelido de Búfalo Gil, o gol de Niemeyer no segundo título, contra o Juventus, os duelos entre Dadica e Pinduca, e o lençol cinematográfico de Jonas no zagueiro brucutu que aplicou-lhe uma gravata.
– O futebol ficou violento e partimos para o futevôlei – explicou Jonas, de 67 anos.
E com o parceiro Crioulo foram os pioneiros do esporte e transformaram-se nos melhores do mundo na modalidade. Em duas finais, Gugu, Marcelo, Jonas e Dadica chegaram a se enfrentar. Titãs!!!! Margarida pediu uma vodka e Marcelo abraçou uma bola. Mais uma resenha, um sábado ensolarado! Os paizões Jonas e Maria Cristina, lá do alto, orgulhosos, caprichavam no sol e no céu azul para manter as crias bronzeadas, unidas e felizes.
(publicada em janeiro de 2015, na coluna A Pelada Como Ela É)
Sergio Pugliese tem mestrado em chutes de trivela, doutorado em resenhas e é pós-graduado em gols no ângulo. Por quatro anos e meio assinou a coluna A Pelada Como Ela É nas páginas de O Globo, mas, agora, é o ponta arisco do Museu da Pelada.
Guillermo Planel é documentarista com pós graduação-etílica em cerveja guerrilheira, mestrado em domesticar formigas andinas no deserto do Atacama e tem doutorado em contar com quantos grãos de areia se enche uma ampulheta boliviana.