PARABÉNS, ADÃO!!
Vascaíno confesso, o craque Cláudio Adão comemora 61 anos de idade hoje! Alguém duvida que essa dupla de goleadores cairia bem no lugar de Thalles e Leandrão?
Cláudio Adão no Bar da Eva:https://www.youtube.com/watch?v=ZMZAzI_ZwyU
XÔ CERVEJA!!!
Pelo quinto sábado seguido, o Museu da Pelada, em parceria com o Projeto Facão, apresenta uma atividade de recondicionamento físico. Depois de quatro treinos na praia, o trabalho de hoje foi realizado em um campo do Península, um condomínio na Barra da Tijuca onde o professor Guido Ferreira também começou a dar aula.
Com o intuito de prevenir lesões, o craque João Carlos, brasileiro naturalizado belga que atua há 13 anos no futebol europeu, participou de um trabalho de propriocepção. Uma espécie de “amarelinha” para atletas, que parece fácil, mas exige muita força e concentração.
Dessa forma, João Carlos vai voltar para a Europa com um condicionamento físico superior aos companheiros e não deve sentir tanto o desgaste da pré-temporada. E você? Vai esperar mais quanto tempo para largar o “migué”? Nunca é tarde!! Sábado que vem tem mais dica!!
JUIZ DO CANGAÇO
por Victor Kingma
Invicta há vários anos, a equipe formada pelos jagunços bons de bola (e de peixeira), do agreste pernambucano, era o orgulho do seu velho e temido presidente cangaceiro, figura lendária e temida em todo o nordeste. Nenhum time conseguia (ou ousava) derrotá-la. Afinal, os métodos empregados nem sempre eram muito esportivos. Muitas vezes, para intimidar adversários e arbitragem, a peixeira substituía a bola em caso de dificuldades em alguma partida.
Já velho e sem enxergar direito, o patrono do time não ia mais aos jogos. Todo domingo à tarde ficava na fazenda esperando a rapaziada para mais um churrasco de comemoração. Terminada cada partida, o foguetório no caminho de volta indicava ao “chefe” sobre mais uma vitória. Esta era a rotina dominical. Já se tornara folclore em toda a região.
Mas, naquele domingo, entretanto, alguma coisa errada tinha acontecido. O silêncio dominava o povoado e ninguém ouvia os gritos de euforia e o barulho dos foguetes no caminho de volta.
Cabisbaixos, os atletas e o técnico vão se aproximando da fazenda, tendo à frente o capitão Carranca, um misto de zagueiro e cangaceiro, atleta muito conhecido na região, não pela habilidade que tinha com a bola, mas pela voracidade que atingia a canela dos adversários.
Na sacada da fazenda, impaciente, o velho cangaceiro ansiava por uma explicação:
– E aí? O que aconteceu?
– Perdemos! Com aquele juiz não tinha jeito! – Desabafa desolado o truculento zagueiro.
– E que juiz ousou nos desafiar? Traga-o imediatamente até aqui!
– Melhor deixar pra lá, chefe.
– Quem é o juiz? – Grita furibundo, já de pé sob a sacada.
– LAMPIÃO, chefe!
O velho cartola cangaceiro coça o cavanhaque, tira o chapéu, e arremata:
– Pensando bem, “cabra macho” de verdade tem que saber a hora certa de perder…
– Vamos ao churrasco pessoal!
Charge de Eklisleno Ximenes.
Eles e Ela
fotos e vídeo: Simone Marinho | edição: Izabel Barreto
Diversidade, amizade, inclusão, espírito de equipe. Tudo isso faz parte do universo da pelada. A história de Nathália Coutinho é um exemplo disso. Apaixonada por futebol, ela quebra barreiras jogando com homens. Conheça essa história, contada em parceria com a Juntos, agência com foco em Comunicação por Causas. #OcampoÉparaTodos #Juntos #DNAJuntos
PROFISSÃO: RESERVA
por Zé Roberto Padilha
O Teatro Muncipal não tem um banco de reservas como o do Maracanã. O ator ensaia durante a semana, decora o texto, sobe no palco e dá o seu recado. Não serve como exemplo. No cinema, então, se estiver escalado no banco nem aparece na fita. Como explicar para os outros artistas a triste vida de um artista da bola escalado no domingo para ficar na reserva? Palavra de quem passou um bom tempo por ali: nada é pior na vida de um jogador que ser reserva da equipe. Só quem sentou no banco paraRogério Ceni alcança a extensão deste martírio.
O desconforto já começa quando as imagens percorrem aquele “fosso das ilusões perdidas” antes do começo da partida. Eles sabem que vai ter um engraçadinho na sala, no sofá junto à família torcendo e cornetando: “Olha lá os sujas roupas! Não fazem nada, recebem em dia e ainda ganham gratificações”. Cada close dado naquele amarelado grupo representa meio milhão de reais a menos no mercado da bola. Quando o time dana a ganhar, como o Vasco, que o Jorginho não é maluco, nem o Zinho, para mexer e onde ninguém se machuca para alcançar o pôster, os reservas vão definhando. No banco, na memória da mídia, dos torcedores e quando você procura…Cadê o Guinazu? Ouviram falar do Serginho? E para onde foi aquele centroavante que nos deu o título de campeão contra o Botafogo?
Depois que assinei meu contrato profissional, em 1972, fui reserva dois anos do Lula. Não tinha bola suficiente para concorrer com um ponta-esquerda da seleção brasileira. Quando ele era convocado, disputava uma Taça Guanabara, entrava nos amistosos excursionando pelo país. Se não fosse vendido ao Internacional, em 1974, e Carlos Alberto Parreira assumisse e me desse a brecha que sonhava, estaria hoje trabalhando no Bradesco. A paixão e a permanência em um banco seria maior que a vivida dos gramados.
Por ali vivi, sentado e apreciando, experiências inusitadas. Era novo, podia esperar, aprender os truques daquela fascinante profissão ao entrar aos poucos nas partidas. Mas tinha craque rodado impaciente e estressado. Já chegava com o dedo cruzado para secar o titular e esclarecia: “Escuta, menino, aqui não é local de hipocrisia. Torcer é na arquibancada. Não torço contra o Samarone, nem contra o Cláudio (que eram da sua posição), apenas desejo que eles joguem mal. Sofram uma leve lesão, nada séria, para que eu possa entrar.” E filosofava: “Na pior das hipóteses, uma derrota cairia bem. Treinador é tudo igual: vai ter que mexer no time e aí temos chances!” E finalizou: “Não estamos aqui para bater palmas para macaco dançar!”. Calma, Bernardinho, estou falando do banco de jogadores de futebol!
Para os que acham que acabou o martírio dos reservas junto ao texto, a tragédia avança depois da partida. Quando o juiz apita, ainda vem o preparador físico com o estádio vazio os aquecer para uma corrida. E tome abdominal, flexões, piques que poucos assistem com os refletores desligados. Ah, tem gente que presenciou sim. Quando um reserva chegou em casa, seu filho, gente boa, que permaneceu na arquibancada o esperando, ainda lhe deu uma força: “Treinou bem, hein pai!” Uma pena não ser no teatro, senão a gente pedia para fechar a cortina. E terminava com uma agonia que vai continuar no banco de reserva do nosso time já no próximo domingo.