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O GOLEIRO VOADOR

por Victor Kingma, de Minas Gerais


Pompéia tinha uma impulsão de dar inveja a muitos goleiros

Ao longo dos anos, o futebol brasileiro revelou grandes goleiros como Barbosa, Castilho, Manga, Gilmar, Taffarel e tantos outros. Entretanto, o mais espetacular de todos, para muitos saudosistas como eu, talvez tenha sido Pompéia. Com sua incrível elasticidade e saltos acrobáticos, fazia as torcidas vibrarem, inclusive as adversárias, para delírio dos vibrantes narradores esportivos da época.

José Valentino da Silva, o Pompéia, era mineiro da cidade de Itajubá, onde iniciou a carreira no Itajubá F.C.  Antes disso, no entanto, havia sido artista de circo.

Muitos não sabem, mas inicialmente ele jogava de centroavante. Um dia, já atuando pelo São Paulo da mesma cidade, numa partida em Três Pontas, o goleiro do time adoeceu e o treinador precisou escalar o centroavante no gol. Sua atuação foi tão espetacular que a partir daquele dia jamais abandonou a posição.

 Sua fama logo correu o Brasil e grandes clubes como Portuguesa e São Paulo tentaram contratá-lo. Mas ele sempre recusava, alegando que não queria sair de Minas.

Um dia, o Bonsucesso foi jogar em Itajubá e o juiz que acompanhava o clube carioca, e que apitou a partida, ficou impressionado com a atuação do goleiro e o convidou para jogar no Rio. Como adorava a cidade, acabou aceitando.

Por volta de 1953, Alfinete, seu primeiro técnico no Bonsucesso, costumava levá-lo para assistir os jogos de Barbosa e Castilho, os maiores goleiros da época. E Pompéia aprendeu muito com eles.

No ano seguinte, foi contratado pelo América, onde desenvolveu uma carreira brilhante. Seu primeiro título foi um torneio internacional, no Peru. 

Foi campeão carioca em 1960 pelo mesmo clube e campeão venezuelano pelo Deportivo Português. Jogou ainda no Futebol Clube do Porto, de Portugal, e no Galícia, da Venezuela. 

Pelas suas defesas acrobáticas e saltos espetaculares era conhecido como Constelation (aeronave famosa da época), Ponte Aérea e Goleiro Voador.

Quando era garoto, gostava de desenhar a figura do marinheiro Popeye. Como ele e seus amigos não sabiam pronunciar direito o nome do personagem, acabou dando origem ao apelido Pompéia.

Pompéia, o mais peladeiro dos goleiros, o goleiro voador, faleceu no Rio de Janeiro em 18 de maio de 1996, aos 62 anos de idade.

PARABÉNS, BENONES!

Hoje é aniversário do nosso seguidor Benones Souza! Torcedor fanático do Paragominas F.C., o Jacaré do Norte, e apaixonado por futebol, o paraense nos deu uma moral absurda enviando diversas fotos para o acervo do Museu da Pelada. Entre elas, destaca-se a do craque Zico, seu ídolo, vestindo a camisa do Paragominas. Vale destacar que a equipe foi criada apenas em 2012, mas já chegou à decisão do Campeonato Paraense e conseguiu a inédita classificação para a Copa do Brasil de 2014.

Além do novato time, que foi eliminado na semifinal do campeonato estadual, Benones também tem grande admiração por Flamengo e Paysandu. Apesar do rubro-negro carioca ainda não ter dado grandes alegrias neste ano, o mesmo não se pode falar do Papão. Somente no mês de aniversário de Benones, a equipe paraense conquistou dois títulos: o campeonato estadual e a Copa Verde, nos dias 7 e 10 de maio, respectivamente. Será que o torcedor imaginava que poderia receber presentes de aniversário tão prazerosos? Afinal de contas, nada deixa um torcedor mais feliz do que a conquista de um título.

Na Europa, Benones tem admiração pelo Barcelona. O clube catalão, aliás, pode dar mais um presente de aniversário para o paraense. Caso vença o Granada neste sábado, a equipe de Neymar, Messi e Suárez vai conquistar o título espanhol da temporada 2015/2016.

Para a festa de Benones ser completa, o Paysandu precisa vencer o Ceará e o Flamengo necessita conquistar os três pontos diante do Sport. Ambos os jogos serão às 16h deste sábado.

Valeu, Benones!

GAROTADA DISPUTA FINAIS DA COPINHA MACABI RIO

A Macabi Rio é a entidade máxima quando se trata de estimular o esporte no âmbito da comunidade judaica do Rio de Janeiro. No site da instituição, que não tem fins lucrativos, os organizadores descrevem que “a prioridade é aglutinar de forma permanente os jovens e suas famílias, num saudável e alegre ambiente esportivo”.

Neste ano, a Macabi Rio organiza a nona edição da “Copinha de Futsal”. Com jogos nos clubes Hebraica e Monte Sinais, atletas, familiares e a equipe técnica da entidade esportiva lotam os ginásios nos finais de semana. Neste domingo, 15 de maio, a arquibancada do Hebraica promete estar ainda mais lotada, já que o clube vai ser palco das finais de três categorias da Copa Macabi Rio de Futsal 2016.

Confira a programação:

Domingo, 15 de maio, na Hebraica, finais da IX Copa Macabi Rio de Futsal

9h –  Categoria Sub 11: CARMIEL X EILAT.
10h –  Categoria Sub 07: HERZLIA X TZFAT
10h30 – Categoria Sub 09: RAMAT GAN X JERUSALÉM
11h – Cerimônia de Encerramento com entrega de medalhas aos times e troféus aos artilheiros.

UM GOLAÇO DENTRO E FORA DE CAMPO

por Felipe Carvalho


Além da diversão, a pelada ajuda a arrecadar doações para os necessitados

Nada de dribles, canetas ou pedaladas. Em Queimados, na Baixada Fluminense, o que mais tem chamado a atenção dentro das quatros linhas é o espírito do solidariedade dos peladeiros de plantão, que se reúnem todos os sábados para baterem aquela sagrada bolinha no campo da Duloren, no bairro Parque Santiago. Todo mês, os atletas do grupo AFA (Amigos Futebol Amizade) arrecadam alimentos, que são convertidos para as famílias e instituições carentes do município e ainda doam sangue para o Hemorio, um verdadeiro gol de placa, para nenhum artilheiro que se preze colocar defeito. Não é verdade?

Entre as dez famílias que receberam cesta básica neste mês está a da dona de casa Maiza Costa de Santana, de 36 anos. Moradora do bairro da Porteira, atualmente desempregada e com doença renal crônica, ela vive da doação mensal de R$ 200 de uma ex-patroa, quando trabalhava numa casa de família.

– Uso esse dinheiro para comprar os medicamentos e na maioria das vezes ainda falta. Graça a Deus, sempre vem uma pessoa me ajudar, minha tia, meus irmãos. Quando a cesta chegou, meu armário estava vazio. Estou vivendo de doações – diz a moça que vive com a filha de dez anos e faz sessões de hemodiálise três vezes por semana numa clínica conveniada com a prefeitura.


Moradora recebe as doações em casa

Não falta criatividade para esta turma que já provou que bate um bolão dentro e também fora de campo. Eles criaram uma página numa rede social, onde são divulgadas as atividades do grupo. Tem direito também a entrevistas antes e depois de cada jogo com os treinadores das equipes, craque da rodada e, claro, não poderia faltar o pereba, o atleta que teve a pior atuação. Tudo uma brincadeira, cujo objetivo principal é estimular a interatividade com o público e, assim, identificar através dos seguidores mais pessoas que precisam de doações.

– Nosso sonho é construir uma sede própria do grupo, estamos atrás de ajuda para isso. Lá seria o ponto de arrecadação de alimentos e ainda de encontros da galera – projeta o presidente do grupo, Alan Ribeiro.

“Final será neste sábado”


Os peladeiros solidários posam para a foto

Apesar de todo o espírito de solidariedade, quando os times entram em campo, o clima da rivalidade se faz presente. Pelada? Jogo amistoso? Que nada!! O que não falta é competição. Durante o semestre, o grupo seleciona “treinadores” que montam seus times momentos antes da partida com os atletas presentes. Ao todo, são cerca de 50. Para garantir a vaga, os jogadores literalmente madrugam e chegam à beira do campo antes das 6h da manhã. Neste sábado (14), acontecerá a final da competição amadora e no próximo dia 4 de junho será a premiação com direito a uma festa de gala.

– Levamos tudo muito a sério. Para o próximo mês vamos começar uma campanha de agasalhos e roupas de cama por conta do inverno – adiantou o diretor Gilmar Melo.

Para se tornar um doador, é só levar um quilo de alimento não perecível nas manhãs de sábado ao campo da Duloren, no bairro Parque Santiago ou entrar em contato com a página do grupo no Facebook: A.F.A. Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail: afanaticos2011@gmail.com

SETENTÃO BOM DE BOLA

por Wesley Machado, de Campos dos Goytacazes-RJ

– Foi a melhor manhã que eu passei nos últimos anos. Foi muito bom. Gostei muito – disse Amaro Martins, de 72 anos, que depois de aproximadamente 30 anos voltou a jogar bola no domingo (1º), Dia do Trabalhador.

Ele era conhecido como Amaro “Furacão” na época em que jogava no Bangu, time amador da cidade de Campos dos Goytacazes-RJ. Amaro era camisa 7, antigo ponta direita, e aterrorizava as defesas adversárias com sua velocidade e habilidade.

O Bangu disputou muitos campeonatos na chamada Baixada Campista na segunda metade da década de 70, quando o Futebol Campista era forte, com os clubes profissionais Americano e Goytacaz participando dos campeonatos nacionais da primeira divisão.


O reencontro de Seu Amaro com a bola, depois de 30 anos

Ex-bancário, Seu Amaro Martins atualmente trabalha como chefe de gabinete do presidente da Câmara Municipal de Campos e pré-candidato a prefeito da cidade. É o médico e vereador, por cinco mandatos, Edson Batista, com quem Seu Amaro Martins trabalha há exatos 20 anos.

O saudoso ex-jogador Sócrates afirmou certa vez que: “não é o jogador que larga o futebol, é o futebol que larga o jogador”. Mas a bola insistiu em não largar Amaro “Furacão” Martins.

Com uma camisa do Fluminense, o septuagenário chegou animado. Aqueceu, bateu bola e mostrou que tinha intimidade com ela.

Foi para a partida. Deu a saída e jogou por 10 minutos, para espanto dos demais, que ficaram impressionados ao saber sua idade.

Os comentários depois da pelada giravam em torno dele. Ninguém podia acreditar que uma pessoa com mais de 70 anos poderia jogar bola ainda.

Mas o bem cuidado Amaro Martins mostrou que idade não é problema. Com um bom físico, melhor do que muito marmanjo, correu, chutou, deu passe.

Precavido, preferiu não exagerar na dose. Já havia dado a honra àqueles rapazes de meia idade de atuar ao lado de um senhor de cabelos brancos.

Pediu para se retirar. E todos foram o cumprimentar.

Aquele dia já havia entrado para a história.