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Adílio + Oswaldo Montenegro

obrigado, Adílio!!!

texto: Sergio Pugliese | fotos e vídeo: Simone Marinho | edição de vídeo: Rodrigo Cabral

 

Num show, entre aplausos e pedidos de bis, ecoa a surpreendente revelação: “Se hoje estou aqui, segui a carreira musical, agradeçam ao Adílio!”. E para o público não ficar imaginando um Adílio produtor musical, um Adílio parente, um Adílio descobridor de talentos veio o complemento: “o Adílio do Flamengo!”. Os rubro-negros, mesmo estranhando a inusitada ligação, vibraram!!!! Até a produção foi surpreendida mas, no camarim, Oswaldo Montenegro esclareceu. Menino, de tanto apanhar de Adílio no futebol de salão, ele pelo Grajaú Tênis Clube, e o rival pelo Mengão, reconheceu a arte adversária e, precocemente, pendurou as chuteirinhas. Mais do que isso: admitiu, solitariamente, que jamais conseguiria dar aqueles dribles mágicos, aquela gingada envolvente, as canetas, os lençóis… é, o seu futebol saía do tom, desafinava e, então, humildemente, trocou a bola pelo violão. Os fã-clubes, musical e futebolístico, agradecem!!!  


– Mas com as peladas nunca parei. Em Brasília, Minas e no Brasil todo em minha fase nômade.

– Mas com as peladas nunca parei. Em Brasília, Minas e no Brasil todo em minha fase nômade – afirmou, orgulhoso.

Adílio recebeu o convite do Museu da Pelada para encontrar Oswaldo Montenegro com a alegria de uma criança ao ganhar a primeira bola. A ideia foi de nosso colaborador, o ator e boleiro Alex Reis. Ele nos esperava no apartamento de Oswaldo, no Leblon, enquanto eu e a videomaker Simone Marinho fomos buscar o craque no treino do máster do Flamengo, na Gávea. Ali, encontramos vários amigos, como o goleiro Ubirajara, o dentista das estrelas Lulinha, o craque do futsal Felippe Orelha e o entortador Júlio César Uri Geller. Esse, unha e carne com Adílio, quis saber para onde o parceiro ia com tanta pressa.

– Volta e meia estamos juntando jogador com cantor – explicou Simone Marinho.

– Minha parada é rock pesado, vamos pensar num parceiro para mim, hein! – sugeriu o ponta.


Adílio chegou, banho tomado, cheiroso, prontinho para encontrar o ídolo. Em plena forma, quis ir andando. Eram poucos quarteirões, tudo bem! No caminho, de cinco em cinco minutos alguém gritava “Mengo!” ou “Fala, Adílio!” ou “Neguinho Adílio, entra nesse time!!!!!”. Ele cumprimentava a todos, parava, abraçava, distribuía humildade e carinho. Ao passar pela Cruzada São Sebastião encheu o peito para falar “nasci aqui”. Prato cheio para Simone Marinho descarregar o equipamento da mala e registrar o craque relembrando o início de tudo. Alex Reis ligava, preocupado: “vocês estão chegando?”. Ele, como ator perseguido pelos flashes, deveria saber que fotógrafos e videomakers são indomáveis!!!! Mas, chegamos e foi bonito demais ver o encontro dos dois! Ídolo do ídolo!!!!


– Pelezinho!!!!

– Pelezinho!!!! – vibrou Oswaldo.

Pelezinho era Adílio quando menino, um apelido normalmente dado aos que tem pouca intimidade com a bola. Oswaldo era Oswaldo mesmo e, por isso, acrescentou o Montenegro e foi fazer sucesso em outros palcos, longe daquela concorrência desleal.

– Adílio, anos depois, preciso saber de uma coisa. Por que você simplesmente não me driblava, mas sempre precisava me humilhar?


– Adílio, anos depois, preciso saber de uma coisa. Por que você simplesmente não me driblava, mas sempre precisava me humilhar?


A resposta, claro, foi uma risada gostosa, constrangida. Claro que Oswaldo jogava bem, mas o Flamengo era infernal. Não se sabe se foi enfrentando Adílio, que o goleiro do time de Oswaldo, o Mongol, começou a pensar na letra “Agonia”, sucesso avassalador, na voz de Oswaldo, campeã do Festival de MPB, de 1980. Ou seja, o futebol do rubro-negro contribuiu duplamente para o fortalecimento da Música Popular Brasileira!!!! Mas Oswaldo também contribuiu para o futebol fazendo a trilha do divertidíssimo filme “A incrível história de Mauro Shampoo”, artilheiro do pernambucano Íbis, o pior time do mundo.

– O futebol me encanta e foi enfrentando Adílio que entendi o sentido de futebol arte, algo extinto nos dias de hoje.


– O futebol me encanta e foi enfrentando Adílio que entendi o sentido de futebol arte, algo extinto nos dias de hoje.

Artistas geniais, criativos, inspiradores. A resenha rolou fácil e, ali, numa varanda do Leblon, a tabelinha, toca e sai, fluiu como nos sonhos de Oswaldo. Mas naquela noite havia jogo do Mengão e Adílio precisava partir, torcer, cumprir o dever de um flamenguista exemplar. Abraçaram-se! Adílio desculpou-se “por qualquer coisa” e partiu “valsando como valsa uma criança que entra na roda….ao som dos bandolins”. Oswaldo, sentou-se e após uma baforada no legítimo cubano fechou os olhos e certamente lembrou-se da letra de “A porta da Alegria”: “cada vez que eu subo ao palco pra cantar eu me lembro de você”.

 

UMA TARDE INESQUECÍVEL

por Mauro Ferreira

Era mais uma das muitas tardes de domingo, de um Vasco X Fluminense (3×0 para o meu Fluzão!!!). Na preliminar, dois combinados de pouco afeitos aos gramados. Peladeiros, sim, com muita honra!!! De um lado, um bando de artistas. Nuno Leal Maia e Evandro Mesquita capitaneavam. Do outro, uns pernas-de-pau, cronistas esportivos, mestres na arte de criticar os que jogavam futebol muito – muito, mesmo – mais que eles. No final, goleada do time dos artistas. Informação obviamente escamoteada dos jornais do dia seguinte.

Foi um domingo particular, de muitas histórias. Eu e Bocage dividimos o gol. Comecei como titular e a geral do Maraca fez nosso treinador me tirar do jogo logo no início do segundo tempo, depois de mais um “frangaço”. Tino Marcos, na lateral-esquerda, terminou o primeiro tempo com os lábios esbranquiçados pela saliva da falta de fôlego. Sequer conseguia andar. Meinha (Giuseppe Amato) e o saudoso Jorge Nunes eram os mais – digamos – lúcidos. O resto não ajudava em nada. Mair Pena Neto, Luís Augusto Nunes, Iata Anderson, Vicente Sena, Márcio Tavares, Paulo César Vasconcelos, Ari Gomes, Pierre Carvalho (Capitão Gancho), formavam o restante do time.


O duelo entre artistas e cronistas entrou para a história

Na foto, ainda estão algumas lendas jornalísticas que não “adentraram ao gramado”: Oldemário Touguinhó, Sérgio Paulhinha, Tarlis Batista (aquele que assegura ter tido um colóquio com a atriz Bo Derek), Mario Derrico, Newton Zarani, Sinval e, perdoem-me, não lembro o nome dos demais.

Foi uma tarde inesquecível!!! Jogar na grama sagrada do Maracanã é para poucos. Pagar um mico monumental, também. A foto não mente. Quanto à história do jogo, ah, isso a gente deu um jeitinho…

O GOLEIRO VOADOR

por Victor Kingma, de Minas Gerais


Pompéia tinha uma impulsão de dar inveja a muitos goleiros

Ao longo dos anos, o futebol brasileiro revelou grandes goleiros como Barbosa, Castilho, Manga, Gilmar, Taffarel e tantos outros. Entretanto, o mais espetacular de todos, para muitos saudosistas como eu, talvez tenha sido Pompéia. Com sua incrível elasticidade e saltos acrobáticos, fazia as torcidas vibrarem, inclusive as adversárias, para delírio dos vibrantes narradores esportivos da época.

José Valentino da Silva, o Pompéia, era mineiro da cidade de Itajubá, onde iniciou a carreira no Itajubá F.C.  Antes disso, no entanto, havia sido artista de circo.

Muitos não sabem, mas inicialmente ele jogava de centroavante. Um dia, já atuando pelo São Paulo da mesma cidade, numa partida em Três Pontas, o goleiro do time adoeceu e o treinador precisou escalar o centroavante no gol. Sua atuação foi tão espetacular que a partir daquele dia jamais abandonou a posição.

 Sua fama logo correu o Brasil e grandes clubes como Portuguesa e São Paulo tentaram contratá-lo. Mas ele sempre recusava, alegando que não queria sair de Minas.

Um dia, o Bonsucesso foi jogar em Itajubá e o juiz que acompanhava o clube carioca, e que apitou a partida, ficou impressionado com a atuação do goleiro e o convidou para jogar no Rio. Como adorava a cidade, acabou aceitando.

Por volta de 1953, Alfinete, seu primeiro técnico no Bonsucesso, costumava levá-lo para assistir os jogos de Barbosa e Castilho, os maiores goleiros da época. E Pompéia aprendeu muito com eles.

No ano seguinte, foi contratado pelo América, onde desenvolveu uma carreira brilhante. Seu primeiro título foi um torneio internacional, no Peru. 

Foi campeão carioca em 1960 pelo mesmo clube e campeão venezuelano pelo Deportivo Português. Jogou ainda no Futebol Clube do Porto, de Portugal, e no Galícia, da Venezuela. 

Pelas suas defesas acrobáticas e saltos espetaculares era conhecido como Constelation (aeronave famosa da época), Ponte Aérea e Goleiro Voador.

Quando era garoto, gostava de desenhar a figura do marinheiro Popeye. Como ele e seus amigos não sabiam pronunciar direito o nome do personagem, acabou dando origem ao apelido Pompéia.

Pompéia, o mais peladeiro dos goleiros, o goleiro voador, faleceu no Rio de Janeiro em 18 de maio de 1996, aos 62 anos de idade.

PARABÉNS, BENONES!

Hoje é aniversário do nosso seguidor Benones Souza! Torcedor fanático do Paragominas F.C., o Jacaré do Norte, e apaixonado por futebol, o paraense nos deu uma moral absurda enviando diversas fotos para o acervo do Museu da Pelada. Entre elas, destaca-se a do craque Zico, seu ídolo, vestindo a camisa do Paragominas. Vale destacar que a equipe foi criada apenas em 2012, mas já chegou à decisão do Campeonato Paraense e conseguiu a inédita classificação para a Copa do Brasil de 2014.

Além do novato time, que foi eliminado na semifinal do campeonato estadual, Benones também tem grande admiração por Flamengo e Paysandu. Apesar do rubro-negro carioca ainda não ter dado grandes alegrias neste ano, o mesmo não se pode falar do Papão. Somente no mês de aniversário de Benones, a equipe paraense conquistou dois títulos: o campeonato estadual e a Copa Verde, nos dias 7 e 10 de maio, respectivamente. Será que o torcedor imaginava que poderia receber presentes de aniversário tão prazerosos? Afinal de contas, nada deixa um torcedor mais feliz do que a conquista de um título.

Na Europa, Benones tem admiração pelo Barcelona. O clube catalão, aliás, pode dar mais um presente de aniversário para o paraense. Caso vença o Granada neste sábado, a equipe de Neymar, Messi e Suárez vai conquistar o título espanhol da temporada 2015/2016.

Para a festa de Benones ser completa, o Paysandu precisa vencer o Ceará e o Flamengo necessita conquistar os três pontos diante do Sport. Ambos os jogos serão às 16h deste sábado.

Valeu, Benones!

GAROTADA DISPUTA FINAIS DA COPINHA MACABI RIO

A Macabi Rio é a entidade máxima quando se trata de estimular o esporte no âmbito da comunidade judaica do Rio de Janeiro. No site da instituição, que não tem fins lucrativos, os organizadores descrevem que “a prioridade é aglutinar de forma permanente os jovens e suas famílias, num saudável e alegre ambiente esportivo”.

Neste ano, a Macabi Rio organiza a nona edição da “Copinha de Futsal”. Com jogos nos clubes Hebraica e Monte Sinais, atletas, familiares e a equipe técnica da entidade esportiva lotam os ginásios nos finais de semana. Neste domingo, 15 de maio, a arquibancada do Hebraica promete estar ainda mais lotada, já que o clube vai ser palco das finais de três categorias da Copa Macabi Rio de Futsal 2016.

Confira a programação:

Domingo, 15 de maio, na Hebraica, finais da IX Copa Macabi Rio de Futsal

9h –  Categoria Sub 11: CARMIEL X EILAT.
10h –  Categoria Sub 07: HERZLIA X TZFAT
10h30 – Categoria Sub 09: RAMAT GAN X JERUSALÉM
11h – Cerimônia de Encerramento com entrega de medalhas aos times e troféus aos artilheiros.