Escolha uma Página

ANTIGAMENTE ERA ASSIM. E HOJE, COMO QUE É?

por José Dias


Marinho Chagas ao lado de Falcão, Givanildo, Roberto Dinamite, Marco Antônio e Zico, durante treino da seleção

Nos meus últimos 44 anos, acompanhei futebol como nunca, e não sei o que se passa nos clubes quando estão em treinamento. Antigamente, no início do jogo, a bola tinha que ser tocada para a frente e, daí, para trás uma, duas até chegar no zagueiro. O defensor efetuava um passe ou um lançamento através de um “chutão” para que seu centroavante se virasse com os marcadores. O objetivo era fazer com que a equipe adversária viesse atrás da bola, se desguarnecendo. Mas 99% dessas bolas acabavam ficando com a defesa.

O “corner” – antigamente era chamado assim -, eu lembro, era efetuado procurando aproveitar o que era treinado durante a semana, nos treinos “coletivo apronto”. Hoje em dia…

O “lateral”, entre outras possibilidades, era feito por um dos laterais, arremessando a bola até o centro da grande área, jogada também ensaiada quando existia um jogador com essa característica. Djalma Santos, por exemplo, executava o fundamento com perfeição. Hoje, “barbaridade”, o cobrador remete a bola de fora para fora da linha lateral. É inacreditável!

E outros fundamentos, combinações e jogadas eram ensaiadas exaustivamente nos treinamentos.

Eu lembro bem, em 1991, jogavam Sport x Flamengo, na Ilha do Retiro, quando o excepcional Júnior, de costas para seu gol, marcado por um ou dois adversários, próximo à linha lateral, sem olhar, girou e, por cobertura, fez um lindo gol, mas contra o próprio “patrimônio”. Atrasou a bola para o goleiro Gilmar, que saíra de sua área para receber a bola do companheiro.

A razão pela qual estou relembrando uma ação que não deu certo?


Rogério Micale orienta os jogadores da seleção olímpica

Fico preocupado quando tomo conhecimento que o treinador da seleção olímpica, com menos de 20 dias de “ajuntamento”, pretende mudar um conceito (bom para o europeu que treina isso faz muito tempo), fazendo o goleiro exercer o papel de líbero, jogando em sua intermediária, sem o menor cacoete em sair jogando com os pés. Os goleiros não têm, absolutamente, culpa nenhuma, afinal nunca foram preparados para isso.

Fico preocupado também com o relacionamento entre os jogadores. Alguns moram no mesmo condomínio e, mal se cumprimentam quando se encontram. Outros moram em condomínios afastados um dos outros, como vão manter relação amigável, dentro campo, se mal se conhecem?


 Zico, Leandro e Tita treinando no Castelão. 

“A REPETIÇÃO APRIMORA O GESTO”, já dizia a Madre Superiora.

Como leigo no assunto, não seria o caso de voltar à prática dos coletivos aprontos, buscando o tal do entrosamento, tentando fazer com que jogadores se conheçam e, quem sabe, se cumprimentem antes, durante e depois das partidas?
 

RONALDINHO SUPERA ZIDANE

A briga foi boa, com belos comentários, mas Ronaldinho Gaúcho superou Zidane e foi eleito o craque da semana! A genialidade do brasileiro prevaleceu nessa disputa. Impossível esquecer esse lance genial daquele que encantou o mundo quando vestiu a camisa do Barcelona!


Essa semana a disputa é entre Taffarel e Marcos. 

Quem foi melhor?


PAINEIRAS, ENFIM!


O ex-jogador Edinho marcou presença na apresentação do hotel para os jornalistas


Hotel das Paineiras: Pelé e Didi jogam damas ao lado de Belini e Gilmar (sentados). Em pé (esq. p/ dir.), Zequinha, Mauro, Paulo Amaral e Zito. 07/05/1962 / Agência O Globo
 

Palco de inúmeras concentrações da seleção brasileira e de vários times cariocas, o Hotel das Paineiras, próximo ao Corcovado, vai ser reinagurado oficialmente neste sábado, no Rio de Janeiro. Construído em 9 de outubro de 1884 para ser a casa de verão de D. Pedro II, o grande estabelecimento foi arrendado pela Associação Educacional Veiga de Almeida em 31 de outubro de 1984. A apresentação do hotel reformado ocorreu ontem para os jornalistas e contou também com a presença de ex-jogadores, como o craque Edinho, atualmente comentarista do SporTV.

Ex-ponta da Máquina Tricolor, Zé Roberto Padilha deixou um depoimento bem bacana, lembrando seus tempos de jogador, quando se concentrava no sofisticado hotel:

“O Fluminense concentrava ali entre 1971 e 1975, quando mudamos para o Hotel Nacional. Em frente ao hotel, toda terça tinha largada comandada pelo Parreira para a corrida de 5 km, uma enorme subida em que eu, Edinho, Rubens Galaxe, Toninho, Pintinho e Cafuringa disputávamos o ouro olímpico. Certa vez encontrei o Abel Braga, nosso zagueiro, liderando no km 3. Pegou uma carona em uma kombi e surgiu por um atalho. Mas era zagueiro, perdoamos. Se existisse delação premiada, quem sabe? Valendo uma vaga naquele time….”

Amarildo

DIA DE REI

entrevista: Sergio Pugliese | texto: André Mendonça | vídeo: Simone Marinho | fotos: Marcelo Tabach

 


Hoje é aniversário de um dos jogadores mais importantes da história do futebol brasileiro! Amarildo, o Possesso, completa 76 anos e, obviamente, o Museu da Pelada não poderia deixar de homenageá-lo. 

O craque teve a dura missão de substituir Pelé, lesionado, nos jogos decisivos da Copa de 1962 e o desempenho surpreendente foi fundamental para a conquista do bi mundial! Em quatro jogos disputados, Amarildo marcou três gols, sendo dois diante da Espanha e um contra a Tchecoslováquia, na final da competição.

Por isso, durante um passeio pelas ruas do Rio de Janeiro, Sergio Pugliese bateu um papo com o ex-atacante, que relembrou os momentos mais marcantes de sua bela carreira, desde os tempos de aspirante no Botafogo, passagem brilhante pela Itália, até a aposentadoria no Vasco. A Copa de 1962, claro, também foi assunto da divertida resenha.

Parabéns, Amarildo!!


Foto: Arquivo

 

A CAMISA DA SORTE

por Wesley Machado

Domingo, de manhã. Era mais uma volta minha à Pelada Antigos Craques, depois de um tratamento mal feito de um estiramento na coxa direita. Da última vez que tinha voltado, ainda não estava totalmente recuperado e joguei mancando. Desta vez, me sentia mais à vontade.

No aquecimento antes de começar a pelada, fui tentado a chutar uma bola de longe, mas resolvi não forçar. Fui escolhido por Rodrigo, dono do Time Verde, o mais badalado da pelada.

O Time Verde ficou bem escolhido. Ainda tinha Zezé, o armador das jogadas; e Davi, um motorzinho, que apóia e volta para ajudar na defesa. Mas perdemos a primeira pelada para um time inferior no papel. Talvez pelo excesso de confiança. Ficamos na cerca. E quando voltamos, foi a minha vez de resolver.

Eu já tinha reparado que toda vez que visto uma camisa do Botafogo não faço gol. Desta vez, relutei em colocar uma camisa do Botafogo. Mas estava frio. E escolhi a de manga comprida. E tive uma ideia. Estrear a camisa do Museu da Pelada, que havia ganhado do Sergio Pugliese.


Coloquei a camisa do Museu da Pelada por cima da camisa de manga comprida do Botafogo. E decidi jogar na frente. Em dois lances decidi a pelada a favor do Time Verde. Dois gols que definiram a partida. Um deles driblando o goleiro. Todos os dois com assistência do garçom Zezé.

Estou até agora curtindo aquela manhã de artilheiro. Não chego nem perto do artilheiro da Pelada Antigos Craques, Juninho, que tem algumas dezenas; mas estou no mesmo ritmo de Thiagão, o rei dos gols de cobertura. 

Coincidência ou não, nesta pelada em que marquei dois gols, Jean, que foi pai pela primeira vez recentemente; e Paulinho marcaram seus primeiros gols. Eles que tentavam desencantar há tempo.

Agora dá-lhe gelo, arnica, diclofenaco e até injeção para tratar a coxa inflamada que chegou a ficar com um hematoma. Não sei quando vou voltar a jogar, mas bem que esta seria uma boa oportunidade para eu pendurar as chuteiras. No alto dos meus 35 anos e de bem com a bola.