Escolha uma Página

ME ENGANA QUE EU GOSTO

:::: por Paulo Cezar Caju ::::


Não estou aqui para ser estraga prazeres de ninguém, mas para falar de futebol. E modéstia à parte desse assunto eu entendo um pouquinho. Claro que receber uma medalha de ouro é um momento único, ainda mais a primeira de nossa história. A torcida merece e tem todo o direito de comemorar, afinal qualquer modalidade teria o seu apoio. Mas, sinceramente, a torcida realmente entende, conhece as regras de remo, tiro ao alvo, ginástica rítmica, nado sincronizado e do nosso querido futebol?

A rapaziada vai no coração, quer é medalha no peito, quer é festa e estão mais do que certos! Mas sobre a final do futebol eu concluí que vem aí uma geração fortíssima de jogadores alemães. E olha que o Bayern não liberou nenhum de seus atletas e nem trouxeram o goleiro Manuel Neuer!

Festejamos o título “me engana que eu gosto” após empatarmos com África do Sul, Iraque e Alemanha, e vencermos da Dinamarca e Honduras. O nível técnico é baixíssimo, abaixo do pouco, quase um nada. A Alemanha veio fazer laboratório e o Brasil jogava a vida.


O mimado Neymar não convenceu como líder e mostrou-se egoísta em suas pobres declarações. Pensa apenas em preservar a sua imagem, não é de grupo e convocou Deus de forma inapropriada. Se nosso futuro depender dele, de Renato Augusto e dos Gabriéis, tchau, esquece! Vem aí a continuação das Eliminatórias e vamos encarar Equador e Colômbia, bem diferente dos talentosos meninos alemães. 

A CBF deve ter vibrado, afinal é mais uma medalha para apodrecer nas galerias de seu mausoléu. E é uma pena que tenhamos que continuar engolindo o destemperado Neymar, sem sal, sem tempero, sem charme, sem classe. Mas é o que temos para hoje. Antes devorávamos os adversários e dormíamos saciados. A época dos banquetes acabou.

Trajano

TRAJANO, O GRANDE

texto: Marcelo Mendez | vídeo: Marcelo Ferreira | fotos: Victor Limeira | edição de vídeo: Daniel Planel 

 

O caminho que separa o discípulo e a referência é separado por alguns andares e mais umas outras portas.

Em uma tarde que ousou ser quente em julho, em meio ao inverno paulistano, rumamos para algo muito maior que apenas uma entrevista. Fomos falar com um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro, um cara que escolheu para sua vida ser correto, ético e grandioso.

José Trajano também é muito mais que jornalista tão somente.

Homem culto, fã de jazz, cinema, bossa nova, escritor de fina pena, torcedor do América, com todos seus amores voltados para a sua Tijuca, o homem que nos recebe para conversa é uma reserva de lucidez, de bom senso, do que se entende por bom gosto e fé.

Trajano faz do seu (nosso, no meu caso…) oficio sua profissão de fé. Da maior de todas as fés.

Ao longo de anos, passando por redações históricas como as de Jornal do Brasil, Jornal Ex, chegando à tevê para inovar na Cultura no começo dos anos 90, começando o Cartão Verde ao lado de Juca Kfouri e Armando Nogueira (Flavio Prado, o âncora…) e depois entrando de vez para a história com a fundação do Canal ESPN Brasil, Trajano é hoje um jornalista histórico e com muita história.

Algumas delas, ele falou para nós. Eu, Marcelo Mendez, sinto-me honrando por tê-las ouvido e, agora, o Museu da Pelada traz um tanto delas para vocês.

Com vocês, José Trajano. O Grande…

 

É OURO!!!

É OURO!! Após atuação decisiva de Neymar, Eduardo Semblano, da coluna “FUI CLEAR?”, fez um vídeo muito engraçado em homenagem ao craque!

BEBETO É O CRAQUE DA SEMANA

De lavada, o craque Bebeto superou o argentino Tévez e foi eleito o craque da semana! Veja todos os gols de Bebeto em Copas do Mundo!

O FLA-FLU DA ROCINHA

texto: André Mendonça | fotos e vídeo: Rodrigo Cabral

“Praia, Futebol, Cerveja, Amizade e RESPEITO! SE IDENTIFICOU? Então venha participar, será MUITO BEM-VINDO”. É dessa forma que os boleiros do Pretão Futebol Clube se descrevem na página do time, no Facebook. Com mais de 20 anos de bola rolando, a galera é uma das mais conhecidas da Praia de São Conrado e tem craques de todos os níveis técnicos e diferentes classes sociais, sem discriminação. Além do respeito e da cordialidade, outra característica da “Família Pretão” é a impontualidade: marcada para às 9h, a pelada só começou por volta de 12h30, no auge do calor. Resultado, a equipe do Museu ficou no maior bronze!!!

– Já estamos acostumados a jogar nesse sol! Eles sempre atrasam, mas hoje estão passando dos limites! – reclamou Cacau, o primeiro a chegar.

O atraso fora do normal tinha uma justificativa: na noite anterior, os aniversariantes André Albit e Roberto Dias fizeram uma festa que varou a madrugada. O aniversário deles, aliás, motivou o grande duelo que ocorreria naquele sábado. Como Albit é tricolor doente e Dias não sai de casa sem sua camisa do Flamengo, a “Família Pretão” decidiu fazer um clássico Fla-Flu nas areias de São Conrado.

Aos poucos, os peladeiros foram chegando. Depois do rubro-negro Cacau, foi a vez do tricolor Wagner Lima chegar. Ex-morador da Rocinha, o boleiro, agora de Jacarepaguá, não consegue ficar longe da Família Pretão e, apesar da distância e do trânsito, sempre é um dos mais pontuais. Preocupado com a falta de quórum, o atleta preferiu se prevenir.

– A rapaziada é fogo! Se não rolar a pelada, pelo menos já dei minha corridinha no calçadão. Só não dá é para ficar parado! O Pretão já virou uma família. Quando não rola futebol, tem churrasco, cerveja e a resenha é muito boa!

O sol estava tinindo!!! As bandeiras do Flamengo e do Pretão Futebol Clube já estavam hasteadas desde cedo, mas a do Fluminense estava guardada na casa do atrasado André Albit. As balizas também estavam montadas e os boleiros pontuais se aqueciam dando chutes para o goleiro tricolor Cláudio “Chilavert”.


A ideia era montar dois times de 11. Diante da dificuldade, no entanto, foi necessário começar a partida com apenas oito na linha. O Flamengo foi escalado com Júlio, Fofão, Claudinho, Cacau, Sena, André Maestro, Luciano, Coelho e Marcos Villar. E o Fluminense entrou em campo com Cláudio “Chilavert”, Paulo, Givanildo, Wagner Lima, Michel, Luan Marujo, Thiaguinho, Betinho e Vitinho.

Cansados de esperar pelos aniversariantes, que enviavam seguidas mensagens anunciando a chegada, os fominhas posaram para as fotos sem as duas atrações principais e decidiram começar a partida, por volta de 12h30. O sol, que castigava o repórter e o cinegrafista, parecia não incomodar os peladeiros.

O duelo começou truncado, com poucos lances de perigo e muita igualdade. O Flamengo saiu na frente com um gol do oportunista Marcos Villar. Logo depois, o aniversariante tricolor chegou carregado de cerveja e carne, para a alegria da rapaziada. Mas sua primeira preocupação foi fincar a bandeira do Fluminense ao lado das outras duas. Embora estivesse totalmente debilitado por conta da farra no dia anterior, demonstrava confiança e disposição.

– Vou entrar no segundo tempo e fazer um gol de barriga a la Renato Gaúcho!

Sua presença parece ter dado sorte ao Fluminense. Poucos minutos depois, o tricolor chegou ao empate em um chute cruzado do habilidoso Thiaguinho. E o primeiro tempo terminou empatado, 1 a 1.


Durante o intervalo, por volta de 13h, o aniversariante flamenguista chegou. Também com a cara amassada, completamente do avesso, Dias foi muito “cornetado” pelo atraso de incríveis quatro horas.

– Caraca! Você me deixou bêbado ontem, Albit! Acordei hoje achando que era de manhã cedo ainda! – lamentou o flamenguista, para gargalhada geral.

Ao contrário do primeiro, o segundo tempo foi um massacre! Estimulados por Albit, que prometeu cerveja de “bicho”, os tricolores partiram para cima do Flamengo! Com três gols de Vitinho e um de Paulo, com assistência do aniversariante, o Fluminense goleou por 5 a 1! Albit correu para a galera!!!!

– Ganhei meu dia! – gritava o tricolor!

– Vai ter revanche! Já pode marcar! – respondeu Dias.

A rivalidade, no entanto, ficou dentro de campo. Após o apito final, flamenguistas e tricolores curtiram um churrasco com muita cerveja e resenha, que durou até altas horas da noite. Por volta das 21h, Albit mandou uma mensagem para o repórter: “Ainda estamos curtindo o churrasco aqui na praia! O mais importante é a amizade! Mais uma vez, me desculpe pelo atraso!”.

Não tem nada que pedir desculpa, amigo! A Família Pretão é o exemplo a ser seguido por todos os grupos de pelada! A festa foi bonita demais!