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O SORRISO QUE SUMIU DAS RUAS

por Claudio Lovato


(Foto: Nelson Almeida / AFP News Agency)

Na terça-feira de manhã, pouco tempo depois de saber da queda do avião que transportava a delegação da Chapecoense e um timaço da imprensa esportiva brasileira, saí às ruas do centro de Florianópolis, onde moro.

Saí porque não consegui ficar em casa trabalhando. Saí porque precisava saber se aqueles relatos escabrosos que eu acabara de ler na internet eram totalmente verdadeiros. Saí porque senti uma ânsia irrefreável de me misturar à multidão e estar bem no meio dela se e quando eu descobrisse (e me convencesse intimamente) que aquilo realmente tinha acontecido lá nas montanhas dos arredores de Medelín.

Estou na minha segunda passagem por Florianópolis e essa foi a primeira vez – e, espero, a última – em que andei, andei e andei e não vi ninguém sorrir. Ninguém. Na verdade, quase não ouvi ninguém falar, embora as ruas já estivessem abarrotadas de gente. 


(Foto: Alan Pedro)

Andei pelo centro de Floripa, percorri a Felipe Schmidt inteira, da Beira-Mar à Praça 15, depois a Conselheiro Mafra, e então a Deodoro (onde cruzei por um casal de idosos, ele com a camisa da Chape, de braço dado com a esposa, ambos olhando para o chão) e a Tenente Silveira e a Esteves Júnior e a Bocaiúva e, por fim, a Almirante Lamego, onde resido, e tudo o que vi e ouvi nesse trajeto foi tristeza e silêncio, algo que não combina em nada com esta cidade falante e ensolarada, com este estado alegre e otimista que ama o futebol e faz dele uma de suas principais formas de celebração da vida.

Há coisa de três ou quatro semanas recebi do Sérgio Pugliese um desafio: entrevistar alguém da Chape para o Museu da Pelada. Moro em Floripa, como já expliquei, Chapecó fica no Oeste Catarinense, e essa distância física, aliada a compromissos profissionais e familiares, terminaram por me impedir de fazer o processo andar na velocidade em que eu gostaria. Chegaríamos ao intento, com certeza. Com certeza! Pois é.

Na quarta-feira, dia em que escrevi estas linhas, saí de novo às ruas de Floripa. Praticamente repeti o trajeto feito no dia anterior. Os sorrisos já começavam a voltar. Tímidos, sim. A célebreexpansividade dos “manezinhos” dava os primeiros sinais de regresso. Muito de leve. Não será de um dia para o outro. Não poderia ser.

No começo do ano fui ao estádio Orlando Scarpelli para assistir Figueirense x Chapecoense pelo Campenato Catarinense. Empate de 1 a 1. Finalizada a partida, acompanhando parentes e amigos que torcem pelo Figueira, fui saindo do estádio no meio da torcida do clube da capital, e, por várias vezes, ouvi comentários que variavam nas palavras, mas mantinham o mesmo sentido: “Essa Chapecoense não é fácil!” Havia respeito, simpatia e admiração. Que agora – para os torcedores do Figueirense e de todos os outros clubes do Brasil – se transformarão numa saudade fraterna. Lindamente fraterna.    

Eu gostaria de escrever um final mais positivo e alentador para este texto, mas o que dizer? Vamos em frente? Sim, vamos em frente! Vida que segue? Claro, vida que segue, sempre! Bola para frente? Opa, lógico, bola pra frente! Mas com o tempo.

Com o tempo.

Só com ele.

AO MEU PERSONAGEM PRINCIPAL

por Zé Roberto Padilha


Era um misto de respeito pelo que você jogava com o medo do que aprontava. Assim foi minha relação com você, em 1975, quando fomos peças de uma Máquina de jogar futebol. Era para ser o meu ano no Fluminense. Depois de percorrer toda a divisão de base nas Laranjeiras, Lula, ponta esquerda titular do clube e da seleção brasileira, tascou com sua categoria uma cola Araldite no meu calção e cadê que despregava daquele banco de reservas? Assinei meu primeiro contrato profissional em 1972, e passei dois anos mais assentados e assistindo partidas do que jogando. Até que ele foi vendido em 1974 para o Internacional.

Com Parreira no comando, joguei toda a Taça Guanabara, parte do estadual e me preparei em uma excursão em janeiro para assumir a camisa 11. Nunca estive tão pronto. Mas quando voltávamos em fevereiro da pré temporada em amistosos pelo sul, paramos em uma banca de jornal em Itatiaia e o Jornal dos Sports trazia na capa a chamada que decretava o fim dos meus sonhos: Horta contratara você, o então maior ponta esquerda ofensivo do país, Rivelino, ponta esquerda da seleção de 70, e de quebraquem dividiu com ele aquela faixa de campo no México, Paulo Cézar Caju.

Me deu vontade de descer a mala e ficar por lá. Mas meu supervisor, Domingos Bosco, disse forte: “Entra neste ônibus menino. Você tem contrato a cumprir!” Entrei no ônibus e saltei para a dura realidade: Fluminense x Bayer de Munich em uma quarta-feira à noite no Maracanã. Jamais assisti uma exibição igual a sua e de todo o meu time. Base da seleção campeã do mundo, bi-campeão europeu com Beckenbauer como capitão e Sepp Mayer no gol, os alemães foram convidados a tomar o maior dos bailes da bola de inspirados bailarinos. Ganhamos de 1×0, gol do Cléber, e todos vocês tiveram uma exibição de gala. Tomei uma ducha e fui para casa pensando: sabe quando que vou entrar naquela ponta?

Entrei no seu lugar na segunda partida da Taça Guanabara. De tantos craques reunidos em campo, nosso time se tornou uma tribo de índios tricolores. Pela extrema capacidade ofensiva, só queriam atacar. Toninho e Marco Antonio apoiavam pelas beiradas, Edinho se apresentava como fator surpresa, Paulo Cézar e Rivelino encostavam nos atacantes e você, Gil e Manfrine iam toda hora para cima da zaga adversária. Só voltavam para cercar quando a aldeia eraatacada. E Silveira e Zé Mário protegiam o pobre do Félix.


Esforçado, recordista do “teste de cooper”, sé perdia em distância percorrida para o Dirceuzinho, fui convocado a entrar no time para defender a oca. E você foi para o banco e se transformou num zumbi que percorria a concentração, os hotéis, os vestiários a aprontar o diabo para cima da gente. Não era jogador para ser reserva de um bom jogador, mas eu, o bom jogador, tão assustado com suas aparições, tornei-me seu comparsa. Melhor ficar ao seu lado do que ser sua vítima, pensava.

E aprontamos juntos. Lembra do dia em que Paulo Cézar Caju encostou seu Puma branco conversível ao lado da portaria da Álvaro Chaves encostado ao Mate? Tinha acabado de chegar de Marselha e queria impressionar as meninas do vôlei. E você, comigo na vigília, decorou o painel com doces-de-leite, cocadas e encharcou um banco de mate gelado e outro de limonada. Quando PC sentou e a calça encharcou, o sangue subiu e os jornais estampavam dia seguinte: Caju pede a diretoria para ser vendido. Motivo: não fora bem recebido pelo elenco.

Quando lancei meu primeiro livro, “Futebol: a dor de uma paixão”, e contei cinco das nossas histórias, claro, precisava vender meus livros de não ficção, mas a ficção me tornou narrador e você o personagem principal. Quando nos encontramos em uma partida do máster nas Laranjeiras você foi tirar satisfações comigo. Com que direitos, falava sério, publicava nossas histórias sem consentimento? Respondi, em defesa, que estava desempregado, vivia das vendas do meu livro e que ele jogava na seleção de máster do Luciano do Valle. Precisava de histórias incríveis como a nossa para pagar o aluguel, de preferência com um grande jogador no papel principal a atrair bilheteria. E você jamais me perdoou.

Queria lhe dizer, amigo, já que não tive como me aproximar mais de você após 41 anos, do orgulho que ainda sinto quando um torcedor tricolor amigo, querido da gente, me apresenta a alguém não como quem teve a honra dejogar no Flamengo ao lado Zico, mas de ter sido aquele pontinha tricolor que um dia barrou o Mário Sérgio. No segundo turno você resolveu voltar a ser titular. Se cuidou, passou a chegar cedo às Laranjeiras e aí era covardia. Retornei ao banco. E quando o Presidente Horta foi lhe abraçar após a partida em que acabou com o lateral direito do Botafogo, você o puxou para dentro da ducha. Nova punição. E eu voltei a ser titular na partida seguinte.

Tudo passa tão rápido na vida da gente, entre vestiários, competições, vôos e tantos companheiros de camisas diferentes, que quando você encerra a carreira e retorna a sua cidade de origem, como eu e muitos jogadores revelados no interior, trazemos junto na bagagem nossas lembranças. Se soubermos lidar com elas, reunidas em recortes nas canelas e manchetes nas gavetas, construir uma nova profissão e não ficarmos desamparados a ponto de viver a contá-las pelos bares e sinucas, tudo bem. Mas ontem, ao vê-lo partir tão cedo, de uma maneira tão dura, tais lembranças vieram à tona junto as lágrimas. Porque você, Mário Sérgio Pontes de Paiva, foi mais que um personagem da minha vida e dos meus livros. Entrará para a História como um artista da bola, um gênio do futebol que jamais será esquecido.

FUI CLEAR??

por Eduardo Semblano


Aos que me acompanham, amigos, conhecidos e pessoas que gostam do que escrevo normalmente faço uma coluna divertida, implicando com algum clube, fazendo piada sobre o rendimento de jogadores e pessoas que entram em nossa casa pela televisão, radio e internet. Busco dar minha opinião da forma que acho bacana, com isenção de escrita, com respeito às opiniões contrárias e buscando sempre o humor… 

Passado o ocorrido desta semana com esse simpático clube brasileiro, me coloco a pensar sobre o que nos cerca: família, amigos etc. Na verdade, episódios como esse causam esse tipo de reflexão em todos. Funciona como uma análise só que sem o profissional de medicina a lhe ouvir, funciona de forma interna, questiona valores e prioridades, dá ênfase a erros e acertos, escolhas e decisões que tomamos desde a hora que acordamos.

Uma tragédia que afeta demais a todos, agulha e penetra em nossa almas, machuca de uma forma brutal, principalmente a quem milita no esporte, de quem faz o esporte sua vida, meu caso!!!

O número de vítimas nem de perto é a maior tragédia da história. Vemos quase que rotineiramente tragédias com número maior de vítimas, seja por guerras, seja por violência urbana, seja por alguma epidemia… Mas pra quem vive do esporte como eu, a de ontem passou dos limites. 

Trabalho com futebol amador, trabalho com Futebol 7, escrevo a coluna falando sobre esporte em sua grande maioria de vezes, por isso a dor supera tudo. 

A Chapecoense tinha um pouco de Futebol 7! Por que digo isso? Porque era jovem, com pouco investimento, com sonhos à frente da realidade, com sentimento de conquistar o mundo sem nem ao menos se tocar que isso seria quase impossível. De uma cidade abraçada ao clube, de um elenco que a amizade fazia parte do contrato, que fazia parte da negociação, uma cidade de 200 mil pessoas. Você não tem a opção de não ser amigo do seu companheiro de clube. Restaurantes e áreas de lazer, por óbvio, não são abundantes e os encontros fora do clube entre famílias se fazem, praticamentente, obrigatórios. O entretenimento era a Chape e será a Chape! Para sempre a Chape! 

Toda e qualquer ajuda vinda dos coirmãos da bola são bem vindas, seja ela financeira, com empréstimo de jogadores, com o que for, hoje não há crítica a clube algum, hoje só uma salva de palmas de pé de um amante do futebol, como um militante do esporte, como um torcedor, como uma pessoa que vive e respira o futebol, no meu caso o Futebol 7, que cresce como a Chape, que tem dificuldades como a Chape tinha e tem, e com os mesmos sonhos que o seu presidente um dia teve em formar o clube e lutar por dias de glória. Ontem o dia foi de dor, e será pra sempre, mas que essa dor se torne força pra seguir, responsabilidade pra abraçar os parentes que ficaram, que sigam fazendo a cidade sorrir, que sigam subindo, vencendo e perdendo, mas que sigam competindo, que sejam a Chape que pra sempre será o segundo time de todo brasileiro! 

De ca, ficaremos rezando, pedindo e remando em prol do esporte, amador ou profissiona,l assim como os jogadores, profissionais de comissão técnica e profissionais de imprensa que lá estavam, pra registrar os sonhos que, junto com os seres humanos que tripulavam o avião, morreram também. Nós aqui seguiremos sonhando e fazendo esporte com alma e coração! 

#forçachape

Fui CLEAR???
 

DE CHAPECÓ PARA A ETERNIDADE

por Mateus Ribeiro


Não é nada bom escrever sobre uma tragédia. O coração fala mais alto, e os sentimentos de tristeza, angústia e dor confundem o raciocínio.

O triste acidente que vitimou membros da delegação da Chapecoense (além de membros da imprensa) marca um dos dias mais tristes da história do futebol mundial. Talvez o mais triste. Com certeza, o mais triste de nossa geração.

Não se foram apenas dezenas de vidas. Junto dessas vidas, milhares de sonhos, planos, e uma imensa vontade de alegrar os fãs de futebol se foram. Tudo de maneira rápida, e sem aviso algum. Já dizia alguém que a vida é uma caixinha de surpresas. Infelizmente, algumas são extremamente desagradáveis.

Todos conseguem mencionar o tamanho da dor de familiares, torcedores, companheiros de trabalho, amigos, e de quem simplesmente é apaixonado por futebol. Ninguém espera acordar com uma notícia ruim. Ontem, infelizmente, todos acordamos com essa verdadeira bordoada em nossos peitos e cabeças.

Sem muito alarde, de alguns anos pra cá a Chapecoense começou a dar as caras no cenário nacional. Subiu da última divisão do futebol nacional para a primeira quietinha, sem despertar a atenção da grande mídia.


Sorrateiramente, se caracterizou como um time difícil de ser batido, principalmente em seu estádio, uma fortaleza que vivia (e espero que continue vivendo) cheia de torcedores apaixonados, que enlouqueciam (novamente, espero que um dia continuem se enlouquecendo) com cada feito novo na historia do clube.

O ano de 2016 marcou o maior (e agora mais triste) ano da historia do clube verde de Chapecó. Após uma campanha repleta de momentos emocionantes, pela primeira vez, a Chapecoense disputaria a final da Copa Sul Americana, segundo maior torneio continental da América do Sul. Para chegar até a final, momentos emocionantes, como a disputa de pênaltis contra o Independiente (maior campeão da Copa Libertadores), quando o eterno Danilo se consagrou ao defender QUATRO cobranças de pênalti. O próximo passo foi conseguir superar os argentinos do San Lorenzo, em mais uma batalha épica.


A Historia estava se escrevendo mais uma vez. Comemoração que parecia não ter fim. Mas infelizmente, a comemoração teve fim com o triste acontecimento de ontem. O dia mais triste da historia do futebol brasileiro. Ou mundial. Tanto faz, tristeza não se mede, se sente. Luto não se mede, se respeita.

Não vou focar no que aconteceu. Não vou querer imaginar que existe um motivo para tudo, como alguns costumam dizer. Prefiro falar das lições que esses heróis nos deixaram.


Um clube pequeno. Um clube do interior de Santa Catarina. Um clube que ensinou que é possível sonhar.

Para todos que se foram, espero do fundo do coração que se existir alguma coisa do outro lado, que encontrem um lugar de descanso eterno.

Já para nós, meros mortais, fica uma lição: a vida é curta. Não guarde mágoa, rancor ou qualquer coisa ruim. Não sabemos o quão breve nossa vida pode ser.

Sobre o futebol em si, eu espero sinceramente que as federações tenham o mínimo de dignidade em respeitar o momento, e que tomem as atitudes mais sensatas possíveis.

Vale ressaltar a união de vários clubes do mundo que se solidarizaram com a Chapecoense, que já era o time mais simpático do Brasil. Agora, é o time mais querido, respeitado, e aquele que mais precisa do apoio e carinho dos outros clubes e torcedores.

O futebol vai continuar. Espero que a Chapecoense continue cada vez mais brilhante, nos ensinando a sonhar e, o mais importante, nunca desistir.

Obrigado, Chapecoense. Obrigado a todos os heróis que partiram para outros gramados. Sejam jogadores, profissionais do clube, profissionais da imprensa. Todos que estavam no avião, que consigam voar para a eternidade. Pois, em nossos corações, todos são eternos.

#ForçaChape


EU E MÁRIO SÉRGIO…

por Marcelo Mendez


Teve uma noite em casa, em 1984, que chamei meu pai, como sempre fazia, para irmos ao Parque Antártica ver o Palmeiras em um jogo do Campeonato Paulista que se iniciava. O velho, que estava lendo um livro que eu lembro bem, era do Celso Furtado, parou e me falou:

– Filho, acho que já tá na hora de você começar a ir ao estádio sozinho. Já tá com 14 anos, é esperto, sabe andar bem em São Paulo e vai ser uma experiência muito boa para você!

– Sério??? E a Mãe?

– Bom, deixa que me viro com ela…

Não deu pra ir no jogo do domingo, mas na semana seguinte, após as argumentações de meu pai e do meu saudoso Tio Bida, minha mãe tomou uns calmantes e me deixou ir. O jogo seria no Pacaembu, Tio Bida me deu uma grana pro cachorro quente, pro guaraná, o Pai deu o do ingresso e da condução e lá fui eu assistir Palmeiras x América de Rio Preto pelo Paulistão.

E a única coisa que me lembro era do Mário Sérgio.


O classudo canhoto, dono da camisa 10 verde, jogava o fino da bola, dava soneto ao invés de apenas passes, encheu Luizinho Lemos de bola, o Palmeiras venceu, foi um espetáculo e dali pra frente meu maior divertimento de menino era ver o Mário com a 10 do Palmeiras.

Mas aí vieram os homens e estragaram a festa…

Mário Sérgio foi pego em um exame de doping, o julgamento deu 4 a 4 e mesmo assim o Palmeiras foi punido, perdemos os pontos, o campeonato e o camisa 10. Mário se foi e eu fui com ele.

Por onde o Vesgo andou eu o segui por profissão de fé. Eu era um mendigo do futebol, de pires na mão, clamando por um pouco de arte e o Mário sempre me deu aos montes. Em 1988, vi uma tal Copa Pelé de Masters, do Luciano do Valle, só pra vê-lo jogar, só pra eu poder me encantar um pouco e ele sempre me encantou.

Passou o tempo.

Mário Sérgio se tornou comentarista e eventualmente a gente se esbarrava por aí. Sempre muito gentil, muito sacana, bem humorado, cheio de causos e histórias. Tínhamos uma primeira conversa pra marcar uma entrevista para o Museu da Pelada e então, bem…


Um vôo para Antioquia na Colômbia botou um ponto final em tudo. De você, agora, meu camisa 10, só lembro do tempo que você me fez feliz. De quando você olhava para um lado e metia a bola para o outro. Um tempo que fui muito feliz, que eu era menino que imagina, “até ia sozinho para São Paulo!”

Ia para te ver jogar, 10.

Agora você vai jogar para outros lados, vai para outros lados aí. Vai na fé, craque. É duro te escrever com a lágrima que escorre a cara agora, mas eu sei que por onde você for, você estará bem.

Você foi grande na vida, Craque.

Vai em paz e muito obrigado, Mário Sérgio.