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TRÊS MIL TONS DE GRATIDÃO

por Zé Roberto Padilha


Caro Gilson Gênio,

Bom dia. Esta é a foto dos seus amigos, alguns ex-atletas do Fluminense, como seu irmão Gilcimar e seu sobrinho, Leonardo, artilheiro tricolor do Estadual 85, Denílson, Gustavo, Herivelton, Mário Alexandre, o xodó de Telê Santana, Da Silva, que jogou no Flamengo e no Vasco mas que fez questão de lhe agradecer, como trirriense, por ter levado o Entrerriense FC à Primeira Divisão, que jogaram pelo master do Flu no jogo da gratidão. Além do seu treinador Carlinhos, irmão do Cléber, e outros craques da cidade de Três Rios. Placar: Fluminense FC 3 x 3 Entrerriense FC..

A musa tricolor, Marcilaine, fez questão de posar e prestigiar. Ao fundo, nas arquibancadas do Estádio Odair Gama, torcedores que foram lá levar seu carinho e desejar a você uma breve recuperação. Seu irmão está levando toda a renda da partida: três mil reais contabilizados e fiscalizados pelo Movimento Mobilize, da Cecília e da Camila. Três mil tons da nossa gratidão.

Eles vieram do fundo do coração de trezentas pessoas gratas ao seu talento e humildade que deixaram suas casas num sábado ensolarado, mesmo sabendo que não haveria um grande nome de bilheteria em campo. Até que tentamos, mas com 0800 de cachê, gasolina e pedágio por conta da consciência em ajudar um companheiro de profissão não foram capaz de sensibilizar nossas estrelas a cruzarem a Washington Luiz e a bela estrada de Itaipava.. E torcedores que teriam prazer de colaborar e comparecer desde que um Neymar, Junior ou Edinho viessem.

Enfim, aprendemos com Pinheiro, Roberto Alvarenga, seu Píndaro, Sebastião Araújo, Haroldo e Julio Dutra, Argeu Afonso e Dona Babei, em nossa escola de futebol e de vida tricolor, que precisamos fazer a nossa parte. E assim o fizemos, de coração por você.

Esperamos que esta renda se multiplique pelo exemplo, toque a insensibilidade e reverta a soberba de alguns colegas de profissão porque o mundo gira, a Lusitânia Roda e…você vai sair desta com a força das nossas orações.

Grande abraço

NEGO BOM DE BOLA

texto: André Mendonça | vídeo e edição: Daniel Planel

O pré carnaval já começou no Rio de Janeiro e é claro que a equipe do Museu da Pelada, repleta de foliões, não ia ficar de fora dessa! Depois do sucesso na estreia, em 2016, o bloco Fla Master volta a desfilar na Praia da Barra da Tijuca neste ano e homenageará Adílio, “O Nego Bom de Bola”.

Como um craque que deu tantas alegrias aos torcedores rubro-negros não poderia ter um samba meia boca, Francisco Aquino, um dos líderes do bloco, convocou uma equipe de primeira qualidade e a equipe do Museu da Pelada teve a honra de marcar presença na gravação oficial do samba.


O timaço de bambas escalado por Aquino seria uma verdadeira panela no mundo das peladas: Mauro Diniz (cavaco e voz), Gilson Verde (violão de sete cordas) e João Diniz (voz). Para completar essa seleção, o próprio Adílio e o amigo inseparável Júlio César Uri Geller soltaram a voz na gravação do samba em um estúdio no Méier. Júlio César Uri Geller, aliás, mostrou estar com o físico em dia ao chegar ao local da gravação com sua bicicleta.

Embora a direção e produção da música tenha sido de Mauro Diniz, considerado o Zico do samba, a composição é do saudoso Marechal, vizinho de Adílio na Cruzada São Sebastião, e relembra brilhante trajetória de um dos maiores ídolos do Flamengo.

O desfile do Fla Máster acontece no dia 18 de fevereiro, a partir das 14h, no Posto 5 da Praia da Barra, e reunirá grandes craques do passado! Se você for rubro-negro…

NEGO BOM DE BOLA

Lá vem o Nego bom de bola, meu irmão
Morou na Cruzada e hoje é craque do Mengão


No campo quando começa a jogar
Fazendo o seu gingado é difícil de marcar
Finta pra lí, finta pra lá, finta pra cá
Com a bola nos pés ninguém consegue lhe tomar.

Eu vou dizer, você não vai acreditar
Quando o Nego pega a bola dá um show particular
É gol do Mengo, gol de Zico que olé
Foi passe de Adílio sempre com a bola no pé

Mas esse Nego é tão fácil de encontrar
Quem quiser ver o Adílio escuta o que eu vou te falar
Muito antes de cada jogo do Mengão
Ele está lá na Cruzada
Ou na Praia do Leblon

Lá vem o Nego…

ASSIM PARECE SER

por Marcos Vinicius Cabral


Numa época em que a qualidade técnica de um jogador era mais importante do que a parte física (isso começou a ganhar novos conceitos e ter contornos sutis com a derrocada da seleção brasileira na Copa da Espanha, em 82), alguns jogadores emergiram e cravaram seus nomes na galeria dos imortais.

Independentemente da posição, fosse goleiro ou ponta—esquerda (espécie hoje em extinção nos gramados), havia ali, um número considerável de jogadores que tiveram uma carreira vitoriosa e muito antes disso, foram campeões na vida.

Sem maquiagem ou roteiro com final feliz, ele foi à luta e superou algumas intempéries que nem o destino, conseguiu fazê -lo desistir.

Peremptoriamente, o destino não foi seu marcador mais implacável!

Assim foi Júlio César Uri Geller, que vendia sonhos (assim como todo garoto de sua idade), nos sinais de trânsito da vida e os transformou em realidade, nos gramados dos estádios do Brasil, principalmente no Maracanã, onde fazia diabruras com os indefesos marcadores.

De tanto se virar nas ruas, se virava como podia para treinar com os meninos da escolinha do Flamengo, nas décadas de 60 e 70, após inúmeras escapulidas dos imponentes muros do clube.

Diante de tal história e com uma perseverança incomum, digna de grandes vencedores, conquistou a torcida rubro—negra e dois jornalistas em especial: Ari Lopes (tricolor mas amante do futebol bem jogado) e Marcos Vinicius Cabral  (torcedor do ‘Mais Querido’ e saudosista por si só).

A receita fora prescrita, assinada pela obra do destino e sem saídas para livrar—se da marcação dos dois, o camisa 11 foi marcado de forma limpa, na bola e sem pontapés.

Não havia como fugir da gente! (risos)

Portanto, dessa vez, um dos maiores pontas do futebol brasileiro, que entortava facilmente seus pobres marcadores (assim como o mágico homônimo que entortava talheres), Júlio César Uri Geller vai virar livro.

Uma história de vida sofrida e que se assemelha ao seu eterno parceiro Adílio, com quem mantém laços de uma amizade que começou lá atrás, quando se enfrentaram nas ruas das comunidades onde foram criados para saber quem era o melhor, até envergarem juntos a camisa vermelha e preta, com as iniciais C.R.F mal costuradas no peito.

Com isso, quero aproveitar o ensejo e lhe agradecer por nos confiar tamanha responsabilidade.

Esperamos que sua vida, que será escrita através dessa biografia, seja tão bacana o quanto você é.

E eu, particularmente, me sinto honrado de fazer parte da biografia do Leandro e agora, fazer parte da sua biografia.

Que confronto bacana seria entre vocês, o Leandro te entortando e você, ora o entortando; ora sacudindo o ‘peixe—frito’ pra lá, e ora sendo sacudido pra cá…

Brincadeiras à parte, em primeiro lugar, quero agradecer a Deus por essa oportunidade única e também, lhe agradecer, por ser esse ser humano nota 11.

Abraços, abraços e abraços, Júlio César Uri Geller!

O JOGO QUE ADIOU UM GOLPE


Pimpão comemora o gol que deu a classificação ao Botafogo

O Botafogo conseguiu ontem uma classificação heróica para a próxima fase da Libertadores, com um gol de Rodrigo Pimpão nos minutos finais do duelo contra o Colo-Colo no Chile. Um verdadeiro teste para cardíaco!! Nossa parceira que sabe tudo de futebol, Solange de Albuquerque deixou de ir ao tradicional ensaio da Vila Isabel, segundo ela, por motivos de força maior. Embora a escola de samba seja uma das maiores paixões de Solange, não chega nem perto ao amor pelo Botafogo.

Apesar da comemoração dos vizinhos, em Laranjeiras, a alvinegra não se abalou com o gol sofrido logo aos dois minutos de jogo, que dava a classificação ao Colo-Colo e passou a jogar junto com o time: mudando de canal para ver se dava sorte e segurando um Santo Antônio. E não é que deu certo?

– GOOOOOLLLLLLLL DO GLORIOSOOOO!!!!!!! DÁ-LHE, RODRIGO PIMPÃO!! ESTUFANDO A REDE DO COLO COLO!!!!!!!!!!

A ausência no ensaio da Vila Isabel, que havia desagrado Christian, seu marido, ficou em segundo plano quando o juiz apitou o fim do jogo e o Botafogo seguiu firme e forte na competição mais importante da América do Sul.

O que muitos não sabem, e Solange fez questão de lembrar, é que o duelo entre Botafogo e Coco-Colo tem muita história por trás, e já foi capaz de adiar um golpe militar.

Confira na íntegra o texto enviado por Solange que relembra o duelo histórico de 1973:

por Felippe Rocha e Vinícius Perazzini


Revista chilena ‘Estadio’ exaltou empate que deixou o Colo-Colo perto da final: ‘Já cumpriu’ 

Santiago, Chile, 8 de maio de 1973. O estádio Nacional tinha capacidade para receber 40 mil pessoas de maneira confortável, mas cerca de 80 mil estavam nas arquibancadas naquela noite. Em campo, Colo-Colo e Botafogo decidiam seus destinos no triangular semifinal da Copa Libertadores daquele ano. O time da casa abriu 2 a 0, mas o Glorioso conseguiu uma virada impressionante para 3 a 2. Com este placar, restaria à equipe brasileira somente derrotar o Cerro Porteño, na última rodada, no Maracanã, para chegar à decisão. Porém, no último lance, o atacante Leonardo Véliz surgiu livre dentro da área e empatou a partida. Para o time de General Severiano, ali foi adiado o sonho de ser campeão da Libertadores. Para o país banhado pelo Oceano Pacífico, o gol adiou um golpe militar que seria dado meses depois.

Explica-se: em 1973, enquanto o Colo-Colo encantava a América, o Chile vivia momentos de tensão, com blocos de esquerda e direita em choque. O socialista Salvador Allende era o presidente do país desde 1970, mas a posse dele fora contestada pela extrema-direita. Entre 1970 e 1973, grupos extremistas tentaram a queda de Allende por meio de ataques terroristas. O Chile vivia crise econômica e os protestos nas ruas de Santiago geralmente acabavam com mortos e feridos. Porém, a boa campanha do Colo-Colo na Libertadores havia gerado comoção entre a população. Militares já tinham arquitetado o golpe em maio daquele ano, mas era preciso esperar a eliminação dos colocolinos: qualquer ação que pudesse atrapalhar o time poderia gerar uma revolta ainda maior contra a tomada do poder. O gol de Véliz no fim foi um balde de água fria nos militares. O Colo-Colo ainda precisava que o Cerro Porteño não vencesse o Botafogo para ir à final. E deu Botafogo, 2 a 0. O golpe teve que ficar para depois.

VALEU, ORLANDIVO!


Os amantes da boa música acordaram mais tristes nesta quarta-feira. Ícone do sambalanço, o cantor, compositor e percussionista Orlandivo morreu hoje de madrugada aos 79 anos.

Embora o futebol não fosse o forte dele, de acordo com Betinho Cantor, Orlandivo estava sempre presente nas peladas e era um grande animador de resenha no saudoso Caxinguelê, nos anos 70. Seus grandes parceiros, Silvio Cesar Paulo Silvino também comandavam os papos após as peladas!

Nascido em Itajaí, Santa Catarina, Orlandivo se mudou para o Rio de Janeiro aos nove anos, onde iniciou sua carreira. De acordo com o “O Globo”, o músico estava prestes a lançar um novo disco celebrando seus 80 anos, que seriam completados em agosto.

Valeu, Orlandivo!