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A BOLA E O RÁDIO, ODUVALDO COZZI

por Marcelo Mendez


Após apresentarmos as lendas Jorge Curi e Osmar Santos, hoje, na série “A BOLA E O RÁDIO”, vamos abrir aqui para registrar o primeiro dos pop stars das narrações.

Um cara que durante as décadas de 40, 50, 60 e 70 foi o dono da parada toda. Fez propagandas, era todo galã e seus bordões viraram gírias cariocas nas mesas de bar, nas quebradas do mundo da Lapa, nos sambas do subúrbio e nas rodas do Largo da Carioca. Hoje, caro leitor do Museu da Pelada, é a vez dele…

Oduvaldo Cozzi

Esse cara foi gigante. Dono de um poder de comunicação absurdo, o paulista se radicou no Rio e fez história com os microfones das lendárias Rádios Nacional e Marynki Veiga. Dono de um repertório de palavras imenso, muito culto, usava centenas de verbetes em suas locuções e sabia falar com todos os públicos que o escutassem, fosse lá o trabalho que executasse.

É de Oduvaldo, por exemplo, o apelido dado ao grande cantor Orlando Silva,  “O Cantor Das Multidões”.

Falar de Oduvaldo no rádio esportivo é covardia. De cara, dá para dizer que sua popularidade foi tamanha, que ele empresta seu nome para batizar um viaduto próximo do Maracanã. Foi épico em suas narrações e aqui escolhemos uma delas.

O jogo era Brasil x México pela estréia do escrete canarinho naquela Copa do Mundo. Jogo no Chile, no lendário Estádio Salsalito, e o grande narrador, muito bravo com a torcida que segundo o próprio, não estava la fazendo o seu papel que era torcer:

– Agora grito eu!!

Na hora do gol de Zagallo, o primeiro do Brasil na Copa, Oduvaldo dá uma cutucada no povo… Segue então a sua narração para o gol do Velho Lobo na Copa de 1962 e nossa homenagem para esse cara que nada mais é do que uma lenda na história do rádio.

Da Bola e do Rádio…

PAULO HENRIQUE FILHO

por Sergio Pugliese


Há uma semana encontrei com o Paulo Henrique, no Projeto Facão, de Guido Ferreira, na Praia da Barra. Foi levar o filho para treinar, adquirir preparo físico e representar bem a terceira geração de craques rubro-negros, afinal seu pai, também Paulo Henrique, fora ídolo da Nação. Enquanto o filhão treinava, ele ficou observando tudo de um quiosque enquanto teclava no laptop. O cara estava ótimo, forte, disposto, feliz e cheio de planos.

Mas aí veio esse tal de AVC, devastador, cruel, impiedoso. Procurei um vídeo que gravamos com ele logo após a conquista da Copinha. Parceiro, continuamos na área mostrando para a rapaziada que você foi grande!!!!!

QUEIXADA GENÉRICO

texto: Victor Kingma | charge: Eklisleno Ximenes


Ademir Queixada

No final dos anos 40 um combinado com jogadores do famoso Expresso da Vitória, do Vasco, o melhor time brasileiro da época, foi contratado para fazer um amistoso no interior. A prefeitura local programou uma grande festa e era anunciada, inclusive, a presença do seu astro maior, Ademir Menezes, o Queixada.

Não se falava em outra coisa nas esquinas e botecos do lugar. Os ingressos logo se esgotaram e durante toda a semana a rádio local fazia chamadas constantes para a partida, sempre dando destaque à presença na cidade do grande artilheiro do Vasco e da seleção.

Na véspera do jogo, entretanto, uma enorme decepção: Ademir, com uma indisposição de última hora, não chega com a delegação. A notícia logo se espalha e um clima de frustração e revolta toma conta de todos.

O prefeito, misto de cartola e astuta raposa da política local, era só preocupação com a repercussão negativa do fato e com o estrago que isso poderia causar a sua candidatura à reeleição. O que fazer para resolver tamanho imbróglio?

Após sucessivos telefonemas e reuniões com assessores, o mandatário municipal vai até a PRB3, a emissora de rádio da cidade, e faz um pronunciamento tranquilizador:

– Ademir chega amanhã. Ele me garantiu que, mesmo no sacrifício, vai jogar pelo menos alguns minutos.


Promessa cumprida, na hora do jogo o combinado de craques entra em campo com o Queixada, o camisa 9, recebido sob calorosos aplausos. Só que não era Ademir, o autêntico e famoso Queixada, mas, Neco Queixudo, esforçado atacante que, assim como o grande astro vascaíno, também tinha um proeminente queixo. O prefeito fora buscá-lo às pressas num time de uma cidade vizinha.

A astuta solução encontrada pela raposa das urnas colou. Afinal, televisão ainda não tinha chegado ao Brasil e tampouco jornais e revistas existiam por aquelas bandas. Só se ouvia falar de Ademir, o “Queixada”, pelas transmissões do rádio. E o bravo Neco “Queixudo”, antes de ser substituído sob forte ovação, teve seus quinze minutos de glória, atuando no lado de Friaça, Ipojucâ, Maneca e Chico, no ataque do Expresso da Vitória, um dos maiores da história.

E passou o resto da vida deixando todo mundode queixo caídoao se vangloriar, nos botecos da vida, de sua inimaginável e quase inacreditável façanha.

TRÊS MIL TONS DE GRATIDÃO

por Zé Roberto Padilha


Caro Gilson Gênio,

Bom dia. Esta é a foto dos seus amigos, alguns ex-atletas do Fluminense, como seu irmão Gilcimar e seu sobrinho, Leonardo, artilheiro tricolor do Estadual 85, Denílson, Gustavo, Herivelton, Mário Alexandre, o xodó de Telê Santana, Da Silva, que jogou no Flamengo e no Vasco mas que fez questão de lhe agradecer, como trirriense, por ter levado o Entrerriense FC à Primeira Divisão, que jogaram pelo master do Flu no jogo da gratidão. Além do seu treinador Carlinhos, irmão do Cléber, e outros craques da cidade de Três Rios. Placar: Fluminense FC 3 x 3 Entrerriense FC..

A musa tricolor, Marcilaine, fez questão de posar e prestigiar. Ao fundo, nas arquibancadas do Estádio Odair Gama, torcedores que foram lá levar seu carinho e desejar a você uma breve recuperação. Seu irmão está levando toda a renda da partida: três mil reais contabilizados e fiscalizados pelo Movimento Mobilize, da Cecília e da Camila. Três mil tons da nossa gratidão.

Eles vieram do fundo do coração de trezentas pessoas gratas ao seu talento e humildade que deixaram suas casas num sábado ensolarado, mesmo sabendo que não haveria um grande nome de bilheteria em campo. Até que tentamos, mas com 0800 de cachê, gasolina e pedágio por conta da consciência em ajudar um companheiro de profissão não foram capaz de sensibilizar nossas estrelas a cruzarem a Washington Luiz e a bela estrada de Itaipava.. E torcedores que teriam prazer de colaborar e comparecer desde que um Neymar, Junior ou Edinho viessem.

Enfim, aprendemos com Pinheiro, Roberto Alvarenga, seu Píndaro, Sebastião Araújo, Haroldo e Julio Dutra, Argeu Afonso e Dona Babei, em nossa escola de futebol e de vida tricolor, que precisamos fazer a nossa parte. E assim o fizemos, de coração por você.

Esperamos que esta renda se multiplique pelo exemplo, toque a insensibilidade e reverta a soberba de alguns colegas de profissão porque o mundo gira, a Lusitânia Roda e…você vai sair desta com a força das nossas orações.

Grande abraço

NEGO BOM DE BOLA

texto: André Mendonça | vídeo e edição: Daniel Planel

O pré carnaval já começou no Rio de Janeiro e é claro que a equipe do Museu da Pelada, repleta de foliões, não ia ficar de fora dessa! Depois do sucesso na estreia, em 2016, o bloco Fla Master volta a desfilar na Praia da Barra da Tijuca neste ano e homenageará Adílio, “O Nego Bom de Bola”.

Como um craque que deu tantas alegrias aos torcedores rubro-negros não poderia ter um samba meia boca, Francisco Aquino, um dos líderes do bloco, convocou uma equipe de primeira qualidade e a equipe do Museu da Pelada teve a honra de marcar presença na gravação oficial do samba.


O timaço de bambas escalado por Aquino seria uma verdadeira panela no mundo das peladas: Mauro Diniz (cavaco e voz), Gilson Verde (violão de sete cordas) e João Diniz (voz). Para completar essa seleção, o próprio Adílio e o amigo inseparável Júlio César Uri Geller soltaram a voz na gravação do samba em um estúdio no Méier. Júlio César Uri Geller, aliás, mostrou estar com o físico em dia ao chegar ao local da gravação com sua bicicleta.

Embora a direção e produção da música tenha sido de Mauro Diniz, considerado o Zico do samba, a composição é do saudoso Marechal, vizinho de Adílio na Cruzada São Sebastião, e relembra brilhante trajetória de um dos maiores ídolos do Flamengo.

O desfile do Fla Máster acontece no dia 18 de fevereiro, a partir das 14h, no Posto 5 da Praia da Barra, e reunirá grandes craques do passado! Se você for rubro-negro…

NEGO BOM DE BOLA

Lá vem o Nego bom de bola, meu irmão
Morou na Cruzada e hoje é craque do Mengão


No campo quando começa a jogar
Fazendo o seu gingado é difícil de marcar
Finta pra lí, finta pra lá, finta pra cá
Com a bola nos pés ninguém consegue lhe tomar.

Eu vou dizer, você não vai acreditar
Quando o Nego pega a bola dá um show particular
É gol do Mengo, gol de Zico que olé
Foi passe de Adílio sempre com a bola no pé

Mas esse Nego é tão fácil de encontrar
Quem quiser ver o Adílio escuta o que eu vou te falar
Muito antes de cada jogo do Mengão
Ele está lá na Cruzada
Ou na Praia do Leblon

Lá vem o Nego…