PAULO HENRIQUE FILHO
por Sergio Pugliese
Há uma semana encontrei com o Paulo Henrique, no Projeto Facão, de Guido Ferreira, na Praia da Barra. Foi levar o filho para treinar, adquirir preparo físico e representar bem a terceira geração de craques rubro-negros, afinal seu pai, também Paulo Henrique, fora ídolo da Nação. Enquanto o filhão treinava, ele ficou observando tudo de um quiosque enquanto teclava no laptop. O cara estava ótimo, forte, disposto, feliz e cheio de planos.
Mas aí veio esse tal de AVC, devastador, cruel, impiedoso. Procurei um vídeo que gravamos com ele logo após a conquista da Copinha. Parceiro, continuamos na área mostrando para a rapaziada que você foi grande!!!!!
QUEIXADA GENÉRICO
texto: Victor Kingma | charge: Eklisleno Ximenes
Ademir Queixada
No final dos anos 40 um combinado com jogadores do famoso Expresso da Vitória, do Vasco, o melhor time brasileiro da época, foi contratado para fazer um amistoso no interior. A prefeitura local programou uma grande festa e era anunciada, inclusive, a presença do seu astro maior, Ademir Menezes, o Queixada.
Não se falava em outra coisa nas esquinas e botecos do lugar. Os ingressos logo se esgotaram e durante toda a semana a rádio local fazia chamadas constantes para a partida, sempre dando destaque à presença na cidade do grande artilheiro do Vasco e da seleção.
Na véspera do jogo, entretanto, uma enorme decepção: Ademir, com uma indisposição de última hora, não chega com a delegação. A notícia logo se espalha e um clima de frustração e revolta toma conta de todos.
O prefeito, misto de cartola e astuta raposa da política local, era só preocupação com a repercussão negativa do fato e com o estrago que isso poderia causar a sua candidatura à reeleição. O que fazer para resolver tamanho imbróglio?
Após sucessivos telefonemas e reuniões com assessores, o mandatário municipal vai até a PRB3, a emissora de rádio da cidade, e faz um pronunciamento tranquilizador:
– Ademir chega amanhã. Ele me garantiu que, mesmo no sacrifício, vai jogar pelo menos alguns minutos.
Promessa cumprida, na hora do jogo o combinado de craques entra em campo com o Queixada, o camisa 9, recebido sob calorosos aplausos. Só que não era Ademir, o autêntico e famoso Queixada, mas, Neco Queixudo, esforçado atacante que, assim como o grande astro vascaíno, também tinha um proeminente queixo. O prefeito fora buscá-lo às pressas num time de uma cidade vizinha.
A astuta solução encontrada pela raposa das urnas colou. Afinal, televisão ainda não tinha chegado ao Brasil e tampouco jornais e revistas existiam por aquelas bandas. Só se ouvia falar de Ademir, o “Queixada”, pelas transmissões do rádio. E o bravo Neco “Queixudo”, antes de ser substituído sob forte ovação, teve seus quinze minutos de glória, atuando no lado de Friaça, Ipojucâ, Maneca e Chico, no ataque do Expresso da Vitória, um dos maiores da história.
E passou o resto da vida deixando todo mundode queixo caídoao se vangloriar, nos botecos da vida, de sua inimaginável e quase inacreditável façanha.
TRÊS MIL TONS DE GRATIDÃO
por Zé Roberto Padilha
Caro Gilson Gênio,
Bom dia. Esta é a foto dos seus amigos, alguns ex-atletas do Fluminense, como seu irmão Gilcimar e seu sobrinho, Leonardo, artilheiro tricolor do Estadual 85, Denílson, Gustavo, Herivelton, Mário Alexandre, o xodó de Telê Santana, Da Silva, que jogou no Flamengo e no Vasco mas que fez questão de lhe agradecer, como trirriense, por ter levado o Entrerriense FC à Primeira Divisão, que jogaram pelo master do Flu no jogo da gratidão. Além do seu treinador Carlinhos, irmão do Cléber, e outros craques da cidade de Três Rios. Placar: Fluminense FC 3 x 3 Entrerriense FC..
A musa tricolor, Marcilaine, fez questão de posar e prestigiar. Ao fundo, nas arquibancadas do Estádio Odair Gama, torcedores que foram lá levar seu carinho e desejar a você uma breve recuperação. Seu irmão está levando toda a renda da partida: três mil reais contabilizados e fiscalizados pelo Movimento Mobilize, da Cecília e da Camila. Três mil tons da nossa gratidão.
Eles vieram do fundo do coração de trezentas pessoas gratas ao seu talento e humildade que deixaram suas casas num sábado ensolarado, mesmo sabendo que não haveria um grande nome de bilheteria em campo. Até que tentamos, mas com 0800 de cachê, gasolina e pedágio por conta da consciência em ajudar um companheiro de profissão não foram capaz de sensibilizar nossas estrelas a cruzarem a Washington Luiz e a bela estrada de Itaipava.. E torcedores que teriam prazer de colaborar e comparecer desde que um Neymar, Junior ou Edinho viessem.
Enfim, aprendemos com Pinheiro, Roberto Alvarenga, seu Píndaro, Sebastião Araújo, Haroldo e Julio Dutra, Argeu Afonso e Dona Babei, em nossa escola de futebol e de vida tricolor, que precisamos fazer a nossa parte. E assim o fizemos, de coração por você.
Esperamos que esta renda se multiplique pelo exemplo, toque a insensibilidade e reverta a soberba de alguns colegas de profissão porque o mundo gira, a Lusitânia Roda e…você vai sair desta com a força das nossas orações.
Grande abraço
NEGO BOM DE BOLA
texto: André Mendonça | vídeo e edição: Daniel Planel
O pré carnaval já começou no Rio de Janeiro e é claro que a equipe do Museu da Pelada, repleta de foliões, não ia ficar de fora dessa! Depois do sucesso na estreia, em 2016, o bloco Fla Master volta a desfilar na Praia da Barra da Tijuca neste ano e homenageará Adílio, “O Nego Bom de Bola”.
Como um craque que deu tantas alegrias aos torcedores rubro-negros não poderia ter um samba meia boca, Francisco Aquino, um dos líderes do bloco, convocou uma equipe de primeira qualidade e a equipe do Museu da Pelada teve a honra de marcar presença na gravação oficial do samba.
O timaço de bambas escalado por Aquino seria uma verdadeira panela no mundo das peladas: Mauro Diniz (cavaco e voz), Gilson Verde (violão de sete cordas) e João Diniz (voz). Para completar essa seleção, o próprio Adílio e o amigo inseparável Júlio César Uri Geller soltaram a voz na gravação do samba em um estúdio no Méier. Júlio César Uri Geller, aliás, mostrou estar com o físico em dia ao chegar ao local da gravação com sua bicicleta.
Embora a direção e produção da música tenha sido de Mauro Diniz, considerado o Zico do samba, a composição é do saudoso Marechal, vizinho de Adílio na Cruzada São Sebastião, e relembra brilhante trajetória de um dos maiores ídolos do Flamengo.
O desfile do Fla Máster acontece no dia 18 de fevereiro, a partir das 14h, no Posto 5 da Praia da Barra, e reunirá grandes craques do passado! Se você for rubro-negro…
NEGO BOM DE BOLA
Lá vem o Nego bom de bola, meu irmão
Morou na Cruzada e hoje é craque do Mengão
No campo quando começa a jogar
Fazendo o seu gingado é difícil de marcar
Finta pra lí, finta pra lá, finta pra cá
Com a bola nos pés ninguém consegue lhe tomar.
Eu vou dizer, você não vai acreditar
Quando o Nego pega a bola dá um show particular
É gol do Mengo, gol de Zico que olé
Foi passe de Adílio sempre com a bola no pé
Mas esse Nego é tão fácil de encontrar
Quem quiser ver o Adílio escuta o que eu vou te falar
Muito antes de cada jogo do Mengão
Ele está lá na Cruzada
Ou na Praia do Leblon
Lá vem o Nego…
ASSIM PARECE SER
por Marcos Vinicius Cabral
Numa época em que a qualidade técnica de um jogador era mais importante do que a parte física (isso começou a ganhar novos conceitos e ter contornos sutis com a derrocada da seleção brasileira na Copa da Espanha, em 82), alguns jogadores emergiram e cravaram seus nomes na galeria dos imortais.
Independentemente da posição, fosse goleiro ou ponta—esquerda (espécie hoje em extinção nos gramados), havia ali, um número considerável de jogadores que tiveram uma carreira vitoriosa e muito antes disso, foram campeões na vida.
Sem maquiagem ou roteiro com final feliz, ele foi à luta e superou algumas intempéries que nem o destino, conseguiu fazê -lo desistir.
Peremptoriamente, o destino não foi seu marcador mais implacável!
Assim foi Júlio César Uri Geller, que vendia sonhos (assim como todo garoto de sua idade), nos sinais de trânsito da vida e os transformou em realidade, nos gramados dos estádios do Brasil, principalmente no Maracanã, onde fazia diabruras com os indefesos marcadores.
De tanto se virar nas ruas, se virava como podia para treinar com os meninos da escolinha do Flamengo, nas décadas de 60 e 70, após inúmeras escapulidas dos imponentes muros do clube.
Diante de tal história e com uma perseverança incomum, digna de grandes vencedores, conquistou a torcida rubro—negra e dois jornalistas em especial: Ari Lopes (tricolor mas amante do futebol bem jogado) e Marcos Vinicius Cabral (torcedor do ‘Mais Querido’ e saudosista por si só).
A receita fora prescrita, assinada pela obra do destino e sem saídas para livrar—se da marcação dos dois, o camisa 11 foi marcado de forma limpa, na bola e sem pontapés.
Não havia como fugir da gente! (risos)
Portanto, dessa vez, um dos maiores pontas do futebol brasileiro, que entortava facilmente seus pobres marcadores (assim como o mágico homônimo que entortava talheres), Júlio César Uri Geller vai virar livro.
Uma história de vida sofrida e que se assemelha ao seu eterno parceiro Adílio, com quem mantém laços de uma amizade que começou lá atrás, quando se enfrentaram nas ruas das comunidades onde foram criados para saber quem era o melhor, até envergarem juntos a camisa vermelha e preta, com as iniciais C.R.F mal costuradas no peito.
Com isso, quero aproveitar o ensejo e lhe agradecer por nos confiar tamanha responsabilidade.
Esperamos que sua vida, que será escrita através dessa biografia, seja tão bacana o quanto você é.
E eu, particularmente, me sinto honrado de fazer parte da biografia do Leandro e agora, fazer parte da sua biografia.
Que confronto bacana seria entre vocês, o Leandro te entortando e você, ora o entortando; ora sacudindo o ‘peixe—frito’ pra lá, e ora sendo sacudido pra cá…
Brincadeiras à parte, em primeiro lugar, quero agradecer a Deus por essa oportunidade única e também, lhe agradecer, por ser esse ser humano nota 11.
Abraços, abraços e abraços, Júlio César Uri Geller!