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MAGIA PURA

:::: por Paulo Cezar Caju ::::


Jair Ventura

Nunca tive dúvida disso, mas Botafogo x Olimpia reforçou a minha opinião de que o técnico Jair Ventura é a principal peça do elenco. Na verdade, o filho do Furacão faz milagres. Conseguiu reunir vários forasteiros do futebol e montou um time.

O elenco é fraco, e a classificação para a Libertadores já me surpreendeu. Mas sempre que falo isso os torcedores caem em cima, reclamam, pegam no meu pé e dizem que sou pessimista. Mas o time é bom? Não! Está indo em frente? Está, mas acontece.

Mais uma vez um gol de bola parada, uma cobrança de lateral para dentro da área e a puxeta de Rodrigo Pimpão. Foi bicicleta ou puxeta? Tudo bem, foi gol, não vamos discutir. O Pimpão, por sinal, tem estrela. É um jogador esforçado, como todos os jogadores vem sendo, pois só assim seguirão avançando. Até quando?

Mesmo com os bons Camilo e Montillo o time não está conseguindo envolver o adversário, criar jogadas. Mas o gol está saindo e a torcida segue acreditando. Eu não gosto, ainda não me convenceu, mas tem gente que ficou milionário fazendo mágica.

David Cooperfield está aí para não me deixar mentir. E o nó tático do Paris Saint Germain no Barcelona? Isso, sim, foi mágico!!!! E o gol do Scarpa do meio de campo? Mágico demais!!!!

E vamos em frente, afinal o futebol é feito de magia

PARABÉNS, BEBETO!

Hoje é aniversário de Bebeto, um dos atacantes mais importantes da história do futebol brasileiro! Campeão do mundo em 94, com grandes exibições ao lado de Romário, e vice em 98, o artilheiro completa 53 anos hoje. Por isso, a equipe do Museu presenteia os amantes do futebol com todos os gols do atacante na competição mais importante do mundo!

O SOFÁ

por Sergio Pugliese

Marcelo Grisalho é peladeiro diplomado, cria do Grajaú, e durante três vezes por semana bate sua bolinha para manter mente e corpo saudáveis. Meio campo estiloso, passes precisos e chute certeiro, tem vaga garantida em qualquer time da cidade. Mas há algum tempo sentiu uma fisgada no joelho, precisou operar e sentiu o amargo gosto do estaleiro. Se soldado no quartel quer serviço, maridão em casa não escapa das funções domésticas.

– Amor, depois dá uma descidinha e compra o sal que acabou – pediu Jô, da cozinha.

Marcelo acabara de esticar-se no sofazão e o que menos desejava na vida era comprar sal.

– Mas você não acabou de voltar do mercado?

– Esqueci do sal e dos ovos, e os amigos do Gabriel vêm almoçar aqui. Vai rapidinho, é até bom para exercitar.

Marcelo contou até dez e desceu antes que Jô aumentasse a lista, mas quando estava pagando ela ligou lembrando do sorvete da garotada.

– Taí, agora deixa eu descansar um pouco – disse enquanto se atirava no sofá, com o controle remoto na mão.

– Descansar, engraçado….nesse horário estaria correndo atrás da bola e duvido que estivesse cansado.

A campainha toca.

– Marceloooo, abre porque estou temperando o feijão!!!

Marcelo bufou e levantou-se. Era o filho Marcelo Gabriel, cracaço do sub 15 da Portuguesa.

– Caraca, por que não levou a chave?

– Esqueci. Pai, tem como chegar o seu carro um pouquinho pra frente pro meu amigo estacionar aqui na porta do prédio?

– Mas a rua está cheia de vagas…….

– Marceloooo, deixa de ser reclamão e faz o que o seu filho está pedindo!!! – gritou Jô. 

– Devia ter ido assistir a pelada – resmungou ele.

Gabriel riu. Conhecia bem a fomeagem do pai. Missão cumprida, Marcelão voltou e novamente esticou-se no sofá, mas antes avisou:

– Jô, faz de conta que estou na pelada e me esquece!!!!!

Jô riu sozinha na cozinha. Ficou até sem jeito de avisar que a torneira não estava fechando direito. Mas com a escassez de água, não teve jeito, precisou pedir ajuda ao amado.

– Marceloooo, a torneira deu ruim e não fecha de jeito nenhum!!!!

 Marcelo aumentou o som da tevê e começou a massagear o joelho, mesmo sem nenhuma dor, só para impressionar, comover. Mas Jô chegou na sala batendo palmas mostrando que não estava para brincadeira.

– Vamos, a água da casa vai acabar! Deve ser a carrapeta.


– Se já sabe o que é, melhor você mesma consertar – respondeu, irritado.

Mas ele foi. Caixa de ferramentas na mão, mostrou a mesma habilidade dos campos e resolveu o problema com maestria. Um pouco molhado, voltou para o sofá, ajeitou-se entre as almofadas e arrepiou-se ao ouvir novamente “Marceloooo!!!”. Imaginou lâmpada queimada, geladeira descongelando, forno pifado, barata na área, mais uma das infinitas funções que Jô lista quando ele está contundido em casa. Mas era apenas farra dela e do filho Gabriel com o fominha que sofre de abstinência longe da bola. Sorrisão no rosto, Marcelo rendeu-se ao carinho da família, abriu os braços e os três embolaram-se no sofá.

A BOLA E O RÁDIO, ODUVALDO COZZI

por Marcelo Mendez


Após apresentarmos as lendas Jorge Curi e Osmar Santos, hoje, na série “A BOLA E O RÁDIO”, vamos abrir aqui para registrar o primeiro dos pop stars das narrações.

Um cara que durante as décadas de 40, 50, 60 e 70 foi o dono da parada toda. Fez propagandas, era todo galã e seus bordões viraram gírias cariocas nas mesas de bar, nas quebradas do mundo da Lapa, nos sambas do subúrbio e nas rodas do Largo da Carioca. Hoje, caro leitor do Museu da Pelada, é a vez dele…

Oduvaldo Cozzi

Esse cara foi gigante. Dono de um poder de comunicação absurdo, o paulista se radicou no Rio e fez história com os microfones das lendárias Rádios Nacional e Marynki Veiga. Dono de um repertório de palavras imenso, muito culto, usava centenas de verbetes em suas locuções e sabia falar com todos os públicos que o escutassem, fosse lá o trabalho que executasse.

É de Oduvaldo, por exemplo, o apelido dado ao grande cantor Orlando Silva,  “O Cantor Das Multidões”.

Falar de Oduvaldo no rádio esportivo é covardia. De cara, dá para dizer que sua popularidade foi tamanha, que ele empresta seu nome para batizar um viaduto próximo do Maracanã. Foi épico em suas narrações e aqui escolhemos uma delas.

O jogo era Brasil x México pela estréia do escrete canarinho naquela Copa do Mundo. Jogo no Chile, no lendário Estádio Salsalito, e o grande narrador, muito bravo com a torcida que segundo o próprio, não estava la fazendo o seu papel que era torcer:

– Agora grito eu!!

Na hora do gol de Zagallo, o primeiro do Brasil na Copa, Oduvaldo dá uma cutucada no povo… Segue então a sua narração para o gol do Velho Lobo na Copa de 1962 e nossa homenagem para esse cara que nada mais é do que uma lenda na história do rádio.

Da Bola e do Rádio…

PAULO HENRIQUE FILHO

por Sergio Pugliese


Há uma semana encontrei com o Paulo Henrique, no Projeto Facão, de Guido Ferreira, na Praia da Barra. Foi levar o filho para treinar, adquirir preparo físico e representar bem a terceira geração de craques rubro-negros, afinal seu pai, também Paulo Henrique, fora ídolo da Nação. Enquanto o filhão treinava, ele ficou observando tudo de um quiosque enquanto teclava no laptop. O cara estava ótimo, forte, disposto, feliz e cheio de planos.

Mas aí veio esse tal de AVC, devastador, cruel, impiedoso. Procurei um vídeo que gravamos com ele logo após a conquista da Copinha. Parceiro, continuamos na área mostrando para a rapaziada que você foi grande!!!!!