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ELY DO AMPARO, O ‘CARA’ QUE CALARIA OBDÚLIO

por André Felipe de Lima


“Faltou quem gritasse mais em campo que o Obdúlio Varela”. Essa foi uma das frases mais proferidas nas rodas sobre a derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa do Mundo, no Maracanã, no dia 16 de julho de 1950. Aliás, a frase pululou décadas a fio, ecoando, sobretudo, nas mentes daquele que estiveram no gramado do “Maior do mundo” naquela tarde infeliz. Cresci ouvindo pai, tios e os amigos deles proferindo a mesma e inquebrantável pergunta: “Por que, meu Deus, ninguém gritou mais que o Obdúlio?”. O Maracanazo jamais saiu do recôndito de nossas mentes. Nunca sairá. É dor daquelas eternas.

O capitão do escrete brasileiro era o zagueiro Augusto, que defendia o Vasco, o todo-poderoso “Expresso da Vitória”. Augusto tinha fama de durão, mas, no fundo, a imagem que mais predominou naquele Maracanã lotado era a de um camarada macambúzio que, sabe-se lá o motivo, mal abria a boca para um inofensivo espirro na grama. No dia seguinte, ao chegar ao departamento de polícia em que trabalhava, no Largo da Carioca, ouviu gozações. Aceitou tudo calado. O glamour dos dias que antecederam a final da Copa acabou. Restou-lhe a frustração que o atormentou até o fim da vida. Mas fica a insistente e repugnante pergunta: “Por que, meu Deus, ninguém gritou mais que o Obdúlio?”.


Ely do Amparo (Foto: Reprodução)

Simples a resposta: Porque o técnico Flávio Costa não escalou o médio-direito (atual lateral) Ely do Amparo para intimidar os pretensiosos uruguaios. Falariam fino no gramado diante do Ely. Ficariam pianinho após um chega-pra-lá do enfezado Ely, que tinha em São Jorge seu santo de (muita!) devoção. Com ele, o Ely, não havia papo furado em campo. Não se jogava conversa fora. Escreveu, não leu… o pau comeu. Se somente Freud — como alertou Nelson Rodrigues, um cético de raiz — explicaria o Maracanazo, ouso afirmar que Ely resolveria a parada ali, na grama fina do Maracanã, berrando aos pulmões muito mais que o Obdúlio. Flávio Costa, infelizmente, não deixou isso acontecer. Vejam, meus amigos, Ely era o cara. Seria ele a salvação do Brasil em 50.

O que pensar de um sujeito que trata a derrota com a maior naturalidade do mundo, como se fosse algo passageiro (e, convenhamos, realmente é)? Para o Ely casca-grossa, tudo era uma questão de “lógica”. Dizia ele: “São coisas da vida que não devem ser levadas a sério”. Ficou aborrecido por não ter sido escalado pelo Flávio Costa. E, modesto, respondia aos que perguntavam se faltou alguém do Brasil que colocasse o tal do Obdúlio para chorar: “Não é grito que eleva o moral do jogador”. Como era modesto, aquele Ely…


Mas, afinal, quem foi o “tal” Ely do Amparo? Foi ele, nas décadas de 1940 e 50, um dos mais importantes jogadores do famoso “Expresso da Vitória”, o melhor time da história do Vasco da Gama e um dos maiores em toda a trajetória do futebol nacional. Também foi ídolo do Sport, onde se destacou pela garra com que defendia a camisa tricolor. Garra que foi várias vezes definida pela imprensa carioca como “violência”. Para alguns cronistas esportivos cariocas, Ely foi um “carniceiro”. Puro despeito. Jogava duro, é verdade, mas simplesmente fazia o seu papel, ora como médio-direito, ora como centromédio (o atual volante), que é o de proteger a zaga.

No Vasco, Ely do Amparo, como médio-direito, formou ao lado de Barbosa, Danilo, Ipojucan, Jorge, Jair, Isaias, Lelé, Chico, Maneca, Friaça, Rafanelli, Augusto, Heleno de Freitas e Ademir de Menezes, dentre outros cracaços de bola, uma equipe inesquecível.

Os vascaínos da velha-guarda — e até torcedores “das antigas” de outros times do Rio — têm na memória — e na ponta da língua! — uma das mais famosas linhas médias do futebol brasileiro da década de 1940: Ely, Danilo e Jorge.


Com a camisa da seleção brasileira, o defensor foi reserva no escrete vice-campeão da Copa de 1950, no Brasil. Vestiu a camisa nacional em 19 oportunidades e também esteve no grupo que participou do Mundial de 1954. No campeonato pan-americano do Chile, em 1952, Ely anulou Ghiggia, o carrasco brasileiro da final de 50, e foi decisivo para vitória brasileira sobre o Uruguai. Aliás, foi Ely quem verdadeiramente lavou a alma dos brasileiros ao peitar Obdúlio Varela. “Baixara sobre Ely do Amparo o espírito do grande capitão”, recordou Mario Filho. O defensor do Vasco exagerou, mas vingou Barbosa e Bigode, os mais criticados após o fatídico dia 16 de julho de 1950. “Meteu a mão em Obdúlio Varela”, completou Mario Filho. O eterno capitão uruguaio, que calou uma nação, não reagiu.


Em 1955, Ely recebeu, como gratidão pelo que conquistou para o Vasco, o passe livre e deixou o time da colina. Com um acordo salarial estipulado em 25 mil cruzeiros por mês, Ely transferiu-se para o Sport Clube Recife. Pelo Leão da Ilha do Retiro participou da conquista do Campeonato Pernambucano de 1955. Na decisão, atuando como centromédio contra o rival Náutico, jogou com a cabeça enfaixada após sofrer um corte devido a uma agressão do ponta Ivanildo. Mesmo assim, permaneceu em campo e foi um dos principais personagens da partida, dando inclusive o passe a Naninho para fazer o gol do título.

Há 26 anos, exatamente no dia 9 de março de 1991, perdemos Ely, vítima de um enfarte.

MULLER, A BIOGRAFIA


Muller e o biógrafo Anderson Olivieri

“A história do Müller sempre me fascinou. É um dos personagens mais marcantes do futebol brasileiro nas últimas décadas”. Pela frase de efeito, é possível notar que não foi por acaso que o advogado e estudante do último período de Jornalismo Anderson Olivieri decidiu se aprofundar para escrever a biografia de um dos atacantes mais marcantes do futebol brasileiro, com três convocações para Copa do Mundo e dois mundiais interclubes no currículo.

 Embora seja a primeira biografia de sua autoria, o cruzeirense Anderson já publicou quatro livros sobre o seu time: Anos 90: um campeão chamado Cruzeiro (All Print Editora); 20 Jogos eternos do Cruzeiro (Maquinária); 2003: o ano do Cruzeiro (Agência Número Um); Cartas do Tetra – As histórias de Cruzeiro, Corinthians e Fluminense no ano celeste de 2014 (Vilarejo Editora).

O futebol é paixão antiga do escritor. De acordo com ele, aos sete meses de idade foi clicado segurando uma bola de futebol com um sorriso de orelha a orelha, e passou a infância jogando e discutindo futebol.


– Com sete anos, gastava toda minha mesada comprando o Jornal dos Sports. É uma paixão de berço – lembra o cruzeirense, que freqüentava semanalmente os estádios de Brasília com o avô, para assistir clássicos como Sobradinho x Gama, Sobradinho x Planaltina, Sobradinho x Ceilândia, entre outros.

Após escrever o quarto livro sobre o Cruzeiro, Anderson decidiu que era a hora de partir para um projeto diferente, de fôlego, como uma biografia. Sem pensar duas vezes, optou por escrever sobre o atacante Müller, um jogador que o fascinava dentro e fora dos campos, com boas, intrigantes e curiosas histórias.

– Consegui o telefone dele e, na cara dura, fiz contato. Expliquei o projeto e ele adorou a ideia. Nos entrosamos fácil e a coisa fluiu quase como era nos tempos da dupla Müller e Careca! – brincou Anderson.

Até agora, o autor já teve cinco encontros com Muller, que renderam resenhas intermináveis, e entrevistou alguns personagens que fizeram parte da carreira do jogador, como Muricy Ramalho, Levir Culpi, Jorginho, Ricardo Gomes, Zinho e Alex Dias, totalizando 25 horas de conteúdo. Embora a disposição de Anderson salte aos olhos, o escritor disse que o projeto está só começando:

– Tenho certeza que posso garimpar muitas histórias boas ainda. Já fiz um levantamento e faltam, por baixo, 45 entrevistas.


É importante ressaltar, no entanto, que toda a etapa inicial foi custeada pelo próprio autor, e as demais entrevistas vão exigir gastos ainda maiores por conta da distância entre os entrevistados. Sendo assim, Anderson decidiu criar uma campanha de financiamento coletivo para custear a produção do livro.

Lançado recentemente, o site https://www.kickante.com.br/campanhas/muller-biografia detalha todo o projeto e explica como funciona o crowdfunding. Durante toda a produção do livro, em respeito e como forma de “prestação de conta”, o colaborador será informado sobre cada passo dado na apuração de produção da biografia.

– Me propus a fazer uma biografia, não vou fazer de qualquer forma. Quero excelência! – finalizou o escritor.

Agora a bola está com a gente, amigos! Vamos ajudar nosso parceiro a fazer esse gol de placa!

NÃO SOU LOUCO!!

:::: por Paulo Cezar Caju ::::


Foto: Marcelo Tabach

Estava lendo uma pesquisa publicada num jornal paulista que serviu para comprovar que não estou louco, Kkkkkkkk, eu sou normal!!!! A maioria dos torcedores paulistanos não sabe escalar seu próprio time, não conhece os jogadores!!!! O futebol está acabando? O brasileiro, talvez. Hoje a torcida não se identifica nem com a própria seleção brasileira. A que tomou um baile dos alemães, por exemplo, tinha jogadores que nunca tínhamos ouvido falar antes, como Luiz Gustavo, Dante, David Luiz, Fernandinho, Hulk. Bem, o Hulk eu até conhecia das revistas em quadrinhos mas o nosso super-herói era de mentirinha e tremeu diante do inimigo alemão.

O nosso problema é que não formamos mais super-heróis e, como num jogo de WAR, assistimos nosso território ser invadido pelos exércitos do Barcelona, Real Madrid e PSG. As escolinhas do Barça estão botando alunos pelo ladrão. E a do Madureira, que quase foi para a final da Taça Guanabara, quantos alunos tem? Se Chelsea, Bayern etc etc resolverem investir em escolinhas por aqui, tadinhos dos clubes brasileiros.


O Vasco contratou Luis Fabiano, um super-herói praticamente aposentado, capa velha, máscara surrada, escudo furado. O Flamengo resgatou o Conca, herói de muleta, cansado de guerra. Nossa garotada prefere os times de fora e esses eles escalam direitinho, do goleiro aos reservas. O Playstation ajuda, claro. Por isso, faço festa quando surge um Gabriel Jesus mesmo que ele vá embora rapidinho, mas pelo menos a torcida acompanhou o seu desenvolvimento, criou laços, simpatia. São as tais referências, sem elas não vamos a lugar algum.


Só para provocar aí vão duas escalações do meu Fogão, na ponta da língua: Manga, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Valtencir, Carlos Roberto, Gerson, Rogério, Jair, Roberto Miranda e eu! E Manga, Joel, Zé Maria, Nilton Santos e Chicão (Rildo), Pampolini (Airton), Didi, Garrincha, Quarentinha, Amaury e Zagallo. Eu não estou louco, kkkkkk!!!!!  PS: Mangueira e Portela, escolas populares, estão conseguindo se reerguer. Torço para que nosso futebol também volte a atrair a atenção do povão!!!

A FESTA DO EDGAR

No dia do aniversário do do consagrado locutor Cesar Rizzo, criador do bordão “Sacudindo, sacudindo a galera”, reproduzimos um texto da “A Pelada Como Ela É” e um vídeo em que Rizzo nos parabeniza pelo nosso primeiro ano de vida, quando a coluna ainda era publicada apenas no Jornal O Globo.

por Sergio Pugliese

Gerson, o Canhotinha de Ouro, fez um carnaval na defesa, driblou o goleiro-paredão Gil Rios e deixou o saudoso João Sergio com a missão de apenas empurrar a redonda para o gol mas, vai entender, seu chute possuído por algum efeito sobrenatural fez a coitadinha da bola mudar totalmente a direção e mergulhar nas águas da Praia de São Francisco. O campeão do mundo de 70 gritou “É brincadeira!”, jogou a camisa no chão e despediu-se: “Nunca mais volto aqui”. Quem consegue? Na semana seguinte lá estava ele no Praia Clube, em Niterói, animando a resenha com seu pandeiro, na companhia de Jair Marinho, outro campeão mundial, e de incontáveis amigos. A equipe do A Pelada Como Ela É entendeu perfeitamente a quebra de palavra do ídolo. Não dá para ficar longe dessa rapaziada!! São dezenas de doidos que esbanjam felicidade, autênticos malucos-beleza que adoram estar juntos. Essa turma do bem, liderada pelo engenheiro Edgar Chagas Muniz, na quinta-feira passada nos pregou uma peça e preparou uma inesquecível festa-surpresa para comemoramos antecipadamente o primeiro ano da coluna, oficialmente hoje. 

– Babalu, desce mais uma!!!! – berrou Shubert. 


Jair Marinho beija Edgar, o dono da festa

A casa estava cheia, mais Babalu deu conta do recado. Eram quase 70 jogadores, todos vestidos com a camisa A Pelada Como Ela É estilizada por Edgar, que também edita o jornal O Racha, é mestre de cerimônias, fundador da pelada, artilheiro e ainda toca um violãozinho na mesa redonda. O evento foi de alto nível! Estava o atual presidente do clube, Henrique Miranda Santos e o primeirinho, quando tudo começou há 32 anos, Onofre Bogado. O Praia Clube era apenas um quiosque no meio do nada e hoje seus fundadores Edgar, Fabiano, Cesar Maia, Huguinho, Nelson, Gil Rios e Ney Vargas mostram orgulhosos cada espaço construído, com destaque para o porrinhódromo e, claro, o belo campo soçaite, de grama sintética, onde todas às noites de quinta-feira, os veteranos craques viram crianças. 

– Nosso lema é Saúde, Paz, União e Força no Vergalhão! – gabou-se o analista jurídico Cesar Maia. 

Disposição realmente não falta ao grupo. No embalo de Cássio (vocal) e de Marcílio Tanaka (bandolim), músico que, entre outras feras, já tocou com Zeca Pagodinho e Beth Carvalho, a rapaziada não olhava para o relógio. Então, Fabiano, de 67 anos, abraçado ao filho Fabson, de 43, e ao neto Fabinho, de 11, puxou o hino do time: “É quinta-feira, por favor não esqueça, não me segura pois estou em cima da hora, no Praia Clube vou fazer minha cabeça e se eu me atraso rola a bola e eu tô fora. Não gosto de te ver chorando, mas to me mandando, só vou relaxar…”. 

– É uma espécie de homenagem às nossas mulheres – brincou Merinho, craque do time. 

Num canto da festa, Reyes de Sá Viana do Castelo, da equipe do A Pelada Como Ela É e corintiano apaixonado, chorou ao ver Jair Marinho. Ele faz parte de uma terceira geração de fãs do craque, que começou com seu bisavô Paulo, torcedor da Portuguesa, e passou por seu avô Raul, também Coringão. Por isso, se emocionou ao ouvir Jair contando sobre Pampolini, Ivair, Dino Sanni e Rivellino. Sobre Jair Marinho, no entanto, os amigos ignoram o passado de glória e preferem lembrar o dia em que ele escondeu a dentadura dentro do copo de cerveja de Gerson, o Canhotinha. Após a descoberta foi tudo parar dentro da piscina. Jair fez cara de moleque e deu um beijo carinhoso em Huguinho. 

– Aqui todos somos iguais e até podemos reclamar dos lançamentos errados do Gerson – resumiu Cesar Rizzo, consagrado locutor, criador do bordão “Sacudindo, sacudindo a galera!”. 


O churrasqueiro Jonas continuava queimando carne. Há 25 anos no clube, ele conhece o apetite da turma. O cardiologista Ciro Herdy tentava controlar o consumo de gordura. Esse conhece o colesterol da turma. Mas ninguém ouvia mais nada. Sinval, sósia de Gerson, se despediu. Aproveitamos o embalo e fomos juntos. Foi difícil sair. Adoramos o presente de Edgar & Cia e o texto de hoje é uma singela forma de agradecer a todos organizadores de pelada que trataram nossa equipe com tanto carinho ao longo do ano.

A BOLA E O RÁDIO, ARMINDO RANZOLIN


(Foto: Luis Fernando/Agência RBS)

“O estado inteiro fervia de expectativa para aquele Gre-Nal da semifinal do Brasileiro. No primeiro tempo, o Grêmio colocou o Inter na roda, e o lateral Casemiro ainda foi expulso. O Abelão (Abel Braga) recém começava e já tinha uma coragem demente, então tirou o volante Leomir e colocou o Diego Aguirre e manteve o Edu para fazer ponta e lateral-esquerda ao mesmo tempo. No segundo tempo o Inter promoveu a maior virada de sua história. Jogou muito e desceu a lenha mais ainda. O Beira-Rio foi tomado de uma loucura quase selvagem, tinha umas 80 mil pessoas. Este era o “quadro indescritível que a gente vê no Beira-Rio”, que o Ranzolin observa nesta narração maravilhosa do segundo gol do Nílson, com direito a Kenny Braga chorando alucinado ao microfone.” (Douglas Ceconello, Jornalista, Escritor, amigo e Colorado)

por Marcelo Mendez

Hoje a coluna “A BOLA E O RÁDIO” poderia parar aí, nesse depoimento lindo do meu amigo, jornalista o qual sou fã, Douglas Ceconello, sobre o homenageado da vez e sobre o que aconteceu naquele Gre-Nal.

Mas va… Vamos dar uma descida lá pro sul do Brasil para falar de um cara que eternizou esse Gre-Nal como “O Gre-Nal do Século”…

Eram jogados 26 minutos do segundo tempo, o Internacional com um jogador a menos, mas com toda a valentia de jogadores como Luiz Carlos Wink, Mauricio e o herói da coisa toda; Nilson…

Quando Mauricio bateu a bola do lado direito do campo, para o camisa 9 empurrar para as redes, o rádio esportivo do Brasil conheceria então uma de suas mais lendárias narrações e hoje, vamos falar dele, o dono da voz:

Armindo Ranzolin, em “A Bola e o Rádio”…


Nascido em Caxias do Sul, mudou-se para Lajes com um ano de idade e por lá começou seus trabalhos como radialista em 1956. Perambulou por alguns lugares até que em 1961, pelo microfone da Radio Difusora, narrou seu primeiro Gre-Nal em 1961. Saiu da empresa por conta de pressões do Regime Militar instaurado em 1964.

Depois desse episódio, vai trabalhar na Radio Farroupilha e nos anos 70 na Rádio Guaíba. Fez por lá sua primeira Copa em 1974 e permaneceu até 1984, quando se transferiu para a Radio Gaúcha, de onde vem a narração escolhida de hoje.

Não dá para falar, tem que sentir.

“O relato do Ranzolin é a tradução perfeita da insanidade que foi aquele jogo, que até pôster em jornal rendeu e até hoje é um dos maiores orgulhos dos colorados. É talvez minha lembrança mais forte do futebol e era o maior jogo da história do Inter, talvez do futebol, para aquele guri de nove anos. Até porque eu não estava no estádio, então precisei construir na imaginação o cenário insano que o Ranzolin narrou, e neste aspecto o rádio é absolutamente imbatível” – Douglas Ceconello

A narração do segundo gol do Internacional em 1989 no Gre-Nal do século, sem a menor sombra de dúvidas, é uma das maiores locuções esportivas de todos os tempos. E ainda vem com o plus do comentário de Kenny Braga, lendário Colorado, em prantos!