O AGITO DA DONA XICA
texto: Victor Kingma | charge: Eklisleno Ximenes
Naquela cidadezinha mineira o fascínio pelo futebol era geral. Aos domingos era de lei assistir aos jogos do Expressinho, nome dado em homenagem ao Expresso da Vitória, time inesquecível do Vasco e paixão do seu fundador.
Farmacêutico aposentado, seu Miranda era o técnico, médico e psicólogo do time, conhecido na região pela capacidade de reverter resultados aparentemente impossíveis. Várias eram as histórias contadas sobre viradas inesquecíveis, após suas preleções no intervalo.
Dona Xica, sua mãe, aos 85 anos, era a torcedora símbolo do time. Não perdia um jogo e, bandeira na mão, tinha até lugar cativo à beira do gramado.
Naquele domingo, com sol de 40 graus, a coisa não estava indo bem para o Expressinho. Terminado o primeiro tempo, o placar apontava 2 a 0 para os visitantes.
Portas fechadas no vestiário, o técnico se reunia com seus atletas, tentando mais uma heroica façanha. De repente, um alvoroço. É o massagista, batendo à porta:
– Que tumulto é este?
– É dona Xica, seu Miranda! Está correndo feito louca, dando volta olímpica no campo com a camisa na cabeça, como o Rivaldo…
– Mas, o que houve?
– Ela estava com muito calor e eu fui ao vestiário e dei a ela um copo de suco. Daquele que o senhor costuma dar pros jogadores…
– Nossa Senhora! Mamãe está dopada!
VALE QUANTO PESA?
por Mateus Ribeiro
Todo mês de agosto o assunto é o mesmo: a fatídica janela de transferências que movimenta clubes de toda a Europa (e alguns outros infelizes da América do Sul). Dia após dia, durante algumas semanas, boatos e fatos pipocam nos noticiários esportivos.
Em meio a esse bombardeio de compras e vendas, o mundo se chocou especialmente com uma transação: a ida de Paulinho para o Barcelona. Muitos pseudo entendedores e torcedores acharam um absurdo o fato do clube pagar uma verdadeira fortuna: 150 milhões de reais, o que torna o volante a quarta aquisição mais cara do Barcelona.
Choveram piadinhas na Internet. Brotaram críticos. Nasceram milhões de economistas analisando o gasto desenfreado por parte dos clubes. Pobre de Paulinho, que estava no lugar errado, e na hora errada. Virou o bode expiatório. Isso tudo já era esperado, uma vez que o queridinho do Brasil havia sido vendido para o PSG, e todos esperavam que viesse algum jogador cheio de holofotes e mídia. Não veio Coutinho, veio Paulinho. Paulinho é totalmente fora do padrão galã boleiragem que a imprensa e essa geração ESPN tanto dá valor (mesmo que a técnica seja sofrível), e não é “moralizador”, como esse bando de babaca que venera Adriano gosta de falar. Óbvio que iriam chiar. E quem chiou foram os mesmos bobões que bateram palmas quando o volante marcou aqueles gols pela seleção.
Na minha opinião, Paulinho não vale isso. Aliás, pra mim, nenhum jogador vale isso. A questão é que o volante fez duas temporadas incríveis no Corinthians. Após isso, fracassou em um time que com muito esforço faz parte do segundo escalão do futebol europeu. Depois disso, resolveu encher o bolso na China. Obviamente, em um campeonato sem o mínimo de competitividade, a chance de deitar e rolar era enorme. Paulinho deitou, rolou, e era sempre convocado para a Seleção. Fez algumas boas partidas na tal Copa das Confederações (com Scolari), fez parte do bonde do 7 a 1, e é um dos homens de confiança de Tite. Alguns podem se iludir com os gols e recordes quebrados por Paulinho, principalmente com os gols marcados no Uruguai. Porém, não podemos ser cegos a ponto de achar que jogar bem contra os sacos de pancada da América do Sul seja parâmetro para alguma coisa. Não é, e os últimos três mundiais mostraram isso.
Mesmo achando que Paulinho é apenas um bom jogador com estrela, e que sua contratação foi um absurdo, discordo totalmente de toda essa onda que visa esculhambar e desmerecer o jogador, por inúmeros fatores. Vamos lá:
1 — Essa loucura financeira não é velha, mas não começou ontem:
Em 2011, tivemos um cenário parecido, guardadas as devidas proporções. Fernando Torres era um dos xodós da torcida do Liverpool. Em uma transação controversa, foi parar no Chelsea. Torcedores queimaram camisas, amaldiçoaram a carreira do espanhol (com um certo sucesso), mas nada adiantou. Torres foi para o lado azul de Londres. O que o Liverpool fez para acalmar a torcida? Despejou um caminhão de dinheiro (aproximadamente “apenas” 31 milhões de Libras) no MEDONHO Andy Carroll, que até fazia seus golzinhos, porém, nada que merecesse essa pornografia. Conforme esperado, o cabeludo beberrão não se firmou, fez onze gols em quase sessenta partidas, e foi demonstrar seu talento no West Ham.
E quem não se lembra das cifras exorbitantes que clubes torravam no início do século por Anelka, famoso mais pelo seu desinteresse nas partidas do que propriamente pelos seus gols? Ou de Balotelli, que apesar de parecer um cara maneiro, iria penar pra jogar a Série B do Campeonato Brasileiro, e mesmo assim teve time saindo no tapa e torrando dinheiro por sua contratação nos últimos seis anos? Para ir um pouco mais longe, podemos lembrar dos violentíssimos SESSENTA milhões de euros que o Real Madrid pagou para tirar Figo do Barcelona. Está certo que era um dos grandes nomes do rival (apesar de eu mesmo nunca ter visto graça no futebol do português), que poderia gerar retorno, e todo esse papo furado. Mas sessenta contos, há 17 anos atrás, era algo inimaginável. Imagine hoje quanto não pagariam pra tirar o Suárez…
2 — Será mesmo que só Paulinho foi loucura?
O Manchester City gastou 184 milhões de euros com Sterling, De Bruyne e Fernandinho. Se você somar as cifras pagas pela eterna promessa Robinho, atingimos 227 milhões de euros.
Somados, Morata e David Luiz custaram quase 142 milhões de euros ao Chelsea.
Já o Liverpool gastou muito para montar um Southampton cover nos últimos anos. Como cereja do bolo, torrou mais de cem milhões em Roberto Firmino, que consegue iludir um ou outro aí, que imagina que uma meia dúzia de gols justificam um valor criminoso desses em um jogador que até ontem ninguém sabia quem era.
Isso sem contar as loucuras que o PSG fez para conquistar a belíssima glória de passar longe de qualquer final europeia e ser coroado com uma humilhação frente ao Barcelona. Ou então o Arsenal, que abria a carteira para contratar ilustres revelações desconhecidas sub-20 a pedido de Wenger, tudo para amargar um tenebroso jejum do Campeonato Inglês, e após um tempo começar a beliscar algumas Copas.
Não custa também relembrar o Real Madrid, que raspou o cofre para arrancar Kaká do Milan. A grande verdade é que se não fosse o fato do ex jogador do São Paulo ser o bibelô da imprensa esportiva brasileira, sua contratação seria considerada um grande fiasco. Como é o Kaká, dá lhe passada de pano, culpa nas contusões e no treinador para tentar explicar o fato de um dos “melhores do mundo”, contratado a peso de ouro, não render nada próximo do que se esperava dele.
Quem parece entrar nessa onda agora é o Milan, que está gastando muito em jogadores bem longe do patamar do clube (exceto o ótimo Bonucci), mas que segundo os nerds da bola são “contratações pontuais”.
Se você acha que é só por lá, lembre de da grana que o Corinthians deu naquele dublê de jogador chamado de Alexandre Pato. Ou então, tente argumentar a razão do patrocinador do Palmeiras achar justo pagar mais de 30 milhões de reais em um atacante que em seis anos de profissional já rodou mais que pião novo e só deu certo em um time bem encaixado?
O buraco é bem mais fundo que parece.
3 — E se Paulinho for bem?
É claro que um investimento deste tamanho é feito visando resultados. E acredite você ou não, existe a possibilidade de Paulinho ir bem no Barcelona. Da mesma maneira que pode ir mal. A diferença é que ele já chegará ao clube com olhares desconfiados, enquanto muitos que pouco ou nada fizeram pelo futebol continuam chegando com holofotes e sendo blindados pela imprensa até os dias de hoje.
A chance de Paulinho se dar bem existe, apesar do Barcelona perder muito com a saída de Neymar. Porém, o time ainda conta com Messi, Suárez e Iniesta, o que garante bons momentos. Ninguém é estúpido ao ponto de imaginar que Paulinho veio para substituir Neymar, mas já pensou se o Barcelona tiver um ano mais vencedor que o PSG? Já imaginou se Paulinho dá uma de Belletti? Já pensou se isso acontecer? Pois é, a chance existe, apesar de vocês já terem cravado o contrário.
A discussão é válida. Porém, tardia. Não foi Paulinho que iniciou essa maluquice. E também não foi o Barcelona o único clube a fazer tamanhas loucuras.
De resto, espero que Paulinho se dê bem, pois parece ser um bom profissional, e merece realizar seu sonho e calar a boca de muita gente mal intencionada. Espero também que essa roda gigante e maluca do dinheiro emperre logo de uma vez, para que o futebol deixe de ser esse campeonato maluco para ver quem gasta (e lava) mais dinheiro.
Abraços amargos, e até a próxima!
XENO….SEI LÁ!
:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::
(Foto: Nana Moraes)
No calçadão, não tenho como fugir das questões futebolísticas do momento. Mas já estou vacinado e minha paciência até que anda em dia. “PC, e essa história de xenobofia, xeno, sei lá, alguma coisa dessas que o Jair Ventura vem sendo acusado?”.
Tirei onda porque um dia antes recorri ao dicionário para saber do que se tratava. “Xenofobia”, corrigi! Olha, nunca tive papas na língua e sofri toda a minha carreira com o racismo. Sofri, não, enfrentei porque nunca fui de abaixar a cabeça, tanto que fui condecorado com a Legião da Honra pelo presidente da França. Racismo é racismo e pronto, um ato racista é claro, não deixa dúvidas!
O problema é que agora as pessoas precisam ter mais habilidade com as palavras para não serem mal interpretadas. Claro que o Jair Ventura não tem aversão a estrangeiros, pois trabalha com vários, já morou fora e seu pai foi técnico em outros países. Mas a imprensa prefere jogar lenha na fogueira do que orientá-lo nesse jogo de palavras. Na coletiva do Diego, do Flamengo, o jornalista insistia nessa questão.
(Foto: Reprodução)
A verdade é que o futebol virou tema de revistas de celebridades, recheado de fofoquinhas, de quem está namorando com quem, da roupinha da moda, do pagode da vez. Futebol que é bom, zero. E a imprensa tem muita culpa nisso.
Xenofobia eu não sabia o que era, lenha na fogueira eu sempre soube. E Jair Ventura levantou uma questão importante de nossos técnicos não serem valorizados na Europa. E como o admiro, mas não sou seu advogado de defesa, pergunto: “mas eles merecem ser, fazem por onde ser?”.
Eles nunca se mobilizaram, melhor, nunca se prepararam para esse mundo globalizado e por que sair do Brasil se aqui eles não ficam desempregados? Aqui o treinador é demitido e no dia seguinte assume em outro clube, aceitam passivamente serem mandados embora com um mês de trabalho, engolem sapo atrás de sapo. Repare, são sempre os mesmos. E, sem querer desanimá-los, na Europa, a cultura é outra.
Na Inglaterra, por exemplo, Arsène Wenger, técnico do Arsenal, está desde 1996 e, aos 67 anos, renovou por mais duas temporadas. Professores, podem cantar “o melhor lugar do mundo é aqui e agora!”.
LEMBRA?
por Sergio Pugliese
Sergio, Guará e Wilsinho. | Foto: André Teixeira
Numa conversa com amigos psicólogos comentei sobre a criação do Museu da Pelada, esse site que, humildemente, se propõe a eternizar histórias bacanas de boleiros. Nunca imaginei que a notícia desencadearia uma sessão de análise em plena mesa de bar.
– Interessante essa iniciativa! Até me animo em escrever um artigo propondo uma discussão epistemológica para o estudo do futebol como objeto científico – dissertou Paulinho Assef ou Dr. Assef para os “analisados”.
Achei o comentário denso e, não tendo cultura suficiente para debater o tema, pedi um pastel de angu. Mas Julinho Bandeira, colega de profissão de Assef, não fugiu ao debate.
– O Museu desperta os sentimentos de afetividade e paixão, como enredo para o entendimento do futebol para além do racional e pragmático.
Isso deve ter sido lindo, pensei, mas sem universitários por perto recorri ao garçom.
– Mais uma gelada!!!!
O papo se aprofundava, intenso, recheado de psicologês. Mas meu radar captou um termo que sempre adorei ouvir: memória afetiva. Não saberia explicá-lo tecnicamente. Certamente os meus amigos cabeçudos clareariam meus pensamentos, mas, mergulhei, solitário, numa sessão de regressão etílica e me lembrei do Capri, meu primeiro campinho de futebol e onde vivi, sem qualquer sombra de dúvida, alguns dos melhores dias de minha vida. Exagero? Não, certeza!!!!
– Posso elaborar esse artigo, Pugliese? – perguntou Assef, como se eu estivesse a seu lado, deitado num divã.
O Capri merecia bem mais do que um artigo. Deveria ter sido tombado pelo Patrimônio Histórico. Era a memória afetiva de um bairro! Memória afetiva, adoro falar isso!!!! Quando entrei no Capri pela primeira vez senti uma emoção muito, mas muito, mas muito maior do que em minha estreia no Maracanã para assistir Vasco x Portuguesa. O campinho ficava, na Murtinho Nobre, em Santa Teresa, nos fundos do colégio Machado de Assis, onde estudava. Não fazia ideia de sua existência até, um dia, vários garotos entrarem correndo no pátio da escola para resgatar uma bola que caíra na área da cantina. A partir daí, eu, Luís Antônio, Paulo Roberto, Carlos Gordo, Mauro, Zezinho & Cia elegemos o Capri como nossa segunda casa. Cresci ali! Na mesa, o debate prosseguia:
– Fatores chamados não-cognitivos influenciam no desempenho da memória de maneira significativa – ensinava Julinho.
Talvez minha memória seja seletiva porque só me lembro de momentos especiais, pelo menos os vividos no Capri. Na rua do campo, moravam dois cracaços, Orlando Bomba e Edu Tostão. Ficar sentado, sob as árvores vendo jogá-los era uma dádiva. Ali, vi os caras que conquistaram o primeiro título do Aterro, em 66, Hugo Aloy e Rony, deitarem e rolarem. Quantos tênis o explosivo Rony arremessou no telhado do Machado de Assis!!!! E Porquinho, o artilheiro Duílio, o trio Roberson, Flávio e Ruy? Seu Djalma marcando o tempo e vendo o filho Márcio encher Cesar de gols. Meu irmão Bruno, o Diabo Louro, espanando, na zaga, e meus amigos da vida toda Guará, Wilsinho e os saudosos Vitinho, Adãozinho e a pontinha Mônica Villaça. Será que isso é memória afetiva? Na verdade, o Capri foi parte da memória afetiva de um bairro inteiro.
– Você lembra de seu primeiro campo, Pugli? – perguntou Assef.
Ah, como lembro, pensei!!!! Quando anunciaram que na semana seguinte o Capri seria interditado para a construção de uma praça, anexa ao Parque das Ruínas, a resenha virou uma terapia coletiva. Aquele campo tinha um valor social além da conta!!! Vi amigos chorando e, claro, desabei também. Percebi, talvez, pela primeira vez, que a relação entre o homem e a bola ia muito além da imaginação. Talvez naquela situação se encaixasse a frase atualíssima do Assef: “entendimento do futebol para além do racional e pragmático”. Deve ser isso. Só sei que ontem fui ao Parque das Ruínas para ver a exposição do parceiro Cosme Martins. Tantos anos sem ir lá, uns 35 talvez. Encontro Guará e Wilsinho!!!! Caraca, memória afetiva perde!!!! Mas é isso, memória afetiva é um armazenamento de sensações sedimentadas, que explodem, brotam, ganham vida própria quando, por exemplo, encontramos o Guará e o Wilsinho!!! E do alto do Parque das Ruínas, coração disparado, os três olhando para o que um dia foi o Capri, Guará, conservando a pureza juvenil, abre a porteira das emoções com uma pergunta objetiva, curta, no fígado da memória: “Lembra?”.
UMA PARTIDA “IMPROVÁVEL”
por Walter Duarte
O dia era 6 de agosto de 1974, em uma manhã ensolarada, Campo dos Goytacazes parou para assistir ao desembarque do craque Afonsinho e do zagueiro Brito, campeão do mundo em 70. A dupla reforçaria o tradicional e modesto Roxinho, o Campos Atlético Associação, em uma partida amistosa contra o Palmeiras.
Após vários embates com os dirigentes dos clubes que defendeu, Afonsinho, o homem que não vendeu sua alma, havia conseguido o tão sonhado “passe livre”, fato que resultou em uma frase inesquecível do Rei Pelé: “Homem livre no Brasil somente o Afonsinho”.
Naquela época, eu tinha apenas sete anos de idade e morava no bairro Parque Leopoldina, onde fica o pequeno estádio Ângelo de Carvalho, do Roxinho, palco de muitos jogos do extinto Campeonato Campista. Levei alguns anos para saber da ocorrência do amistoso, e ainda jovem fiz um questionamento a mim mesmo: como e quem teria trazido o craque para este jogo, além de Brito e a Academia do Palmeiras completa com Leão, Luis Pereira, César, Leivinha, Ademir da Guia e cia?
Devido ao apelo de público, essa “partida improvável” para os padrões da época foi disputada no estádio do Goytacaz, “lotado até o bigode” como diria um amigo meu. O Campos Atlético na sua melhor fase disputava o campeonato local e o campeonato do interior Fluminense (sem os grandes da Capital), com os rivais Goytacaz e Americano, que no ano de 1975 participaria pela primeira vez do Campeonato Brasileiro. O Palmeiras, por sua vez, era quase imbatível na época com vários jogadores na seleção, sendo uma atração imperdível para os amantes do futebol.
Como de fato o amistoso foi viabilizado, faz parte do folclore e desperta curiosidades para muitos até hoje. O certo é que o Palmeiras venceu o jogo por 4 a 1 com um gol do Afonsinho para o CAA. Curiosidades à parte, após 41 anos, em 2015, Afonsinho retornou à Campos como convidado especial para as comemorações dos 102 anos do Roxinho. Por acaso, naquele domingo de outubro eu estava visitando minha mãe no bairro onde cresci e fui convidado pelo Mauro, amigo e frequentador das peladas no clube a participar desta partida comemorativa. Confesso que não estava acreditando, mas abendo da veracidade do convite, não perdi tempo! Fui correndo pegar as surradas chuteiras e me apresentei para o MATCH.
Joguei a pelada ao lado de veteranos como o grande lateral Totonho do Goyta (meu time na cidade) e procurei não inventar. Tirei fotos com o craque Afonsinho e como todos ali fiquei impressionado com a simpatia, simplicidade e seu inconfundível estilo de jogo. Ao final, realizei um sonho de criança e o Campos Atlético, sem dúvidas, reviveu as lembranças de seu maior evento no futebol.
Quanto ao resultado da pelada, 1 a 0 para o time do Afonsinho, mas foi o que menos importou. Ganhei o dia me sentindo o peladeiro mais feliz do mundo ao som daquela música do Gil “Meu Amigo Afonsinho”.
(Foto ilustrativa: Marcelo Tabach)
FICHA TÉCNICA:
06/Agosto/1974
Amistoso: Campos-RJ 1 x 4 Palmeiras
Local: Ary de Oliveira e Souza (Campos-RJ)Árbitro: Silvestre Campos Filho (RJ)
Renda: Cr$ 135.000,00
Gols: Afonsinho 12 do 1º Tempo; Leivinha, Nei, Ronaldo e Brito (contra) no 2º Tempo.
Campos-RJ: Gato Félix, Edalmo, Brito, Rebite e Gilberto; Afonsinho (Ramon) e Emílson; Lauro, Neto, Balula (Xavier) e Jorge.
Palmeiras: Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo Mostarda e Zeca; Dudu e Édson Cegonha (Fedato); Edu Bala (Ronaldo), Ademir da Guia, Leivinha e Nei. Técnico: Oswaldo Brandão.