EDU, O ÍDOLO QUE LAMARTINE BABO NÃO VIU JOGAR
por André Felipe de Lima
O destino faz das suas. O torcedor mais ilustre do América, ninguém menos que o compositor Lamartine Babo, jamais imaginou que aquele menino, filho do alfaiate português Antunes, seria o ídolo maior do seu clube do coração. Visitava a alfaiataria de Antunes, brincava com o garoto, passando-lhe o dedo molhado de bagaceira na boca da criança, mas nada o fazia suspeitar que aquele, em seu colo, tantas alegrias proporcionaria ao América. Dona Matilde, a mãe da criança, ficava furiosa com Babo por achar que era cachaça a bebida com a qual o compositor molhava os lábios do menino, como narrou o repórter Pedro Motta Gueiros. Cachaça seria mesmo o América na vida daquela criança. América e Edu, amor à primeira vista.
Os dois se conheceram quando seu Antunes assistiu a um jogo entre o Alvirrubro e o Flamengo. O primeiro aplicou uma goleada rotunda [4 a 0] no segundo. Dali em diante o português convenceu-se de que seria Flamengo. Um português rubro-negro? Algo inimaginável. Mas não quando a personagem era seu Antunes. “O primeiro marqueteiro que o Flamengo teve na praça foi o seu Antunes, porque o papo com ele era só Flamengo. Era estranho porque todos diziam como um português pode torcer pelo Flamengo. Ele respondia que não era português. Português era sabão e vascaíno. Ele era lusitano”, narrou Edu Coimbra ao jornalista José Rezende.
Wilson “Careca”, massagista do América e amigo do casal Antunes e Matilde, perdeu a esposa durante o parto do filho Sérgio, que foi amamentado pela mãe de Edu, este nascera na mesma época. Ambos se tornariam unha e carne, irmãos a toda prova. Edu cresceu jogando descalço peladas nas ruas do subúrbio carioca. Um dia, ele e o vizinho Paulo César Puruca embarcaram no bonde rumo ao Centro do Rio. Haveria peneira do América, no campo Mavílis, no Caju. Bola perseguida pela molecada, com cada um querendo mostrar mais habilidade que o outro. No fim do teste, Puruca passou. Edu, não. Destino tinhoso.
Mas foi Puruca quem abriu as portas para Edu no América. Chegou ao clube em 1962 e, no ano seguinte, vestiria a camisa do time juvenil pela primeira vez.
O habilidoso meia Eduardo Antunes Coimbra foi um dos maiores jogadores da história do América do Rio. Para muitos, o melhor de todos que já passaram pelo clube da rua Campos Salles. Quem o lançou no time titular foi o ex-jogador e campeão pelo América, em 1960, Wilson Santos, na época treinador do juvenil. O América excursionava pela América Central, em 1966, e o garoto convenceu Wilson de que deveria ser efetivado a jogador profissional.
Edu ficou no clube até 1974. Nesse período de permanência em Campos Salles, conquistou apenas uma Taça Guanabara, no dia 22 de setembro de 1974, dia do aniversário da filha Kátia, equivalente ao primeiro turno do campeonato carioca, e o Torneio Negrão de Lima, em 1967, após dar um passe para o gol de seu irmão Antunes, na final contra o fortíssimo Nacional de Montevidéu.
Apesar dos poucos títulos, Edu permanece na memória dos torcedores por seus dribles, passes perfeitos e chutes com grande precisão. Nascido no dia 5 de fevereiro de 1947, no Rio de Janeiro, marcou 212 gols em 402 jogos. É o maior artilheiro da história do Alvirrubro.
Convocado em 1967, atuou em duas partidas durante a campanha em que o Brasil venceu a Copa Rio Branco, em Montevidéu, no Uruguai. Na seleção, Edu atuou apenas duas vezes e não balançou as redes. Muitos asseveram que Edu seria presença certa na lista de craques para a Copa de 70 caso o treinador João Saldanha não deixasse o comando do escrete. Não era para menos a empolgação de João “Sem medo” com Edu. O meia do América foi o artilheiro do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o “Robertão”, em 1969, com 14 gols. Na época, a principal competição interclubes do Brasil. De nada adiantou. Zagalo substituiu João e levou Dario, o “Dadá Maravilha”, acatando uma “sugestão” do então presidente do governo militar, o general Emílio Garrastazu Médici.
Em 1975, o meia se transferiu para o Vasco, mas não permaneceu por muito tempo em São Januário. No mesmo período trocou a capital carioca por Salvador, para defender o Bahia, onde já na primeira temporada conquistou o campeonato estadual.
Apesar do título, Edu logo retorna ao Rio. Em 1976, assinou contrato com o Flamengo [clube pelo qual seu irmão mais novo, Zico, brilharia na década seguinte], mas também não conseguiu se firmar na Gávea. Deixou o rubro-negro e passou por diversos clubes, entre eles: Colorado, do Paraná [1976-1978] — pelo qual foi abelheiro dos certames de 1977 [14 gols] e 1978 [8 gols] — , Joinville [1978] e Brasília [1979]. Em 1980, chegou ao Campo Grande, do Rio, clube pelo qual encerrou a carreira em 1981 e que também era admirado pelo pai, seu Antunes, que morou no bairro da zona oeste do Rio quando era solteiro. Entre 1966 e 1978, Edu anotou 250 gols na sua lista.
Após deixar os gramados passou a dedicar-se ao trabalho na antiga Funabem [Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor] e à carreira de treinador. Começou em 1982 com a equipe de juniores do América. Esteve à frente de várias equipes do México, Peru, Equador, Japão e do Brasil, entre elas o América, em 1982, e o Vasco da Gama, em 84.
Lamartine Babo
O América foi a sua primeira experiência como técnico em times de profissionais. Logo no primeiro ano, em 1982, conduziu o time ao título da primeira edição da Taça Rio, segundo turno do campeonato carioca. Com o time de São Januário, foi vice-campeão brasileiro em 1984, após perder o primeiro jogo [1 a 0] e empatar, sem gols, o segundo, para o Fluminense. O sucesso a frente do Vasco lhe rendeu um convite de Giulite Coutinho, então presidente da Confederação Brasileira de Futebol [CBF] e americano convicto, para dirigir a seleção brasileira em 84. A passagem foi, entretanto, curta. Também dirigiu a seleção iraquiana. Em 2006, foi auxiliar técnico de Zico na seleção japonesa que disputou a Copa do Mundo.
Lamartine, que morreu antes de ver brilhar o filho do alfaiate Antunes, ficaria muito orgulhoso por Edu.
DOMINGO COM DÉ
por Rubens Lemos
(Foto: Marcelo Tabach)
Está ficando docemente repetitivo elogiar as resenhas dominicais do Museu da Pelada, timaço onde me encaixo de operário carregador de piano.
O papo com Dé, que revejo em fragmentos com cabeleira vasta black power e camisa do Vasco e depois a do Botafogo, extrapolou os limites do brilho histórico saudosista.
Dé é uma instituição dos anos bicho-grilo, alter ego da malandragem autêntica, forjada nos caminhos de terra batida hoje ocupados pelos campinhos de luxo onde vivem os mimadinhos que praticam o futebol de joanete.
Dé sabia jogar. Técnica apreciável, a esperteza que o mestre Ariano Suassuna definiu como arma do pobre. Que o exaltava nos alçapões de subúrbio e no sítio arqueológico do Ex-Maracanã.
Seu mundo é o universo brasa, mora? Dos brotinhos e do talento em superlotação.
Saudades de Dé.
Artilheiro precioso contador de histórias.
Nos domingos pobres de agora, domados por androides e lutadores de MMA calçando chuteiras, a onda (bem Dé né?) é assistir, extasiado, aos clássicos que só no Museu da Pelada tem.
Dé Aranha + Edson Mauro
MALANDRO É MALANDRO
entrevista: Sergio Pugliese | texto: André Mendonça | foto: Marcelo Tabach | edição de vídeo: Daniel Planel
Há muito tempo estávamos atrás de uma resenha com Dé Aranha e, na mesma proporção, a rapaziada vivia sugerindo uma matéria com um dos pontas mais endiabrados que o futebol brasileiro já produziu. O dia finalmente chegou e, para justificar a demora, promovemos um encontro do craque com Edson Mauro, o “Bom de Bola”, uma dupla afinadíssima que proporcionou boas risadas à equipe do Museu!
Muitos não sabem, mas foi Edson Mauro quem abriu as portas do mundo do rádio para Dé. A amizade entre os dois vem de longa data.
– Eu era narrador esportivo e o Dé jogador do Vasco quando nos conhecemos. Começamos a ter uma relação legal porque a Rádio Globo me colocava no mesmo voo e hotal da delegação durante as muitas viagens que fazíamos! – lembrou Edson Mauro.
Aproveitando o contexto, Dé não poupou críticas ao comportamento atual dos jogadores em relação às emissoras:
– Hoje há uma barreira e não se chega aos jogadores como se chegava antigamente. Eles estão cada vez mais marrentos. Na minha época, eu ficava doido para dar uma entrevista para a Globo e sempre procurava os microfones!
Figura muito bem-humorada, Dé é a personificação daquele jogador que muitos sentem falta hoje em dia. Não só por sua personalidade, mas também por tudo que fazia dentro de campo, atormentando os marcadores nas pontas, função que está em extinção no “futebol moderno”.
Durante o papo, o craque revelou seu nome de batismo e lamentou o fato de não ter nascido na Inglaterra ou nos Estados Unidos. O motivo é surreal:
– Meu nome é Domingos Pedra. Se eu fosse inglês ou americano meu nome seria muito bacana: Sunday Stone! – disse com pronúncia e tudo.
Engana-se, no entanto, quem pensa que o jeitão malandro se limita às resenhas fora das quatro linhas. Dentro de campo, o ponta vivia aprontando contra os rivais, usando todas as artimanhas possíveis e impossíveis para sair com a vitória.
Dentre elas, destacam-se a utilização de uma pedra de gelo arremessada para roubar a bola do zagueiro Reyes, do Flamengo, e um punhado de areia no rosto de Andrada, atrapalhando a visão do goleiro do Vasco na hora da cobrança de falta.
As malandragens, no entanto, tinham uma justificativa convincente:
– Eu vejo um campeonato como se fosse uma guerra. Cada jogo é uma batalha. Na nossa época a vitória era necessária para garantir o bicho, que era muito maior que o salário! Hoje em dia os jogadores não precisam se preocupar em vencer porque os salários são exorbitantes!
Se já não fosse o bastante, Dé ainda revelou que era o rei dos pênaltis arranjados. Segundo ele, se ralava todo durante os treinamentos ensaiando para se jogar na grande área.
Daniel Planel, Sergio Pugliese, Dé Aranha, Edson Mauro, André Mendonça e Marcelo Tabach
– Eu treinava meter o meu pé direito na frente do esquerdo e dava a impressão de que eu era calçado, pois eu era muito veloz!
No fim da resenha, a pedido de Sergio Pugliese, após muitas histórias divertidas, Edson Mauro simulou a narração de um gol marcado por Dé e o craque não poupou os elogios.
– Sendo narrado pelo Edson Mauro do meu lado me dá uma satisfação muito maior, porque minha admiração por ele é não é só como narrador esportivo, mas como ser humano. Mora no meu coração.
Macula
MACULA, O VENCEDOR
entrevista: Sergio Pugliese | texto: André Mendonça | vídeo: Daniel Planel
Quem vê a trajetória de Macula no futebol nem imagina como tudo começou por acaso. Antes de se tornar aquele jogador essencial que “corria para todo mundo” em todos os times por onde passou, gastou boa parte da sua infância no Bangu como gandula e lavando os carrões dos jogadores em troca de um dinheirinho.
Quis o destino que, como em uma história de filme, o menino fosse chamado para realizar testes no alvirrubro. Agarrou a oportunidade com unhas e dentes e construiu uma linda trajetória no clube.
– Hoje sou o Macula graças ao Bangu. Fui muito feliz por lá e ainda tive o privilégio de jogar com jogadores que me davam os trocados enquanto eu lavava os carros deles, como Claudio Adão e Arthurzinho, já em fim de carreira.
Na época, o futebol carioca era bastante nivelado e a diferença entre os times considerados grandes e pequenos não era tão assombrosa. Além disso, o Bangu tinha como presidente ninguém menos que Castor de Andrade, um dos mais famosos e poderosos bicheiros do Brasil.
Durante o papo, Macula não escondeu sua admiração pelo chefão e lembrou o dia-a-dia no clube.
– Ele era uma pessoa fantástica! A gente recebia o bicho na sexta-feira em dinheiro. Ele fazia questão de contratar os melhores, elevando o Bangu como time grande. Acho que personagens como ele fazem muita falta no futebol.
Ao ser perguntado sobre o jogo mais importante da sua vida, Macula nem precisou pensar. De bate-pronta elegeu Bangu x Flamengo, em 9 de março de 1988, quando marcou o seu primeiro gol no Maracanã, uma verdadeira pintura. Vale destacar que a zaga do Flamengo era formada por Edinho e Leandro, já em final de carreira, o que valoriza ainda mais a obra-prima.
O Flamengo, aliás, costumava sofrer com Macula nos jogos contra o Bangu. O meia sempre marcava seus golzinhos e complicava a vida dos rubro-negros. Até que alguns dias antes de mais uma partida contra o time da Gávea, Macula recebeu a notícia de que o rival estaria interessado na sua contratação.
– Me disseram que o Romário tinha dado o aval e tudo. Entrei em campo relaxado, não joguei nada, perdemos por 3 a 0 e não teve contratação nenhuma. Era uma pegadinha do malandro, eles me sacanearam!
O talento, no entanto, foi reconhecido por outros gigantes do futebol brasileiro e Macula vestiu as camisas de Fluminense, Vasco e Juventude, antes de ter uma passagem pela Suíça. Quando estava de férias no Brasil, recebeu uma ligação do seu empresário avisando que o Palmeiras seria o próximo destino.
– Fiquei assustado na hora! Era o Palmeiras da Parmalat, formado por Gil Baiano, Antônio Carlos, Kléber e Roberto Carlos; César Sampaio, Zinho, Mazinho e Rincón; Edmundo e Evair na frente. Não dava para ver nem a cor da bola! Jogar por lá e ser campeão foi uma coisa de outro mundo.
Além do título paulista de 1994, marcou um gol importante na Libertadores daquele ano, contra o Vélez Sarsfield e não demorou a cair nas graças da torcida alviverde. Mesmo diante de tantos craques, seu invejável condicionamento físico se destacava entre os demais, tornando-o um jogador incansável no meio.
O DESPACHO
por Sergio Pugliese
Outro dia estava no Aeroporto de Congonhas quando o sistema de som informou sobre o atraso do voo para o Rio. Que novidade!!! Sentei-me e relaxei. Num intervalo da leitura do jornal, olhei para frente e ele, vascaíno ilustre, estava ali, sentadinho, tranquilão, como se fosse um ser humano comum. Pensei em não importuná-lo, mas a tietice falou mais alto. Há tempos sonhava entrevistá-lo, ouvir suas histórias sobre as peladas na Praia do Leme, nos times dos artistas e da Portela. A ideia seria apenas apresentar-me e, humildemente, agendar uma futura resenha.
– Oi, Paulinho, tudo bem? Escrevo uma coluna sobre pelada, no Globo, e adoraria marcar um papo…
– Sente-se! – sugeriu.
Nem precisava pedir. Minhas pernas tremiam tanto que sentar-me seria a melhor alternativa para não pagar o mico de desabar. Sou muito fã de Paulinho da Viola e desde garoto ouço suas canções anestesiantes.
– Temos tempo de sobra – brincou.
E emendou causos atrás de causos. Lembrou-se de fotos com Natal, da Portela, assistindo jogos da escola de samba, escalou times de artistas, com ele, Miéle, Francisco Cuoco, Tony Ramos, Jair Rodrigues e Dary Reis, levantou-se, narrou alguns lances e matou uma bola imaginária no peito para ilustrar melhor uma das tantas memórias. Eu continuava assistindo, babando com a performance de meu ídolo. Seguimos na fila e eu só ouvindo até que entramos no avião, nos separamos e na saída fiquei sem graça de abordá-lo novamente. Não marcamos nada, mas reservei a melhor história daquele fim de tarde para essa época de Carnaval quando ele assume o posto de Rei.
Foi na Praia do Leme. A rapaziada chegou seca para jogar, mas no centro do campo havia uma tigela de barro cheia de oferendas. Foguete foi o primeiro a chegar, viu o “trabalho” e preferiu não mexer. Vai que…
Mas quando Renatinho chegou, Foguete, assim como quem não quer nada, passou a missão ao amigo.
– Renatinho, enquanto vou armando as redes, tira aquela macumbinha dali.
– Vamos inverter, Foguete, não sou muito chegado nessas paradinhas.
– Desse tamanho, com medo?
– Tá vindo o Almeida, ele tira – esquivou-se, Renatinho.
– Almeida, por favor, tira aquela tigela do campo enquanto dou um mergulho e o Foguete coloca as redes.
O grandalhão Almeida não disse que sim, nem que não. Esticou o pescoço, aproximou-se, benzeu-se mas sentiu arrepios que o fizeram desistir. Quando olhou para trás viu Barcelos, policial destemido.
– Fala, Barcelos! Vou dar uma calibrada nas bolas, enquanto isso dá uma geral no campo e tira aquele despacho dali.
Barcelos coçou o queixo, largou a mochila no chão e encarou a tigela como se fosse interrogá-la. Deu meia-volta e desculpou-se.
– Almeida, se não tivesse farofa eu tirava. Dizem que farofa é trabalho radical.
A esperança seria Santana, ateu de carteirinha, mas que surpreendeu a todos com uma resposta inusitada.
– Não meto a mão nisso. Sou ateu, mas não sou louco.
Resumo. Ninguém tirou e a bola rolou com a oferenda no meio do campo. Os jogadores pulavam por cima da macumba e três bolas foram dadas como perdidas porque encostaram na tigela.
– Deixa para o santo – recomendava Vevé.
O racha estava tenso e alguns jogadores garantiram ter visto vultos. Mas no intervalo, a salvação! Baiano surgiu do nada! Mistério! Perna de pau famoso, só era escalado nas emergências, mas foi recebido com festa por uma razão óbvia: baiano não tem medo de macumba. O cara até topou ajudar, mas exigiu uma vaga. A solução seria um time jogar com 12. Feito! Rodeado pela galera, Baiano ajoelhou-se, murmurou “mamãeburuquêdosinhôqueárainhadomarsalveoxalá”, benzeu-se, pegou o alguidar e o entregou ao mar. Ovacionado!!! Em campo, acertou um chute sobrenatural no ângulo, o da vitória. Até os adversários fizeram o sinal da cruz e, após a partida, nunca mais foi visto.
Texto publicado originalmente em 28 de fevereiro de 2015 na coluna “A Pelada Como Ela É”, do Jornal O Globo.