À PROCURA DE ERIC
por Paulo Escobar
Em Marselha nasceu aquele que talvez no futebol mundial não aceitou ser domado nem por interesses e nem por treinadores que tentavam a todo custo domesticar Eric. Desde seus primeiros passos no futebol francês teve problemas já no seu primeiro clube, o Auxerre, e para termos uma noção, já em 1991 Cantona pensou em se aposentar após chutar a bola contra o juiz e pegar um gancho de dois meses.
Cansado da França, decide retomar o futebol na Inglaterra e fecha com Leeds Clube pelo qual foi campeão em 1991, e finalmente em 1993 chega ao clube que seria sua casa e onde viria a se tornar uma religião, o Manchester United.
No meio dos diabos vermelhos, Eric foi idolatrado e com gols e belas atuações foi aumentando o amor que a torcida de Manchester tinha por ele. Balançando a rede de formas memoráveis, como na partida contra o Sunderland em 1996, que talvez seja o que traduz o que era Eric: aqueles dribles do meio de campo, uma tabela, e da entrada da área mete uma cobertura maravilhosa. Na comemoração faz aquele olhar típico como quem olha não acreditando e com uma marra abre os braços e da uma volta no mesmo lugar olhando a torcida e companheiros de time.
Cantona nunca teve medo de expor suas posições e dentro de campo foi um demônio das finalizações, teve seu nome cantado e gritado. Na sala de imprensa do Old Trafford tem uma foto que embaixo leva escrito uma fala de Ferguson, que agradece os cinco anos maravilhosos que teve com o francês. Eric era fervoroso dentro de campo e a cada partida das jogadas e atitudes imprevisíveis era uma delícia ver esse cara dentro e fora das quatro linhas.
Era o anti-herói e anti-bom mocismo que o futebol que vivemos hoje da moral e dos bons costumes não suporta, de meião abaixo da canela e gola levantada não pagava simpatia pra ninguém. De entrevistas que com um posicionamento politico e falas que fugiam da mesmice das coletivas de imprensa.
O mesmo Eric já reconheceu que uma das melhores jogadas da sua vida não foi dentro de campo, mas sim ao ser expulso contra o Crystal Palace (1996). Na saída de campo, aquela voadora num nazista que o xingava de maneira xenófoba e preconceituosa. Cantona pega 9 meses de gancho e uma das supostas punições também deve ter sido a não convocação a Copa de 1998, que azar da Copa não ter tido ele lá. Sempre imaginei as falas em meio a esse evento tão dos bons costumes que seria essa Copa com Eric. Seriam momentos de tensão nos organizadores.
Nos dias de hoje, tão cheios de preconceitos, de uma xenofobia, de racismo, de homofobia e de ideias fascistas que vemos aumentando e tomando formas das mais cruéis possíveis, que falta fazem jogadores como ele. Cantona não compactuaria jamais com o que vemos sendo gritado em algumas arquibancadas e com certeza nos dias de hoje estaria em mais voadoras e discussões com o que vemos crescendo.
Eric, o do futebol bem jogado, o definidor nato e bom de cabeça e das ideias foi o mesmo que na crise dos refugiados na Europa abriu as portas da sua casa para recebê-los. Continua sendo o mesmo que recentemente criticou a seleção brasileira pelo amistoso contra Arábia Saudita, país com um regime no qual as pessoas desaparecem por motivos políticos (regime que bate as nossas portas também).
Nós, os órfãos de bons jogadores e que ainda por cima pensem e se posicionem, continuamos a procura de Eric.
DE JÚLIO BARROSO PARA O PALMEIRAS COM AMOR, OU QUASE
por Marcelo Mendez
Era um ano legal na minha vida.
Naqueles 1984, eu já estava, como diria os outros, um mocinho. Seguindo a premissa dessa tenra e adolescente idade, agora aos 14 anos, eu tinha um walkman, um punhado de fitas cassetes que ganhava dos meus primos mais velhos e meus primeiros discos.
No começo daquele ano, minha prima Mirian me deu de presente o primeiro disco da Gang 90 e foi através desse disco que conheci Julio Barroso, o cantor, compositor, letrista e tudo da Gang. Pirei.
Com o Julio, descobri os caminhos para poesia beat, as primeiras informações sobre a coisa, os primeiros nomes do que viriam a ser influências de tudo, referências de uma vida toda; Kerouac, Ginsbergh. Mas isso é uma outra história…
Aqui no Museu a lembrança que vale é das coisas do futebol. E para o menino Palmeirense, não podia estar melhor…
O camisa 11 do Verde
O Palmeiras voava no Campeonato Paulista.
Dirigido por Fedato, naquele ano, tínhamos um baita time de bola. Leão, Diogo, Luis Pereira, Vagner Bacharel e Paulo Roberto. No meio campo, tinha Marcio, Osias, Carlos Alberto Borges e na frente, Jorginho, Reinaldo Xavier e ele, o mágico, o craque o genial Mário Sérgio.
O canhoto craque de bola, dono de uma classe e uma elegância inexorável, jogava futebol da mesma forma que Paul Desmond tocava sax para o Dave Brubeck Quartert. Os passes que saíam de seu pé esquerdo, tal e qual as pinceladas saíam da paleta de Renoir, ou Ticiano. Ver Mário Sérgio jogar era uma experiência única.
Ele em campo me redimia de tudo que ameaça-se o encanto em minha vida. Ele era quem me protegia da tristeza e de todas as outras durezas. Craque, meu herói. E ele não fazia feio.
Naquele ano, num campeonato de pontos corridos, o Palmeiras era líder e dava show. A reta de chegada estava perto, mas no meio do caminho havia um clássico por jogar. Um clássico que sem a gente saber, entraria para história…
O Clássico da briga e os perdidos na selva do barato…
O São Paulo já era o time da moda.
Havia contratado o ótimo Cilinho como técnico, começava ali uma renovação e tinha um time poderoso. Careca, Casagrande, Pita, Sidney, bons laterais como Paulo Roberto e Nelsinho, um timaço. O Palmeiras enfrentaria esse time e precisava vencer para meter a mão na taça. E dessa vez, eu, o Pai e meu Tio Bida fomos felizes para o Morumbi.
O meu lugar na numerada inferior não estava parecendo tão melancólico, a esperança de que naquele ano tudo seria diferente era muito grande. Mas tínhamos que vencer o São Paulo e vencemos.
Após levar o primeiro, com um gol de Sidney, o Palmeiras foi para cima e virou com duas cabeçadas, uma de Reinaldo Xavier no primeiro gol e outra de Diogo. No final do jogo, Vagner Bacharel deu uma banda em Pita do São Paulo e o pau comeu. Bem ali, na minha frente, vi voadoras, porradas, chutes mas num tava nem aí, rimos.
Naquele dia saímos do Morumbi tão felizes, mas tão felizes, que meu tio Bida não aguentou:
– Marcelo, cadê aquelas tuas fita doidas?
– Tá aqui, Tio. Por quê?
– Dá uma delas aí, vamos ouvindo!
– Bida, acho melhor, não! – precaveu meu Pai.
– Vai, Mauro! Vamos festejar, esse ano o Verdão vai ser campeão! Me dê aí, Marcelo…
Dei.
E do banco de trás do Opala Vermelho Cor de Sangue, dele, fomos os três, cantando a plenos pulmões “Eu e minha gata rolando na relva/rolava de tudo/covil de piratas pirados/Perdidos na Selva…”
Era dia de festa, tudo parecia que ia dar certo. Mas daí, em 1984 descobri que para a alegria ser plena, precisa de muita força.
Descobri o Tapetão….
Anfetamina Blue..
Doping.
Mais umas das novas palavras da minha vida. Naquela semana só se falava disso. Um tal de exame antidoping disse que Mário Sérgio havia tomado uma coisa estranha, de nome anfetamina e que isso, não podia.
Sem entender nada. Fiquei sabendo que o Palmeiras seria julgado por isso e se punido fosse, a pena previa perda de cinco pontos. Isso arrebentaria com o time, o Palmeiras perderia a primeira posição e mais algumas. Dito e feito.
O tal tapetão, tirou os cinco pontos de fato. Mário recebeu punição por parte da organização do campeonato e o time nunca mais foi o mesmo. Com os nervos em frangalhos, o Palmeiras despencou pra quarta posição e de lá não saiu.
Da poltrona de casa, numa tristeza danada, vi o Santos vencer o Corinthians e sagrar-se campeão de um campeonato que era pra ser meu, era pra ser do Palmeiras. Não foi.
Vi pela tv a festa em Santos e a única coisa que pensava era num dia, quem sabe em breve, eu também num saio pra rua e participo de uma dessas.
Não foi dessa vez…
CRAQUES INESQUECÍVEIS
#01- Romário
por Mateus Ribeiro
Romário de Souza Faria, mas pode chamar apenas de Romário. Um dos maiores atacantes de todos os tempos.
O Baixinho fez (muitos) gols por onde passou. E olha que ele passou em muitos lugares mundo afora. E nem foram só os gols que chamaram a atenção durante sua vitoriosa carreira. Romário era autêntico, não fazia média para agradar ninguém, tampouco vivia um personagem, algo tão comum para jogador de futebol atualmente.
Romário não tinha medo de nada, não tinha medo de ninguém.
Romário era um carrasco da grande área. Talvez, o jogador mais letal que eu já tenha visto na vida. Imagino que também tenha sido o motivo da insônia de muitos zagueiros que o marcaram (foram muitos, e dos bons).
Não contente em ser marcante nos clubes por onde passou, Romário marcou seu lugar na Seleção Brasileira. A camisa amarela com o número 11 foi, é, e será eternamente sinônimo de Romário. A azul também. Afinal, alguém se esquece daquele domingo que o baixinho, depois de muita birra de Parreira, voltou em cima da hora e simplesmente DESTRUIU o Uruguai? Talvez essa tenha sido a primeira grande exibição individual que eu tenha visto na vida.
Depois daquele dia, Romário poderia se aposentar da Seleção, que todos lembrariam da sua exibição de gala no Maracanã. Mas faltava completar a obra. E ele, na companhia de muita gente boa (e muita gente contestada também), terminou o quadro nos Estados Unidos. Alguns consideram essa obra, denominada Copa de 1994, um tanto pragmática. Outros, se pudessem, a deixariam para ser contemplada nos maiores museus do planeta.
Não importa, obras são obras, e Romário pintou cada detalhe ali da melhor forma possível: com o bico da chuteira, crescendo no meio dos gigantes suecos, saltando contra a Holanda, recebendo declaração de amor de Bebeto (e do resto do Brasil), batendo pênalti chorado, ajudando seu fiel parceiro de ataque a embalar Mattheus .E tudo isso sob um sol escaldante.
Romário jogava pela sombra. Não era muito chegado aos treinamentos. Talvez fosse pra mostrar que era humano, afinal, sem treinar como os demais, era um monstro, imagina se treinasse?
Romário foi vencedor. Ganhou taças por onde passou. Desde Teresa Herrera até Copa do Mundo, passando por Campeonato Carioca e Copa da Holanda. Sempre fazendo gols.
Romário é rei. Seja no Rio, na Catalunha, em Eindhoven.
Romário é inesquecível. Inesquecível para amantes do futebol. Inesquecível para torcedores de vários clubes do Brasil e do mundo. Ah, é inesquecível para o Amaral também. E para muitos outros que já tiveram o (des)prazer de ter que marcar um dos maiores atacantes da historia do futebol mundial.
Por ser tudo isso, e muito mais, Romário abre a mais nova série do Museu da Pelada: Craques Inesquecíveis!
Divirtam se com os lances dessa lenda!
DAS URNAS PARA O FUTEBOL
:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::
Romero Jucá, Cesar Maia, Sarney Filho, Roberto Requião, Edison Lobão….há quantos anos ouvimos esses nomes circulando pela Política? Pelo que li, esses aí não conseguiram se reeleger o que já não deixa de ser um grande avanço.
Adoraria que uma renovação dessas fosse feita no futebol. O problema é que nem sempre os substitutos aproveitam a chance, pior, muitos rezam da mesma cartilha. Os políticos mudam de partidos sem qualquer cerimônia e no futebol o cenário não é diferente, os nomes não mudam e não há qualquer novidade no formato de trabalho, zero inovação.
Por exemplo, há time mais previsível do que o Inter? E o Palmeiras? Corre o risco de o Felipão ser campeão do Brasileiro com o mesmo esquema de sempre. Ou a mesmice de Mano ser premiada. Dois ex-seleção brasileira. Tite que se cuide, hein, Kkkkk!!!!
Sério, qual foi a grande sacada de Felipão? Insistir com Deyverson, um centroavante que provoca, tumultua o jogo, mas depois chora e diz que é bonzinho. Que mala!!! Fora que o Palmeiras tem um elenco gigante e Roger montou boa parte desse grupo.
Os candidatos ao título estão longe de pelo menos tentarem algo diferente. O Dorival já rodou mil clubes e agora volta ao Flamengo de onde o próprio Bandeira de Mello o mandou embora. Ganhou de um Corinthians desarrumado e visivelmente se poupando para a final da Copa do Brasil e virou gênio. Basta olharem o jogo. Mais irritante ainda é ouvir os comentaristas dizendo que ele “arrumou a casa”. Fora que contei sete profissionais na comissão técnica do Dorival. É preciso tanta gente mesmo?
Outra coisa que me irrita é essa história de os “professores” trazerem seus filhos para fazer parte do grupo. Será que, assim como os políticos, eles também querem se eternizar no poder? Olha que vários filhos de políticos não conseguiram se eleger nessa eleição, hein! Renovação assim é ruim porque os pupilos seguirão com os mesmos erros. Fora que não deixa de ser nepotismo.
Já falei que renovação não é pela idade, mas pelo pensamento. Zé Ricardo e Barbieri, por exemplo, são de uma nova safra que não ousou, que talvez querendo garantir o emprego jogam se defendendo. Saudade da tranquilidade de Jayme e da sabedoria de um Carlinhos Violino. Nos últimos tempos o único que vi tentar algo diferente foi o Fernando Diniz. Por onde ele anda, por falar nisso?
Adoraria ver uma garotada surgindo com novas propostas. Se é assim que sonhamos para o país, o futebol, maior paixão do povo, também deve seguir os mesmos passos. Há de surgir alguma alma salvadora que passe uma borracha nessa história de quatro volantes, não é possível!
O país assiste partidos políticos trocando insultos e inventando mentiras. Em campo, chutões, empurrões e desrespeito. Mas o Leonardo Gaciba diz que carrinho é normal, então tá! O Hino Nacional antes do jogo soa como deboche. O futebol precisa de uma revolução criativa. Como dizia o Mestre Didi, quem deve ser rápido é o raciocínio, não as pernas.
SÓCRATES 1×0 E A SINA DO OPALA COR DE SANGUE
por Marcelo Mendez
O ano de 1983 foi um ano bacana na minha vida.
Foi o primeiro sopro de emancipação que eu tive. Quer dizer, quase isso…
Meu Tio Bida havia trocado de carro e finalmente conseguiu realizar seu sonho de consumo; Um Opala Comodoro 1982, vermelho, tinindo! Quando ele baixou com a barca nova no Parque Novo Oratório, correu em casa mostrar pra nós. E enquanto todos ficavam embasbacados, minha mãe Dona Claudete teve como sempre, o juízo necessário:
– Bida, seu doido, como você vai pagar esse carro?
– Eu dei o outro de entrada…
– Aquele fusca velho, peidorreiro? Bida o que você tem na cabeça?!
– Detinha, calma. Uma coisa de cada vez; Primeiro eu vou ter o carro que eu quero, depois eu penso nessas responsabilidades aí…
Bem, eles seguiram discutindo, como de costume na nossa família. Se debatia tudo, se falava de tudo. Mas essa parte não é a importante aqui da história. O que vale contar é que, com a chegada do Opala Cor de Sangue, me tornei o lavador oficial da barca, aos domingos.
Com isso, passei a ganhar umas moedas do Tio, que num davam lá pra muita coisa, mas juntando, até que dava uma numerariozinho. Foi o que fiz naquele mês até conseguir atingir a quantia necessária pra ir à Discoteca Aldo, no Centro da Cidade.
– Vou comprar o disco novo do AC/DC!
Fui, comprei e então a magia se fez. Junto do Palmeiras, agora tem o rock e o Opala cor de sangue. Cor de Sangue…
Mais do mesmo…
O Campeonato Paulista do Palmeiras não havia sido lá uma benção. Mas deu pra classificar pra semifinal. O time era novo, muito bom. Tinha Cléo, Jorginho, Luis Pereira, Vagner Bacharel, Eneas, Baltazar, Carlos Alberto Borges, um craque! Pegou no breu na reta de chegada e então faltava o cruzamento que seria novamente contra eles:
Corinthians!
Dessa vez, os nossos rivais estavam na moda. Casagrande, Sócrates, Wladimir, Ataliba, Zenon, Biro-Biro, sob a égide da Democracia Corinthiana, um movimento que marcaria a história da abertura política no Brasil.
E então era muito pop ser Corintiano.
Enquanto o Palmeiras…
Já eram seis anos de fila. A coisa começava a incomodar, nada de caneco e as partidas todas iam ficando cada vez mais difíceis. A primeira da semifinal foi um inferno. No placar do Morumbi 1×1. Palmeiras fez com Baltazar e Corinthians foi buscar a igualdade com Sócrates guardando de pênalti. E de novo, assim como no Carnaval, tudo ia acabar na quarta-feira…
O silêncio que a derrota traz
De novo na numerada inferior do Morumbi.
Aquele canto do gigantesco estádio são-paulino havia se tornado o meu alpendre de dor de fossa favorito. Ali, com 13 anos de idade eu já passava a acumular um bom número de frustrações ludopédicas. Mas juro que naquela noite, achei que poderia ser diferente.
O Corinthians chegou atrasado para o jogo porque ficaram presos no trânsito. O time do Palmeiras ia completo, precisava fazer um gol no Corinthians e estaria tudo resolvido. Seria uma facilidade maravilhosa, mas um time como o Palmeiras não sabe nada dessas tais felicidades aí…
O Verdão amassou o Corinthians. Em 10 minutos jogados, o goleiro Leão já havia feitos dois milagres. Sim, Leão. Ele estava do lado de lá. Vendo aquele começo de jogo, quase que cheguei a acreditar que aquela noite seria diferente, que passaríamos pelo Corinthians e tudo mais. Não…
Em uma jogada genial, Sócrates faz um giro de corpo em cima do nosso zagueiro Márcio, conduziu a bola para o bico da área e bateu cruzado, rasteiro, devagarinho, pra doer mesmo. O Corinthians abriu o placar e o drama voltava acontecer. Se o Palmeiras jogasse três dias contra o Corinthians, não viraria esse jogo. Não viramos.
Placar final, 1×0 para eles e por mais um ano, lá ia eu, cheio de contrariedades e sonhos frustrados. De novo, meu Pai e meu Tio Bida tentando me consolar, mas eu nem ligava. No banco de trás do Opala Cor de Sangue, eu via a cidade passando, enquanto a gente voltava pro ABC. Via a festa dos amigos corintianos nas ruas da Cidade, contrastando com o deserto de alegria que havia em mim.
No peito, a dor de imaginar que seria mais um ano sem títulos. E uma incerteza atroz me roendo. Será que um dia eu ia fazer aquela festa também?
Quem sabe…