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COLONIZARAM A LIBERTADORES

por Paulo Escobar


Desde que me lembro por gente que acompanha futebol, tenho lembranças da Libertadores, que na minha opinião era um dos torneios mais loucos e que trazia a diversidade e as mais variadas culturas latinas a campo. Os times, seus estádios, as torcidas a pressão e as festas de cidade para cidade.

O que dizer dos jogos no centenário, na Bombonera, em Nuñes, no Nacional, no Defensores del Chaco, no Cilindro, Lima, La Paz e nos mais variados estádios. Como não lembrar dos jogos quentes e finais incríveis, os mata-matas, os chamados grandes caindo, o torneio que talvez sempre mais custou aos times brasileiros e que sempre trouxe histórias e bastidores inesquecíveis.

Aos poucos foram nos matando, assassinando o futebol latino e a Libertadores, a exemplo do que a América Latina sofreu na colonização, quando os assassinos vinham com seus costumes, deuses e culturas e assim impunham aos índios, do mesmo jeito tem acontecido com o nosso futebol. Não aceitam nossa diversidade, não aceitam nossas paixões, não aceitam nosso jeito diverso de ser, mas querem nos adestrar e nos padronizar e dizer como deve ser nosso futebol.


Aos poucos levam nossos craques, depois tiraram nossos instrumentos e bandeiras, proibiram nossos sinalizadores e fogos de artifícios, colocaram cadeiras e nos disseram como se comportar nos nossos jogos, não permitiram mais ambas as torcidas, tiraram a cerveja e, a exemplo dos colonizadores, nos impuseram seus costumes e nos deixaram um hino, aquela coisa chata que é tocada na entrada de ambos os times juntos.

Mais do que nunca, o que aconteceu domingo teve muitos atores por trás, as federações que historicamente defenderam interesses daqueles que as comandam e não do futebol, os governos que sempre vão culpar as torcidas das desgraças e descuidos históricos deles mesmos, as dirigências dos times envolvidos que sempre abaixaram a cabeça para tudo que lhes é imposto. Tudo o que rolou no domingo com a FIFA por trás e todos seus capachos somente veio fortalecer o argumento de final única em campo neutro.

A final em campo único em países distantes, além dos ingressos caros, exige agora pegar avião para poder acompanhar seus times de coração. Se já é difícil você ir numa final pelos preços absurdos, agora some passagens e gastos de estadia. As finais serão mais um meio de exclusão e imposição de como devemos torcer ou agir de acordo com os padrões impostos de cima para baixo.

Houve interesses de muitos poderosos que se aproveitam do futebol nos incidentes de domingo, se aproveitaram dos fatos para querer nos dizer que não somos civilizados e que o futebol europeu é o antro da ordem e de como se deve torcer, superdimensionam os conflitos nos nossos estádios como se fosse rotina e minimizam os conflitos ocorridos na Europa como se fossem exceções. Vale dizer que grande parte da mídia esportiva foi participante do assassinato da Libertadores e imposições de como se deve ser ou agir.


As revoltas e conflitos são fatos sociais além do futebol, e que devem ser observados como fenômenos sociais além do esporte. O que acontece com as pessoas dentro dos estádios são reflexos daquilo que se vive nas sociedades que vivemos, e nossas diversidades e particularidade dentro dos estádios devem ser preservadas, nossa forma de manifestar nossa paixão respeitada e não assassinadas como vem sendo feito ao longo dos anos.

Nossa forma de torcer e manifestar nossas paixões são motivos de incômodo para os de fora, não respeitam nossa diversidade e nos punem por sermos diferentes. As entidades querem nos colonizar e impor o que para eles é futebol e nos colocar como devemos agir e ser dentro e fora dos estádios.

O que foi acontecendo na Libertadores ao longo destes anos nos mostra que foram nos matando aos poucos, com requintes de crueldade, foram nos assassinando de maneira lenta. Nos mutilaram aos poucos e hoje falecemos junto com a morte da Libertadores do jeito que a amávamos e conhecíamos.


O simbolismo de levar a final a Madrid mostra o ponto final deste processo colonizador, a exemplo das invasões e imposições que sofremos ao longo dos séculos vimos no futebol. Nos roubaram tudo inclusive a final da Liberadores, nos saquearam e levaram até nossas finais do jeito que as conhecíamos embora.

Não será a mesma coisa a final em Madrid, muitos dos torcedores que poderiam ir a uma final em seus estádios não poderão ir a Espanha, ali será uma final para aqueles que podem pagar e alguns que terão que se endividar para poder acompanhar seus times.

O que nos resta é o que sempre aconteceu nos processos colonizadores ao longo da história, a resistência daqueles que amamos o futebol, dos torcedores que não aceitem estas imposições. Que algo que nos dê um sinal de esperança aconteça daqui até o dia 9, e que o futebol nos surpreenda de alguma forma.

Pois diante do colonizador sempre houve resistência, tomara que com o futebol não seja diferente.

VENCE O FLUMINENSE’. ASSIM SEMPRE CANTOU O ÍDOLO GALHARDO

por André Felipe de Lima


Em 1965, o jovem zagueiro Galhardo mostrava-se preocupado com o futuro, sobretudo quando chegasse o momento de abandonar a carreira. Tendo o pai José como sócio, tocou uma fábrica de bebidas em Araraquara. Esse estilo cônscio e resoluto, ele levava para o campo. E foi assim que Galhardo foi construindo sua brilhante carreira no futebol. Um beque dos melhores de sua geração.

Orgulho da mãe Maria Michelini e da irmã Maria Helena, João José Galhardo, seu nome de batismo, começou em 1958 como lateral-direito, no juvenil da Ferroviária de Araraquara, cidade em que nasceu no dia 29 de novembro de 1942. Quem o levou para o clube foi o amigo Picolin, que na época era o treinador do time. Nos aspirantes, pulou para a lateral-esquerda e depois para a zaga, e lá permaneceu. Galhardo jamais deixou treinadores na mão. Era pau pra toda obra. “Antes eu jogava futebol na várzea, no time do bairro do Carmo, onde morava, chamado Paulista (onde jogava como meia-esquerda). Em 1960, fui promovido ao quadro de aspirantes e, em 1962, na Taça São Paulo, fui lançado no time principal da Ferroviária, entrando no lugar de Válter, lateral-esquerdo, na partida contra o Corinthians. Depois do jogo, o presidente corintiano perguntou se a diretoria da Ferroviária estava interessada na venda de meu passe. Ante a resposta negativa, o Corinthians pediu prioridade para a sua compra”, narrou Galhardo, à antiga Revista do Esporte, em 1965, quando já se encontrava no Parque São Jorge, vestindo a camisa do Timão.


Seu passe custou ao Corinthians 25 milhões de cruzeiros da época, além dos passes do Bazzani (maior ídolo da história da Ferroviária) e do Osmar. Logo no primeiro ano no novo clube, o técnico Oswaldo Brandão o escalou na lateral-direita. Na reserva ficara ninguém menos que Jair Marinho. Como chutava com os dois pés, não sentiu a diferença. Como já enfatizamos, Galhardo era polivalente.

Mas o craque dos “sete instrumentos” — como diziam os mais antigos — acalentava outro sonho, o de jogar pelo Santos. Afinal, que jovem jogador como ele na época não queria defender o alvinegro praiano e jogar ao lado de Pelé e companhia?

O menino dizia torcer pelo Flamengo no Rio e ocultava o time de coração em São Paulo. “Deixa pra lá”, respondeu ao repórter. Jamais escondera o desejo de um dia jogar por um grande time carioca. Ouvira falar em 1964 que o Flamengo estava interessado no passe dele. “Mas parece que tudo foi só onda dos jornais”, disse ele. Mas por pouco não parou com o futebol em 1968, após um entrevero com o então técnico do Corinthians Zezé Moreira. “Queria abandonar o futebol”, declarou ele a Valterson Botelho.

Se a investida do Flamengo foi “marola”, a de outro clube carioca no qual Galhardo escreveria a mais importante página da carreira seria um verdadeiro “tsunami”. Esse maremoto de alegria na vida do Galhardo chama-se Fluminense para onde Galhardo foi após um convite do treinador Evaristo de Macedo.


Foi quando ainda dava os primeiros passos na carreira que conheceu Selma, com quem se casaria. Ela foi, talvez, quem melhor compreendia a paixão que Galhardo construiu pelo Tricolor ao longo da jornada nas Laranjeiras. “Quando o Flu não consegue vencer, meu amor fica o resto do dia intranqüilo, aborrecido mesmo”. A mais pura verdade. Galhardo tornou-se um dos melhores zagueiros da história do Fluminense.

Com o Tricolor, foi campeão carioca de 1969 e de 1971 e da Taça Brasil de 1970, o antigo Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Aquele Fluminense de “timinho” tinha nada. Era um esquadrão de respeito sob o comando do técnico “casca grossa” Paulo Amaral. Vamos lá: No gol, Félix; na defesa, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antônio; vamos ao meio de campo com Denilson e Didi; no ataque, Cafuringa, Samarone, Mickey e Lula.

Em 1973, como destaca o jornal Folha de S.Paulo, o Fluminense planejava conceder a Galhardo o passe livre. O jogador vivia um drama. Um dos ligamentos de um dos joelhos ficou severamente comprometido após um jogo contra o Bahia em 1971. Telê Santana até o convidou para jogar pelo Atlético Mineiro, mas era mesmo o fim da carreira de jogador. Mas sem deixar de lado o futebol, sua paixão. Treinou escolinhas de futebol e trabalhou como vendedor.

Hoje, o grande ídolo e tricolor de coração vive tranqüilo em Araraquara ao lado da família.

PENEIRA NA KELSON´S

Através do parceiro Anderson Jedai, Maurício Albuquerque, observador técnico do Flamengo, esteve ontem no campo da favela da Kelson’s, realizando uma peneira para avaliar meninos de 7 a 15 anos que driblam várias dificuldades diariamente, mas não desistem do sonho de construir seu futuro.

Debaixo de muito sol, os futuros craques fizeram os olhos do professor brilharem a ponto de alguns terem sido selecionados para um período de testes no Ninho do Urubu.

Como podemos ver nas fotos, a garotada foi dividida em dois times e usou os coletes doados pelo Museu da Pelada no fim do ano passado, quando equipamos a escolinha do parceiro Farney de Melo. Tal fato nos motiva ainda mais a continuar nessa batalha diária, ao lado dos amigos, em prol da solidariedade.

Vale lembrar que o volante Michel, campeão da Libertadores pelo Grêmio, deu seus primeiros passos no campo da Kelson´s e é exemplo para os meninos da comunidade.

FUTEBOL FEIO

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Para os que me acham ranzinza vou logo avisando que hoje estou bem pior. Assistir ao Palmeiras, dos Felipões Melo e Scolari, ser campeão brasileiro, no Rio de Janeiro, com gol do Deyverson é dose para leão! Quem verdadeiramente entende de futebol sabe que o Palmeiras é um time feio. Mas nas mesas redondas só ouvem-se elogios ao treinador do 10×1 e alguns ainda acham que ele deve voltar à seleção. A única vantagem disso seria a saída do Tite, Kkkkk!!!!

Peraí, não existe na CBF algum programa de demissão voluntária ou de aposentadoria premiada? Já deu!!! O Dudu é o único que se salva, a única mente criativa. Mas, assim como o Paquetá, deve controlar os chiliques. Dudu e Nico Lopez são as boas surpresas do Brasileirão.

O Palmeiras, repito, é feio! Basta comparar as escalações do campeão de 2018 com os vencedores de 1972, Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo, Zeca, Dudu, Ademir da Guia, Edu, Leivinha e Madurga, e de 1993, Sérgio, Gil Baiano, Antônio Carlos, Cléber, Roberto Carlos, César Sampaio, Mazinho, Zinho, Edílson, Edmundo e Evair. É a maior prova de nossa decadência!

Vejo Flu e Vasco indo para a última rodada brigando contra o rebaixamento. Quando joguei na Máquina era Renato, Carlos Alberto, Miguel, Edinho, Rodrigues Neto, Pintinho, eu, Rivellino, Gil, Doval e Dirceu. E no Vasco? Mazzaropi, Orlando, Ivan, Léo e Marco Antônio, Pintinho, eu e Guina, Wilsinho, Roberto e Silvinho ou Marquinhos. Vou falar alto: ISSO NÃO É SAUDOSISMO!!!!!!!!!!!!!!! Isso é a prova concreta de que algo de muito errado vem acontecendo e todos se calam. Não posso ficar feliz de ver os jogadores fazendo gol, tirando a camisa e exibindo esses sutiãs!!! Me disseram que é GPS para mapear se o jogador está correndo certo e quantos quilômetros. Meu Deus, alguém está ganhando com isso!


A imprensa nunca se preocupou em checar quem é o dono, se a CBF tem participação, essas coisas? Até o Deyverson, que estava na reserva, usou!!! Sério que alguém precisa monitorar o Deyverson??? Quanto gastam por mês com isso? Todos tiram a camisa durante a comemoração e esses sutiãs por baixo, o que isso nos acrescenta?

Meu abdômen tinha o apelido de barra de chocolate e nunca o exibi após os gols, Kkkkl!!! Mas na praia fazia sucesso! E ainda tem esse spray milagroso e esse outro que usam para sinalizar onde a barreira deve ficar. Investiguem quem está ganhando com isso!!! Essa máfia deve ser freada!


Vejam a Conmebol, que escândalo!!! Tanto fizeram e conseguiram levar dois times argentinos para a final. Para quê??? Para mostrarem ao mundo como são incompetentes? Estão brincando conosco! Ah, também tem essa onda de todos falarem tapando a boca com a mão, como se tivessem algo muito espetacular a ser dito. Que segredos são esses?

Vai uma sugestão do Caju: ao invés de taparem a boca joguem com um biombo na frente para nos pouparem de ver esse futebolzinho de quinta categoria que nos enfiam goela abaixo. 

CANTO DO RIO HOMENAGEIA ATLETAS DO PASSADO

Fotos: Sérgio Bastos


Marquinhos Pereira, presidente Rodney Melo e Hipólito Chillinque

Dono de uma linda história com o esporte, o Canto do Rio homenageou no último domingo (25), 19 craques do passado que fazem parte da história de ouro do clube. O evento foi alusivo aos festejos de 105 anos do Cantusca e fechou em grande estilo o mês de aniversário do clube.

No futebol foram homenageados os craques Hipólito, Nélio, Nogueira, Waltinho, Clóvis, Waldyr e Mauro Bittencourt (in memórian), o grande Maurão, pai da nossa parceira Andreia Bittencourt! As feras jogaram na época de ouro do Cantusca e o destaque era o craque Hipólito, conhecido como lança dourada, que jogou entre 1962 e 1963. Em 1964, o goleador foi para o Flamengo em uma negociação dos clubes juntamente com os jogadores Fefeu e Franz. Parte do valor da venda dos atletas foi usada para dar início a construção da atual sede social do Canto do Rio.


Homenagem a Mauro Bittencourt

O técnico Marquinhos Pereira, que defendeu o clube como jogador na década de 90, também foi lembrado no evento. No futsal foram homenageados o goleiro tetracampeão Tissa e o ex-jogador bicampeão adulto João Teixeira. No basquete foram homenageadas as campeãs cariocas Vanda Sampaio, Cyntia Maria e Kátia Regina (in memorian).

Os campeões sul-americanos Robert Voss e Marcus Vinícius Magalhães também não foram esquecidos. Marcus coleciona inúmeros títulos entre 1973 e 1980, período em que defendeu o Canto do Rio nas piscinas do estado. Robert começou muito jovem no clube, na década de 70, e além de títulos Sul-americano e Brasileiro, joga até hoje no máster da Seleção Brasileira.


Presidente Rodney Melo e vice de esportes Alexandre Sampaio

Ainda dentro dos esportes aquáticos o clube homenageou os campeões brasileiros Maurício Ennes e Luis Carlos Campos Pedrosa. Maurício nadou pelo Canto do Rio de 1970 a 1980. O craque reúne ao todo 383 medalhas de natação, incluindo a mais importante conquistada no revezamento sul-americano de nado livre.

Já no voleibol foram condecorados o pentacampeão estadual José Maurício Sarmento e a campeão brasileira e sul-americana Renata Palmier. Renata foi campeã carioca mirim em 1978 pelo Cantusca. A atleta tem no currículo títulos importantes como o Brasileiro, o Carioca e o Sul-americano de Vôlei. Atualmente, compõe a equipe feminina Master do Canto do Rio que foi ouro no Brasileiro em 2016 e prata em 2017 e 2018.