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35 ANOS SEM A JULES RIMET

por André Felipe de Lima


E já se passaram 35 anos que perdemos a maior conquista da História do nosso futebol, a taça Jules Rimet. Sim, perdemos para sempre o mais valioso de todos os troféus do planeta por uma incompetência que parece entranhada na pele do brasileiro como a mais irritante das sarnas. Sim, sem escapismos ou desculpas esfarrapadas, somos exatamente o que acham da gente os ditos “civilizados” do Velho Mundo ou os americanos que afirmam ter o melhor “way of life”, ou seja, somos um bando de milhões que se resume a carnaval, bunda de fora e irresponsabilidade. Isso, sem falar no “jeitinho brasileiro”, que acabou se desdobrando em um mar fétido e insalubre de corrupção.

Não dá mais para tapar o sol com a peneira. O Brasileiro perdeu sua brasilidade. Uma das provas mais emblemáticas foi o roubo da taça Jules Rimet, que conquistamos em definitivo após o passeio de 4 a 1 na Itália, na final da Copa do Mundo de 1970.

A pobre da taça já havia sido roubada uma vez, em Londres, três meses antes da Copa do Mundo da Inglaterra. Um cachorro maroto encontrou-a abandonada e solitária perto da roda de um carro. Mas o sumiço para sempre aconteceria na antiga sede da Confederação Brasileira de Futebol, a dona CBF, na rua da Alfândega, num prédio carcomido pelo tempo, sem a mais parca infraestrutura de segurança que impedisse uma atrocidade como a que aconteceu no dia 19 de dezembro de 1983.


A taça dava sopa na sala de reuniões, onde ficava exposta para quem quisesse admirá-la. Sim, a taça original ficava ali, na maior moleza para os larápios, enquanto a réplica (vá entender uma coisa dessas…) ficava num cofre. Jamais compreenderemos tamanha estupidez, que foi motivo para piadas das mais diversas, como a do Ruy Castro, por exemplo, quando ainda era repórter da Folha de S.Paulo.

O jornalista e hoje consagrado biógrafo listou alguns nomes que teriam “todos os motivos do mundo” para roubar a taça. Entre eles, o zagueiro Brito, da seleção de 70, que, supostamente, teria ficado fulo da vida por não ter sido ele o capitão de 70 e sim Carlos Alberto Torres. João Saldanha também entrou na berlinda, e por motivos óbvios. Era o treinador do escrete de 70 até os milicos pedirem sua cabeça. Sobrou para Ademir da Guia, “o craque mais injustiçado” por sempre ter sido preterido na seleção e João Havelange, que tinha verdadeira implicância com Giulite Coutinho, então presidente da CBF. De todos os suspeitos do Ruy Castro, somente Havelange sabia o lugar exato e todos os caminhos que levavam até a taça.

Mas Ruy Castro não deixaria de fora Obdúlio Varela, o capitão uruguaio que nos humilhou na fina da Copa de 50, em pleno Maracanã. Para o jornalista, o valente charrua nunca tolerou a ideia de a Jules Rimet pertencer ao Brasil, e para sempre. A lista não para aí. O cantor Fagner vivia promovendo peladas no sítio que tinha em Fortaleza. Em algumas delas, além de jogadores “profissas”, havia estrelas da MPB como Jorge Ben Jor, Paulinho da Viola e Chico Buarque, outro “suspeitíssimo” de ter roubado a nossa taça, que desejava “concedê-la” ao Politheama, seu time de peladas e de botão.

Xuxa também poderia perfeitamente entrar no seleto rol. Afinal, presentar com a Jules Rimet o namorado Pelé, no Natal, era mais que justo. Suspeita até o último fio louro dos cabelos. Mas nenhum outro levantou tanta suspeita, segundo Ruy Castro, senão Paulo Salim Maluf. “Este não precisa de motivo”, escreveu o jornalista.


Pilhérias a parte, não houve resistência naquele malfadado dia 19 de dezembro. Os bandidos renderam o vigia e levaram a Jules Rimet e outros troféus. Giulite era o sinônimo da vergonha. Para rebater as acusações de que a segurança da sede da CBF era vexatória, dizia que a polícia é que não oferecia segurança ao povo. Sujo falando do mal lavado.

No final das contas, em maio de 1988, quatro camaradas foram em cana e condenados pelo roubo da Jules Rimet, que desapareceu para sempre das nossas vistas. Sobretudo dos nossos sonhos, sob um impiedoso fogo da incompetência que a destruiu, o mesmo fogo da vergonha que reduziu a cinzas o Museu Nacional. É, não somos um povo, somos um bando festivo e alheio ao mundo que nos cerca. Até quando vamos permanecer rindo de nossas desgraças?

O FUTEBOL ESTÁ CONTAMINADO

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Final de temporada as pessoas ficam mais emotivas, lembram-se dos que partiram, dos que chegaram, e apostam todas as fichas no ano seguinte. Também sou um sonhador e sempre acredito em um país com mais amor, justiça, compreensão e menos roubalheira. Mas não gasto minhas energias canalizando isso para o futebol, minha grande paixão. Desse, já desisti. Está totalmente contaminado e em todas as esferas. A CBF deveria ser cercada por uma tornozeleira gigante, uma devassa deveria ser feita em sua administração.

A novidade da vez é a criação desse curso para treinadores sob sua própria chancela. Caríssimo, dez mil reais! Quem não fizer estará impedido de atuar, ficará desempregado. Já elitizaram os estádios e, agora, criam um grupo de “professores riquinhos”. Na verdade, isso é um rebanho! O técnico da seleção é um pastor, a CBF uma igreja e os treinadores agora pagam seus dízimos para garantir seu lugar no céu.


Por que ao invés de pagar eles não pensaram na categoria como um todo? Por que não pensaram naqueles profissionais que moram em um fim de mundo e sequer têm dinheiro para sustentar a família? Ou vai virar moda os técnicos ganharem um milhão por mês? Isso é uma covardia e não é possível que o Ministério Público continue deixando a CBF zombar de nossa cara dessa forma escancarada! E vem o Tite dizer que não aceita receber o presidente Jair Bolsonaro, na Granja Comary! Isso é hipocrisia ao cubo. Não quero saber de Bolsonaro e político nenhum, mas ele foi eleito presidente e se quiser visitar a Granja, visitará! O Tite gosta de fazer esse jogo de cena. Deve ter um pesquisador ao lado ditando como deve agir. “Sorria!!”, “Faça cara de malvadão!”, “Triste!”, “Indignado!”, Kkkkk!!!

É porque o povo tem memória curta, mas existia um movimento de moralização do futebol chamado “Bom Senso”, liderado pelo Paulo André, Juninho Pernambucano etc etc etc . Todos sumiram, desistiram ou sei lá o quê. O Tite tinha voz ativa. Queridinho da imprensa, usava seu tom professoral para listar tudo de errado. Aí, a CBF resolveu o problema rapidinho o convocando para ser técnico da seleção. Hoje, ele se submete a tudo: amistosos medíocres, empresários dando as cartas e todo o resto que é noticiado diariamente nos jornais. O Tite já não aconteceu e pronto.


O mais ridículo de tudo são as convocações. A última novidade foi o Alan, do Vasco. “É um jogador moderno”, constatou alguém da comissão técnica. Peraí, o Alan tem quase 30 anos e desde que, garoto, atuava no Vasco jogava dessa forma, lateral, meio e até ataque. O mistério é porque só agora foi convocado. Mudou de empresário?

Me digam o que foi feito após o 10 x 1 (teve mais três da Holanda)? Respondam, sem pensar! Absolutamente nada! Outro dia, liguei a tevê e ouvi um desses comentaristas, sei lá de onde, elogiando a atuação do David Luiz. “Não acham que ele merecia uma nova chance?”, perguntou para os amigos da bancada. Olha, eu não tenho o poder de mergulhar na tela e sair lá do outro lado. Se tivesse, certamente vocês veriam o negão aqui causando um alvoroço tremendo na emissora. Ia preso, mas ia feliz, Kkkkkk!!! 

QUE SEJA ETERNO ENQUANTE DURE.

por Eliezer Cunha

Vejamos. Pela dinâmica dos momentos e dos fatos provenientes de várias atividades remuneradas ou não, cotidianas ou não, nos quais somos submetidos a ações momentâneas ou planejadas a todo momento, nos deparamos com um mundo regido por pessoas na qual estamos incluídos tais como: Instituições, Organizações, Empresas, Famílias etc.

Olhamos agora a eternidade que é o assunto a ser abordado. Na realidade tomamos ações, atitudes e comportamentos, prezando nossos princípios e, para que possamos no futuro ser lembrados como um bom pai, profissional, pessoa, amigo etc. Na realidade buscamos uma personalização e com isso uma consagração e perpetuação do eu.


Apresento esta reflexão e a direciono para as instituições futebolísticas. Pessoas passam, mas as instituições permanecem. Fatos, sons, imagens e até olfatos podem ser lembrados eternamente. E o que eterniza uma instituição… Vamos lá: uma música eterniza um cantor, um quadro eterniza um artista, um gol eterniza um jogador, um livro eterniza um escritor e e assim por diante. Agora o que eterniza um clube de futebol? Afirmo,s ão suas cores, sua bandeira, seu escudo, seu mascote, sua camisa, entre outros. A sagrada camisa de um clube, no geral, busca integrar todos os requisitos citados anteriormente.

Quando assisto a uma partida de futebol com o time vestido de cor laranja e não de vermelho e preto, me decepciono, quando vejo em uma comemoração de um gol e, consequentemente numa atitude repentina, o atleta retirar a camisa do clube que ele representa e a lança ao chão ou na torcida, me entristeço.

Procuro compreender a arte, a necessidade e os objetivos desses gestos. Jogadores são operários como outro qualquer e devem respeitar as cores e a tradição do clube. Na perpetuação de uma foto ou de uma imagem de uma comemoração, a instituição deve ser respeitada e preservada, porém, alguns jogadores infelizmente ainda desconsideram isso.


No Flamengo, a camisa é chamada de manto sagrado e em outros times representam outras paixões.

As diretorias devem se pronunciar e proibir tais atos para o bem e a conservação da Instituição maior, o Clube. As Diretorias também devem fazer o seu papel preservando as cores da tradição dos clubes que dirigem, sem interesses comerciais. Fotos e imagens são registros da perpetuação de uma instituição e é essa a condição e não outra qualquer que devemos respeitar.

FLAMENGO 1981

por Marcelo Mendez


Foi uma tarde dos anos 80…

Um presente do Pai daqueles que a gente não esquece; Aos 11 anos de idade, conhecer o Maracanã lotado de 160 mil vozes, apaixonadas, munidas de um sentimento que só o futebol pode propiciar e nem sempre explicar.

Lá dentro do Maraca lotado, ainda com o som do Bob Dylan cantando “Homesick Subterranean Blues”, no carro que nos trouxe pela Dutra afora, até a Cidade mais linda do mundo, tudo era “normal” até a hora do placar eletrônico do Maracanã começar escalar o time do Flamengo, número por número, junto com a torcida rubro-negra; 5 – Júnior (EEEEEE!!! Júnior, Júnior, Júnior…) 8 – Adílio (EEEEEE Adílio, Adílio, Adílio) 9 – Nunes (Nunes, Nunes, Nunes) Aí veio a catarse…

De repente, a massa rubro-negra se levantou do concreto do Gigante. Todo mundo de pé, bandeiras tremulando, fogos espocando e o placar eletrônico parado, não punha mais nenhum nome. Apenas o número 10 apareceu no placar. Aí o 10 piscava e o povão entrava em transe. Então veio, letra por letra; Z-I-C-O.

!!!!!


O Maraca veio abaixo! A massa explodiu num coro lindo… “EI, EI EI O GALINHO É NOSSO REI… ZICOOOOO, ZICOOOOO, ZICOOOOOO”

Naquela tarde eu, um menino Paulista com 11 anos de idade, tive a certeza que não tinha errado no ídolo que escolhi. E agora, em Esquadrões do Futebol Brasileiro, vamos contar a história de um time que marcou a vida deste que vos fala, de tantos outros que assim como eu, escolheram o camisa 10 da Gávea como herói:

É a hora do Flamengo de 1981!

O PACTO DO BARRIL 

Dudu Monsanto é Jornalista, Escritor, bom em tudo que faz. Entre todas as ótimas coisas que fez, Dudu escreveu “1981 – Ano Rubro-Negro”, falei com ele para saber de suas impressões sobre um episódio que ajudaria a formar esse time. Antes, uma apresentação:

Tita era um jovem talentoso vindo da base do Flamengo.

Cheio de personalidade, ótimo jogador, na disputa de pênaltis não se fez de rogado; Foi lá bateu e como conseqüência, o barulho seco da luva de Mazzaropi ecoou por todo Maracanã rubro-negro daquela noite de 1977. O Vasco foi campeão após Dinamite converter a última cobrança. Mas o Flamengo tomou uma atitude totalmente diferente.


– Barril 1800 era um bar/churrascaria na praia de Ipanema. Preocupados em consolar o Tita que havia perdido o pênalti na decisão, a galera foi pra se fechar pra conversar, para lavar a roupa suja, para tentar entender como havia se perdido duas vezes nos pênaltis. Foi algo que mudou todo o rumo do clube!. – Dudu está certo:

Ali se formava um dos maiores times de todos os tempos.

1978, 1980 O BRASIL É RUBRO-NEGRO

A equipe toma corpo.

Com Claudio Coutinho no Banco, Zico, Adílio, Carpegiani, Julio César, Claudio Adão, Rondinelli na zaga, Toninho Baiano e Junior nas laterais, mais a chegada do goleiro Raul, o Flamengo vence o Carioca de 1978 e vai para uma final épica contra o Atlético Mineiro no Maracanã.


No que pese todas as controvérsias daquela decisão, o Flamengo vence por 3×2 com um gol de Nunes na segunda etapa e marca seu nome em nível Nacional pela primeira vez.

Mais do que a Festa, o título inédito credencia o Flamengo para algo grande, algo inédito até então. O Rubro-Negro iria tentar conquistar a América. 

VEM PRO BANCO, PC!

O ano de 1981 não começou fácil para o Flamengo.

Teve eliminação do Campeonato Brasileiro, desconfiança e uma mudança de técnico pouco usual para a época:

Paulo César Carpegiani sai do meio campo para o banco de reservas. Ele foi o escolhido para substituir Dino Sani, que já havia substituído o Capitão Coutinho. Uma nova fase se inicia na Gávea e a Libertadores da América é a meta.

RUBRO-AMÉRICA!

 – O Flamengo passou até que de maneira tranquila na primeira fase. Após a batalha do Serra Dourada, pegou um grupo com Deportivo Cali e Jorge Wilsterman, evitando os confrontos com os Argentinos. Dalí saiu para a final” – relembra Dudu Monsanto

Dudu lembra dos jogos chatos em Cochabamba, em Cali, mas ressalta que os problemas do Flamengo não estavam ali. Viria pela frente em seguida, vestido de laranja e com ares desérticos…

COBRELOA

Aos 11 anos de idade eu não fazia a menor ideia do que se tratava a coisa.

Muito menos havia ouvido falar de Calama, deserto de sei lá o que, minas, todas as essas coisas. Mas o time do Cobreloa vinha de lá e para chegar até a decisão fez grandes estragos pela Copa. Dessa forma, chegava ao Maracanã credenciadíssimos:

– Não chegaram à toa não. Era um time bastante interessante com bons jogadores, como o goleiro  Óscar Wirth, titular do Chile na Copa de 1982, o zagueiro Mario Soto. Fizeram muito boa campanha e daria trabalho ao Flamengo – conta, Dudu Monsanto. De fato era um time interessante. Mas que ficou conhecido por outras características, bem menos nobres.


A BATALHA DE SANTIAGO E A GLÓRIA EM MONTEVIDEO

A segunda partida seria no Estádio Nacional de Santiago e da ditadura de Pinochet que o fez de masmorra oito anos antes. O clima não poderia ser pior.

– Chegamos e vimos um corredor polonês formado por guardas de escudos e cassetetes. Ao entrarmos, eles estreitaram o corredor e ali mesmo já tomamos uns dois ou três pescoções cada um – relataria Adílio, em entrevista para o Globo Esporte, anos depois.

A partida em Santiago foi um inferno de pancadaria, pressão e o escambau. O placar final de 1×0 fez com que a decisão fosse para o terceiro jogo em campo neutro e ali não teve jeito, porrada nenhuma parou o Flamengo.

Em uma das melhores partidas da vida de Zico, o Flamengo mete 2×0 no Cobreloa, volta com o título, mas não tem muito tempo de comemorar. Faz as malas e vai embora atravessar céus e mares.

Faltava o Mundo…

ESSE TAL DE LIVERPOOL

É preciso que se entenda o mundo em 1981.

Para um moleque de 11 anos do ABC Paulista, Palmeirense, sofredor pra danar, ver um time Brasileiro ir até o Japão enfrentar um outro time, mas europeu, era algo pomposo demais.

E que time!


O Liverpool de 1981 era um timaço, que tinha em suas linhas jogadores como Kenny Dauglish, Ian Rush, o goleiro Ray Clemence e toda a pompa de ser o campeão da Europa. Chegou no Japão todo montado em ternos, gravatas, narizes em pé e outras coisas muito comuns para uma época em que o intercâmbio era nenhum.

O Flamengo foi a campo com a sua formação clássica: Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Junior/ Andrade, Adílio e Zico/ Tita, Nunes e Lico.

Foi um baile de bola!

Com dois gols de Nunes e um de Adílio, o Flamengo mete 3×0 no Liverpool em 20 minutos de jogo. O segundo tempo, foi só pra rolar a bola, meter na roda e já pensar na festa. Flamengo, Campeão do Mundo!

Mas ainda num ia dar pra fazer a festa.


O Flamengo precisava resolver um problema em casa.

O RIO TAMBÉM É FLAMENGO

Entretido em meio a tantas decisões, o Flamengo que precisava de um empate em três partidas com o Vasco, perdeu as suas primeiras partidas. Mas na terceira a coisa foi diferente.

Com o 2×1 no placar, um show de Adílio, o Flamengo termina o ano de 1981 com três títulos enormes e uma página maravilhosa em sua história. O time do Flamengo era o maior time do mundo e hoje, fica fácil apontá-lo como o maior time da história do clube, um dos maiores do futebol mundial. Mas tudo isso, se resume em uma frase do amigo Dudu Monsanto, quando ele comenta a motivação de fazer o livro sobre esses anos:

– Sabe aquele seu avô, que todo mundo fala muito bem dele, mas que você não pode conviver? Pois bem, pesquisar, estudar e falar desse Flamengo foi isso. Eu consegui viver uma época que não vivi, que não pude acompanhar. O Flamengo de 1981 foi como resgatar o meu avô!

E sem mais, depois de Dudu, me despeço com todas as odes a esse time.

Flamengo de 1981, um dos maiores Esquadrões do Futebol Brasileiro

VIVA A TRADIÇÃO

por Washington Fazolato


Semana passada, no dia da final da Copa Sul-Americana, o tradicional Clube Atlético-PR, agora Club Athletico Paranaense, lançou seu novo escudo. Sua nova identidade gráfica, para ser mais exato.

O novo escudo segue a linha minimalista – menos é mais – e substitui o original por listras e as iniciais do clube em fonte moderna. Indiscutivelmente mais pobre, mas há quem goste.

O que me atraiu a atenção no episódio foi o surgimento de várias propostas nas redes sociais para que se mudassem alguns dos mais tradicionais escudos de times brasileiros, inclusive do meu Vasco da Gama.


Lembrei da Juventus, da Itália, que em janeiro de 2017 mudou o belíssimo escudo por um “logo”, uma horrível letra “J” estilizada. A maioria da torcida desaprovou a mudança.

Ainda não soube da opinião da torcida rubro-negra sobre a mudança. Talvez a tenham aprovado, pois a alteração fecharia um ciclo de mudanças, de mentalidade, consagrada com o primeiro título internacional.

Mas há outras coisas por trás de um escudo de clube.

A identidade visual, a tradição envolvida, a simbologia e muitas outras coisas. Por isso, eu sou contra mudar por mudar.


“Os tempos mudam e tudo evolui”, é um dos argumentos. Lembro aos mais jovens que símbolos tradicionais são referências, como escudos de clubes, são referências atemporais, remetem a vitórias passadas, a momentos marcantes, a lembranças que comovem.

Pior, trocar escudos que simbolizam a criação do clube, alguns com simbolos diretamente vinculados ao seu DNA por letras estilizadas?

Viva a tradição!