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CRAQUES DO PASSADO – ZBIGNIEW “BONIEK” –

por Serginho 5Bocas 


Meu primeiro contato, ainda garoto, com o futebol polonês foi na Copa de 1978, quando a Polônia de Lato, Szarmach e Deyna, da extraordinária geração de 1974, enfrentou a Argentina já nas quartas de finais.

Lembro de alguns lances de um time polonês envelhecido contra um time argentino raçudo e apoiado pela sua enlouquecida torcida. O jogo foi bom e um dos destaques foi o jovem Boniek que armou a maioria das jogadas polonesas, pena que quando estava 1×0 Argentina, Fillol, que foi um monstro neste jogo, defendeu a cobrança “fraca”de um pênalti mal cobrado pelo craque Deyna, esfriando qualquer reação dos poloneses. Depois foi só fazer o segundo e administrar.

Boniek tinha uma velocidade espantosa e, aliado a esta rapidez, tinha muita habilidade e ainda sabia fazer gols, muitos gols. Tanto que ele foi o terceiro artilheiro da Copa de 82 empatado com Zico com quatro gols e na Copa anterior, a de 78, fez outros dois.

Na Copa de 1982, ele viveu seu apogeu em Copas do Mundo. Fez uma Copa muito boa, com destaque para o jogo contra a Bélgica em que fez três gols e classificou a Polônia para as semifinais, só que Boniek levou o segundo cartão amarelo na Copa e foi suspenso ficando fora do jogo mais importante de sua vida, a semifinal contra a Itália.

Boniek fez tanto na Copa de 1982 que chamou a atenção dos italianos da Juventus. Eles compraram o polonês, que junto do francês Platini e da base da seleção italiana, fez da Juventus o melhor time europeu da primeira metade dos anos 80, sendo campeão italiano, europeu e mundial.

Depois ainda jogaria pela Roma até encerrar a carreira.

O futebol hoje é jogado talvez a uns 100 por hora e na época de Boniek talvez a uns 85, mas ele não sabia disso e jogava a uns 105 ou mais, o cara era diferenciado.

Boniek se despediu na Copa de 1986 e como não podia deixar de ser, deixou para seus fãs uma jogada antológica no jogo contra o Brasil, uma bicicleta espetacular que infelizmente não entrou:

Mais uma fera do futebol que eu vi…

Um forte abraço

Serginho5Bocas

BERICO, O NOVO PELÉ

por Victor Kingma 


No início dos anos 60, os jogos transmitidos pela TV eram raros, principalmente envolvendo os times do interior, o que dificultava a observação dos novos talentos que surgiam fora dos grandes centros. Desde o início de 1964, entretanto, os noticiários esportivos, principalmente das rádios de São Paulo,  passaram a chamar a atenção dos torcedores para uma nova sensação que despontava no Guarani de Campinas: o jovem atacante Berico, que os mais eufóricos chegavam a chamar de o novo Pelé.

O menino prodígio, então, passou a ser cobiçado por quase todos os grandes clubes do futebol brasileiro. Mais ágil nas negociações, o Flamengo logo se acertou com os dirigentes campineiros e contratou a nova promessa do futebol brasileiro por 50 milhões de cruzeiros, valor expressivo na época.

A transação causou tanta revolta e consternação juntos aos torcedores do Guarani que o jogador teve que sair às escondidas da cidade.

A empolgação dos torcedores flamenguistas com o novo astro veio logo no jogo de estreia contra o Olaria pelo Campeonato Carioca, no dia 10 de outubro daquele ano. Berico teve uma atuação espetacular: marcou dois gols e participou do outro, na vitória dos rubro-negros por 3 x 0.  E encantou os torcedores com sua velocidade, toques rápidos e cabeçadas certeiras. Parecia que o Flamengo tinha mesmo descoberto uma joia rara. 


As manchetes dos jornais que já vinham dando destaque para a aguardada estreia do jovem avante, nos dias seguintes, então, destacavam em letras garrafais a grande atuação e a biografia da nova estrela que surgia no futebol brasileiro. Os programas esportivos não falavam em outra coisa. Eu, que assisti ao jogo pela TV, me lembro bem que um comentarista, mais empolgado, chegou a dizer que Berico tinha todas as características de Pelé, com a vantagem de cabecear melhor.  

Mas a nova estrela só brilhou na estreia. Depois se apagou. O menino não suportou tanta pressão e expectativa. Nas partidas seguintes, com todos os holofotes voltados em sua direção, corria, se esforçava, mas não conseguiu marcar um gol sequer até o final do campeonato. E foi barrado pelo técnico Flávio Costa. 

Depois de 22 jogos no Flamengo e apenas cinco gols marcados, dois deles contra São Paulo e Corinthians, pelo Torneio Rio-São Paulo de 1965, os dirigentes o venderam para o futebol mexicano. No México, livre da pressão da torcida e da imprensa, pode finalmente mostrar seu talento. Virou ídolo e brilhou por 10 anos seguidos defendendo o Club Deportivo Oro, de Jalisco, e o Pumas. Já veterano ainda atuou no futebol americano, onde encerrou a carreira, em 1978.  


José de Oliveira Filho, o Berico, nasceu na cidade de Sertãozinho, em 10 de abril de 1942 e faleceu em Sacramento, Estados Unidos, em 2016. Seu prestigio no México era tanto que os clubes pelos quais atuou lhe prestaram várias homenagens quando de sua morte.

Foi um desses talentos que, se os torcedores do Flamengo tivessem um pouco mais de paciência com ele, poderia, guardadas as devidas proporções, ter se tornado mesmo um grande ídolo na história do time rubro-negro.

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OS 11 MELHORES DA HISTÓRIA

por Luis Filipe Chateaubriand

Ao se discutir os melhores jogadores da história do futebol, se entra em uma seara dificílima. Como fazê-lo, se só acompanho futebol desde 1978?

Portanto, terei que emitir opinião baseado não apenas no que vi in loco, mas no que vi virtualmente, no que li e no que ouvi falar. Não é tarefa fácil, mas já diz o adágio popular que “quem está na chuva é para se molhar”, ou, na versão do folclórico ex presidente do Corinthians Vicente Mateus, “quem está na chuva é para se queimar”…

Em décimo primeiro lugar, Arthur Antunes Coimbra, o Zico. Maior jogador brasileiro que vi em ação, foi definido pelo jornalista Armando Nogueira como arco e flecha, gênio tanto para armar como para concluir.

Em décimo lugar, Cristiano Ronaldo. O português sempre foi tecnicamente muito bom, mas não excelente. A despeito disso, fez da obstinação e do perfeccionismo armas para obter um desempenho impressionante.

Em nono lugar, Alfredo Di Stéfano. Artilheiro com forte personalidade futebolística, caracterizou o Real Madrid em sua fase mais vencedora em todos os tempos.

Em oitavo lugar, Franz Beckenbauer. Dono de uma técnica e de uma intuição invejáveis, é o melhor jogador de defesa de todos os tempos.

Em sétimo lugar, Ferenc Puskás. Atacante de técnica incrível, era o cérebro da Seleção Húngara de 1954, que encantou o mundo com seu futebol técnico, vistoso e deslumbrante.

Em sexto lugar, Zinedine Zidane. A classe em forma de jogador de futebol, conduziu a Seleção Francesa a suas principais conquistas, bem como teve carreiras marcantes na Juventus e no Real Madrid.

Em quinto lugar, Lionel Messi. Com habilidade e técnica de outro planeta, conduziu o Barcelona a várias conquistas continentais e foi eleito melhor do mundo em muitas temporadas.

Em quarto lugar, Johan Cruijff. Jogador que aliava técnica a inteligência tática como nenhum outro, liderava o time em campo seja como jogador, seja como estrategista.

Em terceiro lugar, Diego Armando Maradona. Genial com a perna esquerda, fazia da inventividade absurda seu diferencial para transformar um jogo de futebol em uma obra prima.

Em segundo lugar, Manuel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha. Alguém completamente fora dos padrões convencionais, desnorteava completamente os adversários, lhes deixando atônitos, o Charles Chaplin do futebol.

Em primeiro lugar, Édson Arantes do Nascimento, o Pelé. Gênio dos gênios, perfeito, incomparável, insubstituível, indescritível.

É interessante notar uma definição do ex grande jogador e ex grande técnico Evaristo de Macedo sobre o tema: “Existe o melhor. Abaixo dele, há os melhores. Os melhores são todos do mesmo nível, um pouco abaixo do melhor”. Nesse sentido, acredito que entre o décimo primeiro citado, Zico, e o segundo citado, Mané Garrincha, há um equilibro de capacidade enorme – dez jogadores excepcionais, de potencial altíssimo, muito próximo entre eles. Pelé, contudo, paira acima de todos.

Repare-se outro ponto: se considerarmos os 11 melhores, por esta lista, há três argentinos e três brasileiros; mas se considerarmos os dez melhores, por esta lista, há três argentinos e dois brasileiros. Ou seja, o número de argentinos entre os melhores é superior ao número de brasileiros. Talvez isso possa servir como uma boa lição de humildade à arrogância brasileira em termos de futebol – é sabido que muitos de nós acham que só brasileiro é bom de bola e que gringo não é de nada. 

Decerto, essa lista pode ser questionada. Muitos clamarão por brasileiros como Didi, Romário, Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo, Rivelino. Outros quererão estrangeiros como Eusébio, George Best, Franco Baresi, Rummenigue, Van Basten, Iniesta. Polêmicas à vista? Sim. Que bom. Só assim o futebol é divertido!

Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há 40anos e é autor da obra “O Calendário dos 256 Principais Clubes do Futebol Brasileiro”. Email:luisfilipechateaubriand@gmail.com.

QUE NOSSO FUTEBOL VOLTE A SER FELIZ

:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::


Kkkkkkk, peraí, eu não ouvi o comentarista dizer ao final do jogo contra o Brasil que o futebol do Panamá evoluiu!!!! Preciso rir mais um pouco, Kkkkk!!! Estão brincando conosco, né? A proteção ao Tite é tamanha que alguns profissionais topam passar por esse ridículo.

Mas, olha, há tempos não rio tanto. Fui assistir ao jogo em um bar de Floripa. O total desinteresse pela partida era impressionante. Muitos se espantaram quando eu pedi ao garçom que ligasse a tevê. “O Avaí joga agora?”, perguntou um desavisado. Um outro respondeu, “quase isso, é o Brasil…”.

Claro que não deu para assistir nada. “Quem são esses caras da zaga?”, um magrinho quis saber. Respondi, Fágner, Militão, Miranda e Alex Teles. “Esse Fágner ainda existe?”, rebateu. “Mas não é o cantor, não, hein!!”, alertou um bigodudo. “Vai dar empate, afinal o nosso técnico é o Empatite!”. Kkkkkkkk, com essa não me aguentei. Me senti em casa porque sempre me chamam de ranzinza e vi que não estava só.

Ontem, voltei ao bar, encontrei a mesma rapaziada e novamente me assustei com o desempenho da nossa seleção. O resultado não importa, porque novamente não jogamos nada, mas dessa vez ganhamos por falhas grotescas da República Tcheca. Na resenha, um comentário me chamou atenção, a de que uma seleção formada apenas por jogadores que atuam no Brasil despertará novamente a paixão do torcedor.

Curioso, pensei. Então, resolvi provocar e desafiei a turma do bar a montar uma. Após muita discussão, afinal não temos mais tantos jogadores de qualidade, o time ficou assim: Cássio, Marcos Rocha (Pikachu), Dedé, Geromel, Reinaldo (Léo Pelé/Egídio), Bruno Henrique, Hernanes, Dudu, Everton Ribeiro, Pablo e Everton. Técnico, Fernando Diniz.

“Essa seleção não perde para a do Tite”, atestou o torcedor do Figueirense. Só para deixar claro que acho importantíssima essa renovação da seleção, mas é importante que fique claro que a renovação principal não é a de idade, mas a de mentalidade. E o Tite com o seu discurso chato, motivacional, inspirado em livros de gestores “me engana que eu gosto” não é a pessoa certa. Já deu.


Nada contra o Paquetá e outros jovens, mas é preciso que eles joguem soltos, joguem bola, saiam da forma de gesso que enfiaram nosso talento. Não interessa se o Phillippe Coutinho não está rendendo no seu time, mas na seleção ele precisa dar as cartas, ser feliz. Nossa seleção precisa ser feliz! Bastava olhar para a cara de Tite e seus auxiliares no banco e notar o ar fúnebre, desmotivado, cansado, insosso. Os livros motivacionais não estão surtindo efeito então que tal jogarmos bola?

Querem um bom exemplo disso? O time de garotos do Fluminense jogando contra os titulares do Flamengo. É claro que Fernando Diniz falou “entrem e joguem bola, mostrem o seu valor!”. É claro que a garotada é boa de bola, o problema está nos formadores, nos medrosos, nos covardes.

Mas, valeu, há tempos não ria tanto. A felicidade e criatividade do torcedor deve ser a de nosso time. Sempre foi. Na porta do bar, limpando as lágrimas de rir, vem o magrinho e me mostra no celular a página oficial do Íbis, pior time do mundo: “Do Panamá até nós ganhávamos”,

Kkkkk, que nosso futebol volte a ser feliz! Melhor, que nosso futebol volte a nos fazer feliz.

QUANDO O PERIGO VEM DO ALTO

por Eliezer Cunha


O Brasil é uma terra abençoada “por Deus e pela mãe natureza”, mas, porém, “nem tudo que reluz é ouro”, e também nem tudo que vem do alto nos beneficia. 

Historicamente no futebol aprendemos a lidar com a pelota rolando pelo gramado e a valorizar e precisar o passe certeiro com destino ao gol, objetivo principal de um confronto esportivo. Nossas características futebolísticas nos empurraram sempre a essa regra ou tendência. Futebol é bola no chão e, através desde pensamento e característica, conquistamos o mundo durante alguns anos. 

Mas o mundo muda através das pessoas e do tempo e, as pessoas mudam formas e características. O futebol não foge a essa regra, as seleções e os times europeus são evidências contextual disso, estão dinamicamente voltadas a mudanças e aperfeiçoamentos táticos e, por isso nossa oportunidade de ganhar mais uma Copa do Mundo está se diluindo a cada ano que se passa. 

Estamos passando por vexames nunca antes visto como a goleada em casa frente à Alemanha e o empate contra o Panamá no último jogo. Fatores? … são tantos. Mas um me chama muito a atenção: gols tomados pelo alto, ou seja, gols desferidos por cabeça através de faltas, cruzamentos ou escanteios. 

Não me perguntem de quem é a culpa. Solicitem as especialistas e, acho pouco provável que encontrem algo plausível ou contundente para explicar o porquê que a seleção brasileira leva tantos gols de cabeça adversária. Recordando as histórias das Copas temos; sem ir muito longe, Paolo Rossi em 82, dois de Zidane em 98, Holanda em 2010, Alemanha 2014, Bélgica em 2018,…  E por aí vai. Gols são feitos no Brasil inclusive por pés na pequena área após escanteio, coisa rara de se ver.


Posicionamento dos zagueiros? Falta de impulsionamento dos zagueiros? Zagueiros de baixa estatura? Falta de treinamento tático? Treinadores omissos? Goleiros despreparados? Sinceramente não sei.

O desafio está lançado, por que tantos gols de cabeça tomamos que interrompem o caminho de nossas conquistas? No último amistoso com o Panamá foi mais um episódio disso na qual me conduziu a escrever este texto.

Cada falta próximo da área ou qualquer escanteio é eminente perigo de gol para a Seleção Brasileira.

Precisamos atentar para este fato e reduzir esta estatística ao mínimo possível. Treinadores, por favor, ajam!