DIRRAN, A LENDA FRANCESA. SÓ QUE NÃO
por Jonas Santana
Foto: André Teixeira
Não havia naquele perímetro nenhum jogador mais habilidoso que o Dirran. A bola parecia que “grudava” no seu pé e era quase que impossível pará-lo quando ele, com exímia destreza, disparava rumo à meta adversária. Era só pegar na pelota que começava o desespero dos beques (o pessoal “das antigas” sabe o que é isso) porque Dirran sempre ignorava o seu marcador, fosse pela direita ou esquerda pois, ágil como ele só, deixava o coitado do defensor “a ver navios”. E podia ser lateral, zagueiro, meio campo, não tinha problema, era só baixar a cabeça e quando se dava conta estava o nosso craque na cara do gol.
Nem Todo-Duro, zagueiro famoso pelo seu jeito delicado de tratar a bola e os corajosos que ousavam saracotear na sua frente, escapava dos dribles acachapantes que no mais das vezes deixava o oponente de traseiro no chão, pouco importando se fosse grandalhão ou técnico. Sua habilidade e visão do jogo o faziam desejado por todos os times de várzea da região.
Baixinho, atarracado, meio agalegado, pernas tortas, nem parecia o mesmo quando colocava as chuteiras Club Sul que comprou a prestação. Dirran trabalhava na fábrica e no fim de semana ganhava uns trocados defendendo um ou outro clube, sem vínculo com ninguém, embora fosse objeto de desejo de todos os dirigentes amadores que o conheciam.
Além de rápido e habilidoso, Dirran também sabia lançar como ninguém e talvez perdesse apenas para Zé Rosca (famosos pelos seus chutes de trivela). Era considerado o terror da defesa naquela época e o xodó da torcida que gritava a cada drible: ”ão, ão, ão” Dirran é seleção” numa clara alusão aos jogadores que seriam convocados para a Copa das Copas, torneio que reunia os melhores atletas de cada município numa disputa tão acirrada que até a polícia tinha que ser convocada para conter os ânimos.
E aconteceu a tão desejada convocação. Dirran e Nêrroda, outro jogador de renome na redondeza, apelidado assim por ser a antítese do centroavante tcheco, embora jogasse na mesma posição, foram chamados para a seleção do município.
E assim foi. Jogo decisivo, Dirran estava inspirado levando à loucura a torcida com suas proezas futebolísticas. E a empolgação acabou contagiando o narrador. O jogador mal podia pegar na bola que o narrador gritava seu nome. E era Dirran pra cá, Dirran pralá, que o homem acabou sendo o destaque do jogo.
Diante daquela manifestação em que o estádio todo gritava o nome de Dirran, e depois de receber o título de “melhor em campo”, cercado por microfones, o atleta só agradecia.
Ao se aproximar da beira do gramado, terminada a disputa em que sua seleção saíra vencedora, um jovem repórter corre em sua direção, admirado com tamanha homenagem. Assim a primeira pergunta foi: você tem parentes na França? Isso depois de dizer ao público que estava entrevistando o astro do dia. Antes que este respondesse tasca outra pergunta: E esse seu nome é de descendência francesa?
O jogador, vendo-se assediado e assustado responde de pronto: Não, não, sou daqui mesmo, do interior. E qual a origem desse seu nome? Sem pestanejar o atleta reponde: é que meu apelido é C* de Rã, mas como não podem falar no rádio eles me chamam da segunda parte. E seguiu para o vestiário deixando atônito o repórter.
Jonas Santana Filho, gestor esportivo, escritor, funcionário público. Apaixonado e estudioso do futebol. Jonassan40@gmail.com, Skype – jonassan50
PROMOÇÃO. NÃO PODE FALTAR…
por Idel Halfen
Dois dos patrocinadores da Confederação Brasileira de Futebol – Ambev e Gol – elaboraram uma ativação bem interessante para a Copa América 2019: durante duas horas, mais precisamente no horário de um jogo do Brasil, seriam vendidas passagens aéreas para destinos da América do Sul através do site da Gol pelo preço de uma cerveja (R$ 3,90).
A promoção, além de reforçar a estratégia de cobranding, teve ótima repercussão, no entanto, também gerou uma enorme quantidade de pessoas insatisfeitas por não conseguirem acessar o site da empresa. Tamanha insatisfação acabou envolvendo o órgão de proteção ao consumidor, que em sua investigação apurou que 167 passagens foram comercializadas, sendo que 47% destas estavam vinculadas a agências de turismo.
A citação a essa promoção tem unicamente o objetivo de chamar a atenção para a complexidade envolvida em qualquer tipo de iniciativa nesse sentido, ou seja, ter simplesmente uma ideia “criativa” é muito pouco diante dos desafios que a operacionalização exige. Aliás, penso que para uma ideia ser considerada realmente criativa, ela já deve vir devidamente avaliada no tocante a riscos e necessidades para sua execução.
Na verdade, a história do marketing está repleta de casos em que a falta de uma avaliação mais minuciosa de alguma ideia trouxe resultados totalmente diferentes dos que eram esperados, dentre os quais mencionaremos alguns a título de ilustração.
Para nos mantermos no segmento de aviação, vale citar o caso da American Airlines que na década de 80 ofertou uma espécie de assinatura para voos ilimitados, o AAirpass, onde por US$ 250 mil o cliente poderia voar de 1ª classe quantas vezes e para quais destinos quisesse e por mais US$ 150 mil poderia adicionar uma pessoa. A quantidade de voos por assinatura ficou de tal forma alta – teve cliente que em 25 dias fez 16 voos dos EUA para Londres, fora os casos de fraudes e revenda dos bilhetes relativos ao acompanhante -, que em 1990 a empresa subiu o valor do pacote titular mais acompanhante para US$ 600 mil, em 1993 para US$ 1 milhão e em 1994 descontinuou o produto devido ao prejuízo que lhe causava.
Outro caso emblemático foi o do McDonald’s nos Jogos Olímpicos de 1984 em Los Angeles com a promoção “US wins, you win”, em que ofereceu aos clientes uma raspadinha – um cartão com o nome oculto de uma modalidade que, ao ser descoberta, dava ao cliente gratuitamente algum produto caso os EUA tivessem conquistado medalhas naquele esporte. Se fosse de ouro o consumidor ganharia um Big Mac, prata uma batata frita e bronze um refrigerante. Não há como negar que se tratava de uma ativação bastante interessante, já que associava a marca ao evento e promovia o tráfego de clientes aos seus estabelecimentos. O problema se deu ao basear a estimativa de medalhas na performance dos EUA em Montreal-76 (34 de ouro, 35 de prata e 25 de bronze), onde todos as principais nações participaram, não contemplando que em Los Angeles-84 a União Soviética, principal rival dos americanos, boicotaria e não participaria dos Jogos Olímpicos, o que fez com que o número de medalhas conquistadas pelos EUA ultrapassasse as expectativas (83 de ouro, 61 de prata e 30 de bronze).
Casos iguais aos narrados não faltam à literatura do marketing, muitos dos quais frutos da ansiedade para se colocar em prática alguma ideia supostamente genial, o que leva a ignorar, ou não conseguir elencar os possíveis cenários e obstáculos. Mesmo porque, alguns destes talvez exigissem soluções que inviabilizassem a promoção, tamanho o prazo ou até investimentos necessários.
O fracasso em iniciativas como essa pode causar, além de prejuízos financeiros, severos danos à imagem e credibilidade da empresa, o quais, provavelmente, não serão compensados através dos ganhos auferidos com a promoção, razão pela qual deve se priorizar o planejamento antes de qualquer ação.
CANSEI DE ESPERAR O BRASIL MUDAR
:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::
Os amigos já devem ter percebido que hoje fala-se mais de arbitragem do que futebol. Ontem à noite assistia mais uma dessas mesas-redondas sonolentas e ouvia um comentarista pedindo paciência porque o VAR ainda está se ajustando. Sou botafoguense e esperei 21 anos por um título.
Sinceramente, cansei de esperar, mas cansei mesmo. Desde os anos 70, em plena ditadura militar, ouvia dizer que a situação do país iria melhorar, que o Brasil era o país do futuro. Lembro até de uma canção curtinha dos “Incríveis”, que virou febre na época: “Este é um país que vai pra frente, ô ô ô ô ô, de uma gente amiga e tão contente, ô ô ô ô ô, este é um país que vai pra frente, de um povo unido de grande valor, é um país que canta trabalha e se agiganta, é o Brasil do nosso amor”.
E o que mudou? Hoje temos políticos corruptos presos, políticos caricatos soltos, políticos nos pedindo paciência porque o Brasil vai mudar. Quando criança vi minha mãe, negra, sofrer com preconceito, várias vezes me mandaram entrar pela porta dos fundos dos prédios e, profissional, vi parceiros de time, também negros, proibidos de entrar em restaurantes, no Sul. Sofria demais com aquilo, botava a boca no mundo, e o pessoal pedia calma: “O mundo vai mudar, PC!”.
Mas, peraí, estou vendo agora na tevê um grupo de torcedores do Inter confirmando que meus amigos estavam errados e que o racismo continua imperando nos estádios, em nossas vidas. Talvez tenha piorado porque nem mulheres e crianças escapam desse ódio. Vivemos esperando, esperando. Ouve-se de tudo, que o Neymar vai amadurecer, que a seleção do Tite vai engrenar e que a minha aposentadoria vai sair.
Vocês não sabem, mas minha aposentadoria foi embargada pela Justiça sob a alegação de que estou bem de vida. Não vou entrar em detalhes aqui, mas esse país precisava ser analisado pelo VAR. De repente, ele manda voltar tudo, recomeçarmos do zero.
Estou na minha sala sintonizado no Canal Viva esperando “Os Trapalhões” começar. Eles ainda me divertem. Estava assistindo São Paulo x Chapecoense, mas mudei de canal quando o comentarista disse que “o São Paulo estava obrigando a Chap a quebrar a bola…”. A bola virou pedra, Kkkkkkkk! Acho que para passar o tempo, refrescar minha cabeça, vou escrever o “Dicionário do Futebolês, a Linguagem do Futebol Moderno”.
Quebrar a bola acabou de entrar na minha lista! Também tem a ligação direta, que na minha época era uma forma de roubar carro, volante, que antes encontrava-se nas casas lotéricas, peças de reposição, comprovando que os jogadores viraram robôs, leitura de jogo, orelha da bola, bochecha da rede, jogador de beirinha, de lado de campo, entre tantas outras pérolas. Aceito sugestões! Claro que o dicionário terá um capítulo reservado às expressões do professor Tite.
Começou “Os Trapalhões”! Preciso dessa paz, dessa pureza, preciso acreditar que esse é um país que vai pra frente, ô ô ô ô ô.
DJALMA SANTOS, MASOPUST… QUANDO O TEMPO JAMAIS APAGARÁ O CARINHO
por André Felipe de Lima
“O menino pobre tinha um sonho. Todo menino sonha. Uns querem ser médico, outros advogados, alguns escolhem, contudo, as profissões mais improváveis. E aquele menino tinha um anseio pouco comum. Queria ser aviador. O pai, Sebastião dos Santos, chefe de uma família modesta, com parcos recursos financeiros, sugeria outra carreira para o garoto, alertando-o para a vida difícil que ronda a porta de quem é assalariado no Brasil. “Militar é melhor, filho”. O menino fazia ouvidos moucos. Toda a vez que olhava para o céu imaginava-se no comando de um jato. Mas se o devaneio insistia, ele acordava. Ecoava a voz do pai. Ademais, tinha mais um sapato para consertar e nada de perder tempo.
“O menino sobre o qual escrevemos foi sapateiro. Quando não mexia com sapatos, vendia pipoca em portas de circo. Trabalhava de forma incansável, apesar da bronquite crônica decorrente de uma pneumonia, para juntar um dinheirinho e pagar, quem sabe, o tão acalentado curso de aviação.
“Em meio a uma montoeira de sapatos, o menino feriu a mão direita. Não podia ser mais sapateiro e tampouco piloto. O sonho, já muito longínquo, tornou-se impossível. Acabou. E foi regozijar-se jogando bola no time de várzea chamado Internacional, o da Parada Inglesa, bairro da zona norte paulistana. Gostava de jogar bola, mas não tinha nenhuma pretensão quanto a isso. Nunca se imaginou no gramado de um estádio de futebol. Seu sonho era o céu. Mas não deu.”
O trecho acima é parte da biografia que escrevi do Djalma Santos, o maior lateral-direito da história do Palmeiras e, para muitos, da seleção brasileira. Tive o prazer de entrevistá-lo, na tarde de 24 de junho de 2012, em São Paulo, para o documentário “Simplesmente passarinho”, que narra a vida de Garrincha, mas que, infelizmente, está paralisado por falta de apoio cultural. Mas essa é uma outra história. O que importa recordar agora é o papo delicioso ao lado de cinco craques da antiga Tchecoslováquia, dentre eles Jelínek e Masopust, este o maior jogador tcheco da história.
Foi tudo inusitado. Eu e minha esposa, a jornalista e pesquisadora Suellen Napoleão, havíamos agendado com o cônsul da República Tcheca uma entrevista exclusiva apenas com os antigos craques tchecos para o filme. Antes do papo oficialmente gravado para o cinema, conversava com o maior deles, Masopust, obviamente com a ajuda de um intérprete, no saguão do hotel, quando olho para a entrada do recinto, percebo a chegada de Djalma Santos. Uma incomparável emoção. Pedi ao Masopust que aguardasse um pouco, pois havia uma surpresa para ele. Abordei Djalma e disse o mesmo para ele. Quando os coloquei um diante do outro, abraçaram-se imediatamente. Ficaram ali, diante de mim, abraçados uns seculares e indefiníveis 10 segundos. A cena foi uma das mais bacanas que presenciei durante minha jornada com ídolos do futebol. Ambos não se viam desde o dia 17 de junho de 1962, ou seja, desde a data da final da Copa do Mundo de 1962. Um elogiou o outro efusivamente e recordaram alguns minutos antes da entrevista a final daquela Copa. Confessaram-se muito emocionados com o reencontro. Djalma fitou-me os olhos e disse o seguinte para mim, e isso jamais esquecerei: “A amizade não tem fronteiras… muito menos as do tempo”. O que pensar, meus amigos, após o generoso gesto de um ídolo como Djalma? Chorei solitário e silenciosamente.
Djalma foi uma simpatia. Conversou bastante comigo e Suellen após a entrevista. Parecia querer permanecer ali, conosco, recordando o monstro sagrado que foi (permanece sendo!) do futebol.
Bicampeão mundial em 1958 e 62, Djalma Santos foi um jogador magistral. O grande ídolo vivia em Uberaba, no interior de Minas Gerais, ao lado da esposa, Esmeralda. Após a aposentadoria, escolheu a cidade mineira como retiro porque a primeira esposa, já falecida, tinha primas que moravam em Uberaba. Sempre que podia, Djalma passava férias por lá.
Coordenou por 11 anos o projeto “Bem de Rua, Bom de Bola”, em que participavam mais de 4 mil crianças da região. Tudo funcionava bem até o ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto, assumir a Prefeitura local. “O projeto foi desfeito por causa desse negócio de política. Não gosto de me meter, não sou de lado nenhum, sou de Uberaba. Mas acabou por quê? Para não deixar lembrança do antecessor”. Apesar do fim do projeto social, Djalma continua trabalhando com crianças, como monitor de esporte de núcleos de treinamento mantidos pelo Governo do Estado de Minas Gerais. Ser treinador sequer passou pela sua mente. “Meu caráter não dá para isso. O treinador precisa ser cara-de-pau.”
Todo domingo Djalma Santos levantava às sete da manhã, calçava chuteiras e dirigia o carro por um percurso de cinco quilômetros, de sua casa, na rua Martim Eminato, no bairro de Tassio Rezende, até o Uberaba Country Club. Ele e mais outros veteranos participavam de uma pelada dominical sagrada. “A gente fica só chutando. Depois do jogo, a gente assa um peixe, toma cerveja e joga um baralhinho”. E o Djalma Santos? Como sempre, inteirinho da Silva. Mas no dia 23 de julho de 2013 —exatamente o aniversário da minha esposa e companheira Suellen Napoleão — fomos surpreendidos com a partida do carinhoso Djalma para o céu, onde o craque, sem dúvidas, guarda um lugar cativo no rol dos deuses do futebol.
VÍDEOS
CONHEÇA A HISTÓRIA DO JOGADOR DJALMA SANTOS
http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/mgtv-1edicao/videos/v/conheca-a-historia-do-jogador-djalma-santos/2712959/
Homenagem ao bi campeão Djalma Santos
TV CULTURA/ UMA ENTREVISTA MUITO BACANA AO LADO DE VAVÁ E GILMAR
SEU LÉO
por Leandro Costa
O mês de Julho é recheado de datas marcantes para quem gosta do velho esporte bretão. No dia 19, comemoramos o Dia Nacional do Futebol. Essa mesma data marcou a estreia oficial de Garrincha com a camisa do Botafogo, no ano de 1953, vitória por 6×3 contra o Bonsucesso com direito a 3 gols do Mané. Obra dos Deuses da bola essa “coincidência” de datas. Ontem, dia 22, uma lenda viva do jornalismo esportivo completou 87 anos. Estamos falando de João Baptista Bellinaso Neto, conhecido como Léo Batista. O pseudônimo Léo veio da sua irmã Leonilda. João se apropriou do “Léo”. E qual a relação desses fatos? Eu diria que é total e absoluta.
Seu Léo se orgulha de ter transmitido a estreia de Mané em General Severiano. Botafoguense declarado, nunca precisou esconder sua paixão pelo alvinegro para ser respeitado por todas as torcidas. Oriundo de uma geração de jornalistas que não tinha a necessidade de se auto afirmar como isento, conquistou naturalmente a confiança do público pois nunca distorceu os fatos.
Em 1954, entrou para história ao ser o primeiro radialista a noticiar, pela Rádio Globo, o suicídio de Getúlio Vargas.
A voz marcante de Léo Batista nos remete às nossas melhores memórias afetivas. Quem não associa o jornalista a momentos da infância, adolescência ou juventude? Seu Léo marcou gerações apresentando o Globo Esporte, que chegávamos correndo do colégio para ver enquanto segurávamos nossos pratos em frente a TV na hora do almoço. Nos remete também aos gols do Fantástico, a tradicional tabelinha com a Zebrinha ou as manhãs de domingo na apresentação do Esporte Espetacular.
Léo foi homenageado pelo Botafogo no último domingo, recebeu uma camisa personalizada do clube e agora dá nome a uma das cabines de imprensa do estádio Nilton Santos. Bela iniciativa de reconhecimento a quem ao longo de mais de 70 anos de carreira ajudou a contar a história do esporte. Parabéns, felicidades e vida longa ao Seu Léo!!