O FUTEBOL EM OUTRA DIMENSÃO
por Antonio Maria de Jesus
Recentemente, o jogador Bruno Henrique, dando uma entrevista, afirmou que o futebol praticado pelo Flamengo, em relação aos demais clubes brasileiros, estava em um outro PATAMAR.
Ao ouvir essa entrevista, minha memória me trouxe à lembrança uma afirmativa de Pelé, que rola na INTERNET. Se referindo a Garrincha, disse que muitas vezes, quando jogavam juntos, Mané driblava o seu marcador, e dependendo da posição em que estava no campo, Pelé pedia para Garrincha cruzar no primeiro ou segundo pau. Entretanto, às vezes Garrincha esperava o marcador voltar para driblá-lo novamente, e isso permitia a recomposição dos adversários. Convém ressaltar que os dois gênios juntos venceram todos os jogos que disputaram.
Ora, diante dessa afirmativa, eu posso interpretar que os dois gênios, certamente os dois maiores gênios do futebol, jogavam o mesmo jogo, na mesma equipe, mas em DIMENSÕES diferentes.
Pelé, desde tenra idade, já praticava um futebol de “resultado”, com rara percepção do profissionalismo e da objetividade que esse esporte requeria. Já Garrincha, jogava se divertindo, e se divertia jogando, até porque a sua maior diversão, além de caçar passarinhos, era jogar futebol. Logo, ele era capaz de jogar uma final de Copa do Mundo, com o mesmo sentimento que jogava uma pelada em Magé. Diante do acima exposto, posso concluir que, a dimensão em que o genial Pelé vivenciava o futebol era uma, já a dimensão que o também genial Garricha vivenciava o futebol era outra. Um poderia ser entendido como um extraordinário economista, com pós graduação em Harvard, quem sabe Souborne, estabelecendo conquistas e marcas que tornaram inquestionáveis a sua genialidade, o outro seria um poeta cujos versos tortos como as suas pernas marcaram a alma, de forma inesquecível dos amantes do futebol.
Mas existiriam essas duas DIMENSÕES do futebol? Eu diria que, a dimensão em que Pelé é o símbolo maior, seria o futebol no seu mais alto sentido de profissionalismo, onde os jogadores ficavam ricos e famosos, jogavam em grandes estádios, etc…
Já a dimensão que é personificada por Garrincha, para entendê-la faz necessário retornar a um tempo em que o Brasil, era literalmente, o “país do futebol”, ou seja, o futebol era o centro de prazer e entretenimento de uma população. Era no futebol que o povo encontrava seus heróis, seus artistas, era unicamente através do futebol que o povo extraía alegria e poesia. Televisão era artigo de luxo reservado às pessoas da classe média, logo as tardes de domingo, principalmente do povo humilde, não era na sala em torno de uma TV, assistindo, simultaneamente, os campeonatos de todas as partes do mundo, e sim em volta dos diversos campos e campeonatos das respectivas cidades em que viviam.
No RJ, por exemplo, o campeonato de profissionais (Botafogo, Vasco, Flamengo, América e outros), embora nos jogos do Maracanã a freqüência média fosse em torno de 80 mil pessoas, quem frequentava o Maracanã, em sua maioria, eram os moradores da zona sul e dos bairros adjacentes do Maracanã.
Logo, paralelo ao campeonato profissional do RJ, acontecia o Campeonato do DA (Departamento Autônomo), com times como o Manufatura, Mavilis, Pavunense, Anchieta, Rosita Sofia, Brasil Novo e outros. Esse campeonato era acompanhado com paixão pelos seus torcedores, e havia os craques que, independente de onde estavam atuando, enchiam os corações dos torcedores de arte e poesia.
Na Baixada Fluminense também havia suas ligas, como a de Japeri, onde pontificavam clubes como o Brasil Industrial e Tupi. Na liga de Nova Iguaçu clubes como Miguel Couto, Queimados, São Roque, Filhos de Iguaçu, Mesquita entre outros, também tinha uma torcida apaixonadíssima.
Parte da minha infância e adolescência foi vivida no município de Nilópolis. Embora fosse Botafoguense, como amante do futebol acompanhava o campeonato da Liga Nilopolitana de Futebol. E é dessa liga que guardo comigo as mais doces recordações dessa comovente esporte chamada futebol.
A minha memória me traz à lembrança clubes, como por exemplo, o Ás de Ouros, com craques como MEIO QUILO que lembrava Tostão com a sua perna esquerda se movimentando em todo o campo, NELSON CAGU jogava com a mesma desenvoltura de zagueiro ou médio volante, TONINHO MACHADINHO, ADILSON NEGUINHO, talvez o mais completo de todos os jogadores que tive o privilégio de ver jogar nessa DIMENSÃO, BETINHO SANDUÍCHE e outros. No Flamenguinho da Soares Neiva, brilhavam PRESUNTO, CHIQUINHO e DULCINEI uma síntese de Pagão – Tostão e Reinaldo, ou seja atacante com rara habilidade. Havia também os Filhos de Nilópolis cuja formação era composta por irmãos e primos, dentre eles EDSON, SAVINHO COMPOSITOR. No Brasil do Cabral se destacavam NILTON CRIOULO, PAKITO e JOÃOZINHO MARIMBONDO, o maior driblador de todos nessa DIMENSÃO. Isso num tempo onde driblar era a marca registrada de um atacante brasileiro. Não posso esquecer do Cometa, camisa branca como a do Santos, onde se destacavam os irmãos DARTAGNAN e DIDEROT, sendo auxiliado nos embates futebolísticos por ZITO e HELIO BOMBEIRO (cuja tática de jogo era “um por todos e todos por um”). Não podia deixar de citar o Frigorífico de SIMPLÍCIO, e dos também irmãos RUI e DELMO DA SILVA. E o que dizer do Nova Cidade, do lendário, WALTER COQUINHO. É isso mesmo, para os amantes do futebol dessa DIMENSÃO, é uma lenda.
Para concluir com chave de ouro essas recordações, seria imprescindível fundir a dimensão do futebol com a dimensão do samba, fazendo menção do EC Santa Rita, cujo campo ficava onde atualmente é a quadra da Escola de Samba Beija Flor. Ou seja, onde hoje há um reconhecimento ao talento dos sambistas, outrora brilharam o goleiro ANTONIO PRETINHO, o Centroavante CORUJA, NONA, extraordinário médio volante, e a dupla de atacantes SILVINHO e BETINHO, que faziam tabelinhas que lembravam as de Pelé e Coutinho.
Tenho a absoluta certeza de que assim como eu, muitas pessoas que estarão lendo esse texto lembrar-se-ão de jogadores/torcedores que vivenciaram o futebol nessa DIMENSÃO, e terão suas mentes e corações acalentados por essas singelas lembranças.
Como já dizia o poeta, “não sou eu que vivo no passado, mas o passado é que vive em mim”, e nesses tempos em que o futebol está sendo classificado por patamar, eu me refugio no futebol de uma outra DIMENSÃO”.
O NOVO TROCA-TROCA
por Zé Roberto Padilha
Francisco Horta, então presidente do Fluminense, revolucionou o futebol carioca, e brasileiro, nos anos 70. Primeiro, fez do tricolor uma máquina de jogar futebol ao contratar Rivelino, Paulo César e Mário Sérgio. Que se uniram a Félix, Toninho, Edinho, Marco Antonio, Zé Mário, Gil, Cléber, Pintinho e Manfrine, entre outros, para conquistar a Taça GB, o estadual e ser semifinalista do Brasileirão 75.
Ao caminhar para se colocar “em outro patamar”, Horta descobriu que não conseguiria acabar de pagar o passe de Rivelino ao Corinthians. E Rivelino era o maior responsável por toda esta revolução.
E descobriu a solução: reforçar os adversários e transformar o estadual do ano seguinte como o mais rentável de todos os tempos. Mesmo correndo o risco de perder a hegemonia alcançada, mas honrando compromissos, gratificações e salários, Horta enviou Mário Sérgio, Gil e Manfrine ao Botafogo, Abel, Marco Antonio e Zé Mário ao Vasco e este que vos escreve, na época titular da ponta esquerda, junto a Toninho e Roberto ao Flamengo. No total, foram seis titulares cedidos que jogaram a última partida do clube em 75, a semifinal contra o Internacional, no Maracanã. Didi, o treinador ficou bravo. Mas quem manda é o Presidente.
Em troca, o Fluminense recebeu Renato, Miguel, Rodrigues Neto, Dirceuzinho, Doval, Marinho Chagas. O resultado da ousadia: média de público do estadual de 1976 em torno de 100 mil torcedores, entre eles o quinto maior público da história do Maracanã: Flamengo 3×1 Vasco (174.770 torcedores). Detalhe: não era uma decisão. Apenas o primeiro clássico da Taça Guanabara. E o Fluminense ainda alcançou o bicampeonato.
Neste instante em que o “patamar acima” se distancia dos outros grandes do Rio, a ponto desta régua alcançar pela primeira vez, em nível de negociações, a toda poderosa Rede Globo, será que não estaria na hora de um novo troca-troca ser realizado para sacudir o futebol carioca?
Vitinho, César e Rodrigo Caio trocados por Nenê, Digão e João Lucas, do Fluminense. Com o Vasco, Filipe Luis, Berrío e Pedro Rocha por Cano, Talles Magno e Pikachú. E, finalmente, Diego Ribas, Léo Pereira, e Renê por Gatito, Alex Santana e Luís Henrique do Botafogo.
Patamares parecidos. Redistribuição de rendas, patrocínios, cotas de TV a evitar este inevitável êxodo dos nossos netos em direção a Fla Boutique depois de tantos mimos e bolos tricolores decorando seus aniversários. O Fla x Flu é o clássico mais charmoso do futebol carioca pelo eterno equilíbrio, mas se a nossa arquibancada continuar esvaziando…E o clássico dos milhões, o que será dele se a miséria ocupar um dos lados?
Calma, gente. Foi só uma sugestão, um “vale a pena trocar de novo” de quem esteve envolvido no primeiro e preservou sua paixão tricolor mesmo tendo a honra de vestir o manto sagrado e atuar ao lado do Zico, Junior e Cia. Detalhe: com os salários em dia.
A FALSA MODERNIZAÇÃO
:::::::: por Paulo Cezar Caju ::::::::
Em 1989, Ricardo Teixeira assumiu o comando da CBF e trouxe Sebastião Lazaroni para assumir a seleção. E o novo capitão foi logo anunciando a modernização do futebol, que consistia no fim dos jogos espetáculos, como ocorrera em 82 e 86. Agora, o que importava era a conquista de títulos. Criou o líbero, na época Mauro Galvão, e passou a usar termos, como “galgar parâmetros”, intenção sinergética” e “lastro físico”. O vocabulário logo ganhou o apelido de “lazaronês”, Kkkkk!
Mas essa tal modernização já havia sido tentada por Cláudio Coutinho, mais um que tentou engessar nossa criatividade e copiar o futebol europeu. E o pior é que para passar seriedade esses “acadêmicos” usam essas expressões chatíssimas. No caso de Coutinho, as mais famosas foram “overlapping”, “ponto futuro” e “polivalência”. Esse “polivalência” é o famoso “coringa”, o jogador que atua em várias posições. Na época, a imprensa fazia piada, divertia-se e criticava, mas, hoje, os jornalistas esportivos resolveram aderir, ou seja, assistir futebol está insuportável. Grande parte dos comentaristas fez esse curso da CBF ou outros por correspondência, que devem existir por aí. O “titês” tem sido mais eficaz que o coronavirus em sua contaminação, Kkkk!!!
Em todas as bancadas ouve-se “último terço do campo”. O campo virou igreja? Para Tite, Garrincha não seria um ponta endiabrado, mas um “extremo desequilibrante atuando pela beirinha”, Kkkk!!!! E não entendem porque o futebol virou essa chatice! O que é “sinapse”? E “sinapses no último terço”? E “treinabilidade”, “performar”? Mas o que mais tem me irritado é a intimidade que esses “especialistas das bancadas”, que nunca chutaram uma bola na vida, ficam querendo nos transmitir. É “ligação direta”, que no meu tempo era roubo de carro, “cara da bola”, “orelha da bola”, “bochecha da rede”, “quebrar a bola”….mas isso deve fazer parte da Modernização do Futebol Parte 3! Os comentaristas sonham ser técnicos e os técnicos sonham ser palestrantes de auto-ajuda.
Nesse meio, o futebol perdeu-se. Os torcedores assistem os jogos como uma partida de tênis. E por algum aplicativo. Os jogadores seguem a cartilha dos treinadores e até jogadores que eu gostava, como Richarlison e Phillippe Coutinho, não rendem mais. Culpa deles ou da modernização? Aí, sai a nova convocação de Tite, com Daniel Alves, Danilo & Cia e a imprensa não abre o bico, acha que está de bom tamanho, que Tite está “performando” bem.
Modernizar o futebol, só não vê quem não quer, é devolver ao menino da base seu lado intuitivo, criativo, versátil, de improviso. Tite, nossos jogadores são naturalmente “desequilibrantes” e, me desculpe o mal jeito, mas se ainda não conhece o “cajuês” vou apresentar algumas de suas expressões: “Jogou aonde?”, “Vestiu a amarelinha quantas vezes?”, “Foi campeão do mundo jogando? Dá um tempo!” e por aí vai…
A CULPA É DA CBF
por Júlio César Baldini
Eu poderia iniciar essa discussão sendo clubista, dizendo que o campeão de 1987 seria o Sport, pois meu time seria beneficiado com um título a menos do Flamengo na disputa dos maiores campeões nacionais, ou dizer que o Flamengo seria campeão genuíno, pois meu clube participou da Copa União e foi um dos idealizadores do certame a parte do que a CBF dissesse.
Mas meu objetivo é sair um pouco da discussão clubista e enfatizar o porquê que ambos os clubes são campeões daquele ano e que o demérito é da CBF e não de qualquer clube envolvido.
Para isso, vamos lembrar um pouco do cenário daquele momento.
A CBF, por influência do governo, então militarizado (sem querer entrar na pauta política que cada dia é mais chata), aceitou usar o futebol para amenizar sua má reputação e imagem, e passou a acrescentar clubes de diversas partes do país sem o menor critério técnico. Isso tornou o campeonato dispendioso e deficitário, e passou a prejudicar agremiações e a própria CBF, pois o inchaço causou um rombo enorme nas finanças da confederação, que desde a década de 70 vinha tendo que arcar com essa atuação governista no seu campeonato.
Até que um dia a vida cobrou o preço. Em 1986 a CBF definiu que pro ano de 1987, o torneio teria uma redução de participantes para 24 clubes, e posteriormente com algumas manobras de bastidores, 28 clubes, que seriam definidos na segunda fase do campeonato de 1986, e não por garantia de grandeza da agremiação.
No entanto, em 1987, o presidente da CBF, Octávio Pinto Guimarães, anunciou que a CBF estava incapacitada de realizar o certame. De modo que ou os clubes arcavam com as despesas, ou ficariam sem atividade nacional aquele ano.
Devido a instabilidade da confederação e com conivência inicial da CBF, os principais clubes do Brasil criaram o Clube dos 13, encabeçado por Carlos Miguel Aidar, Márcio Braga, Nelson Campos e Fábio Koff, mas todos os 13 maiores clubes do país na ocasião foram considerados membros co-fundadores. Criaram o torneio não se embasando em critérios técnicos, mas sim em grandeza de torcida e de conquistas. Desse modo além dos 13 clubes originais, convidaram Santa Cruz, Goiás e Coritiba para participar do campeonato. Porém a CBF começou a questionar o porquê de não haver 32 equipes e sim apenas 16 equipes.
Era tomado o primeiro passo para a libertação do futebol nacional das garras da CBF e possivelmente a criação de uma “Premier League Brasileira”, ao passo que começava ali a primeira contenda com a CBF.
E os patrocinadores viram com bons olhos essa formação da liga de 16 clubes grandes. Através de diretores do Flamengo e do São Paulo que buscaram recursos, empresas como a Varig, Coca-Cola, Editora Abril e TV Globo, que abraçaram a ideia, e o dinheiro do patrocínio dessas empresas cobriam as despesas e geravam lucros aos clubes.
O ESTOPIM
Quando alguns clubes, como Portuguesa, América do Rio de Janeiro, Guarani, Athletico, Ceará, Náutico, Atlético Goianiense, Internacional de Limeira, dentre outros, que tiveram classificação melhor que alguns clubes do campeonato formado pelo Clube dos 13, viram que não estariam no torneio “elitizado”, começaram a pressionar a CBF para confrontar esse torneio.
A partir disso, a CBF passou a criar então seu torneio e tentar por dois meses um acordo com o Clube dos 13 para que os torneios se cruzassem. Módulo Verde (Copa União do C13) e Módulo Amarelo (Campeonato Brasileiro da CBF). Até que Eurico Miranda entrou em cena, e resolveu decidir assinar o regulamento junto a CBF.
Tudo isso ocorreu antes do torneio começar. O que dá certa razão a CBF em declarar o Sport campeão brasileiro, após o Clube dos 13 voltar atrás e decidir não participar do cruzamento de módulos.
CONCLUSÃO
As duas partes têm sua razão em se proclamar campeões. E vou explicar o motivo.
A CBF tinha como costume fazer represálias, ameaças e falar com os clubes com tom altivo, coisa que faz até hoje. A chance do futebol brasileiro e do C13 virar as costas para a CBF era aquela. Pois tinha os maiores clubes brasileiros do seu lado, cotas de TV, patrocinadores, boa vontade de suas torcidas, enfim, finalmente os clubes se tornavam independentes.
Quem começou a querer destruir esse ideal era exatamente quem tinha tudo a perder, a CBF. Começou a palpitar em cima da Copa União, quis ter influência em um torneio o qual ela não tinha o menor direto de opinar. E por fim, milagrosamente passou a se tornar capaz de criar seu próprio campeonato. Irônico né?
Por outro lado, no aspecto técnico, é impossível chamar alguns clubes que ficaram de fora da Copa União do C13 de “times de segunda divisão”. No momento não eram. Vinham bem e tinham ido bem no campeonato de 1986, casos de América, Portuguesa, Inter de Limeira, entre outros.
Resumindo: tínhamos por um lado a oportunidade de fazer um campeonato independente, com as maiores forças nacionais de um lado, e do outro vários times não convidados, que ali eram até melhores do que alguns que foram selecionados para o campeonato de primeira grandeza do C13.
O único vilão dessa história foi a CBF e seus passos tortuosos como sempre. Primeiro por inchar um torneio, motivada por aspectos políticos. Segundo por tentar influenciar membros do C13 a voltar atrás e aceitar imposições da CBF, como Eurico Miranda. Terceiro por se isentar e se inocentar nessa história e querer com atitudes baixas desmerecer a conquista do Flamengo, embora tenha também razão em considerar o Sport campeão nacional, pois ele também não teve culpa.
Você leitor, concordando ou discordando, saiba que existem brechas para considerar qualquer um dos clubes o campeão legítimo de 1987. O que não podemos é isentar a CBF pela obscuridade em suas ações. Flamengo não tem culpa, Sport também não. E são sim, ambos legítimos campeões!
E você, o que pensa?
Alex + Moreno
sangue de campeão
por Motta Balboa
America do Rio de Janeiro, o primeiro América do mundo, uma história centenária, cheia de paixão, nos apresenta dois personagens inesquecíveis.
Alexandre Kamianecky, eterno capitão rubro, exemplo de técnica como zagueiro e disciplina como atleta, e Moreno, um atacante pra lá de habilidoso e talento incomparável, cria da base do America, usina de tantos craques como foram o multicampeão Zagallo e o tetracampeão Jorginho.
Heróis de duas gerações vencedoras, de um passado saudoso que administrações infelizes insistem em soterrar. Mas o Museu da Pelada não quer saber de fracassos e por isso resgata na memória um América vencedor com estas duas feras, Alex e Moreno, torcendo para que este clube retorne, como virou moda falar, ao patamar de protagonista nos campeonatos nacionais no Brasil e aqui no Rio.
Foi um bate papo super agradável e com curiosidades que farão o torcedor voltar no tempo, no tempo que o America fazia acontecer…