O Roubo da Taça
O ROUBO DA TAÇA
Na noite de 19 de dezembro de 1983, dois homens invadiram o prédio da Confederação Brasileira de Futebol, no Centro do Rio de Janeiro, e roubaram a Taça Jules Rimet. Um acontecimento que revelou a negligência com que o troféu mais importante da história do futebol era guardado e mostrou também os métodos com que a polícia da época “solucionava” os crimes.
No cinquentenário do tricampeonato mundial de futebol, um livro conta a história real do roubo da Taça Jules Rimet. Quem planejou o crime? Quem roubou? Quem derreteu a Taça? Quem desvendou o caso? Como foi o trabalho da polícia? Qual o fim dos personagens? “O Roubo da Taça – Preconceito, Tortura, Extorsão”, do jornalista carioca Wilson Aquino, autor de “Acima de Tudo Rubro-Negro, o Álbum de Jayme de Carvalho” (2007) e “Verão da Lata” (2012), narra o lendário roubo da Jules Rimet, episódio que marcou a crônica policial brasileira e se perdeu na memória com o tempo. Uma trama engendrada por mera vingança. Um crime que abalou o Brasil e o mundo.
O livro, de 140 páginas, tem projeto gráfico da maraca.rio.design e é ilustrado com documentos e fotos da época. O impresso está sendo vendido apenas no Brasil. Acesse: https://charlieblackeditora.com.br/ O e-book pode ser adquirido na Amazon do Brasil: https://www.amazon.com.br/dp/B086XKYBY1/ref=sr_1_3?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&keywords=O+Roubo+da+Ta%C3%A7a&qid=1586475785&s=books&sr=1-3 Ou na loja Amazon do país em que o leitor reside.
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RARA APARIÇÃO
por André Luiz Pereira Nunes
Os discos voadores parecem mesmo terem voltado à moda. Recentemente causou bastante impacto a notícia acerca de filmagens de um OVNI por parte de caças do Pentágono. E no começo dessa semana as mídias sociais se alvoroçaram com a suposta queda de um objeto espacial desconhecido no município de Magé, na região metropolitana do estado do Rio de Janeiro. O que pouca gente sabe é que há 38 anos a aparição de um disco voador quase interrompeu uma partida de futebol válida pelo Campeonato Brasileiro.
Na noite de sábado, 6 de março de 1982, o Operário, cinco anos após ser semifinalista do Campeonato Brasileiro, vencia o badalado Vasco, de Roberto Dinamite e companhia, por 2 a 0, com direito a dois gols de Jones, pela abertura da segunda fase da Taça de Ouro, nome pelo qual era chamado o Brasileirão naquela época. Porém, o que mais ficou registrado na memória dos torcedores sul-matogrossenses foi a visão de um estranho objeto cilíndrico que cruzou os céus do estádio Morenão exalando luzes, contudo sem nenhuma emissão de ruído.
Um dos personagens daquela peleja foi o lateral-direito Cocada, eternamente lembrado com muito carinho pela torcida cruzmaltina por ter sido o herói do título carioca de 1988 em cima do Flamengo. Na ocasião, atuando pelo time da casa, participou dos dois gols e ainda foi uma das testemunhas do tal objeto. O árbitro José de Assis Aragão também presenciou o ocorrido, mas não chegou a parar a partida. Já o lateral-direito Pedrinho disse não ter visto nada por estar totalmente concentrado no jogo.
De acordo com o ufólogo Ademar José Gevaerd, um dos mais renomados do país e criador e editor da Revista UFO, não foi feita nenhuma filmagem do ocorrido, uma vez que os cinegrafistas da TV Globo, que transmitiu a partida ao vivo com direito à narração de Galvão Bueno, não tiveram tempo de virar os pesados equipamentos para o céu. Afinal, eram os anos 80. O acontecimento inclusive serviu de inspiração e estímulo para que o jovem Gevaerd, então um mero professor de química, passasse a dedicar a sua vida inteiramente à ufologia.
Vale relembrar que naquele certame ambos os times conseguiram se classificar, chegando à terceira fase, mas foram eliminados no mata-mata. No fim, o Operário ficou na décima-terceira colocação geral e o Vasco na décima.
MINHA PASSAGEM PELO VASCO
por Nielsen Elias (@nielsen_elias)
Muitos não sabem, mas eu vesti a camisa do Vasco e a história bem curiosa da minha passagem pelo clube vocês vão saber agora!
Depois de deixar o Fluminense, assinei com o Flamengo por dois anos e tudo ia muito bem até a chegada de um supervisor que eu havia me desentendido alguns anos antes no tricolor. Novamente tive problemas com ele, dessa vez no rubro-negro, meu contrato acabou e o passe ficou preso no clube.
Foi aí que veio o convite do Botafogo para treinar em General Severiano. Comandado por Paulo Amaral, o alvinegro contava com três goleiros, mas Zé Carlos sofreu um acidente e teve que abreviar a carreira, Luiz Carlos havia acabado de subir da base e Paulo Sérgio era o titular.
Por conta da minha experiência, fui contratado para ser sombra do Paulo por seis meses. Apesar de estar há quase dois anos sem jogar, estava treinando forte até que a oportunidade surgiu. Um dia antes do clássico contra o Vasco, Paulo Sérgio sofreu uma lesão e eu fui escalado às pressas.
O cenário era o pior possível: longo tempo sem atuar, um adversário fortíssimo com Dinamite, Pintinho, PC Caju e cia. e, para completar, uma forte chuva castigava o gramado do Maracanã. Mesmo com tanta adversidade, tive uma atuação de gala, com destaque nos principais jornais no dia seguinte, apesar da derrota.
Nielsen e Schumacher
Logo depois disso, meu contrato acabou e fiquei com meu passe na mão. Para manter a forma, costumava correr com meu amigo Doval nas Paineiras. Em uma dessas atividades, encontrei o time do Vasco treinando por lá também e, durante aquele papo de boleiro, o saudoso prepador Hélio Vigio me perguntou qual era a minha situação.
Expliquei cada detalhe e ele levantou a possibilidade da minha participação em uma excursão que o clube estava prestes a iniciar na Europa. A brecha se deu porque Mazzaropi teria que cumprir suspensão e não poderia viajar por conta de uma confusão que ocorreu na excursão anterior.
Iniciei os treinos no Vasco, fiz alguns amistosos e acabei ganhando a confiança do clube. O curioso é que abri a cabeça às vésperas da viagem ao me chocar com a trave, mas peguei o avião no sacrifício mesmo. Fomos disputar o Troféu Joan Gamper, em Barcelona, e enfrentamos os timaços do Barcelona e do Colônia, que era a base da seleção alemã. Tive a oportunidade de conhecer o goleiro Schumacher e, além de tirar uma foto com ele, ainda fui presenteado com seu par de luvas.
Durante quase 30 dias de viagem, passamos ainda por Iugoslávia e Portugal, acumulando muitas histórias. Dividi o quarto da concentração com o lendário locutor Cezar Rizzo, algo impossível de se imaginar nos tempos atuais, sentei na poltrona cativa do Dinamite no ônibus sem saber e muito mais!
Foi uma passagem curta, mas inesquecível!
Quem se lembrava dessa?
Instagram: @nielsen_elias
TOTONHO: IMPÁVIDO ALVI ANIL
por Walter Duarte
Nascido em Campos dos Goytacazes-RJ em 12/04/1957, filho da terra de origens mestiças, de origens míticas como o guerreiro indígena goitacá, Júlio César Ventura Berto, apelidado Totonho, teria a aura dos nossos antepassados que povoaram a planície extensa, na qual foram os primeiros habitantes. Sangue de índio, da raça que vendeu caro a desgraça imposta pelos colonos das Capitanias hereditárias Portuguesas do século 18. Exímios nadadores, corredores e conhecidos também como impiedosos combatentes.
Iniciou sua carreira nos juvenis e se profissionalizou do Americano FC, clube pelo qual tem respeito e gratidão, porém no Goytacaz FC que se destacou por maior período se identificando como poucos junto ao torcedor Alvi anil. Quem o viu jogar saberá da sua grande valentia e da sua empatia com o clube que defendeu por oito anos, além de dedicado treinador da base do clube.
Sua reconhecida técnica e disciplina são recordadas até hoje, com destaque histórico entre os jogadores, a exemplo de outro craque Wilson Bispo, volante clássico, companheiro em partidas memoráveis na rua do Gás. Revelou-se um personagem imortal de uma massa de torcedores na defesa do clube que tem como símbolo os intrépidos nativos.
Quem conhece o Totonho sabe da sua generosidade e simplicidade, construindo amizades marcantes ao longo da carreira, onde cita o ponta da máquina tricolor Zé Roberto Padilha, os zagueiros Folha e Abel Braga e nosso baluarte das grandes peladas, Claudio Graça. Atributos importantes que são fielmente reconhecidos até pelos adversários, como o ponta esquerda Sergio Pedro, amigo de fé, do rival Americano, outro ícone dos gramados Campistas. Muitos foram as disputas entre os dois, nos clássicos Goyta x Cano, dos áureos tempos, como nos combates pela primazia das terras e da sobrevivência dos fortes, mas com a lealdade dos nobres.
A regularidade e apoio ao ataque foram algumas de suas virtudes, que chamaram a atenção do Técnico Osvaldo Brandão, conhecido estrategista da época e ex-treinador da Seleção canarinho. Sabia como poucos arremessar a bola no lateral, projetando-a na grande área. Há quem diga que ele foi o precursor deste recurso, que tinha o efeito prático de uma cobrança de corner, talvez pelo ímpeto natural do improviso, como um disparo de uma Flecha certeira, mirando um alvo distante. Foi contemporâneo de grandes jogadores e laterais das década de 70 e 80 que o fez destacar-se e mostrar suas virtudes nos campeonatos Carioca e Brasileiro.
Esteve entre melhores de sua posição de lateral direito nos anos de 1977/78 em várias enquetes da Bola de Prata da revista Placar do “Brasileirão”, como seu fiel escudeiro, o aguerrido central Paulo Marcos. Tempos românticos de um futebol bonito e “estiloso”, que forjaram a sua boa técnica com a amálgama da miscigenação, características antropológicas dos nossos jogadores, frutos da civilização Brasileira. Não eram tempos fartos no aspecto financeiro, eram tempos mágicos, de muita dedicação e concorrência de grandes nomes de sua posição, como: Zé Maria, Toninho Baiano, Nelinho, Orlando “Léle”, entre outras feras.
Encerrou sua carreira em 1991, deixando saudade a seus fãs, seguindo a vida com a certeza do dever cumprido. A extinção da tribo Goitacá, nossos temidos e lendários ancestrais, ainda ressaltam, séculos depois as transformações ocorridas na ocupação das nossas terras, das tradições culturais e sociais, convergindo para o martírio indígena nos tempos atuais. O futebol de certa forma, também reflete essas transformações na sua essência e originalidade que agonizam com passar dotempo. Ficaram os seus descendentes na alma, no espírito de luta, eternizando a sua lenda.
Em nossos gramados os“discípulos curumins” ainda correm com a camisa azul e branca, tendo o querido Totonho a sua mais pura instância e influência para as novas gerações. Não caberia um resumo definitivo da sua carreira, dos seus jogos, das vitórias e suas derrotas, cabendo sim o nosso reconhecimento pela entrega, pela fibra e dignidade.
Obrigado impávido doce Guerreiro. Obrigado Totonho!!
“Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante/ De uma estrela que virá numa velocidade estonteante/ E pousará no coração do hemisfério sul/ Na América, num claro instante/ Depois de exterminada a última nação indígena. E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida. Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias …”Virá
Música “ Um índio “ de Caetano Veloso.
FELIZ ANIVERSÁRIO, REI ARTUR
por André Luiz Pereira Nunes
Hoje o dia está mais do que especial. Aniversaria Artur dos Santos Lima, o Arturzinho, figura ímpar que representou com brilhantismo as cores de Fluminense, Bangu, Vasco, Corinthians, Bahia, Vitória, Internacional, Botafogo e tantos outros clubes antes de se tornar um competente treinador e agora proprietário de seu próprio clube, o Centro Esportivo e Social Arturzinho, que ora disputa a Série C do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro.
Arturzinho era um meia que fazia a diferença nos clubes pelos quais desfilou seu talento e elegância em campo. É muito lembrada, por exemplo, a brilhante passagem pelo Vasco, quando se sagrou vice-campeão brasileiro em 84, e chegou com justiça no mesmo ano à Seleção Brasileira comandada por Edu Coimbra, marcando inclusive o gol da vitória contra o Uruguai em partida disputada no Couto Pereira. Pelo Bangu fez parte do excelente plantel comandado por Moisés que chegou à decisão do Campeonato Brasileiro e Estadual do Rio de Janeiro. Foi ainda contratado pelo Corinthians para substituir ninguém mais do que Sócrates, na época negociado à Fiorentina.
Após uma longeva e vitoriosa carreira nos campos, nosso querido Rei Artur conquistou respeito e títulos também como técnico. No Vitória, por exemplo, ganhou a Copa do Nordeste. Já no comando do Joinville, sua passagem foi inesquecível ao vencer a Copa Santa Catarina e a Série C do Campeonato Brasileiro.
A atual meta de Arturzinho é revelar novos valores para o futebol brasileiro através de seu novo clube, do qual é presidente e treinador, além da conquista do acesso para as séries superiores do futebol fluminense. A julgar pela carreira extremamente vitoriosa, não duvidamos que esse projeto tenha total êxito.
No mais, feliz aniversário, Arturzinho!!