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O MILÉSIMO GOL

por Valdir Appel


A previsão

gringo Andrada não aguentava mais as sacanagens do Moacir e do Buglê, e à medida em que se aproximava o jogo contra o Santos pelo Campeonato Brasileiro (na época, Roberto Gomes Pedrosa), o coro que agourava a marcação do milésimo gol do Pelé em cima do Vasco engrossava. 

Na concentração, nas viagens e após os jogos do “Peixe”, sempre alguém chegava com um jornal para mostrar a evolução dos gols de Pelé.

Na verdade, esta “previsão” da boleirada não tinha respaldo. O Santos enfrentaria ao longo do campeonato e em confrontos amistosos, equipes teoricamente frágeis, e já chegaria no jogo contra o Vasco com a fatura liquidada. 

Era o que imaginávamos.

Mas o tempo foi passando, e com a proximidade de novembro, o goleiro argentino naturalizado brasileiro começou a ficar preocupado.

Pelé chegou à marca dos 999, num amistoso contra o Botafogo de João Pessoa, na Paraíba e jogou parte do segundo tempo substituindo o goleiro Agnaldo, que simulou uma providencial contusão, impedindo assim que novas oportunidades de gol surgissem para o Rei. 

Palco pequeno, poucos holofotes…

O gol poderia ter acontecido contra o Bahia, no estádio da Fonte Nova, mas um carrinho milagroso de um zagueiro do tricolor de aço impediu que a marca histórica fosse alcançada na boa terra. 

Curiosamente, a providencial intervenção do jogador foi contemplada com uma estrepitosa vaia da sua torcida, que estava a fim de fazer a festa do Rei em Salvador.

No mesmo dia, jogamos em São Paulo. 

No retorno, no avião da ponte aérea, Moacir falou pro Andrada:

– Eu não falei que você levaria o milésimo? Tu achas que ele ia perder a oportunidade de fazê-lo no Maracanã? Tá tudo arranjado, Milongueiro!

Curtimos uma folga e nos reapresentamos em São Januário na terça-feira, quando realizamos leves preparativos rotineiros para o embate de quarta-feira.

A contusão.


A colina já estava às escuras quando Andrada, inexplicavelmente, caiu no gramado sentindo dores no tornozelo.

Perplexidade total. Minha e dos demais colegas. Pensei: vai sobrar para mim esta encrenca.

Na concentração da Lagoa, à noite, na ponta de uma longa mesa de jantar, os jogadores iniciaram as provocações pra cima do Andrada.

Toda hora alguém chamava o massagista Chico, pra renovar o gelo colocado no tornozelo do goleiro. Beneti insinuava que ele estava pipocando.

Adilson ia mais longe:

– Hei, gringo! Tá com medo? Não tem problema: o Valdir joga, já entrou pra história mesmo com aquele gol contra. Este não vai fazer diferença!

O jogo.

Quarta-feira à noite, nos vestiários do Maracanã, Andrada submeteu-se a um teste, supervisionado pelo doutor Arnaldo Santiago. Era evidente o seu nervosismo.

Falou mais alto o profissionalismo; ele decidiu jogar. 

E como jogou! 

O clima no maior estádio do mundo era de festa: quase 70 mil pagantes, devia ter uns 30 mil a mais, entre autoridades e caronas

Os dois times entraram em campo lado a lado, liderados pelos seus capitães, empunhando a bandeira brasileira.

Perfilados, ouviram o hino nacional.

No banco de reservas, ficamos admirados ao ver o diretor Iraci Brandão disfarçar, embaixo dos braços, uma camisa branca do Vasco com o numero 1.000. 

Era mais um que torcia pelo milésimo acontecer naquela noite.

O jogo teve início e desde cedo ficou visível a falta de colaboração dos jogadores vascaínos: primeiro Beneti, abrindo o placar na primeira etapa; e principalmente o goleiro Andrada, que pegou tudo e fez a maior defesa que eu já presenciei no Maracanã. 

Pelé limpou a jogada pelo lado direito da grande área do Vasco. Andrada deu dois passos à frente, posicionando-se para defender um possível chute forte. O gênio meteu uma curva de fora para dentro, com o lado externo da chuteira, em direção ao ângulo superior direito da meta do arqueiro. Com um salto fantástico, Andrada saiu do solo para espalmar de mão trocada a bola que parecia inapelável.

No segundo tempo, o zagueiro René, para impedir o gol de Pelé, não teve dúvidas: antecipou-se ao atacante e fez contra (e de cabeça!) o gol de empate do Santos. 

Aqui não!

Jogo que segue.

O pênalti.

O Vasco pressionou e o árbitro deixou de marcar um pênalti a nosso favor, gerando protestos de todo o time. Manoel Amaro mandou seguir a jogada e, no contra ataque, não titubeou em marcar uma penalidade máxima aos 32 minutos, extremamente duvidosa, de Fernando em Pelé.

Afinal, o pernambucano Manoel Amaro também estava louquinho para entrar para a historia e se imortalizar, às custas do Rei. 


Bola na marca fatal. 

O público emudeceu.

Os jogadores do Santos se posicionaram no centro do gramado.

Pelé deu apenas três passos… e fuzilou, com perfeição, o arco do Andrada, que saltou como um felino para o canto esquerdo e passou roçando os dedos da luva na bola, que foi se aninhar no fundo do barbante, da baliza à esquerda da tribuna de honra do Maracanã. 

Seus punhos socaram o chão, inconformado por levar o gol que o colocaria para sempre na história do futebol mundial.

Logo ele, cujo maior desejo era entrar para o hall da fama como o melhor goleiro a vestir a camisa número 1 vascaína.

Pelé buscou a bola no fundo do arco e a beijou.

O jogo parou. O gramado foi invadido por uma legião de repórteres. Pelé dedicou seu gol às criancinhas, e foi carregado nos ombros dos companheiros. Chico vestiu a camisa do Vasco em Pelé que, com ela, deu a volta olímpica no gramado do Maracanã.

Após uma longa pausa para as comemorações, o jogo chegou ao final com poucas emoções. 

Aliás, tivéramos muitas para apenas uma noite.

Conseqüências

Assim, naquela quarta feira, entraram para a história: o milésimo gol de Pelé; e Andrada, que ganhou o título de O Arqueiro do Rei.

O atacante Acilino, do Vasco, mesmo derrotado, comemorou o seu aniversário. 

O Dia da Bandeira passou em branco. E poucos deram importância a Apollo 12, que (dizem!) pousou no Mar das Tempestades, quando dois americanos (Paul e Ringo, quem sabe?) pisaram o solo lunar.

O árbitro Manoel Amaro declarou que já podia encerrar a carreira porque apitara o jogo mais importante do Século XX.

Chico conseguiu uma das três bolas usadas no jogo (a do milésimo gol, Pelé guardou!) e uma camisa 10 do Santos dadas pelo Rei, devidamente autografadas.

Hoje, o próprio Pelé ignora onde foi parar a camisa 10 do Vasco com o numero 1.000.

O filho


Na comemoração dos 30 anos do milésimo gol, Pelé e Andrada reviveram no Maracanã aquele duelo. Pelé teve que repetir a cobrança do pênalti porque, na primeira, Andrada pegou.

Pelé se queixou:

– Pô, gringo! É para repetirmos o lance!

Andrada, muito sacana, emendou:

– Tá difícil, amigo… Agora, eu já sei o canto que você vai chutar!

Naquele mesmo dia, falei pro Andrada, no Rio:

– Gringo, tu devias agradecer todos os dias: não por ter levado o milésimo gol, mas porque tu quase defendeste aquele pênalti!

– Como assim, Valdir?

– Tchê, aquele gol passa toda hora na televisão… Imagina o teu filho, em casa, lamentando:

Carajo, papá! No saliste en la película… Saltaste para el otro lado, mientras la pelota se fué para el lado opuesto”.

  

Ficha técnica

Santos 2 x 1 Vasco

Data: 19 de novembro de 1969

Local: Estádio do Maracanã

Árbitro: Manoel Amaro de Lima

Gols: Santos – Pelé (pênalti) e Renê (contra); Vasco – Benetti

Santos: Aguinaldo; Carlos Alberto Torres, Ramos Delgado, Djalma Dias (Joel Camargo) e Rildo; Clodoaldo, Lima, Manoel Maria e Edu; Pelé (Jair Bala) e Abel.

Vasco: Andrada; Fidélis, Moacir, Fernando e Eberval; Bougleaux, Renê, Acelino (Raimundinho) e Adílson; Benetti e Danilo Menezes (Silvinho).

 

 

 

PAGAR PARA VER A SELEÇÃO?

:::::::: por Paulo Cézar Caju ::::::::


Quando eu era pequeno me lembro claramente dos mais velhos se mobilizarem para assistir uma partida da seleção, mesmo os amistosos. Desde cedo, as resenhas aconteciam nos bares e ruas. Quem seriam os titulares, quem eram os destaques do time adversário? O clima era contagiante. Qual time teve o maior número de jogadores convocados? Normalmente, Botafogo, Cruzeiro e Santos venciam. Vasco teve uma época que cedeu vários. Quando o jogo era fora do Rio os radinhos de pilha não desgrudavam das orelhas.

Mesmo no trabalho, o torcedor dava seu jeito de ouvir. Na tevê, Bombril da ponta da antena para melhorar a imagem. Os locutores triplicavam a emoção e eram especialistas em palpitar nossos corações. Anos mais tarde, já profissional, acompanhei as ruas sendo pintadas e enfeitadas. Ontem, à noite, me liga um amigo, Guilherme Meireles, perguntando onde estava sendo exibido Brasil x Uruguai, jogo das Eliminatórias. Vou repetir, Brasil x Uruguai, clássico internacional, de lendária rivalidade.

Pouco me importa se eu não dou ibope para essa seleção, mas muitos torcedores gostam e deveriam ser respeitados. Zapeei pelo Sportv, Fox, ESPN, Band Sports, Globo, Record, TNT, SBT, PDT, PSOL, LSD, o escambau. Libertadores passa no SBT e outro dia um jogo da seleção foi transmitido pela TV Brasil. Os jogos do Athletico Paranaense ninguém consegue ver, os do Flamengo depende, uma avacalhação total.

Retornei a ligação para Guilherme perguntando se ele havia desvendado o mistério. Parece que a Globo não se acertou com a empresa dona dos direitos desse jogo, respondeu ele. Até aí, tudo bem. Mas em qual canal está passando? “Sei lá, um setencentos e tal, mas só pagando…”. Peraí, pagar para ver essa seleção, vou continuar vendo Animal Planet, disse e desliguei. É como comentou acertadamente Wilker Bento, um leitor da coluna: Não importa se a seleção é boa ou ruim, mas se é apaixonante. E essa está longe de nos emocionar e encantar.

Edgar Diniz

O PAREDÃO

 Quando se fala em 7 a 1, todos recordam, imediatamente, do fatídico jogo entre Brasil e Alemanha, pela Copa do Mundo de 2014, que eliminou a seleção brasileira da disputa pelo título em casa. No entanto, o Museu da Pelada nos remete a outros 7 a 1, onde tinham também jogadores de seleção em campo. O ano era 1979. O jogo foi disputado no estádio Caio Martins, em Niterói, no Rio de Janeiro. A partida marcou a carreira de um jovem goleiro, à época com apenas 19 anos. Edgar defendia o gol da Associação Desportiva Niterói (ADN) e pela frente tinha um ataque liderado pelo grande ídolo rubro-negro, o Zico.


O goleiro é sempre lembrado pelos gols que leva e não pelas suas defesas, desabafa Edgar, dono da posição naquele jogo, válido pelo campeonato estadual. Edgar começou no infantil do Fluminense em 1973, passando pelo Vasco da Gama, ADN e Rio Branco(ES).

Drible da vaca

O estádio estava lotado e os torcedores puderam ver o gol que o Rei Pelé não fez na Copa do Mundo de 1970 contra o Uruguai – o famoso ‘drible da vaca’ que o camisa 10mandou pra fora. Edgar relembra com detalhes desse gol‘sensacional’ de Zico: “Zico recebeu de Adílio na entrada da grande área. Eu saí para interceptar a jogada, mas o Galinho de Quintino passou o pé por cima da bola. Eu tentei acompanhar. A bola foi para o outro lado. Foi literalmente o ‘drible da Vaca’”, recorda o jogador.

Diferentemente de Pelé, que mandou a bola para fora, Zico meteu mais um gol dos seis que fez naquela partida. “Foi um golaço”, acrescenta Edgar. Ele lembra, ainda, que o jogo já estava 5 a 1 para o Flamengo e o ‘cigano’Cláudio Adão, apelido dado por ter defendido dezenas de clubes, gritava para os companheiros “vamos pra cima”!

Placar Elástico

A tristeza foi grande. Edgar era muito jovem e viu tudo desmoronar diante daquele placar ‘elástico’. Os gols foram acontecendo, principalmente, pela diferença técnica dos dois times. O Flamengo seria campeão brasileiro, campeão da Libertadores e campeão mundial logo em seguida. 

Edgar lamenta aquele placar. “Poderia ter despontado em outro clube, mas o pessoal só pensa nos atletas que fazem os gols”, dispara Edgar. 

No fim da partida, Edgar queria falar com Zico, dar um abraço no ídolo, mas não deu. A torcida invadiu o gramado e ficou difícil saber quem era quem. Edgar soube que Zico também queria abraçá-lo naquela tarde inglória. 

Edgar nunca mais encontrou com o Galinho e disse que terá um enorme prazer em conhecê-lo, mas isso ficará para um futuro próximo, já que o Museu da Pelada se comprometeu a promover o encontro dos dois.       

O goleiro disse que foi difícil dormir naquela noite depois de ver os gols passando no Fantástico, programa dominical da Rede Globo, visto por milhões de brasileiros. 


Ressaca

“No dia seguinte, as pessoas que encontrava nas ruas queriam saber como foi e como eu estava me sentindo”. 

Início no Fluminense

Sua trajetória teve início no Fluminense, onde começou a jogar sem ter ainda treinado com os companheiros. Foi durante um torneio no qual o goleiro titular do Fluminense se machucou, “eu entrei e não saí mais”, conta Edgar. O goleiro se ressente da sua altura (1,75m). Vale dizer que atualmente os goleiros são bem altos. Edgar aproveita e faz um elogio ao jovem Hugo Neneca do Flamengo que, do alto de seus 1,96 m, tem boa elasticidade e é bem ágil. 

Coração rubro-negro

O grande sonho de Edgar era ter defendido o rubro-negro, clube de seu coração. Mas o atleta não pode ser lembrado apenas por uma única partida. Ele ficou 48 jogos seguidos sem tomar gols. A façanha foi durante um campeonato juvenil, em 1975, quando defendia o Fluminense. Neste período, ele lembra de uma grande defesa, na final contra o Olaria, na rua Bariri, quando foi buscar a bola onde a coruja dorme. O time tricolor foi campeão. 

Edgar teve carreira meteórica. Encerrada quando tinha apenas 22 anos, ele foi trabalhar no comércio, em Barra do Piraí, no sul do estado do Rio de Janeiro, onde vive até hoje. Ele fala que participa de algumas peladas, onde joga na zaga defendendo o seu goleiro, coisa que muitos zagueiros não fizeram o mesmo quando ele era goleiro, principalmente nos 7 a 1 daquele ano de 1979. 

Segundo o ex-goleiro, o futebol lhe deu grandes amigos, como o ponta Silvinho, presente nessa entrevista e que jogou em grandes clubes, como Vasco e Fluminense. 

Bom, agora é aguardar o encontro entre Zico e Edgar.

NEY RIO: A PEÇA QUE FALTAVA

por Jonas Santana


O conjunto estava em polvorosa. Todo mundo na expectativa do anúncio da mais nova contratação do time da rua A. Tratava-se nada mais, nada menos do Nego Jordan, um jogador com experiência internacional e que, por motivos pessoais, tinha deixado o futebol profissional para desfilar seu talento naquele clube.

E não se falava noutra coisa a não ser no jogo do domingo, jogo de estreia daquele que estava sendo cotado como o Neymar daquelas plagas. Tanto que queriam mudar seu nome para Ney Rio, numa comparação com o camisa dez da seleção brasileira e do Paris Saint Germain – time francês de futebol. Tal acontecimento dava uma ideia da proporcionalidade entre os dois atletas, sendo um do rio (não o de janeiro) e o outro do mar, mas todos dois eram Ney. Pelo menos na cabeça da torcida.

Mesmo com os mais afoitos torcedores, dos quais Galego era o mais barulhento, a gritar “Jordan, Jordan,  Jordan”, cujo nome era igual ao do grande volante e lateral esquerdo que brilhou na década de 50 no time do Flamengo e na seleção brasileira, nosso astro também jogava naquela posições, mas atuando como segundo volante (daí o Ney Rio) ao lado do grande Saulo Ceroula. 

Como sói acontecer, sempre acontecia algum fato inusitado naquele time formado por Raimundo Quiabo no gol, Léo Bolinha, Todo-Duro, Lila, Pedro Preto, Dirran, Nerrôda, Vevé, Saulo Ceroula, Zé Rosca e agora o Jordan, digo, Ney Rio. Iria acontecer algo, era só questão de tempo.

E a estreia do Ney Rio foi discreta, embora esperassem os torcedores uma apresentação de gala. Mas eles sabiam que ainda iria surgir o inusitado. E assim foi.    

No quarto jogo nosso craque mostrou a que veio. Inteligente e já em sintonia com Vevé e Zé Rosca deixava a cada jogada um ou dois adversários para trás, imprimindo ritmo e velocidade ao jogo, fazendo com que o time jogasse como “por música”. E foi nesse jogar com harmonia quase orquestral que Ney Rio recebeu uma bola açucarada, como se dizia antigamente, de Zé Rosca. Realmente, o lançamento havia sido milimétrico e encontrou o peito do nosso jogador que, mesmo antes de ela cair (a bola) alçou-a a um ponto mais alto, o que fez com que dois dos seus adversários viessem como piratas ou zumbis ensandecidos em busca de suas canelas. Ato contínuo, Ney deixa seus algozes no chão com um drible de corpo e lança a bola que, não se sabe se premeditadamente ou não, bate na cabeça do juiz, e sobra para Nerrôda que descreveu a cabeçada como um passe magistral para ele, sendo seu apenas o trabalho de enfiar para as redes. Enquanto o time comemorava mais um tento, o outro time estava mais preocupado em desfazer a trança em que se transformara as pernas dos zagueiros e do goleiro.

Ocorreu que ao dar seu drible genial, nosso craque conseguiu que se enredassem os dois jogadores e mais o goleiro, num verdadeiro desafio às leis da Física. O fato é que a jogada ficou conhecida como as tranças da bola e muitos tentaram realizá-la, sem sucesso.

Pouco tempo depois nosso atleta abandonou os campos e se tornou surfista. Se cuida, Medina. 

Jonas Santana Filho é escrito, funcionário público, Gestor esportivo amante e apaixonado por futebol e marketing.

O GESTO NOBRE DE LUCARELLI

por Nicó Demos


Em 2015, o Parma foi rebaixado para a Série D (última divisão do futebol italiano) após a equipe apresentar problemas financeiros e administrativos. Foi o golpe mais duro da história da equipe, que estava quase a ponto de desaparecer. Quase todo o elenco que jogou na Série A decidiu deixar o time, não tendo interesse em jogar na última divisão do futebol italiano. O único que ficou foi Alessandro Lucarelli, que prometeu acompanhar o clube até o seu retorno à Série A.

Lucarelli, o zagueiro italiano, chegou ao Parma em 2008 e rapidamente se tornou um ícone do clube. A descida foi inesperada, mas ele nunca pensou em se afastar dos torcedores que lhe admiravam tanto.

Após três promoções consecutivas, Lucarelli anunciou sua aposentadoria do futebol depois que o time foi promovido à Série A e voltou ao topo do futebol italiano. Aos 41, ele disse que sua promessa foi cumprida e afastou-se do esporte.

Quando todos desapareceram, ele deu a cara e salvou o clube. Lealdade e amor pelas cores estava vestindo.