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O DIA EM QUE ESCOLHI O BOTAFOGO

26 / maio / 2025

por Sergio Luiz Monteiro

De família majoritariamente tricolor, infiltrada por alguns poucos elementos do “clube da Gávea”, eu tinha tudo mesmo pra continuar sendo Fluminense… mas Jacira, a empregada (vascaína) da minha casa, arranjou um namorado que era paraense, torcedor do Paysandu e no Rio, um fanático alvinegro. Ele começou a me abordar com camisas, flâmulas, bandeiras, e principalmente, papos com maravilhosas histórias sobre o Glorioso… e de histórias, o Botafogo sempre foi insuperável… mas sabem quando eu me tornei de fato, botafoguense?

Demonstrando talvez alguma fragilidade emocional e antecipando os seríssimos problemas psicológicos, de autoestima, e existenciais que viriam a ser ratificados posteriormente, foi na decisão do carioca de 1971, rodeado por uma multidão tricolor ensandecida, e observando do outro lado da arquibancada, a torcida botafoguense se retirando, atônita, inconformada, desolada, com o lance do gol irregular no final da partida, que eu tive um estranho — àquela altura — sentimento de identificação com esse sofrimento íntimo, injusto e acolhedor: e naquele sublime instante eu me tornei, com todas as forças, delírios, desânimos, decepções e orgulhos… um legítimo torcedor do Botafogo de Futebol e Regatas…

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