por Reinaldo Sá

Prestes a completar um século de existência, a FIFA aposta todas as suas fichas em um torneio mundial que reúne os principais vencedores dos seis continentes do planeta. Com uma jogada de marketing de alto nível, essa primeira edição com 32 clubes nos leva a uma nova realidade — e a um questionamento: o que vale mais hoje em dia, jogar pelo clube ou pela seleção do seu país?
As pátrias estão interligadas em um intercâmbio sem fim, que leva muitos atletas a buscarem uma dupla nacionalidade para alcançar a principal vitrine do futebol mundial: o continente europeu. Afinal, é lá que estão os maiores investimentos, concentrados nos clubes de primeira linha.
As mudanças começaram em 2000, com um torneio realizado no verão brasileiro, sediado em São Paulo e no Rio de Janeiro. Na época, o Brasil era tetracampeão mundial de seleções, e os títulos continentais e intercontinentais eram dominados por argentinos e uruguaios. Os confrontos entre sul-americanos e europeus aconteciam, inicialmente, em duas partidas. Depois, a partir de 1980, a Toyota adquiriu os direitos exclusivos para realizar a decisão em jogo único.
Essa metamorfose no contexto futebolístico faz com que as pátrias se tornem apenas o local onde o clube está sediado — e não mais as seleções como base de formação dos atletas, como um dia já foi. Que o diga o Brasil.
Enquanto isso, a Copa do Mundo de seleções, agora com três sedes e 48 participantes, começa a sofrer um processo de esvaziamento nos bastidores. Resta-nos aguardar as cenas dos próximos capítulos até o centenário do mais importante torneio de seleções. Nessa queda de braço, afinal, quem será o verdadeiro campeão mundial: os clubes ou as seleções?
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