por Marcos Vinicius Cabral

Noventa minutos. Tudo se ganha e se perde em noventa minutos.
Em noventa minutos morrem pessoas e nascem outras. Pais recebem o abraço dos filhos e o “Sim” é dito no altar no casamento.
Em noventa minutos o apito do árbitro é ouvido tantas e tantas vezes. O eco da vitória assombra a torcida adversária. Isso porque são apenas noventa minutos.
Luta, persistência, talento, entrosamento, obediência tática… tudo preenche e cabe naqueles noventa minutos.
Comumente acontece nesse espasmo do tempo as alegrias e tristezas de um esporte que sangra a nossa alma e rasga de fora a fora o nosso coração.
Tudo isso, inadvertidamente, são os noventa minutos quando os músculos do corpo não obedecem mais o cérebro. A emoção brota, embora a frieza ainda esteja sido semeada há bem pouco tempo atrás.
Ninguém escapa desses nuances de humor e raiva, da bipolaridade extravasada que são tais os noventa minutos.
Ninguém!
Jogadores são separados dos craques e surgem os gênios que decidem. Tudo, absolutamente tudo, cronologicamente naqueles sagrados noventa minutos.
Quisera eu, na minha contumaz insignificância de torcedor, ter a percepção que a vida de quem torce, se descabela e sofre não dura mais do que noventa minutos.
Ah, futebol… meu amor por você não se limita a apenas noventa minutos.
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