Escolha uma Página
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

MESTRE PERINHO

21 / julho / 2025

por Wesley Machado

O relógio marcava 21h39. Foi a hora que ficou registrada a mensagem de Graça, esposa de Péris Ribeiro, informando que meu amigo havia falecido. Há poucos minutos o Flamengo de Perinho havia acabado de vencer o clássico contra o Fluminense, com um gol de Pedro no apagar das luzes do Maracanã.

Perinho se foi feliz com a vitória do seu Fla sobre o Flu. No Maraca onde também foi feliz ao ver Doutor Rúbis, Paulinho Almeida, Didi e Garrincha, seus maiores ídolos. Um rubro-negro crítico do seu time. Também para quem viu tantos grandes jogadores vestindo a camisa rubro-negra.

Perinho era um crítico do futebol em geral. Recentemente vi uma entrevista do Dé Aranha aqui no Museu da Pelada, em que Dé diz que antigamente os jogadores corriam para ganhar por causa do bicho e que hoje não precisam mais correr para ganhar porque ganham salários milionários.

Realmente o futebol mudou muito e para pior. Tanto que Perinho falava com saudades da década de 1950, os anos do primeiro título mundial da seleção brasileira e da sua adolescência. Para Perinho o que também “acabou” foi o futebol campista. O futebol de sua cidade natal, Campos dos Goytacazes-RJ, de tantos craques e times históricos, como o Americano, o Goytacaz, o Rio Branco, o Campos, o Sapucaia etc.

A morte do futebol de outrora e a morte de Péris Ribeiro me deixaram triste nesta segunda-feira de sol tímido. Agora as nuvens vão escondendo o céu azul, que observo entre as folhas da árvore neste inverno. As folhas estão paradas. O tempo parou. E voltou para o outono. Imagino uma folha seca caindo, como uma lágrima a chorar a partida do mestre Perinho.

TAGS:

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *