por Elso Venâncio

O Fluminense foi gigante em seu confronto com a Inter de Milão, pelas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes. Não se intimidou diante do favoritismo do clube italiano, se impondo técnica e fisicamente em campo, o que resultou na vitória por 2 a 0 e na classificação às quartas de final.
Nossos clubes chegaram ao Mundial menosprezados, mas isso mudou desde que o Botafogo derrotou o PSG, atual campeão europeu, por 1 a 0. Em seguida, o Flamengo fez 3 a 1 no Chelsea, de virada, e agora o Fluminense, que já havia empatado com o Borussia Dortmund, mandou para casa o vice-campeão da Europa.
O técnico tricolor, Renato Gaúcho, demonstrou amadurecimento na partida contra a Inter de Milão. Colocou três zagueiros, fechou o meio-campo e dificultou o jogo aéreo do adversário. Renato preparou o time para a batalha, sabendo que seria atacado com força. Estratégia correta, alterando o esquema habitual. O Flamengo, ao contrário, manteve a forma de jogar e tropeçou nos próprios erros diante do Bayern de Munique (mesmo com o clube alemão dando a impressão de que, para definir o jogo, bastaria se concentrar no caminho do gol). Não é segredo para ninguém que o Bayern marca forte a saída de bola. Por que a insistência em sair jogando com a bola dominada? Isso deveria ser corrigido e não foi. Ainda assim, pela luta, o Flamengo deixou o Mundial de cabeça erguida.
Se antes do Mundial o Fluminense era o clube brasileiro mais desacreditado, a impressão dos críticos já deve ter mudado. Em suas escolhas, Renato Gaúcho também pediu a saída com bolas longas e não fugiu da marcação homem a homem, tradicional na Itália. Os heróis foram Germán Cano, o goleador de um só toque na bola, e Hércules. Mas como esquecer de Jhon Árias, justamente quem melhor protege a bola no time tricolor? Seu pé parece um ímã, que a bola procura e não larga.
Analisando apenas a idade, o tradicional jornal Corriere dello Sport, da Itália, chamou Fábio de velho. Acabou pagando por isso, pois o goleiro do Fluminense teve um dia de Castilho contra a Inter de Milão. Quando não defendia, era salvo pelas traves ou o travessão.
No Botafogo, a surpresa foi a demissão do técnico Renato Paiva após a eliminação para o Palmeiras. Trata-se de uma atitude passional e até amadora. É verdade, sim, que o Botafogo jogou fechado, tendo cuidados com um Palmeiras que se classificou como líder do seu grupo, que tinha o Porto e o Inter Miami de Messi. Mas o Glorioso só perdeu com um gol sofrido na prorrogação. Havia 13 anos que um clube brasileiro não vencia uma equipe da Europa, e o triunfo sobre o forte PSG não poderia ser esquecido. É como se Renato Gaúcho perdesse o próximo jogo e fosse mandado embora do Fluminense. Tudo indica que algum ocorrido não veio a público, como já se fala na possibilidade de insatisfação de Renato Paiva com palpites nas suas escalações.
Dos quatro brasileiros que foram aos Estados Unidos, dois estão nas quartas de final. O Palmeiras volta a campo na sexta-feira (04/07), para enfrentar o Chelsea, às 22h (de Brasília), na Filadélfia. O Fluminense joga no mesmo dia, mas às 16h, em Orlando, contra o responsável pela maior zebra da competição. De forma surpreendente, o Al-Hilal, da Arábia Saudita, chegou às quartas de final superando o Manchester City, de virada, por 4 a 3.
Independentemente dos próximos resultados, podemos afirmar que esta Copa do Mundo de Clubes fará bem à Seleção Brasileira, pois reviveu o intercâmbio internacional. Está sendo uma boa novidade às vésperas da Copa de Seleções, a ser disputada ano que vem, no Canadá, no México e também nos Estados Unidos.
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