por Luis Filipe Chateaubriand

Lembro como se fosse hoje…
Eu tinha 11 anos de idade e, naquela madrugada de sábado para domingo, acordei perto da meia-noite para assistir ao Flamengo decidir o Mundial de Clubes de 1981.
Pois é: eu, vascaíno, torcendo pelo Flamengo, pois o Flamengo representava o Brasil, o futebol brasileiro.
Em campo, o Flamengo deu um chocolate no Liverpool, como diria o Apolinho Washington Rodrigues.
Sonoros 3 x 0, no primeiro tempo, com atuação de gala de Zico e companhia.
No segundo tempo, os rubro-negros tocaram a bola, esperando o tempo passar, e se sagraram campeões mundiais.
Eis que, 17 anos depois, o Vasco da Gama conquistou a Copa Libertadores da América e foi jogar o Mundial de Clubes.
O adversário, campeão da Champions League, era o todo-poderoso Real Madrid.
Esperava que os flamenguistas fossem torcer por nós.
Mas, como diria o gênio Chico Buarque de Hollanda, “qual o quê”…
Eles criaram a Fla Madrid.
Repetindo: eles criaram a Fla Madrid.
Mais uma vez: eles criaram a Fla Madrid.
O sujeito que criou o experimento, com certeza, fez fortuna.
E lá fomos nós, cercados dessa zica, para a final contra o clube mais importante do mundo.
E perdemos por 2 x 1, apesar de termos jogado melhor.
A prega estava rogada… e funcionou.
Em resumo: quando eles precisaram da minha torcida, o tiveram.
Quando nós precisamos da torcida deles, nos viraram as costas.
E eu, que tinha no Fluminense meu maior rival (sim… porque os tricolores sempre jogavam pior que a gente, mas invariavelmente nos venciam), passei a vê-lo no Flamengo.
Ingratos!
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