por Zé Roberto Padilha

Fica difícil explicar para a IFFHS – essa sigla tão confusa quanto suas conclusões -, que acaba de eleger Messi o melhor jogador de todos os tempos, que Pelé jamais poderia estar em segundo lugar.
Porque Pelé não era desse mundo. Messi, sim.
Pelé chutava forte com as duas pernas, cabeceava bem, e tinha uma força muscular que só décadas mais tarde, com o desembarque das máquinas Nautilus e Apolo, foram alcançadas pelos simples mortais que calçavam chuteiras.
Somada a sua inteligência, era capaz de, mesmo estando atrás da linha do meio campo, encobrir o goleiro adversário com a simplicidade de movimentos de quem deu um passe. Ninguém nesse mundo foi capaz de alcançar tais super poderes.
Pelé fez mais de 1200 gols, ganhou três Copas do Mundo e fez com que duas nações africanas, em guerra, dessem uma trégua apenas para vê-lo jogar. Pelé inventou a paradinha para cobrar uma penalidade máxima e a tabelinha, que combinou com o Coutinho.
Pelé reinventou o futebol.
E foi coroado o seu Rei pela mais importante fonte esportiva do mundo, a Revista France Football. Ele chegou, encantou e colocou um país descoberto, pouco conhecido, para a admiração do mundo.
Pois se Cabral nos viu primeiro, o Rei Gustavo, da Suécia, se espantou, como todos que amam o esporte, com o futebol-arte que, em 1958, foi apresentado ao mundo.
Após seu país perder em casa a final, e de goleada para o Brasil, desceu a tribuna para entregar a Taça Jules Rimet, com uma pergunta que os terráqueos faziam para si mesmo.
– De que planeta veio esse tal de Pelé?
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