por Zé Roberto Padilha

Teve um treinador, pode ter sido na base do Flamengo, que cerceou, no nascedouro, as infinitas qualidades de um grande jogador. E nem um outro mais, nem Carlos Ancelotti, foi capaz de libertá-lo mais das amarras da posição.
Ao lhe dar a camisa 11, e não a 10, quem sabe em uma Copinha, que entregou para Lucas Paquetá, foi oferecido a Vinicius Jr. apenas um quarto do campo. Mais à frente, lado esquerdo, para que ali permanecesse. E limitasse grande parte do seu futebol.
A todo melhor do mundo, como Zidane, Zico, Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Modric, Messi e Ronaldo, foi concedida a livre circulação. Espaços de sobra à altura de uma arte que sobra. Não a censura, a opressão.
É triste ver seu baixo desempenho no Mundial de Clubes, porque só atuando naquela faixa restrita do campo, basta ao treinador adversário colocar um para marcá-lo. E outro na sobra. Como opção, lhe sobra um drible para dentro, outra pedalada para o fundo. Mesmo assim, talentoso toda vida, ainda consegue muita coisa.
Aí a Globo enche a bola do Beligham. Que classe!
Mas este tem liberdade pra circular, se desmarcar, enquanto o Vinicius Jr. está acorrentado um pouco à frente. E só do lado esquerdo.
Por favor, e o Real Madrid tem um novo treinador, quem sabe, soltem esse menino. Imaginem o que nos aguarda em dribles, deslocamentos, espaços redobrados para penetrações quando o libertarem.
Que seja promulgada a Lei do Vini Livre. O fim da escravidão do seu futebol. Aí sim, ele seria o melhor do mundo. Não o 1/4 melhor do mundo.
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