por Zé Roberto Padilha

Professores são mesmo assim. Deixam lições definitivas na vida da gente. Mas quando são do futebol, e giram, são nômades em razão dos resultados, não os encontramos para agradecer “a professorinha” que permaneceu fincada na escola do interior.
A esse da foto, Paulo Nascimento, que nos treinou no Americano FC, não o vejo há 41 anos. Mas suas lições foram definitivas. Como as do Parreira, Sebastião Araújo, do Pinheiro. E como eu gostaria que esse texto chegasse até ele. Pois nunca pude dizer o meu muito obrigado.
Disputava o estadual da primeira divisão com a camisa 10. Sergio Pedro corria por mim o que corri por Gerson, Zico e Rivellino. No Americano descobri, mesmo com três cirurgias no joelho esquerdo, tornozelos fraturados e uma hérnia inguinal rompida, que sabia jogar bola direitinho.
Ao me ver treinando, sofrendo os impactos dos gramados duros em nossa preparação, retirou-me do campo e me apresentou a um vício que nunca mais me livrei: a natação.
No começo, os jogadores reclamavam e tal “privilégio” debaixo do sol de Campos. Eles de chuteiras, eu de sunga. Mas no domingo, voava. E daí sossegavam. Graças a natação, puder jogar mais três anos e nos manter em cena, saudável até a quarta cirurgia. A da aposentadoria.
Ainda hoje, nado quase todos os dias. E pude manter um hábito saudável, a prática esportiva, ao adotar um esporte que não traz mais impacto às articulações comprometidas.
Obrigado, Professor Paulo Nascimento. Você nem imagina a importância das suas lições na minha vida
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