por Luis Filipe Chateaubriand

Com pompa, circunstância e didatismo, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou o calendário do futebol brasileiro para 2026.
A solução apresentada tem virtudes, como o alongamento do Campeonato Brasileiro, a maior democratização da Copa do Brasil e uma ligeira redução do número potencial de jogos para os clubes de grande porte.
No entanto, existem três premissas básicas para a melhoria efetivamente estrutural do calendário do futebol brasileiro, a saber:
• Adequação ao calendário europeu, que permitiria o aproveitamento de dez meses, em uma temporada anual, pelos clubes (de Agosto de um ano a Maio do ano seguinte), enquanto a proposta dos homens da Barra da Tijuca contempla nove meses (Fevereiro a Maio e, posteriormente, Agosto a Dezembro).
• Disputa do Campeonato Brasileiro ao longo de toda a temporada, com pelo menos 90 % dos jogos de cada rodada sendo disputados em fins de semanas.
• Dedicação das Datas FIFA aos certames de clubes de menor importância, ou, até, a não realização de jogos de clubes nestas datas.
A primeira, não aconteceu: não houve adequação ao calendário europeu.
A segunda premissa, aconteceu parcialmente: há nove meses para jogos do Campeonato Brasileiro, mas poderia haver dez – o que levaria o número de rodadas em fins de semanas a ser maior.
A terceira premissa, também aconteceu parcialmente: ainda haverá jogos de seleções em terças feiras e jogos de clubes em quartas feiras, exatamente um dia depois.
Portanto, infere-se que as mudanças são cosméticas, insuficientes, limitadas.
Alguns vêem na ação da Confederação Brasileira de Futebol atual a maior reforma do calendário brasileiro, a mais completa, de todos os tempos.
Falso.
A maior reforma que houve no calendário de nosso futebol, capitaneada pelo brilhante João Henrique Areias, foi em 2003, com a adoção do Campeonato Brasileiro em turno e returno e com pontos corridos.
Para se reformar, de verde, é preciso ousar!
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