por Elso Venâncio

Edino Nazareth Filho — ou simplesmente Edinho — é um dos maiores ídolos da história do Fluminense. Com 19 anos, já era titular, substituindo o zagueiro paraense Assis, que marcou época sendo campeão da Taça de Prata em 1970, além da Taça Guanabara em 1969, 1971 e 1975, e do Campeonato Carioca em 1969, 1971, 1973 e 1975.
Edinho surgiu na Máquina Tricolor formada pelo presidente do “Vencer ou vencer”, Francisco Horta. Foi Horta o responsável por montar um time histórico, com Félix; Toninho, Silveira, Assis (Edinho) e Marco Antônio; Zé Mário, Paulo Cézar Caju e Rivellino; Gil, Manfrini e Zé Roberto, resultando no título carioca de 75. No Campeonato Brasileiro, logo após golear a Academia do Palmeiras de Ademir da Guia por 4 a 0, o Fluminense tropeçou no Internacional, no Maracanã, pela semifinal. Vitória por 2 a 0 dos gaúchos, que se tornariam os campeões nacionais derrotando o Cruzeiro na final, por 1 a 0, gol de cabeça marcado por Elias Figueroa.
Como Francisco Horta sonhava com a conquista da Libertadores e também com o título mundial, resolveu tornar a Máquina ainda mais forte em 1976. Entre vendas, compras e trocas, o time passou a contar com Renato; Carlos Alberto Torres, Miguel, Edinho e Rodrigues Neto; Pintinho, Paulo Cézar Caju e Rivellino; Gil, Doval e Dirceu. Essa formação-base rendeu ao Fluminense o bicampeonato estadual, além de vencer torneios mundo afora e novamente chegar à semifinal do Brasileiro. Dessa vez, o adversário foi o Corinthians, no famoso jogo da invasão da Fiel ao Maracanã. Dos 146.043 ingressos que se esgotaram rapidamente, pelo menos metade foi comprada pelos paulistas. Além disso, um verdadeiro dilúvio encharcou o campo, prejudicando a habilidade e a técnica dos tricolores. A partida terminou 1 a 1, com o Corinthians avançando ao fazer 4 a 1 nos pênaltis, apesar de Rivellino, o astro tricampeão do mundo, ter se omitido na disputa por penalidades.
Decepcionado, Francisco Horta voltou a fazer os chamados “troca-trocas”. Para ter Marinho Bruxa, cedeu Rodrigues Neto, Gil e Paulo Cézar Caju ao Botafogo. Assim ocorreu o desmonte do esquadrão tricolor, que deixou saudade.
Em 1978, Edinho foi à Copa do Mundo, na Argentina, improvisado na lateral-esquerda pelo técnico Cláudio Coutinho. Disputou ainda os Mundiais de 1982, na Espanha, e 1986, no México, sendo escolhido capitão por Telê Santana na sua última Copa. No Fluminense, em 1980, liderou uma equipe que contava com nove jogadores formados em Xerém. E o Flu foi novamente campeão carioca, com o próprio Edinho marcando o gol do título na finalíssima, com mais de 110 mil torcedores presentes. Numa cobrança de falta, ele viu a bola quicar na pequena área e enganar o goleiro argentino Andrada, do Vasco, garantindo a vitória tricolor por 1 a 0.
Com 1,80m e força física que impressionava, Edinho unia habilidade e garra em campo. Teve dois mestres: Pinheiro, o lendário zagueiro, que apostou nele, e o Mestre Didi, que treinou a primeira Máquina Tricolor.
Em 1982, Edinho foi negociado com a Udinese, clube pelo qual marcou muitos gols. Inclusive, era o cobrador de faltas e pênaltis do clube italiano, até Zico ser contratado. No seu retorno ao Brasil, jogou no Flamengo, onde conquistou a Copa União de 1987, antes de voltar ao Fluminense. Encerrou a carreira de jogador obtendo destaque no Grêmio. Como técnico, dirigiu várias equipes, inclusive o Fluminense e o Flamengo, ambos em dois períodos. Foi comentarista do SporTV, e hoje, com 70 anos, mora em Tombos/MG, sendo coordenador técnico do Tombense.
0 comentários