Por Luis Filipe Chateaubriand

O Campeonato Carioca de 1978 começou com o Flamengo goleando o São Cristóvão por 6×0 no Maracanã e embalando rumo à conquista do primeiro turno. Se também vencesse o segundo, seria campeão direto. Mas o Vasco fazia grande campanha e chegou à última rodada, contra o próprio Flamengo, com um ponto de vantagem — bastava vencer ou empatar para levar o segundo turno e provocar uma final.

O Flamengo, porém, pressionou desde o início. Emerson Leão, em grande noite, defendia tudo. O primeiro tempo terminou 0×0, e o segundo manteve o mesmo cenário dramático. Aos 30 minutos, Paulinho Piracicaba perdeu gol incrível para o Vasco. O Flamengo voltou a pressionar, e Leão seguia salvando.

Até que, aos 43 minutos, Marco Antônio cedeu escanteio desnecessário. Zico foi cobrar, fez um aceno discreto chamando Rondinelli para a área e bateu com perfeição. A bola viajou alta, com curva, passou por Abel — que ficou parado — e encontrou Rondinelli, que cabeceou de forma indefensável. Nem Leão, que pegara tudo, teria como defender.

Flamengo 1×0 Vasco.

Nos minutos finais, Zico e Guina trocaram socos e foram expulsos, mas já não havia tempo para nada. O Flamengo venceu e se tornou campeão carioca de 1978, iniciando ali o ciclo do maior time que o autor diz ter visto — o esquadrão que dominou tudo até 1983.

“Ah, Leão, por que você não pegou aquela bola? Se tivesse pego, talvez o esquadrão deles nunca tivesse acontecido…”